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541643832 1204376881736065 1540362436143224530 nFoto: Fernando Souza“Nós e a natureza somos um”, cantou em mantra o professor de Psicologia Social da UFRJ João Irineu de França Neto na abertura do Festival do Conhecimento 2025 na quinta-feira (4). O evento, que acontece no Salão Nobre do Fórum de Ciência e Cultura entre esta quinta e sexta-feira, traz o tema “Re-amazonizar o Brasil”, com o objetivo de refletir sobre sustentabilidade, saberes ancestrais, inovações tecnológicas e o papel das universidades no desenvolvimento de um futuro socioambiental justo.
Originário do povo Potiguara, da Paraíba, o docente desenvolveu e implementou a disciplina de Psicologia Indígena na UFRJ. “Re-amazonizar o Brasil é lembrarmos do nosso compromisso ético-político como universidade. É o comprometimento dos nossos projetos de extensão e de pesquisa com o reflorestamento, no combate a biopirataria e a promoção da saúde mental dos povos da terra”, alertou Neto.
A professora Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão, exaltou o diálogo dos debates propostos no Festival com os temas que serão discutidos por líderes de todo o mundo na COP 30 em novembro. “O prefixo ‘re’ tem a ver com o futuro. É a Amazônia que vai salvar o Brasil, recolocar a questão ambiental no projeto desenvolvimentista, recolocar o meio ambiente no centro de uma discussão de sociedade”, disse a docente. “A proposta é pensar a floresta como laboratório de bioinvenção do planeta”, completou.
Segundo o reitor Roberto Medronho, cuidar da Amazônia é cuidar do Brasil e do planeta. “Re-amazonizar é resgatar o valor da vida em todas as suas formas, reconstruir uma relação de respeito com a natureza e assumir que o desenvolvimento só é verdadeiro quando é justo, inclusivo e regenerativo”, explicou. “Falar em re-amazonizar o Brasil é falar da nossa identidade mais profunda”, realçou Medronho.
A defesa da Amazônia como uma questão de soberania nacional foi apontada pela professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. “Esse é um tema central. Mais que uma questão ambiental, a defesa da floresta é um tema político, cultural e social”, afirmou Ruta.
As mesas do Festival do Conhecimento são transmitidas pelo canal do Youtube ExtensãoUFRJ.
545837194 1207730628067357 1885090742180339861 nFoto: Fernando SouzaO canto vigoroso do Grupo Brasil Ensemble UFRJ, executando trechos da ópera moçambicana “O Grito de Mueda”, um hino contra o colonialismo e pela liberdade, abriu e deu o tom de uma noite de resistência e de celebração nesta segunda-feira, no Fórum de Ciência e Cultura, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Resistência, aliás, foi a palavra de ordem mais repetida na cerimônia em homenagem aos 105 anos da UFRJ, que teve como lema “História que inspira, futuro que transforma”.
Aplaudido de pé pela plateia lotada, o solo de Marcos Paulo Cassiano emocionou a todos. O reitor Roberto Medronho, que tinha preparado um texto para ler, abandonou o script: “Depois dessa abertura, eu resolvi falar com o coração”, disse o reitor. “A universidade, e sobretudo a UFRJ, precisa ser o motor de transformação dessa sociedade. Não podemos retroceder em nossa democracia. Temos que ter o compromisso, como servidores públicos, de acolher cada aluno que chega, até ele concluir o curso. Nós temos um papel de ponta nessa caminhada”, completou Medronho.
A vice-reitora Cássia Turci, também emocionada, disse que é dever da universidade ajudar a transformar o Brasil em um país mais justo. “Somos um país muito desigual”, pontuou.
Coordenadora do FCC, a professora Christine Ruta destacou que a marca dos 105 anos da UFRJ é a resistência. “Celebramos hoje não apenas a história dessa resistência, mas as conquistas que dela vieram. Celebramos cada estudante, cada descoberta científica, cada gesto de cultura e de arte da UFRJ”, disse Christine. Ela anunciou o início do ciclo de celebrações pelos 60 anos do FCC.
Depois de um descontraído bate-papo entre o reitor Roberto Medronho e o ex-reitor Nelson Maculan (que comandou a UFRJ entre 1990 e 1994), a cerimônia foi encerrada com uma bela apresentação de canto e dança da Companhia Folclórica do Rio - UFRJ em homenagem aos 105 anos. O Salão Nobre Rui Barbosa virou uma festa de roda. Uma noite para não esquecer.

WhatsApp Image 2025 08 26 at 18.48.30Ao longo das últimas semanas, o Jornal da AdUFRJ questionou as chapas sobre temas sensíveis para os professores da UFRJ. Carreira, condições de trabalho, propostas para aposentados, democracia, orçamento e financiamento das universidades estiveram entre os assuntos aprofundados pelos grupos a cada semana. Nesta última edição especial, queremos saber mais sobre como as chapas compreendem a política sindical e suas propostas para fortalecer a participação de professores na AdUFRJ. Veja abaixo as respostas encaminhadas pela Chapa 1 – UFRJ na luta pela Democracia e Conhecimento.

As eleições para a diretoria e Conselho de Representantes serão presenciais e estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro em todos os campi. Haverá 22 urnas no Rio, Caxias e Macaé. Participe!

 

1. Há uma crise no movimento sindical? Por quê?
Os sindicatos, instituições imprescindíveis para a organização de sociedades democráticas, foram interpelados pelo neoliberalismo e seu cortejo de medidas pautadas pela austeridade e autoritarismo. Em meados da década de 1970, as elevadas taxas de crescimento económico, que tinham sido uma forma relativamente indolor de financiar a expansão dos serviços públicos, entraram em colapso. Choques nos preços do petróleo, sucedidos por uma “estagfação” (aumentos simultâneos na estagnação da economia, do desemprego e da inflação).
Críticas ao aumento das despesas públicas e a “captura” de instituições governamentais se tornaram esteio para a ascensão política e intelectual de reiterados questionamentos ao estado de bem-estar social. Mudanças políticas-ideológicas às quais estavam subjacentes o crescimento do eleitorado de classe média e encolhimento da classe trabalhadora, cujos membros passaram a manifestar apoios políticos voláteis em eleições. A expansão das despesas públicas expostas a um escrutínio mais intenso por parte de opositores e céticos estimulou colocou em questão a relação custo-benefício e a capacidade de resposta das grandes organizações de serviços públicos, acusadas também de ingovernabilidde.
Durante os anos 1980 e 1990, houve repetidas tentativas de “reformar” as instituições públicas. Em geral, as reformas buscaram reduzir o âmbito das atribuições governamentais e ampliar os mercados ou quase mercados e reduzir o poder dos sindicatos, reduzir a despesa pública e os níveis de tributação. No Reino Unido, o “inverno do descontentamento” (1978-1979) com as suas sucessivas crises e as greves dramatizaram uma narrativa de setor público desgovernado e ingovernável que repercutiu na eleição dos conservadores em 1979 e depois pela reeleição de Margareth Thatcher (1983 e 1987). A expressão TINA (there is no alternative) cunhada nesse contexto político de direita atravessou o oceano. Nos EUA, Reagan dizia que o governo era o problema, e não a solução.
Com o fracasso do neoliberalismo, as pressões sobre despesas públicas em resposta a mudanças demográficas, epidemiológicas e reestruturação dos mercados de trabalho se intensificaram. A insatisfação com acesso e qualidade de serviços públicos e programas sociais segue tensionando governos, partidos políticos e movimentos sociais. Os sindicatos retomaram parte de seu protagonismo e seguem mobilizados. No Brasil, sindicatos de servidores públicos ocupam papel relevante nas agendas públicas quando logram conjugar a valorização do trabalho de seus associados com alternativas para o desenvolvimento econômico, social, cultural e sustentável do país. É nesse sentido - o da atualização e conexão das pautas sindicais com a ciência, cultura, movimentos sociais e ampliação da participação dos professores da UFRJ nas decisões - que a Chapa 1 pretende contribuir para o fortalecimento da AdUFRJ.

2. O que a AdUFRJ pode fazer para fortalecer o movimento sindical docente no país e ampliar a articulação com entidades nacionais sindicais e científicas?
A AdUFRJ representa os professores de uma grande e qualificada universidade pública cujo âmbito de atuação é local, nacional e internacional; podemos e devemos atuar conjuntamente com entidades sindicais, cientificas, profissionais, entre as quais OAB, IAB e movimentos sociais. Diversas necessidades da prática docente dizem respeito a fundações estaduais de pesquisa e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, como por exemplo editais, bolsas de pesquisa, recursos para infraestrutura. Nossa atuação em relação ao Ministério da Educação será firme e permanente. Recomposição orçamentária e progressividade da alocação de recursos da educação são cláusulas pétreas do nosso programa de trabalho. Adicionalmente, pretendemos avançar propostas e normas para a ampliação e estabilização de fontes do Sistema de Ciência Tecnologia e Inovação e obter condições favoráveis para o aporte de entidades filantrópicas e privadas.

3. Que ações a AdUFRJ pode realizar, continuar ou retomar para aumentar a sindicalização e a participação sindical dos professores da UFRJ?
O programa da chapa 1 contém ações de três naturezas. As primeiras são relacionadas diretamente a carreira e condições de trabalho, incluindo desde o salário de ingresso, espaços de trabalho e divisão da carga de trabalho, passando pelos suportes à vinculação a planos de saúde privados até a revisão das atuais regras para aposentadoria. As segundas estão vinculadas a vida associativa dos professores e compreendem atividades que propiciem convívio e interlocução. Por fim situa-se a mobilização de metodologias presenciais e remotas que assegurem a participação efetiva dos associados inclusive aposentados nas decisões da AdUFRJ.

WhatsApp Image 2025 08 26 at 18.48.30 1Ao longo das últimas semanas, o Jornal da AdUFRJ questionou as chapas sobre temas sensíveis para os professores da UFRJ. Carreira, condições de trabalho, propostas para aposentados, democracia, orçamento e financiamento das universidades estiveram entre os assuntos aprofundados pelos grupos a cada semana. Nesta última edição especial, queremos saber mais sobre como as chapas compreendem a política sindical e suas propostas para fortalecer a participação de professores na AdUFRJ. Veja abaixo as respostas encaminhadas pela Chapa 2 – ADUFRJ de luta: dignidade nas condições de trabalho e defesa da universidade pública.

As eleições para a diretoria e Conselho de Representantes serão presenciais e estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro em todos os campi. Haverá 22 urnas no Rio, Caxias e Macaé. Participe!

1. Há uma crise no movimento sindical? Por quê?
A organização de trabalhadoras/es é um desafio permanente. Poderíamos considerar numerosos aspectos que compõem a crise do mundo do trabalho e que atingem diretamente a organização sindical. Mas o aspecto que mais nos interessa, já que alcança parte importante dos sindicatos e centrais no Brasil, é sua perda de autonomia e conversão em transmissoras de demandas institucionais. Determinações fortes do afastamento das bases e da perda da capacidade de ouvi-las. A Adufrj é um caso agudo e, não à toa, tem sido apelidada de PR-8.
Por sua vez, o Andes-SN tem mantido sua autonomia a partidos e governos e estados e convoca a luta de acordo com o que a categoria decide. A pedagogia do respeito ao regimento não é uma formalidade, e respeitar formulações democraticamente construídas em fóruns coletivos garantem a independência decisória, inclusive, em relação à própria diretoria. A militância no ANDES tem atraído docentes que encontram seus direitos corroídos e percebem que só a luta histórica do sindicato conquistou vitórias. Entre 2023 e 2025, por exemplo, houve o aumento de uma Adufrj inteira em suas bases – foram quase 4 (quatro) mil docentes. As greves, além de alcançarem conquistas trabalhistas, reforçam os espaços decisórios coletivos.
As diretorias da Adufrj, pelo contrário, tem afastado a base, deixando a categoria entregue aos assédios e a doenças do trabalho. Segundo dados oficiais da seção, obtidos de relatórios dos Congressos do Andes, há uma tendência à redução de filiações, sobretudo se considerarmos que a base potencial de docentes tem aumentado com a realização de concursos – ainda que insuficientes. Ademais, a base da Adufrj tem diminuído seu impacto proporcional na base nacional, caindo aproximadamente 10% nos últimos 10 anos.
Este apequenamento da Adufrj significa que a maior Instituição Federal de Ensino Superior do país não tem atuado junto às lutas nacionais e sequer estimula docentes a participarem das formulações dos rumos do sindicato em seus Grupos de Trabalho. A política atual da Adufrj está diminuindo o potencial de formulação e solidariedade que a UFRJ possui!

2. O que a AdUFRJ pode fazer para fortalecer o movimento sindical docente no país e ampliar a articulação com entidades nacionais sindicais e científicas?
A Adufrj pode fazer muita coisa, mas precisa de outra direção. O potencial de ação, formulação e capilaridade do movimento docente na UFRJ é proporcional ao tamanho de nossa universidade. Porém, ao construir uma atuação isolada, na forma de lobby junto a instituições, mandatos, reitorias e governos, as diretorias da Adufrj esvaziam este potencial. O resultado – inevitável – desta política tem sido perdas, derrotas e aumento da precarização das nossas condições de trabalho:
Internamente, é necessário estimular a realização dos Grupos de Trabalho do ANDES, capazes de ecoar a pluralidade de saberes e lutas da UFRJ: ciência e tecnologia, comunicação, artes, educação, seguridade social, políticas de memória (e a comissão da verdade do sindicato), etc. Os GT são abertos para receber as contribuições de nossas/os colegas docentes a partir de seus estudos e pesquisas para que o sindicato formule sua intervenção política. O Conselho de Representantes deve servir como termômetro sobre as demandas, avaliações e insatisfações docentes. A participação docente em Congressos e Conselhos do Andes deve ser ampliada. Isso demanda muito trabalho organizado: assembleias, proposição de textos e resoluções, debate dos temas que são preocupações dos/das docentes em todo o Brasil. Isto significa, acolher docentes que desejam conhecer, participar e incidir, de forma organizada pela seção sindical, nas principais instâncias do ANDES para a superação das dificuldades nas Universidades públicas.

3. Que ações a AdUFRJ pode realizar, continuar ou retomar para aumentar a sindicalização e a participação sindical dos professores da UFRJ?
Conforme indicamos nas respostas anteriores, a prática atual de recuo e isolamento e a opção por campanhas performáticas de lobby no Congresso Federal, repetem um estilo condenado pela prof Maria Lúcia T. Werneck Vianna em seu importante livro “A Americanização (perversa) da seguridade social no Brasil”. Este modelo estadunidense de lobby junto ao parlamento tem por resultados orçamentos secretos e afastamento dos interesses das maiorias das pautas do congresso, configurando um caráter substitucionista e antidemocrático, capaz de enterrar conquistas da classe trabalhadora.
Nas visitas que a Chapa 2 tem realizado a unidades de ensino é comum encontrar docentes que se desfiliaram da Adufrj por considerá-la um espaço despolitizado e sem perspectiva de atuação coletiva.
Para romper com este ciclo, as diretorias não devem temer trabalhar com os diferentes perfis docentes. A luta em defesa da categoria é a melhor receita para ampliar a sindicalização e participação de professoras e professores.

137A6754Debate na Escola de Serviço Social - Foto: Fernando SouzaFalta pouco. Na próxima semana, nos dias 10 e 11 de setembro, os professores da UFRJ vão eleger a próxima diretoria da AdUFRJ. A campanha está na reta final com cartazes espalhados pelos campi, em reuniões entre docentes e debates. Na próxima quarta-feira, 3 de setembro, será realizado o segundo debate entre os dois grupos. Será às 11h, no Auditório da Escola de Química, no Bloco E do Centro de Tecnologia.
As regras do debate obedecerão às mesmas do primeiro encontro, ocorrido na quarta passada, na Praia Vermelha. Serão dois blocos. No primeiro, as chapas farão uma apresentação de cinco minutos. Depois, duas perguntas da plateia serão sorteadas para serem respondidas pelas duas chapas. A seguir, cada chapa elabora uma pergunta para a concorrente responder. O segundo bloco repete a dinâmica do primeiro, com considerações finais de cinco minutos de cada uma das chapas.

QUEM PODE VOTAR
São eleitores todos os professores em dia com suas contribuições sindicais e filiados à AdUFRJ até 12 de julho.
Professores aposentados poderão votar em separado em qualquer uma das 22 urnas espalhadas pelos campi do Rio, Caxias e Macaé. Já os professores da ativa devem procurar, preferencialmente, a seção eleitoral correspondente à sua unidade. Na próxima edição, publicaremos todos os locais e horários de votação.

PRIMEIRO DEBATEWhatsApp Image 2025 09 02 at 20.21.11 1
O primeiro debate entre as chapas aconteceu na noite de 27 de agosto, na Escola de Serviço Social. A Chapa 1, de situação, foi representada pela professora Ligia Bahia (IESC), candidata a presidente, e pelo professor Pedro Lagerblad (IBqM), candidato a 1º secretário. A Chapa 2, de oposição, foi representada pela professora Renata Flores (CAp), candidata a presidente, e pelo professor Paulo Pachá (IH), candidato a 1º vice-presidente.
Temas como democracia, greve, participação e concepção do movimento sindical, voto e modelos de assembleia foram alguns dos destaques do debate. No confronto, foi possível perceber diferenças entre os grupos sobretudo no que diz respeito às formas de luta e mobilização, de atuação na vida sindical e de inserção na política do país.
Cerca de 50 professores acompanharam o debate na plateia. Quatro foram sorteados para fazer perguntas às chapas. Outras 71 pessoas assistiram à transmissão ao vivo. A gravação, que pode ser vista na íntegra no canal da AdUFRJ no Youtube, acumula mais de 300 visualizações.
O debate foi mediado pelo professor Luiz Eurico Nasciutti, presidente da Comissão Eleitoral e decano do Centro de Ciências da Saúde. “Eu agradeço muito às chapas pelo debate de hoje, mas especialmente pelas duas professoras que se dispuseram a concorrer à presidência do sindicato”, destacou.
“A UFRJ só tem a ganhar com esta eleição, qualquer que seja a vitória”, afirmou o docente. “Precisamos trabalhar para que a participação seja expressiva, pelo menos da maioria dos nossos colegas. Vamos insistir para que nossos colegas venham votar. É muito importante o voto de cada um”, convocou Nasciutti.

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