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Docentes de diferentes centros e unidades da UFRJ marcaram presença na Casa da Ciência na sexta-feira, 14, no coquetel que festejou o início do período letivo. O evento, organizado pela AdUFRJ, com apoio do Fórum de Ciência e Cultura, marcou também o relançamento da exposição Servidores da Sociedade. A mostra já esteve em cartaz no Centro de Ciências da Saúde e no Nupem/Macaé. Agora, permanece aberta ao grande público na Casa da Ciência até 11 de abril.

Diretora da Divisão de Programas da Casa da Ciência, Luciane Correia celebrou a parceria com a AdUFRJ. “A Casa da Ciência é um lugar onde os professores podem fazer comunicação científica e trazer sua pesquisa para um público diversificado, falar de ciência em linguagem acessível”, disse. “É um espaço de reflexão sobre o fazer científico e de divulgação científica”, afirmou.

Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, também elogiou a parceria. “Os museus, infelizmente, ainda não são protegidos no nosso país. Não há uma política pública voltada para esses patrimônios. Por isso, quero agradecer ao sindicato por valorizar a nossa Casa da Ciência”, disse.

O reitor Roberto Medronho também prestigiou a celebração. “A AdUFRJ exerce o seu papel que vai muito além de tratar de questões reivindicatórias. A acolhida aos nossos docentes também faz parte das ações de um sindicato que defende a categoria”, afirmou. “Fiz questão de estar nesta belíssima exposição porque é um sindicato que me representa enquanto docente”, declarou. “Enquanto reitor, temos algumas divergências que, através do diálogo, serão resolvidas, pois o objetivo é fortalecer a UFRJ”.

Curadora da exposição, a professora Nedir do Espirito Santo celebrou a presença dos docentes. “Muito obrigada a todos vocês que vieram prestigiar este momento e confraternizar conosco”, disse a vice-presidente da AdUFRJ. Em nome da diretoria, a professora sorteou ingressos para a peça ‘Simplesmente Eu, Clarice Lispector’. Estrelada por Beth Goulart, o espetáculo está em cartaz no Teatro Prio, do Jockey Club.

Quem foi à festa também recebeu o planner comemorativo do mês das mulheres. O planejador destaca 12 personagens femininas que fazem parte da história da UFRJ.

Outro presente oferecido prioritariamente aos participantes do evento foi o curso gratuito de Alemão. A AdUFRJ abrirá duas turmas para professores sindicalizados. Os interessados devem enviar seu pedido de inscrição para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Veja algumas imagens da comemoração.

Veja mais imagens da festa aqui.

Com uma velocidade impressionante, o presidente norte-americano Donald Trump desferiu nestes primeiros 24 dias de março um arsenal de golpes contra seus inimigos preferenciais — as universidades, os servidores públicos, a Educação e a Justiça — que não deixa dúvidas quanto ao caráter autoritário de seu segundo mandato na Casa Branca. No caso das universidades, os ataques incluem o corte de recursos federais, a intervenção acadêmica e a prisão e deportação de estudantes e professores.

Entre tantos episódios que remetem aos tempos da Guerra Fria, talvez o mais emblemático seja o do estudante Mahmoud Khalil, aluno da Universidade de Columbia, em Nova York. Um dos líderes dos protestos estudantis contra a guerra em Gaza, ele teve seu visto suspenso e aguarda a deportação numa prisão na Louisiana. Foi detido num alojamento da universidade, em 8 de março, diante da mulher, que está grávida de oito meses. “Esta é a primeira prisão de muitas que virão”, disse Trump na rede Truth Social, acusando Khalil de ser um “estudante radical a favor do Hamas”.

Refugiado palestino criado na Síria, o estudante se declara um preso político, e sua detenção abriu mais um capítulo na cruzada de Trump contra outro inimigo prioritário desde que assumiu o governo: a Justiça. Khalil só não foi ainda deportado porque está amparado por um bloqueio à deportação determinado por um juiz federal de Nova York. O governo Trump já tentou dois recursos para derrubar a medida, mas não teve sucesso.

A médica Rasha Alawieh, de origem libanesa, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Brown, não teve a mesma sorte. Detida em 13 de março, quando voltou aos Estados Unidos depois de uma viagem para visitar a família no Líbano, ela foi deportada dois dias depois, sob a alegação de ter participado do funeral de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto durante ataque de Israel em 2024. Os advogados da docente conseguiram que um juiz de Massachusetts ordenasse ao governo comunicar com 48 horas de antecedência a deportação. A medida foi ignorada: ela foi colocada em um voo para a França, de onde seguiu para o Líbano.

EMBATES
Para o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, professor João Torres, os ataques do governo Trump às universidades representam um retrocesso aos tempos da Guerra Fria. Ele cita uma correspondência enviada pela administração federal dos Estados Unidos à Universidade de Columbia no dia 13 de março, com uma série de medidas a serem tomadas sem as quais a instituição não terá mais acesso a recursos do governo. “A carta é uma peça de intervenção. Um ataque direto à liberdade de expressão e de cátedra, algo sem precedentes nos Estados Unidos desde o macarthismo”, avalia o professor.

Entre as medidas impostas está a intervenção “por no mínimo cinco anos” no Departamento de Estudos do Oriente Média, Sul da África e Ásia, além de novas regras para admissão de professores e alunos, e a investigação e expulsão de estudantes. João Torres estranha a passividade com que Columbia tem aceitado as imposições. “No caso de Mahmoud Khalil, preso sem nenhum crime comprovado, a universidade tem se mantido em silêncio e seus comunicados sequer citam o nome do aluno, algo que impressiona”.

Na sexta-feira (21), a Universidade de Columbia aceitou formalmente uma série de medidas exigidas pelo governo como pré-condição para recuperar os investimentos cortados.

Professor do IFCS, o sociólogo e cientista político Paulo Baía vê paralelos entre as ações de Trump em relação às universidades com a postura adotada pelo governo Bolsonaro no Brasil. “A política do governo Trump é contra a autonomia da Ciência, dos cientistas e dos pesquisadores. É contra a universidade que preza a liberdade de cátedra e a liberdade de pensamento. Eles querem que toda a produção de conhecimento seja feita por corporações empresariais. E não é uma questão de privatização, porque as universidades norte-americanas já são privadas. A política de Trump é sinergética ao bolsonarismo, que também tentou atingir as universidades naquilo que elas têm de mais importante: o seu pluralismo, a sua democracia interna”, compara Baía.

PERSEGUIÇÕES
O incentivo a delações e as averiguações de conduta feitas pelo governo Trump só encontram paralelo no macarthismo (veja quadro na página 9). Há relatos de abordagens diretas feitas por integrantes de agências governamentais a professores e servidores públicos em seus locais de trabalho. Na semana passada, um comunicado interno da Universidade do Estado da Louisiana (LSU) orientava os professores a direcionar abordagens de agentes do governo ao Departamento de Recursos Humanos da instituição.

Nem os professores estrangeiros em visita aos Estados Unidos escapam das abordagens. No dia 9 de março, um cientista francês, cujo nome não foi revelado, foi barrado no aeroporto de Houston, no Texas, onde participaria de uma conferência como representante do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Os agentes o selecionaram para uma revista, encontraram mensagens com críticas às medidas do governo Trump contra as universidades em seus aparelhos eletrônicos e o enviaram de volta à França. Ao saber do caso, o ministro francês de Educação Superior e Pesquisa, Philippe Baptiste, declarou: “Liberdade de opinião, pesquisa livre e liberdade acadêmica são valores que continuaremos a defender com orgulho. Defenderei o direito de todos os pesquisadores franceses de serem fiéis a eles, respeitando a lei”.

Marco Antônio Sousa Alves, professor de Teoria e Filosofia do Direito e do Estado da UFMG, sentiu na pele essa onda persecutória do governo Trump. Ele teve um projeto cancelado depois de ter sido aprovado pela agência de fomento norte-americana Fulbright. O projeto traria ao Brasil, para um ciclo de debates, o professor Bernard Harcourt, da Universidade de Columbia, e foi vetado por conter termos considerados inapropriados pela agenda America First do governo Trump, como “Human Rights” e “oppressions of gender, class, and race”.

“Universidades, especialistas, cientistas e grupos de pesquisa são tradicionalmente vistos como inimigos a ser batidos pelos grupos de extrema direita. Só que agora ganharam uma prioridade, envolvendo cortes de recursos, como os 400 milhões de dólares de Columbia, de onde vinha nosso convidado, e perseguições políticas, como a do estudante palestino. Temos uma deriva muito perigosa nos Estados Unidos, que vai minando aos poucos a base de um Estado Democrático de Direito. Corremos o risco de ter um governo autoritário claramente estabelecido nos Estados Unidos”, avalia o professor da UFMG.

Marco Antônio também vê semelhanças notáveis entre o segundo governo Trump e o macarthismo. “A extrema direita tem muita penetração em pautas negacionistas, como os movimentos antivacina, a negação do aquecimento global, e tende a politizar a Ciência, fazer leituras inspiradas em teorias conspiratórias. Estamos vendo hoje nos Estados Unidos algo que houve há tempos atrás, no auge da Guerra Fria, no macarthismo, na caça às bruxas, que eram os comunistas. Isso teve um impacto tremendo nas universidades norte-americanas naquela época. Acho que a gente está revivendo algo parecido, como um neomacarthismo. Agora os inimigos passam pelas teorias de gênero, a defesa da Palestina, os direitos humanos”.

RESISTÊNCIA
A cruzada do governo Trump contra a agenda “woke” — algo como “tô ligado”, “acordei” e que designa a conscientização em relação a temas sociais e raciais, entre outros — está por trás dos ataques às universidades norte-americanas. A Universidade de Columbia encabeça a lista de instituições cerceadas e investigadas, algumas integrantes da prestigiosa Ivy League, grupo conhecido pela excelência acadêmica e influência mundial, como Harvard, Yale, Princeton e a própria Columbia. Tanto quanto o cerco, chama atenção a passividade com que essas instituições têm lidado com o cenário adverso. Harvard e Penn State aceitaram, por exemplo, o congelamento temporário na contratação de professores.

“A postura de não resistir a essa pressão é muito ruim. No caso de Columbia, vai contra um legado histórico. Os estudantes lá tiveram um papel crucial na luta contra o apartheid na África do Sul, nas décadas de 1970 e 1980, com protestos e campanhas de desinvestimento. Da mesma forma como fazem hoje em favor da Palestina. Os que participam de colaborações internacionais estão muito preocupados, porque não sabem até onde isso vai. Estão de certa forma se acovardando, cedendo à pressão de retirar palavras de seus documentos. Se compararmos o que nossas universidades sofreram sob o governo Bolsonaro, posso dizer que nós tivemos um pouco mais de atitude”, diz João Torres, que presidiu a AdUFRJ no período bolsonarista.

Marco Antônio prevê tempos difíceis, mas diz que é preciso resistir. “Meu temor é uma nova Era das Trevas, na qual se passa a perseguir cientistas, pesquisadores, pensadores, por supostos crimes de ideia. E que um governo autoritário passe a pautar as pesquisas científicas, impedindo que determinados temas sejam sequer estudados. A esperança é que os Estados Unidos não levem o mundo com eles. Resistir e denunciar, isso me parece o caminho, com a soma da força dos sindicatos, dos movimentos sociais progressistas, para poder fazer frente a um poder que é muito grande”.
Com a proximidade das eleições presidenciais no Brasil, em 2026, o avanço da extrema direita incensada pelo governo Trump é uma preocupação urgente, na avaliação do professor Paulo Baía.

“A reação do campo democrático tem que se dar por meio do ativismo presencial e digital, junto à classe média, sobretudo, e aos segmentos populares. Isso é fundamental para combater as fake news da direita. E não pode ser um ativismo acadêmico. Temos que perceber que há uma nova sociedade brasileira, bem distante da que era em 1970 ou 1980. Temos que intensificar a luta contra a intolerância religiosa, respeitar e conviver com os evangélicos, disseminar de forma clara os conceitos democráticos e progressista”, diz Baía.

A professora Mayra Goulart, cientista política e presidenta da AdUFRJ, vê com apreensão o cenário norte-americano e sua ligação com o Brasil. “Neste segundo governo Trump, o funcionalismo público tem sido um alvo preferencial de cortes, justificados por argumentos relativos à ortodoxia fiscal, mas, também, pela crença de que a gestão privada é sempre mais eficiente do que a pública. A Ciência é um segundo alvo de drásticos cortes, justificados pela crítica à diversidade e à proteção de minorias, mas também pela ideia de que são gastos desnecessários. Nós, como funcionários públicos e pesquisadores, somos um alvo certeiro”, diz Mayra.

“O que está em jogo é a sobrevivência do Estado Democrático de Direito e do nosso projeto de universidade pública, gratuita e de qualidade. Daí a importância da aglutinação das forças progressistas diante do avanço da extrema direita no Brasil, incensada pelas recentes medidas do governo Trump, sobretudo com vistas às eleições presidenciais de 2026”, completa a professora.

 

A ESCALADA DE MARÇO

4 de março
O presidente Donald Trump anuncia a suspensão de todo o financiamento federal para faculdades e escolas que “permitirem protestos ilegais” e avisaWhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 11 que os “agitadores serão presos ou enviados de volta ao país de onde vieram”. Ele já havia ameaçado, no início de seu mandato, cortar verbas de instituições de ensino que estimulassem a agenda “woke”, de conscientização política, racial, ambiental, social e de gênero.

7 de março
A administração federal divulga cortes de 400 milhões de dólares (R$ 2,3 bilhões) nos fundos federais concedidos à Universidade de Columbia, acusada de ter sido passiva “diante do persistente assédio aos estudantes judeus” durante protestos contra a guerra em Gaza, em 2024. Seis dias depois, a universidade anunciou punições a estudantes que ocuparam um prédio do campus no ano passado durante os protestos.

8 de março
Agentes do Departamento de Imigração e Alfândega prendem Mahmoud Khalil, aluno da Universidade de Columbia, um dos líderes dos protestos em universidades norte-americanas contra a guerra em Gaza. Detido em um alojamento da universidade, ele teve o seu visto de estudante revogado e foi levado a uma prisão na Lousiana.

9 de março
Um cientista francês é detido e impedido de entrar nos Estados Unidos por causa de mensagens críticas ao presidente Donald Trump. Ele estava a caminho de uma conferência em Houston, no Texas, quando agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA o selecionaram para uma revista mais abrangente e encontraram mensagens de celular em que o francês criticava os cortes em pesquisas científicas nos EUA a grupos de amigos.

11 de março
O Departamento de Educação dos EUA informa a redução drástica de seu quadro de funcionários. A agência é responsável por administrar empréstimos para universidades, acompanhar o desempenho de alunos e aplicar os direitos civis nas escolas. Dos 4.133 servidores, 1.315 foram demitidos, 572 aceitaram a demissão voluntária, e 63 que estavam em estágio probatório foram desligados.

13 de março
A Universidade Johns Hopkins anuncia a dispensa de mais de dois mil funcionários devido aos cortes de 800 milhões de dólares (R$ 4,6 bilhões) impostos pelo governo Trump.

Em carta enviada à Universidade de Columbia (detalhes acima), o governo Trump faz uma série de exigências como “pré-condição para negociações formais sobre o relacionamento financeiro contínuo” da instituição com o governo dos Estados Unidos. Entre as exigências estão a intervenção no MESAAS Departament e a investigação e expulsão de estudantes. Columbia acatou as imposições.

14 de março
A administração federal abre investigação contra mais de 50 universidades por programas de diversidade. O Departamento de Educação justificou a medida pela necessidade de “averiguar supostas práticas discriminatórias contra estudantes brancos e asiático-americanos”.

15 de março
A médica Rasha Alawieh, de origem libanesa, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Brown, é presa e deportada, apesar de ter visto válido e estar protegida por ordem judicial. Ela foi detida em 13 de março, quando voltou aos Estados Unidos depois de uma viagem para visitar a família no Líbano. O motivo da prisão e da deportação foi a presença da médica no funeral de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto durante ataque aéreo de Israel em setembro de 2024, em Beirute.

19 de março
O governo suspende 175 milhões de dólares (R$ 1 bilhão) em financiamento federal para a Universidade da Pensilvânia, sob a alegação de que a instituição “força mulheres a competirem contra homens nos esportes”. O corte se baseou em decreto presidencial de fevereiro, que proibiu a participação de transgêneros em esportes femininos.

20 de março
Trump assina a ordem executiva que esvazia as funções e dá início à extinção do Departamento de Educação. O documento determina que as funções da instituição sejam transferidas gradativamente aos estados. O fechamento terá ainda de ser apreciado pelo Congresso.

 

MACARTHISMO, DOENÇA INFANTIL DO CAPITALISMO

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 10Com o fim da Segunda Guerra e o início da Guerra Fria, a perseguição interna a milhares de norte-americanos rotulados como comunistas se intensificou. Figura central dessa cruzada, o senador republicano Joseph McCarthy (foto) comandou inquéritos contra funcionários públicos, artistas, intelectuais, educadores e sindicalistas, com apoio do FBI, comandado por J. Edgar Hoover, em busca de supostos “espiões soviéticos”.

Essa “caça às bruxas”, como se convencionou chamar no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, incentivava as delações, como o que vem ocorrendo agora nos Estados Unidos. O macarthismo passou a denominar um conjunto de práticas de acusação de traição e subversão, mesmo sem provas. Milhares de funcionários do governo norte-americano foram demitidos de 1950 a 1957.

Qualquer semelhança com o segundo governo Trump não é mera coincidência.

Por Silvana Sá e Renan Fernandes

O ano letivo começou intenso e pujante na UFRJ. Os campi se encheram novamente de vida, juventude, inquietude e esperança. Acompanhando os bons ventos da volta às aulas, a universidade realizou uma série de atividades ao longo da última semana. Houve a recepção a 60 estudantes estrangeiros. Eles são de 13 nacionalidades da Europa, América Latina e Ásia. O café da manhã nos bandejões, promessa de campanha do reitor Roberto Medronho, saiu do papel. Um dos mais respeitados virologistas do Brasil, professor Amilcar Tanuri fez o pré-lançamento do livro em que conta sua experiência durante a pandemia.

E as boas notícias não pararam. Um novo edital lançado na UFRJ, da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, vai incentivar a produção científica de jovens universitários. Serão concedidas cem bolsas de R$ 800 reais. A reitoria da universidade se encontrou com lideranças de universidades alemãs para ampliar o intercâmbio e a internacionalização da UFRJ. Em aula inaugural na quinta-feira (20), o prefeito Eduardo Paes anunciou a criação do Centro de Inteligência Artificial da Coppe, com obras financiadas pela Prefeitura do Rio. No mesmo dia, a UFRJ recebeu o Selo Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em emocionante cerimônia no Museu do Amanhã.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 5Foto: Sidney Coutinho (SGCOM/UFRJ)Welcome Day
A UFRJ deu as boas-vindas a 60 novos estudantes estrangeiros de graduação e de pós-graduação. A cerimônia aconteceu no dia 15 de março. Eles vêm de 13 países da América Latina, Europa e Ásia e passarão pelo menos um semestre na maior federal do Brasil. As boas-vindas foram dadas pela vice-reitora Cássia Turci, que exaltou a integração acadêmica e cultural entre brasileiros e estrangeiros. “a presença de alunos estrangeiros amplia a diversidade e enriquece o ambiente acadêmico da instituição”, afirmou. “As diferentes culturas quando se unem ajudam a melhorar nosso planeta”.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 7Foto: Fernando SouzaCafé da manhã
Os estudantes de graduação agora podem contar com mais uma alimentação nos restaurantes universitários da UFRJ. O café da manhã a R$ 2 reais passou a ser servido diariamente, das 6h30 às 8h30, em todos os bandejões. A implantação do novo serviço começou no dia 17, no RU Central. A partir do dia 23, Macaé e Caxias passarão a oferecer a refeição, que conta com uma bebida, um pão com manteiga ou geleia e uma fruta. “Nosso orçamento não cabe na UFRJ, mas eu assumi o compromisso político de realizar essa promessa de campanha”, afirmou o reitor Roberto Medronho.
A ação foi comemorada pelos estudantes. “Pego três ônibus até o Fundão. Para chegar à primeira aula, tenho que sair ainda de madrugada de casa. Então, o café da manhã é uma medida muito importante para mim”, disse Julia Ferreira, caloura de Terapia Ocupacional.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23Relatos de um cientista
O professor Amilcar Tanuri, titular do Instituto de Biologia e chefe do Laboratório de Virologia Molecular, debateu o tema de seu novo livro ‘Pandemia de covid-19 no Brasil: visão de um cientista’. O evento aconteceu no Fórum de Ciência e Cultura, no dia 19. “O vírus sempre esteve um passo à frente de nós. Será que na próxima pandemia isso vai se repetir?”, perguntou o virologista. “O distanciamento do fato ajuda a analisar erros e acertos na condução das políticas de saúde durante a pandemia. O livro é uma obra para futuras gerações de cientistas não cometerem os mesmos erros”.

 

485799639 1070396321800789 9016986201106964729 nFoto: Fernando SouzaJovens Cientistas Cariocas
O auditório da Casa da Ciência ficou lotado para o lançamento do 2º edital Jovens Cientistas Cariocas, na quarta-feira (19). O programa da Prefeitura do Rio vai distribuir cem bolsas para estudantes de graduação que vão trabalhar em seus territórios, nas 12 Naves do Conhecimento.
Para a professora Tatiana Roque, secretária municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa é uma oportunidade de aproveitar a democratização do acesso ao ensino superior para difundir a ciência nos subúrbios da cidade. “Quando reabrimos a Nave de Santa Cruz, um estudante da PUC me reconheceu e veio falar comigo. Um estudante universitário vizinho do equipamento e não estávamos aproveitando aquele conhecimento”, lembrou Tatiana. “Queremos que essa inteligência nos ajude a melhorar a vida na cidade”, completou.
O professor João Torres, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, celebrou a iniciativa. “Esse projeto tem uma conexão orgânica com as comunidades, tem conexão com os ODS – os objetivos de desenvolvimento sustentáveis”, disse. As inscrições estão abertas até o dia 31 de março por meio de formulário online disponível em cieds.org.br.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 1Foto: Silvana SáNovo centro de IA
O prefeito Eduardo Paes anunciou uma parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). O prédio histórico da Automóvel Clube, localizado na Rua do Passeio, será o novo Centro de Inteligência Artificial da Coppe. O edifício está sendo reformado pela Prefeitura do Rio. O anúncio foi feito na manhã do dia 20, durante a Aula Inaugural no auditório da Coppe, no CT2.
Os detalhes da parceria ainda serão acertados, conforme o próprio prefeito comunicou. “Ainda precisamos discutir como se dará a parceria, valores do projeto. Tudo isso vamos decidir em reuniões futuras”, afirmou. “A Prefeitura financiará a implantação desse centro”, prometeu.
Diretora da Coppe, a professora Suzana Cahn confirmou à reportagem que se reunirá na próxima terça-feira, 25, com a secretária de Ciência e Tecnologia do município, professora Tatiana Roque, para definir detalhes do projeto.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 4Foto: Fernando SouzaUFRJ no Selo ODS
“Temos muitas dificuldades de imaginar futuros diferentes do presente. Não vamos alcançar melhores futuros se não formos capazes de sonhar com eles”. Essa reflexão do professor Fabio Scarano, curador do Museu do Amanhã, abriu a Cerimônia Nacional de Certificação do Selo ODS Educação, que acontece no auditório do museu nesta quinta-feira.
A UFRJ é a anfitriã do evento e uma das 74 instituições que receberam o reconhecimento das suas ações de gestão, ensino, pesquisa e extensão que vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.
“Esses projetos celebrados aqui inspiram outras ações no presente e inspiram também novos amanhãs. Fazem com que outros grupos desenvolvam a capacidade de agir”, completou Scarano, que é docente do Instituto de Biologia da UFRJ. A cerimônia de abertura também contou com a presença do reitor Roberto Medronho e da vice-reitora Cássia Turci.

Por Redação

O Congresso Nacional reduziu o já minguado orçamento da UFRJ. Na última quinta-feira (20), após atraso de três meses e intensa pressão do Centrão, os parlamentares aprovaram o texto base do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025. O texto prevê o repasse discricionário de R$ 406 milhões para a UFRJ, o que significa uma redução de R$ 17,16 milhões em relação à proposta inicial do governo.

A previsão inicial da PLOA era de R$ 423 milhões, valor insuficente para fechar as contas de 2025 e saldar as dívidas passadas, porém melhor do que o total aprovado por deputados e senadores. A lei orçamentária ainda precisa ser sancionada pelo presidente Lula para entrar em vigor, o que deverá ocorrer ao longo das próximas duas semanas. Um informe da pró-reitoria de Finanças (PR-3), divulgado na sexta-feira após a aprovação do texto pelo Congresso, mostra que a universidade tem hoje um déficit de R$ 152,6 milhões. O subfinanciamento da UFRJ está evidente no cotidiano dos campi, no atraso do pagamento dos terceirizados e na precariedade das instalações, tema recorrente em reportagens do Jornal da AdUFRJ. Essa semana não foi diferente, como mostramos na matéria sobre a capela e nos relatos abaixo.

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 2Foto: Silvana SáLimpeza sem salários
Funcionários terceirizados de limpeza, contratados pela empresa JP Serviços, realizaram uma manifestação na manhã de 17 de março exigindo o pagamento dos salários atrasados. A empresa atende à Faculdade de Letras e ao edifício Jorge Machado Moreira, onde funcionam os cursos da EBA e da FAU. Segundo a pró-reitora de Gestão e Governança, professora Claudia Cruz, o valor do contrato é de R$ 256,66 mil e deve ser pago nos próximos dias. “Nós não estamos com atrasos grandes nesses contratos, mas muitas vezes a empresa não tem fluxo de caixa disponível para realizar os pagamentos aos trabalhadores antes que a UFRJ quite a despesa”, explica.
Diretora da Faculdade de Letras, a professora Sonia Cristina Reis lamenta a situação. “Nós recebemos no prédio toda a parte teórica da Escola de Educação Física, temos a Faculdade de Letras, o IPPUR e a Biblioteconomia. Imagina como ficará o prédio sem limpeza? Ainda temos um restaurante universitário”, destaca. Até o fechamento desta edição, não houve confirmação da efetivação do pagamento para os trabalhadores.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 6Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)Sem intérpretes de Libras
Os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais – Libras, que prestam serviço para a UFRJ, estão com salários atrasados há pelo menos 15 dias. Os atrasos vêm ocorrendo em todos os meses, desde dezembro. Ao todo, 50 profissionais são afetados: 45 nos campi do Rio e cinco em Macaé. “Se não tivermos intérpretes, não há como ter aulas. Eu não posso considerar apenas os estudantes ouvintes e ignorar os alunos surdos”, reclama a diretora da Faculdade de Letras, professora Sonia Cristina Reis. “Se essa situação perdurar, precisarei suspender as aulas”, alerta a diretora. Os profissionais de Macaé informaram, por carta, que paralisaram os serviços até que o pagamento seja regularizado. O mesmo pode acontecer no Rio nos próximos dias.
Rita Gomes, diretora de Acessibilidade da UFRJ, explica que os intérpretes ainda não possuem prazo para a regularização dos pagamentos. “A Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) ganhou os contratos em 2021. Na época, a instituição assumiu que poderia cobrir os 90 dias contratuais em caso de atraso de repasses por parte da universidade, mas ela não cumpre isso”, denuncia. “Os profissionais sofrem todos os meses com atrasos de pagamentos de salários e benefícios”, conta. “Com a situação orçamentária mais agudizada, todos os contratos sofrem impactos”.
O contrato dos intérpretes de Libras custa à universidade R$ 222 mil mensais e também deve ser pago nos próximos dias, conforme informou a pró-reitora de Gestão e Governança, professora Claudia Cruz.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 8Foto: Arquivo EEFDEEFD sem calouros
Os novos estudantes chegaram a quase todas as unidades da UFRJ, menos à Escola de Educação Física e Desportos. A unidade pediu que não fossem abertas vagas para o primeiro semestre de 2025 para ter espaço para regularizar o período dos estudantes mais afetados pelos desabamentos ocorridos em setembro de 2023 e em maio de 2024. O prédio está interditado há quase um ano.
Depois de meses sem aulas, os estudantes passaram a frequentar outros edifícios e unidades da UFRJ. Não há previsão orçamentária para a recuperação total das estruturas danificadas e nem de reabertura do edifício. Por enquanto, as marquises seguem escoradas. Apenas as aulas na piscina estão liberadas, mas os estudantes ainda não têm acesso aos vestiários. Os contêineres que deveriam servir de vestiários provisórios aos estudantes só têm previsão de chegar em outubro.

 

WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.58.23 3Foto: Arquivo AdUFRJCrianças sem quadra
O Colégio de Aplicação iniciou as aulas em fevereiro. Desde então, crianças e adolescentes estão impedidos de utilizar a quadra da escola por medida de segurança. O muro do colégio ameaça tombar. O orçamento insuficiente da universidade, segundo o reitor Roberto Medronho, impede que sejam realizadas ações de recuperação da infraestrutura da unidade. “O subfinanciamento das universidades federais impacta diretamente na capacidade de recuperação estrutural da UFRJ”, afirmou o reitor Roberto Medronho durante o primeiro Conselho Universitário do ano. Segundo o reitor, desde julho de 2020, houve a desistência de duas empresas contratadas para o serviço de reforma da quadra.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na noite de 10 de março dois criminosos responsáveis por roubos de veículos da marca Fiat no Fundão. A informação foi repassada pelo prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado.

Os presos Fábio Henrique Francisco de Lima e Carlos Alberto Lima Moreira do Carmo – um ex-policial militar e um mecânico de automóveis – eram responsáveis por furtar os carros nos estacionamentos do Fundão e levar para a Baixada Fluminense, onde moram. Lá, os automóveis eram desmanchados e as peças vendidas ilegalmente.

A ação foi resultado de uma iniciativa conjunta da 37ª Delegacia de Polícia Civil, do 17° Batalhão da Polícia Militar – responsáveis pelo policiamento da região onde se localiza a Cidade Universitária; além do Centro de Controle Operacional da Prefeitura Universitária e da Coordenação de Segurança da UFRJ (Diseg).

Em nota oficial, a PU informou que “as autoridades de segurança pública e da UFRJ estão empenhadas e comprometidas com a solução dos episódios de violência que afetam a Universidade”.

Ao Jornal da AdUFRJ, o prefeito Maldonado desabafou sobre a vulnerabilidade da comunidade acadêmica em episódios de violência. “Nós não temos armas e nem queremos ter. Nós temos livros. Então, somos considerados alvos fáceis pelos criminosos”, avaliou. “É um trabalho árduo, feito a muitas mãos, e que seguirá sendo realizado em defesa de toda a comunidade acadêmica da UFRJ”, garantiu.

Segundo o prefeito, a operação que levou à prisão dos criminosos durou seis meses. “Foi uma operação de gato e rato. Nós estudávamos as ações deles e eles as nossas. Felizmente tivemos êxito”, comemora.

Uma das estratégias utilizadas pela polícia foi a presença de policiais à paisana nos estacionamentos da Cidade Universitária. Com a quadrilha foram apreendidos instrumentos utilizados para o arrombamento dos carros, peças para fazer a ligação direta dos veículos e até equipamentos que podem neutralizar o disparo de alarmes de segurança.

Ao Bom Dia Rio, a polícia informou que os crimes aconteciam sob encomenda de modelos sempre da marca Fiat. A ação dos criminosos levava menos de dois minutos. A investigação ainda segue em busca de outros integrantes da quadrilha. Segundo as investigações, eles foram responsáveis por 70 furtos.

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