Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados


Notice: Undefined property: Joomla\CMS\Categories\CategoryNode::$link in /var/www/html/adufrj/plugins/content/facebooklikeandshare/facebooklikeandshare.php on line 256

WhatsApp Image 2025 02 27 at 14.41.20Bandidos atualizaram a estratégia para tentar enganar e roubar os professores da UFRJ. Agora, eles emitem uma falta ordem de pagamento em nome do beneficiário do suposto processo finalizado. Eles usam informações reais para atrair os docentes e convencê-los a adiantar quantias que podem ultrapassar os R$ 10 mil.

Os golpistas usam os nomes dos advogados Renan Texeira e Halley Lino e pedem dinheiro antecipado para a liberação de pagamento de causas ganhas. Não caia nessa! É golpe! Os advogados da AdUFRJ não pedem dinheiro antecipado para liberação de quaisquer recursos. Os valores ganhos em causas reais movidas pela AdUFRJ são depositados em juízo, em processo que não requer depósito de qualquer quantia prévia.

A polícia investiga a rede de estelionatários. O escritório Lindenmeyer Advocacia & Associados abriu inquéritos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Todos os dados contidos nas tentativas de golpes são repassados à polícia.

Caso você seja alvo de uma tentativa de golpe, encaminhe a mensagem para a AdUFRJ, para que os advogados enviem os dados dos estelionatários para a Polícia Civil. Se você for vítima, faça o registro da ocorrência na delegacia mais próxima ou pela internet.

Se tiver alguma dúvida, entre em contato por meio dos nossos canais oficiais.
E-mail: atendimentojuridico@adufrj.org.br
Cel: (21) 99808-0672
Redes sociais: @adufrj

480763359 1052274663612955 48718676537797310 nRenan Fernandes
comunica@adufrj.org.br

Nem o calor intenso do verão carioca diminuiu o entusiasmo dos foliões que participaram da retomada das atividades do bloco Minerva Assanhada, na tarde de segunda-feira, dia 24. Professores, técnicos e estudantes compareceram ao espaço de convivência da Prefeitura Universitária e soltaram o grito de carnaval, com muita descontração e alegria. O evento teve apoio da AdUFRJ, do Sintufrj e da reitoria.
O grito estava preso na garganta há cinco anos. Criado na gestão do ex-reitor Carlos Lessa em 2003, o bloco chegou a desfilar pelas ruas do Centro do Rio e fez parte da programação carnavalesca da cidade por alguns anos até entrar em inatividade. A primeira volta aconteceu em 2020, para celebrar o centenário da UFRJ e criar um espaço de mobilização contra os ataques do governo Bolsonaro às universidades. Assim surgiu o enredo “UFRJ: 100 anos de arte, ensino e balbúrdia”, que não ganhou as ruas devido ao avanço da pandemia de coronavírus.
“Preparamos tudo, fizemos o samba, fizemos a arte, convocamos as pessoas. Infelizmente, no dia que iríamos desfilar, fechou tudo”, lembrou a professora Tatiana Roque, responsável pelo desenvolvimento do enredo e pelo renascimento do bloco quando coordenava o Fórum de Ciência e Cultura.
“Quando reativamos o Minerva para o centenário da UFRJ, a ideia era cantar em defesa da democracia no Brasil e pela democratização do acesso à universidade. Tudo isso continua muito atual”, defendeu a vereadora eleita e atual secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro.
Joana de Angelis, diretora de Desenvolvimento da Pró-Reitoria de Pessoal, também foi uma das autoras do enredo e trabalhou na organização do grito de Carnaval. “É nossa chance de cantar esse samba que foi composto em um momento tão importante de defesa da universidade”, contou. Agora, Joana espera manter o Minerva Assanhada ativo e já tem planos para os próximos carnavais. “Dessa vez, o bloco aconteceu no estilo ‘concentra, mas não sai’. Queremos colocar o bloco na rua, fazer oficinas de percussão, mobilizar as pessoas”.481340155 1052274660279622 6559133181747722814 n

REMÉDIO DA ALMA
O professor Antonio Solé, diretor da AdUFRJ, foi um dos primeiros a chegar e vestir a camisa do bloco. Em clima de festa, o docente celebrou a oportunidade para a comunidade acadêmica brincar o Carnaval. “É legal ver as pessoas felizes. É para isso que serve o Minerva Assanhada”, afirmou sorridente. “O mais importante que nós temos é a nossa comunidade. Mesmo enfrentando cortes orçamentários, continuamos com o alto astral e celebrando a vida”, afirmou.
479851475 1052274656946289 3762253747499817137 nO reitor Roberto Medronho, compositor do samba-enredo do bloco em parceria com o baluarte Noca da Portela, também exaltou o momento de descontração carnavalesco. “É uma questão de saúde mental”, destacou. “Vamos continuar incentivando o encontro de professores, técnicos e estudantes em ações culturais e eventos festivos para aumentar o sentimento de pertencimento”, disse o professor.
Medronho e Noca são parceiros de longa data. Juntos, lançaram em 2004 um álbum chamado “Samba, saúde e simpatia”. O reitor confessou que perdeu as contas de quantas músicas compuseram em quatro décadas de amizade. “Nossa forma de compor é simples. A gente senta com um tema, desenvolve letra e música ao mesmo tempo e 90% da obra já sai nesse primeiro encontro”.
Atualmente, a parceria se estende aos herdeiros da lenda da escola de Oswaldo Cruz. O cantor Diogão Pereira, conhecido como Noca Neto, foi quem gravou o samba-enredo em 2020. Cinco anos depois, o músico e sua banda puxaram o grito de Carnaval e colocaram o povo para dançar ao som de clássicos do samba.480570005 1052274650279623 2969653239955592515 n
“Hoje, a universidade tem gente de diferentes origens e o samba tem esse poder de juntar as pessoas em volta da roda”, afirmou. “É como Candeia dizia: o samba alimenta o corpo e a alma da gente”, lembrou o cantor.

WhatsApp Image 2025 02 21 at 16.58.33 3Foto: DivulgaçãoHá mais de vinte anos na Advocacia-Geral da União (AGU), a procuradora Flávia Corrêa Azeredo de Freitas atua em ações judiciais que envolvem autarquias e fundações federais do Rio e do Espírito Santo. Muitos destes processos são ligados a universidades. Como reconhecimento da expertise administrativa, Flávia foi convidada e escrever um artigo, divulgado dia 9 no site Consultor Jurídico, com propostas para aperfeiçoar o modelo de financiamento das instituições federais. Em entrevista ao Jornal da AdUFRJ, Flávia aprofunda aspectos do texto que chamou a atenção da comunidade acadêmica neste início de ano. Ex-aluna da Faculdade Nacional de Direito, mestre pela UFF e fazendo o doutorado na USP, ela entende o valor de um ensino superior público de qualidade. “Mesmo com orçamento deficitário, a UFRJ conseguiu se manter entre as melhores universidades do país e do mundo. É plausível esperar que, com recursos adequados, a entrega da Universidade para o Estado e a sociedade seja maior”, afirma.

Jornal da Adufrj - O que motivou a senhora a escrever o artigo “Custos sistêmicos do subfinanciamento da UFRJ e propostas corretivas”?
Flávia Corrêa Azeredo de Freitas
- Por conta da minha experiência com contencioso administrativo prioritário, atuei em algumas ações envolvendo corte de serviços essenciais nas universidades públicas. Quando surgiu o convite do meu orientador do doutorado para escrever um artigo para a coluna que ele coordena no Consultor Jurídico, resolvi estudar o tema — que tem sido recorrente — com mais profundidade.
O interesse surgiu pois, além de estar no mundo acadêmico por conta do doutorado, a desjudicialização é um dos temas que despertam meu fascínio como pesquisadora. Tomando um caso real, resolvi explorar as potenciais soluções para evitar a discussão judicial de uma relação que deveria ocorrer dentro da normalidade administrativa, entre Poder Público e concessionária.

Por que é importante resolver o problema de financiamento da UFRJ e de outras federais?
O artigo buscou trazer à tona os custos sistêmicos da judicialização em torno do subfinanciamento das universidades. A conta fica mais alta com o pagamento da dívida corrigida, acrescida de juros e honorários. A ameaça de corte de algum serviço essencial, como água e luz, direciona toda a atenção da gestão universitária para o problema, comprometendo a organização e planejamento da universidade com demandas importantes e relacionadas às suas finalidades. Há o risco no comprometimento de pesquisas e na interrupção das aulas. Há reflexos negativos no orçamento das concessionárias, com a imprevisibilidade, faltas e atrasos dos pagamentos. E há ainda o abalo emocional das pessoas envolvidas com a solução do problema.
Mesmo com orçamento deficitário, a UFRJ conseguiu se manter entre as melhores universidades do país e do mundo. É plausível esperar que, com recursos adequados, a entrega da Universidade para o Estado e a sociedade seja maior.

A senhora fez graduação na FND. Há um pouco de afeto no artigo para a resolução do problema das universidades, em especial da UFRJ?
Sim, sou egressa da Faculdade Nacional de Direito, onde tive excelentes professores e fiz amizades que duram até hoje. Fiz mestrado na UFF, universidade que tem sede em Niterói, cidade onde nasci e resido e faço doutorado na USP. Não posso negar que há um componente afetivo, mas, sobretudo, pelo ensino superior público, pois foi boa parte em razão dele que alcancei a posição social e profissional que ocupo hoje. A educação de qualidade é fundamental para o desenvolvimento social e falo isso no artigo. De outro lado, há um desejo de compreender a situação conflituosa como um todo, muito em razão da minha formação em mediação e negociação de conflitos.

No artigo, a senhora menciona o financiamento da USP, que é atrelado ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), como uma ideia a ser debatida para as federais.
Atrelar o financiamento das IFEs a algum percentual do orçamento público pode ser um elemento de solução do problema, mas não deve ser considerado como a única solução. A Constituição estabelece percentuais mínimos para investimento em educação a serem observados pela União, Estados e Municípios, mas não há percentual mínimo atrelado ao ensino superior, como há para a educação básica. Além da vinculação orçamentária é preciso ampliar o leque de possibilidades de recursos para fazer frente às necessidades de ensino, pesquisa e extensão das universidades. Problemas complexos demandam soluções criativas.

A senhora pode dar um exemplo?
No doutorado da USP, tive aula em uma sala bem bonita e reformada, que recebeu o nome de uma grande processualista, a professora Ada Pellegrini Grinover. Ela foi reformada após uma parceria da faculdade com escritórios de advocacia, cujos membros estudaram na USP e tiveram aula com a professora, já falecida, e o Instituto Brasileiro de Direito Processual. Na Faculdade de Direito da USP é possível encontrar, além dessa sala, outros ambientes reformados no âmbito do projeto Adote uma Sala. O projeto é gerido pela Associação dos Antigos Alunos. Sinto que há espaço para explorar (no bom sentido) esse lado afetivo, retributivo e de pertencimento de profissionais destacados com a faculdade pública que os formou. Não apenas na área do Direito, como em outras áreas também.

Mas essas iniciativas são criticadas por setores que dizem que as universidades devem ser financiadas apenas pelo Estado.
Precisamos ter uma visão ampla. O poder público tem suas obrigações, assim como a sociedade civil. Se você puder despertar o interesse e o engajamento da sociedade civil para resolução de problemas que a afetam, isso faz parte da democracia. Se houver uma segurança jurídica para que essa parceria ocorra, eu não vejo problema algum.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também deveria participar das despesas correntes das universidades?
Não me parece razoável impor apenas ao MEC a obrigação de envio de recursos orçamentários às universidades, pois elas não têm a função apenas de educação, mas de pesquisa e extensão também. Considerando que, a exemplo da realidade da UFRJ, os grandes consumidores de energia são os laboratórios, cuja finalidade é principalmente o desenvolvimento de pesquisa em prol do avanço da ciência, creio ser possível uma construção jurídica que englobe a participação do MCTI no custeio das despesas correntes dos laboratórios. A forma de participação pode, inclusive, se dar pelo custeio de painéis solares ou outras formas de inovação tecnológica que reduzam os custos dos serviços essenciais.

Como tirar essas ideias do papel?
A Rede de Mediação e Negociação (Resolve) foi criada pelo Decreto 12.091/2024. Tem a finalidade de conectar diversos atores para buscar solução de um problema complexo envolvendo uma política pública. O comitê gestor tem a função de realizar a articulação interinstitucional necessária e será instituído por ato das autoridades máximas da Advocacia-Geral da União, da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Fazenda e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Penso que o subfinanciamento das universidades federais com todos os problemas dele decorrentes, incluindo a judicialização, possa ser tema a ser tratado na Resolve.

WhatsApp Image 2025 02 21 at 16.58.32Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJUma boa notícia para a comunidade acadêmica. A concorrência pela UFRJ aumentou e a universidade voltou a ter a maior parte de suas vagas preenchida ainda na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Estão ocupadas 65% do total de 9.050 vagas. O índice já chegou a ser menor que 50% em anos anteriores.
Pró-reitora de Graduação, a professora Maria Fernanda Quintela celebra a marca. “Nós tivemos um aumento da procura pela UFRJ, se compararmos aos últimos cinco anos. Já na primeira etapa da matrícula, percebemos que os números eram expressivos”, conta a pró-reitora. “Esta é uma notícia muito importante para a universidade”.
Ela destaca que a lista de espera deste ano também é a maior desde a pandemia. Aguardam uma vaga na maior federal do país 33.359 estudantes. O aumento entre os que manifestam interesse pela UFRJ, em relação ao ano passado, por exemplo, é de 33,4%. “Esta é outra grande notícia para a nossa universidade, que evidencia que há, de fato, uma retomada da preferência pela UFRJ”, acredita a pró-reitora.
O Jornal da AdUFRJ comparou o número de candidatos inscritos no SiSU para verificar se um eventual aumento de participantes na seleção teriaWhatsApp Image 2025 02 21 at 16.58.33 2 influência na procura pela UFRJ. Os dados mostram que em 2024 se inscreveram 1,27 milhão de candidatos, contra 1,31 milhão em 2025. Um crescimento de apenas 3,15%.
Superintendente de Acesso e Registro da PR-1, Ricardo Anaya conta que em 2024, a UFRJ conseguiu preencher 95,7% das vagas somente após a décima reclassificação. “A expectativa desse ano é que atingiremos a ocupação total com um número bem menor de chamadas”, revela. “Isso implica em candidatos com notas mais altas e mais preparados. É bom para a universidade e para toda a sociedade”, avalia.

POSSÍVEIS RAZÕES
Para a pró-reitora, a efetividade da UFRJ em rankings internacionais e a boa avaliação dos cursos pelo MEC ajudam na retomada do interesse pela universidade. “Temos um perfil dos melhores do Brasil, avaliados com nota máxima do Ministério da Educação em mais de 160 cursos. Isso também faz diferença”, avalia Maria Fernanda.
A agilidade nas análises da documentação de candidatos cotistas, para o superintendente Ricardo Anaya, é outro fator que ajuda na maior efetivação das matrículas. “Hoje temos uma equipe de sete assistentes sociais que fazem em tempo real a análise de documentação dos candidatos que entram por cota de renda”, revela. Até o ano passado, o processo podia levar dois semestres. “Muitas pessoas desistiam pela incerteza. Não sabiam se conseguiriam cursar a universidade, já que sem o resultado da análise, não poderiam pleitear os editais de auxílios da Pró-reitoria de Políticas Estudantis (PR-7)”, explica. “Agora, esse fator deixa de existir e eles poderão disputar os editais já no início do período letivo”, afirma. “Isso também ajuda a ‘fidelizar’ este estudante”, argumenta.
Outro fator que a PR-1 acredita ter sido relevante para o expressivo aumento da procura foi o trabalho de comunicação realizado pela pasta. “A gente redirecionou o trabalho de um grupo de técnicos formados em comunicação para atuar nas redes com as informações sobre o processo seletivo e sobre a nossa universidade”, explica Maria Fernanda.
O superintendente concorda. “Traduzir o edital para a linguagem do candidato ajuda nessa mudança de percepção. Torna a universidade mais próxima e o edital mais fácil de ser compreendido”, avalia. “Estamos muito otimistas e esperamos que essa tendência de alta permaneça para os próximos anos”.

ORGULHO DE SER UFRJ
No mês passado, uma avalanche de fotos, vídeos e posts de candidatos aprovados para a UFRJ tomaram as redes sociais. Todos compartilhavam o orgulho de agora pertencer a uma das mais tradicionais universidades federais do país. Uma dessas histórias é da jovem Luiza Barbosa de Castro, aprovada para o curso de Administração, na Praia Vermelha. Moradora de Coelho Neto, ela ainda não conhece o campus onde irá estudar. “Só passei em frente uma única vez, indo para a praia. Estou muito ansiosa para começar a viver essa loucura que é a universidade”, diz.
Ser caloura de uma das mais conceituadas universidades do Brasil enche a estudante de orgulho. “Foi uma emoção quando soube o resultado. Chamei todo mundo para ver. Foi aquela loucura, todo mundo chorando, se abraçando”, recorda. “Todos os dias a minha mãe fala toda orgulhosa disso. É muito gratificante a gente se dedicar tanto para algo e ver a recompensa chegar”.
O sentimento é compartilhado pela estudante Vitória Silva, aprovada para o curso de Biotecnologia do Campus Caxias. Moradora da Maré, ela é a primeira da família a acessar o ensino superior. “Estou muito orgulhosa. Eu abdiquei de muitas coisas, de muitas vivências, para ser aprovada. Foi uma alegria quando vi o resultado”, conta. “Eu queria fazer uma surpresa para a minha mãe, mas na hora fiquei tão nervosa e emocionada que liguei para todo mundo contando a notícia. Não deu para fazer a surpresa”.
Vitória mora com a mãe e com a irmã mais nova. O pai foi uma das vítimas fatais da covid-19. Saudade que Vitória transformou em impulso para seguir os estudos. “O meu pai foi o meu maior incentivador, minha maior motivação. O bom hábito do estudo eu devo a ele, que me ensinou a ler em casa”, conta. “Sei que ele está muito orgulhoso de mim”.

OUTRAS FEDERAIS
O aumento da procura foi especialmente sentido pela UFRJ. Os dados preliminares indicam que outras federais do Rio tiveram performances bem diferentes. A Universidade Federal Fluminense ofertou no SiSU deste ano 8.507 vagas, 72% delas já preenchidas na chamada regular. Em 2024, foram 8.748 vagas, com ocupação inicial de 65%.
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ofertou, em 2024, 3.870 vagas, com ocupação inicial de 78,5%. Já este ano, a instituição resolveu dividir o processo de seleção entre o primeiro e o segundo semestres. Foram disponibilizadas 2.560 vagas para 2025.1. A ocupação na chamada regular foi de 66%.
Não foi possível comparar os resultados da UniRio, pois a instituição ainda está com a primeira etapa de matrículas da chamada regular em andamento. A universidade ofertou 2.443 vagas no SiSU 2025, mesmo número do ano passado. Em 2024, 43,92% dos candidatos aprovados na chamada regular da UnRio desistiram da vaga.

O professor Marco Antônio Sousa Alves tomou um susto quando recebeu seu projeto “revisado” pela agência de fomento norte-americana Fulbright. Intitulado “O dilema da teoria crítica do Direito: desafios contemporâneos”, o projeto teve seu texto original alterado. Várias palavras e expressões estavam cortadas e teriam que ser substituídas para que o projeto tivesse garantido seu financiamento.

Os autores — além de Marco, a professora Lorena Martoni, também da UFMG — se indignaram com as alterações. “O projeto ficaria todo descaracterizado”, diz Marco, que é professor de Teoria e Filosofia do Direito e do Estado da federal mineira, onde é subcoordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito. Doutor em Filosofia pela UFMG (2014), com estágio na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS/Paris), Marco é também vice-presidente do APUBH, o sindicato dos professores da UFMG, e acha que o momento é de resistência ao pacote anticiência trumpista. Nesta entrevista, ele revela os bastidores da censura ao projeto e afirma que a academia e as instituições científicas não podem aceitar a “cruzada censória” de Trump.


WhatsApp Image 2025 02 14 at 15.24.11 1Foto: Arquivo PessoalJornal da AdUFRJ - Como começou a relação com a agência Fulbright?
Marco Antônio - No ano passado houve uma chamada da Fulbright para um programa de cátedra de curta duração, o Fulbright Specialist Program, no qual podemos convidar um professor norte-americano para ficar de 15 a 45 dias aqui no Brasil. Eu e a Lorena (Martoni) submetemos um projeto para trazer o professor Bernard Harcourt, da Universidade de Columbia, um teórico crítico especialista em Michel Foucault. O projeto foi contemplado, estava tudo certo.

Até que Donald Trump assumiu...
E mudou tudo. A gente já estava agendando a vinda dele, que seria em abril, mas na sexta-feira passada (7) a gerente da Fulbright Brasil entrou em contato, muito constrangida, dizendo que tínhamos que fazer adequações no projeto. No primeiro momento, ela deu a entender que era uma mera formalidade para atender à nova diretriz do governo norte-americano. E que, feitos os ajustes, o projeto poderia prosseguir sem problemas.

E que ajustes eram esses?
Quando ela enviou o projeto glosado por e-mail é que nós percebemos o absurdo da situação. Termos como “human rights”, “oppressions of gender, class, and race”, “crisis of democratic principles”, “social emancipation”, “systems of oppression”, “promotion of social justice”, “ecological crisis” e até “cross-cultural interactions” foram cortados. Sobrou pouca coisa do original, foi censura do início ao fim. Como um projeto de ciência social não pode investigar questões de raça, classe, gênero? É uma loucura, uma situação bizarra.

E qual foi a reação de vocês depois da censura?
Conversei com a Lorena e a gente entendeu que o melhor era denunciar isso. Não é possível ignorar, como se nada estivesse acontecendo. PorqueWhatsApp Image 2025 02 14 at 15.24.13 5 isso vai virar uma escalada. Não posso me esconder em relação a isso. A gerente da Fulbrigth está numa situação difícil, ela está tentando salvar os projetos que foram contemplados aqui no Brasil. Mas isso é uma mutilação.

Ela deve estar sendo pressionada como estão outros agentes do governo, não?
Sim. As delações estão sendo incentivadas. Entre os pesquisadores estrangeiros, por exemplo, há receio de que vistos possam ser revistos, além de financiamentos cortados. Entendo a situação de vários colegas que dependem da Fulbright e que ficam calados porque têm medo de perder a bolsa, precisam terminar o doutorado, estão morando no exterior, com a família toda lá. Eles ficam com medo de falar e serem prejudicados. Eu não dependo da Fulbright para nada. Se o projeto perder o financiamento, a vida segue. Não posso aceitar isso calado.Tenho que denunciar.

A reação às medidas ainda é tímida, sobretudo nos Estados Unidos. E sua postura vai contra esse silêncio. O caminho é resistir?
Eu entendo, e é o que eu estou tentando fazer, que o melhor é uma reação, uma resistência pública e imediata para tentar fazer o governo Trump recuar. O caminho não é aceitar os termos que eles estão imputando, que são inconstitucionais, inclusive. Eu acho que as pessoas que estão em condição de falar, e esta é a minha condição, têm que fazer isso e tentar fazer eles recuarem. Eu acho que é um precedente muito perigoso ser permissivo com essa cruzada censória de Trump.

Topo