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Em sua última sessão do ano, o Conselho Universitário acaba de aprovar, por unanimidade, uma moção de apoio ao professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, do Instituto de História. O docente foi acionado na Justiça por suas pesquisas críticas à ditadura militar no Brasil.
O texto (confira a íntegra abaixo) foi apresentado pelo decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Vantuil Pereira. "Queria propor uma moção de apoio ao professor Chico Carlos por essa tentativa de cerceamento da pesquisa e da liberdade de cátedra", disse o decano. A proposta ganhou imediato apoio da administração central. "A moção expressa bem o sentimento não só do conselho, mas da própria universidade", disse o reitor Roberto Medronho.
Moção de apoio
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro vem manifestar seu apoio e solidariedade ao Professor Titular Francisco Carlos Teixeira da Silva, do Instituto de História, que está sendo processado judicialmente em razão de sua interpretação acadêmica sobre os acontecimentos de abril de 1964 no Brasil.
O Professor Francisco Carlos Teixeira da Silva é reconhecido pela sua trajetória acadêmica sólida e contribuições científicas relevantes para o conhecimento histórico brasileiro. Sua produção intelectual fundamenta-se em rigorosa metodologia de pesquisa e ampla documentação histórica.
A tentativa de judicializar a interpretação histórica representa grave ameaça à liberdade acadêmica e à autonomia universitária, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito. É prerrogativa do historiador apresentar análises científicas sobre o passado, utilizando metodologias reconhecidas pela comunidade acadêmica nacional e internacional.
Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2025.
Foto: Kelvin Melo
A diretoria da AdUFRJ convoca os docentes sindicalizados para uma assembleia geral no próximo dia 15 de dezembro, às 14h, via Zoom. Todos os professores já receberam a convocação com o link de acesso à sala por e-mail. Na pauta estão a apresentação do projeto da sede da ADUFRJ e sua aprovação, prestação de contas da gestão anterior do sindicato e o planejamento orçamentário para a gestão 2025-2027.
A partir das 15h30 do dia 15, os sindicalizados receberão por e-mail a credencial de acesso à votação pelo sistema Helios Voting. A votação estará aberta até as 17h30 do dia seguinte, 16 de dezembro. Em caso de não recebimento das credenciais, os professores poderão entrar em contato com a seção sindical pelo telefone (21) 99644-5471 ou Whatsapp (21) 99365-4514. Os atendimentos serão realizados em regime de plantão no dia 15/12 até 19h, e no dia 16/12 de 8h30 às 17h30.
Agenda:
Dia 15/12/2025
14h - Primeira convocação com quórum mínimo de docentes
14h30 - Início da Assembleia Geral com qualquer número de docentes
14h30 às 15h00 - Discussão dos pontos de pauta e elaboração das cédulas de votação
15h00 às 15h30 - Intervalo para disparo das cédulas no sistema Helios Voting
15h30 - Início da votação através do sistema Helios Voting
Até 17h30 do dia 16/12/2025 - Votação através do sistema Helios Voting
Dia 16/12/2025
17h30 - Encerramento da votação através do sistema Helios Voting
17h30 - Apuração dos votos
“Partidos tradicionais progressistas não entregaram o que prometeram e, por isso, perderam a fé pública. Como resultado, partidos de extrema direita entram nesse ‘vácuo’ e se apresentam como uma terceira via nacionalista”, avaliou o historiador Omer Bartov, durante a segunda palestra que conferiu na UFRJ, na quarta (10). Essa seria uma razão para o crescimento do neofascismo em todo o mundo. “Eles se apresentam como disruptivos. Apelam para a democracia individual e rejeitam qualquer visão crítica do passado”, descreveu. “Está acontecendo na França, Itália, Alemanha, Suécia, Espanha, Portugal, Grã-Bretanha. Temos até uma versão norte-americana disso”, citou.
O historiador, convidado especial da diretoria da ADUFRJ para ajudar a pensar os riscos da extrema direita no mundo, afirmou que os atuais partidos fascistas não defendem mais em seus discursos a conquista de terras ou a retomada do Império Romano - bandeiras muito típicas do início do século XX. “Eles evocam o orgulho nacional, a família tradicional, são contra estrangeiros e a favor de se desligarem de organizações internacionais”, apontou. “Querem focar nos ‘franceses de verdade’, nos ‘alemães de verdade’. Imigrantes e minorias seriam empecilhos para o crescimento da nação, seriam ‘parasitas’, nessa visão. Essa retórica captura sobretudo os mais jovens pelas redes sociais”.
A palestra legendada pode vista na íntegra pelo canal da TV ADUFRJ, no Youtube: https://youtu.be/B8DCCFrRbB8?si=zkJ3b1UsDwojKvRk. Basta acionar a opção de legendas e depois, nas configurações, selecionar “traduzir automaticamente” / Português.
A matéria com os principais pontos dos dois dias de debates de Omer Bartov você encontra na próxima edição do Jornal da ADUFRJ.
Foto: Alessandro Costa
Sonho de várias gerações de professores da UFRJ, a construção de uma sede para a ADUFRJ na Cidade Universitária está cada vez mais perto de sair do papel. No último dia 26, em decisão unânime, o Conselho de Curadores da UFRJ — que é a instância deliberativa para assuntos de patrimônio da instituição —, aprovou a concessão do uso de um terreno para a obra. A Procuradoria da universidade também já autorizou a concessão. Agora, só falta a assinatura do contrato. O terreno, localizado entre o Horto Universitário e o Espaço Cultural do Sintufrj (veja foto acima), possui uma área total de 579,06 m².
A diretoria da AdUFRJ fará uma reunião do Conselho de Representantes e uma assembleia geral de docentes para discutir o tema. O CR será na próxima sexta-feira. A ideia é que o projeto seja executado por docentes e alunos da Faculdade de Arquitetura.
A sede da ADUFRJ reforça a concepção de um sindicato como local de encontro e reflexão dos professores, anunciada pela diretoria durante a posse de outubro. “Essa caixa de descompressão que vai ser a ADUFRJ, nós pensamos que vai ser um lugar para a gente tomar café, para a gente se encontrar, para a gente aprender, para a gente ensinar também. Vai ser um lugar para a gente fazer exposições de arte, para a gente inventar, com criatividade, novas possibilidades para a universidade, e novas possibilidades para o Brasil também”, afirmou a presidenta do sindicato, professora Ligia Bahia.