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WhatsApp Image 2024 06 21 at 21.10.01Foto: Lucas CostaA greve nacional começa a dar sinais de enfraquecimento. Sindicatos de professores e de técnicos pelo país já indicam o fim da greve nacional das categorias. Pouco a pouco, assembleias definem se mantêm o movimento ou se aprovam a proposta do governo, que trouxe ganhos adicionais apenas em pautas não econômicas.
Em relação à pauta financeira, o Ministério da Gestão e Inovação voltou a afirmar que não haveria mudanças no documento já assinado pelo Proifes, mas que, se houvesse assinatura do Andes e do Sinasefe, o reajuste previsto para maio de 2026 poderia ser antecipado para abril.
Diante da posição do governo, o Andes indicou rodadas de assembleias nas universidades que estão em greve. Uma das consultas é se as seções sindicais devem indicar a saída unificada da greve.
Nas últimas semanas, UFMG e UFG já haviam decidido acabar com a paralisação. Nesta semana, outras instituições acompanharam o posicionamento.
No Rio de Janeiro, a Federal Rural é a única universidade que apontou a data de saída da greve. O retorno às salas de aula acontece no dia 26 de junho. A assembleia também aprovou a assinatura do acordo com o governo, e a indicação do fim da greve nacional até 3 de julho.
A UFF aprovou o indicativo de saída unificada de greve para o dia 1º de julho, com nova assembleia de avaliação no dia 27.
Já a UniRio aprovou, no dia 20, a ”construção de saída coletiva da greve nacional”, mas sem data estipulada. Segundo a assessoria de imprensa da Adunirio, os professores rejeitaram as propostas encaminhadas pelo MEC e MGI nas últimas mesas de negociação.
Já na educação básica carioca, o Colégio Pedro II votou pelo fim da greve, mas condicionou o retorno ao trabalho à assinatura do acordo. O CEFET/RJ aprovou “a construção da saída coletiva da greve”, mas não indicou data. Os professores também condicionaram o retorno ao trabalho à assinatura do acordo.

SITUAÇÃO PELO PAÍS*
FIM DA GREVE
• UFSC
• UFMG
• UFG
• UNB
• UFMS
• UFOP
• UFSM
• UFPB
• UFCG
• UNIFESP
• UFRRJ
• UFSCAR
• UFRB
• UFRPE
• UFABC
• UFPR
• UNIRIO
• UFF
• UFC
• UFCA
• UNILAB
• UFJF
• UFPA

MANUTENÇÃO DA GREVE
• UFMT
• UFPEL
• FURG
UFV
• UFS
• UFPE
• ADUFLA
• UFPI

*Até o fechamento desta edição

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12 5DivulgaçãoNão é surpresa que o Centro do Rio é a expressão da arte e da história do país. Alguns cantinhos, no entanto, concentram enorme riqueza cultural, por vezes esquecida, abandonada à própria sorte. É o caso, por exemplo, da degradada região do Largo do São Francisco de Paula, no Centro do Rio, onde se localiza o prédio histórico que abriga o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e o Instituto de História da UFRJ. Mas essa realidade está com os dias contados.
Ao menos esse é o projeto do professor Fernando Santoro, diretor do IFCS e idealizador do Quarteirão Cultural Literário João do Rio, ambicioso projeto que reúne instituições vizinhas ao instituto para a revitalização da região.
A ideia é constituir a Fundação Cultural João do Rio, com a união do IFCS, do Real Gabinete Português de Leitura e da Igreja de São Francisco de Paula. “Essas seriam as instituições fundadoras, por assim dizer, mas teríamos apoios da Prefeitura do Rio, do BNDES e do Iphan, por se tratar de uma região histórica”, conta o professor Fernando Santoro.
As conversas estão avançadas. “Já no próximo mês deveremos nos debruçar sobre os documentos de criação da fundação”, conta. Advogados atuam na formulação das características da associação. O prazo para o início do funcionamento da instituição sem fins lucrativos ainda é indefinido. “Dependemos de burocracias e outros atores externos que não nos permitem, ainda, ter uma previsão da efetiva criação da fundação”.
Depois de criada, a associação permitirá a captação de recursos para a criação de um alojamento estudantil, um restaurante universitário e um abrigo para pessoas em vulnerabilidade social. “A associação fará a manutenção desses espaços e a animação cultural do Largo Alexandre Herculano, que fica nos fundos do IFCS”, conta Santoro. A praça é rodeada pelo Real Gabinete e o Teatro João Caetano. Fazem parte também do grande quarteirão a Biblioteca Marina São Paulo Vasconcelos, uma das mais importantes do mundo na área das Humanidades.
“Temos ali um espaço maravilhoso, mas muito maltratado. Queremos criar uma região voltada para os estudantes. Vamos buscar convênios com todas as universidades públicas do Rio de Janeiro, para que os alunos não só da UFRJ, mas de todas as instituições públicas possam utilizar tanto o restaurante, como o alojamento”, explica o professor. “Ao mesmo tempo que contribuiremos para a revitalização do Centro do Rio, incidiremos numa importante área, que é a permanência estudantil”, defende Santoro.
Além da intervenção física do quarteirão, o prédio tombado do IFCS também será beneficiado. “O edifício não foi criado para abrigar um bandejão que fornece 800 refeições por dia. Os problemas de água que tivemos são, em grande medida, decorrentes dessa sobrecarga”, avalia o diretor do IFCS.

REVITALIZAÇÃO DA FACHADA

Corre em paralelo, em fase de pré-licitação, a reforma da fachada do prédio do IFCS-IH. O projeto já foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Iphan), responsável por prédios tombados. A contratação do serviço será da Prefeitura do Rio e será acompanhada pela Coordenação de Preservação do Patrimônio Tombado (Coprit), do Escritório Técnico da Universidade.
O arquiteto Leonardo Santos, coordenador da Coprit, diz que a reforma tem previsão de durar pelo menos um ano, depois de contratada a licitação. “Embora não seja uma restauração completa, é uma obra de grande porte, complexa, até pelo tamanho da edificação, com muitos andaimes e intervenção nas calçadas”, justifica.
Ele explica a diferença entre as duas modalidades de reforma. “Uma restauração envolve tempo maior, mais recursos e mais pessoas especializadas. As esquadrias são todas retiradas, desmontadas, recuperadas separadamente, por exemplo”, diz. O que será feito no IFCS tem outra proposta. “Temos o mapeamento de danos e as especificações técnicas de tudo que precisará ser feito para melhorar a estanquidade do edifício”.
Os valores previstos para as obras não foram divulgados pelo ETU, uma vez que a licitação ainda não foi lançada. “Há muitos dados sensíveis que não podem ser publicados ainda. O valor é uma dessas informações”, justifica o arquiteto.
A reforma elétrica será a próxima obra. “O projeto já está em fase final e a obra elétrica é a próxima etapa da parceria entre a UFRJ e a Prefeitura”, finaliza.

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12 3SANTORO: “A primeira coisa que fiz foi solicitar a abertura do processo de reforma elétrica” - Foto: Fernando SouzaEntre as 77 construções avaliadas pelo Escritório Técnico da Universidade (ETU) no ano passado, o prédio compartilhado entre o IFCS e o Instituto de História figurou em quinto lugar entre as mais deterioradas. Falta de orçamento, entraves burocráticos da administração pública e a dificuldade extra da realização de obras em um prédio tombado ajudam a explicar o resultado e os desafios dos gestores.
A tão sonhada reforma elétrica da edificação, perto de sair do papel graças a um acordo com a prefeitura, é fruto de um complexo processo iniciado há quase três anos. Uma semana antes de assumir a direção do IFCS — instituto responsável pela administração do prédio —, em setembro de 2021, o professor Fernando Santoro tomou conhecimento de uma vistoria de segurança do município que apontava os problemas infraestruturais da edificação. “A primeira coisa que fiz foi solicitar a abertura do processo de reforma elétrica. O processo começou no dia da minha posse”.
Mas o calvário da gestão com a burocracia também começou naquele momento. O diretor foi informado de que os processos só poderiam ser disparados com a indicação de recursos — que não existiam. “Era um absurdo. Você não podia abrir o projeto porque não tinha a previsão orçamentária e você não conseguia a previsão orçamentária porque não tinha projeto”. Após uma negociação com a reitoria, a situação foi finalmente destravada para a direção do IFCS conseguir incluir a previsão de todas as reformas no planejamento de compras para 2023.
Os empecilhos não pararam por aí. Para a realização de grandes obras no prédio do Largo de São Francisco, tombado desde 1962, é necessária a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional. Só que o Iphan quer derrubar o terceiro e quarto pavimentos da edificação, construídos no século XX. “Eles escolheram arbitrariamente um dos momentos históricos do prédio, que já foi Academia Real Militar, Escola Politécnica e Escola de Engenharia.Esse projeto impedia qualquer reforma nos terceiro e quarto andares, que estavam condenados, digamos assim, pelo Iphan”.
Após mais uma delicada negociação, o órgão autorizou a obra. “O Iphan aprovou o projeto básico com o argumento de que, sem essa reforma emergencial elétrica, também o primeiro e o segundo andares estavam em perigo. Afinal, se começa um problema no terceiro ou quarto andar, destrói o prédio inteiro”, afirma Santoro.

Reforma Elétrica
O custo estimado da reforma elétrica era de R$ 3 milhões. Hoje, com o projeto quase pronto, está em R$ 6,5 milhões. “Obviamente superior ao que temos no orçamento participativo (receitas que unidades e decanias têm para despesas correntes)”, informa o diretor. O IFCS tem apenas R$ 268 mil. Daí a parceria com a prefeitura do município, que também vai fazer a reforma das fachadas.
O diretor enfatiza que esta será uma reforma elétrica emergencial. “Vamos ainda precisar das ramificações finais. Isto é, colocar em situação regulamentar, sobretudo, os aparelhos de ar-condicionado”. A direção conta com uma emenda parlamentar do deputado Glauber Rocha, de R$ 1,5 milhão para ajudar nesta parte.

Fachada e infiltrações
A reforma da fachada, já aprovada pelo Iphan em 10 de junho, deve promover a limpeza das tubulações de água que correm nas paredes e acabar com a maioria das infiltrações. A direção estima o prazo de um ano para ser concluída.

Segurança
A administração do prédio solicita rotineiramente aumento do efetivo da PM na praça, principalmente após as 21h, com o 5º BPM. O pedido é atendido por um tempo, mas os policiais acabam sendo remanejados.

Água
O diretor ainda aguarda laudo do Escritório Técnico Universitário sobre o problema dos bebedouros. A prefeitura Universitária reformou a caixa de gordura do restaurante e cedeu uma cisterna complementar para normalizar o serviço. Falta fazer a impermeabilização e higienização da cisterna original do prédio, o que aguarda licitação.

Incêndio
Uma parte que não depende de autorização do Iphan, de sinalização em caso de sinistro, aguarda licitação na Pró-reitoria de Finanças; a segunda parte, que depende do Iphan, envolve as estruturas hidráulicas. O prédio conta com brigadistas, 24 horas por dia, sete dias por semana.

DECANIA
Em parceria com o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) — ao qual o IFCS e IH são vinculados — mantém um contrato de manutenção de redes elétrica e hidráulica para todas as suas unidades (nove, ao todo). “Para o emergencial, a gente tem uma equipe”, afirma o decano, professor Vantuil Pereira.
Desde 2020, por imposição do governo em todo o serviço público federal, a universidade precisou reduzir suas unidades gestoras de 30 para 19. No caso do CFCH, houve centralização dos gastos na decania, mas o planejamento é das unidades. “Quem diz onde vai gastar é a unidade”, diz o decano. O Centro montou um calendário e cada instituto ou faculdade tem prazos específicos para indicar quanto quer comprar de cada item. Por exemplo, ventiladores. O CFCH soma tudo e faz uma compra única, com o valor que as unidades ganham de orçamento participativo.
“Existe uma limitação dos órgãos do controle que você não pode fazer uma mesma compra duas vezes no ano. Se eu comprei datashow no dia 1º de janeiro, eu não posso comprar outro datashow no dia 1º de fevereiro”, esclareceu Vantuil.
O dinheiro é escasso. O CFCH tem R$ 331 mil para dar conta do prédio próprio, do aulário (junto do CCJE) e da biblioteca, no campus da Praia Vermelha, além do contrato de manutenção (que custa aproximadamente R$ 80 mil). “Se somar o orçamento do IFCS (R$ 268 mil) e do IH (R$ 87 mil), ele é superior ao da decania”, exemplificou Vantuil. “Ano passado, tivemos que fazer uma reforma no piso do aulário, que custou R$ 300 mil. A reitoria que pagou”, completou.

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12 7

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10Foto: Silvana SáA AdUFRJ participou na terça-feira, dia 18, de uma reunião convocada pelo reitor, com as demais entidades representativas dos segmentos da UFRJ (Sintufrj, DCE e APG). Na pauta, informações sobre a recomposição orçamentária (publicadas na edição passada do Jornal da AdUFRJ) e sobre as greves dos técnicos e estudantes. Na ocasião, a diretoria da AdUFRJ entregou um ofício ao reitor. Veja a íntegra do documento ao lado.
A carta da AdUFRJ expressa preocupação com conflitos ocorridos nas dependências de algumas unidades cujos estudantes aderiram à greve. Barricadas têm impedido a livre circulação dos professores, acesso a salas, laboratórios e materiais de trabalho. “Nós trouxemos o problema ao conhecimento da reitoria para que fique registrado que há uma indignação dos docentes”, frisou a professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da seção sindical. “Em vários lugares estão se repetindo agressões verbais, constrangimentos a professores. É preciso que a administração central saiba o que está acontecendo”, criticou.
A professora explicou que a AdUFRJ respeita o direito de greve dos estudantes e frisou que a intenção não é de intervir na movimentação política dos alunos. “Nós estamos falando de respeito, de uma atitude cidadã, de diálogo”. A diretora relatou, no encontro, a denúncia do Instituto de História de que um docente do IFCS teria agido contra uma professora substituta que estava dando aula. “Um professor deve respeitar sua categoria”, disse Nedir. Veja detalhes do caso na página 7.
A professora Veronica Damasceno, também diretora da AdUFRJ, relatou outras situações de agressão na Escola de Belas Artes. “Há uma falta de respeito muito grande dos estudantes com os professores, um clima de muito constrangimento e ânimos muito acirrados. Está muito difícil”.
O reitor Roberto Medronho recebeu o ofício e disse estar triste com o embate entre professores e estudantes. “Eu fico muito preocupado com essas posturas mais agressivas que, infelizmente, não se diferenciam de quem quer implantar a ditadura nesse país”, disse o dirigente. “Defendo o direito de ir e vir de qualquer servidor e estudante nesta universidade. Há o direito de greve, mas há o direito de ir e vir”, completou.
A entrega do documento gerou reação da representação do DCE Mário Prata. “Nós temos direito de nos manifestar, porque estamos em greve pelo direito de ter aula com dignidade. Eu me sinto muito incomodada com essas colocações nesse espaço”, criticou a estudante Camila Paiva. Ainda segundo a estudante, o Centro Acadêmico da EBA emitiu um pedido de desculpas público por ações, segundo o DCE, isoladas de desrespeito aos docentes.
O Sintufrj defendeu o diálogo, mas apoiou os estudantes. “As entidades têm pontos comuns. Repudiamos a agressão física e oral, mas impedir de ir e vir é relativo. Os estudantes impediram a aula. Não agrediram ninguém.”, justificou o coordenador Esteban Crescente.

Dinheiro ainda
não entrou
Nos informes sobre o orçamento da UFRJ, o reitor contou aos representantes que os recursos previstos para integrar o orçamento de custeio, os investimentos e as obras do PAC ainda não chegaram ao caixa da universidade. Dos R$ 400 milhões anunciados para o custeio das instituições, a reitoria espera receber de R$ 8 a R$ 10 milhões, além dos R$ 110 milhões para os hospitais que aderiram à Ebserh. Há, ainda, uma solicitação de mais R$ 80 milhões para a segunda fase da obra do “paliteiro”, para o término do alojamento estudantil ao lado do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), e para o término das estruturas modulares para assistência estudantil ao lado do Cenpes. “São todas previsões. A única coisa certa são os R$ 110 milhões, mas nada disso chegou ainda”, destacou o reitor. Pró-reitorias de todas as áreas participaram do encontro.

Veja a íntegra da carta
entregue ao Reitor

WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.50.14O professor titular José Sergio Leite Lopes, renomado pesquisador aposentado do Museu Nacional, é o novo professor emérito da UFRJ. O título é um reconhecimento para os docentes que se distinguiram ao longo de sua vida acadêmica e pelos relevantes serviços prestados à ciência, à universidade e ao país.
A aprovação aconteceu por aclamação no Conselho Universitário de 13 de junho. O docente atua, desde 1978, no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social. Leite Lopes é referência nos estudos de antropologia do campesinato, das classes trabalhadoras e dos movimentos sociais.
Colegas elogiaram a trajetória do docente, que é autor de 16 livros, 63 capítulos de livros e ajudou a formar gerações de pesquisadores.
Na mesma sessão do Consuni, outros dois professores também foram agraciados com a emerência. Ambos da Faculdade de Medicina.
A professora titular Sheila Knupp Feitosa de Oliveira, pediatra especializada em reumatologia, foi pioneira na área e fundou o setor dedicado ao tema no IPPMG. Contribuiu para a qualidade de vida de inúmeras crianças com Lúpus e outras doenças autoimunes.
O professor Edson dos Santos Marchiori, especialista em radiologia, é pesquisador 1A do CNPq e impressionou por sua extensa obra: são 8 livros, 54 capítulos de livros e 1.196 artigos publicados. Desde 2014, o docente é emérito da Universidade Federal Fluminense.

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