Vamos juntos e juntas lutar pela universidade pública, por financiamento e por melhores condições de trabalho, infraestrutura e salários. Vem com a gente para o ato no dia 19 de abril, às 10h, nas escadarias do Ministério da Fazenda - Av. Antônio Carlos, 375 (Centro).
Por mais verbas – A UFRJ está sufocada por um orçamento que não cobre o cotidiano dos campi. Salários de terceirizados estão atrasados, serviços de manutenção e limpeza estão precários e obras estão paradas.
Por salários melhores – Jovens professores da universidade estão com salários defasados. Os aposentados não conseguem arcar com as despesas de saúde. Sem professores bem remunerados, o Brasil perde talentos e futuro.
Por condições de trabalho dignas – As salas de aula, laboratórios e corredores da UFRJ pedem socorro. As instalações sofrem problemas graves de manutenção, riscos de queda, perigos elétricos e insegurança.
Por mais bolsas – A universidade muda a vida e as cotas transformam destinos. Precisamos garantir que os estudantes consigam permanecer nos cursos. Queremos mais bolsas, bandejões abertos e alojamentos ampliados.
Vá ao ato no dia 19 – Só o nosso engajamento e mobilização podem alterar o atual quadro pelo qual passa a UFRJ e as universidades públicas. Sua presença é fundamental. A UFRJ precisa de nós!
Dialogue e convide seus alunos – Essa é uma luta de toda a comunidade acadêmica. Conversar e envolver nossos alunos sobre o quadro atual é muito importante. Tire alguns minutos da sua aula para apresentar a situação e convidar para o ato do dia 19. A ADUFRJ terá ônibus saindo do Fundão e da Praia Vermelha para o ato. Você e seus alunos podem solicitar vagas (responda a esse e-mail ou fale por whatsapp clicando aqui).
Avise os colegas do seu departamento e unidade – Nem sempre as mensagens chegam para todos, repasse para os colegas do seu departamento e unidade. Ajude a circular as informações.
Divulgue por whatsapp e nas redes sociais – A UFRJ é um patrimônio de toda a população. Precisamos do apoio da sociedade para que as nossas reivindicações tenham mais peso. A ADUFRJ disponibilizou um drive que é atualizado diariamente com materiais. Acesse: https://bit.ly/euamoaufrj
Mostre que você está engajado – Temos camisetas, bottons, adesivos e panfletos. Vista a camisa, use o botton, distribua para seus alunos adesivos e panfletos.
A ADUFRJ leva o material até você – Solicite o material de divulgação do ato enviando mensagem pelo whatsapp clicando aqui.
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A diretoria da AdUFRJ reuniu o Conselho de Representantes para receber informes sobre as consultas feitas nas unidades a respeito da greve e do processo de mobilização dos docentes da UFRJ. Os conselheiros que participaram do encontro na manhã desta quarta-feira (3) informaram que seus colegas de unidade foram majoritariamente contrários à deflagração de greve em 15 de abril.
Das 20 unidades que participaram da reunião, 15 foram contrárias à proposta do Andes. Outras cinco não se posicionaram ainda ou não apresentaram dados de quantos docentes foram favoráveis. A indicação do Conselho de Representantes é que maior parte dos professores da UFRJ entende que uma greve por tempo indeterminado neste momento prejudicaria os estudantes e colocaria a sociedade contra a universidade. Outro grande grupo considera a possibilidade de reavaliação sobre uma greve após o resultado da arrecadação federal, em maio.
Veja como se posicionaram os docentes das unidades que participaram do Conselho de Representantes
UNIDADE | GREVE EM 15 DE ABRIL? | PROPOSTA DE MOBILIZAÇÃO |
CAP | ---- | Não informou posição da unidade nem propostas de mobilização |
IBQM e ICB | NÃO | Novas formas de mobilização, com envolvimento dos estudantes |
HISTÓRIA | NÃO | Votar estado de mobilização na assembleia; pressionar para antecipação da mesa de negociação; mobilização nas unidades já |
EDUCAÇÃO | --- | Sem consulta formal porque muitos docentes só começaram a dar aulas nesta semana. Não houve tempo hábil |
COMUNICAÇÃO | NÃO | Construir a mobilização. Greve agora vai jogar a sociedade contra a universidade. |
MATEMÁTICA | NÃO | Estado de mobilização. Possível reavaliação em maio/junho. Atividades de mobilização nas redes; matérias do jornal informativas sobre as negociações; debate com CA e paralisação pontual das atividades |
DIREITO | ----- | Não apresentou propostas de mobilização, nem dados sobre favoráveis e contrários. Informou que havia divergências sobre quando a greve deve ser deflagrada |
POLITÉCNICA | NÃO | Intensificar a mobilização em torno de salários e condições de trabalho. Reavaliar possibilidade de greve em maio/junho |
IMA | NÃO | Aulas com algum tipo de identificação, como uma tarja preta no braço dos professores; divulgar mais as propostas apresentadas pelos sindicatos na mesa de negociação; campanha nas redes convocando egressos; reivindicar melhoria do orçamento das universidades; intensificar visitas de escolas a espaços da universidade, como os museus |
ESCOLA DE QUÍMICA | NÃO | Promover petições e marchas; realizar ações em escolas; paralisações pontuais; ações nas redes sociais; fazer uma nova edição da Universidade na Praça; elaborar comparativo de perdas salariais com outras categorias do funcionalismo; comparar salários dos jovens professores com outras carreiras; reuniões periódicas com os docentes |
SERVIÇO SOCIAL | ---- | Não apresentou dados sobre a posição dos colegas. Mobilizações com todas as unidades juntas. |
MACAÉ | SIM | Construção de frente de Lutas com o Sintufrj, DCE e UFF Macaé/Rio das Ostras; inserir nas mobilizações o tema das progressões; participar da jornada de lutas do Fonasefe. Não mostrou dados sobre a posição dos docentes a respeito da greve |
IESC | NÃO | Inserir a infraestrutura no debate e no processo de mobilização; reavaliação da greve num segundo momento, quando houver resposta do governo a partir de maio |
FÍSICA | NÃO | Condições de trabalho devem fazer parte do processo de mobilização |
EBA | NÃO | Debate sobre infraestrutura física deve fazer parte da mobilização, pois há grande insatisfação |
COPPE | NÃO | Processo de mobilização constante até maio, somadas às atividades apresentadas pela EQ |
INSTITUTO DE ECONOMIA | NÃO | Greve em 15/4 é precipitada. Necessária mobilização forte também em torno do orçamento das universidades |
FARMÁCIA | NÃO | A favor da mobilização, mas sem propostas específicas |
IFCS | NÃO | Necessidade de mobilizar mais os professores antes de decidir sobre greve; condições de trabalho devem ser tema da mobilização |
Instituto de Biologia | NÃO | A favor da mobilização dos professores |
PROPOSTA DA DIRETORIA
A presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, apresentou a proposta da diretoria para construção da mobilização na UFRJ. A diretoria indicou um Estado de Mobilização permanente. “Entendemos que é necessário instaurar um processo de ativação geral envolvendo discentes e docentes a partir de um estado permanente de mobilização para conjugar a luta por melhores salários, articulada com os demais servidores, com a luta por melhores condições de trabalho, que envolvem a legítima indignação com a degeneração da infraestrutura da UFRJ”, disse Mayra.
Cada unidade deve organizar um Comitê de Mobilização Local para realizar, entre outras atividades, um ato de paralisação por mês, para mostrar a importância do que se produz e se pesquisa em cada espaço da universidade. “Ao final dessa primeira rodada, convocaremos o CR para avaliar o processo, bem como a atuação dos comitês e analisar como construir atos e paralisações unificadas em todas as unidades”, explicou a dirigente.
Também faz parte do conjunto de atividades proposto pela diretoria, a luta pelo orçamento da universidade. “A AdUFRJ irá organizar um seminário sobre o financiamento das universidades públicas. A ideia é convidar especialistas para discutir os modelos e projetos de lei sobre o tema”, contou a professora.
Afinada com as novas formas de luta, a diretoria acredita que a disputa nas redes é tão importante quanto a tradicional ocupação das ruas. “Nelas é possível, efetivamente, estabelecer uma mobilização permanente, partindo do corpo social da universidade e se espraiando para a sociedade através dos contatos de cada docente, estudante ou técnico”, apresentou Mayra. Haverá produção diária de conteúdos nas redes sociais e materiais disponibilizados para os conselheiros compartilharem as informações com os colegas nas unidades.
Um dossiê sobre infraestrutura também está sendo atualizado – uma primeira versão já foi entregue a parlamentares – para apresentar ao secretário de Educação Superior do MEC, professor Alexandre Brasil, que estará na UFRJ em 26 de abril.
DEBATE
O professor Pedro Lagerblad, do Instituto de Bioquímica Médica, informou que sua unidade realizou uma reunião conjunta com o Instituto de Ciências Biomédicas. “Foi uma decisão consensuada de que não é adequado fazer greve agora, no meio de abril, sem expectativa de conseguir resposta durante um mês”, contou o professor. “Seria um erro político e um prejuízo para os alunos”, avaliou.
Lise Sedrez, professora do Instituto de História, afirmou que houve decisão quase unânime entre seus colegas, contrária à greve em 15 de abril (somente uma pessoa votou a favor, em sua unidade). “No entanto, há um entendimento que a greve deve ser uma proposta no horizonte, talvez num segundo momento, e deve ser construída por conta das condições de trabalho”, explicou.
Da Escola de Comunicação, a professora Luanda Schramm informou que 80% dos docentes que responderam à sua consulta foram contrários à greve. Apenas um foi favorável. “Essa greve iria jogar a sociedade contra a universidade. Há uma posição de construir o movimento de mobilização e reavaliar a greve para um outro momento”.
No Instituto de Matemática, 47,1% dos docentes rejeitaram a greve em 15 de abril e indicaram estado de mobilização; 37,2% rejeitaram a proposta com possibilidade de reavaliação em maio ou junho; e apenas 15,7% de seus colegas são favoráveis à deflagração no dia 15. “Entre as atividades de mobilização, sugerimos atividades nas redes e nas ruas, matérias no jornal sobre o processo de negociação; debates com os estudantes e paralisações pontuais das atividades”, listou a professora Mariane Branco.
Da Faculdade Nacional de Direito, a professora Eleonora Ceia comentou que poucos colegas participaram da reunião de unidade sobre o tema. “Há divergências dentro do nosso corpo docente não em relação à greve, mas em relação ao momento da greve”, disse.
A professora Camila Azevedo, do Centro Multidisciplinar de Macaé, explicou que estão sendo organizados encontros presenciais semanais com os docentes de sua unidade. “Já aconteceram duas reuniões e uma roda de conversa”, relatou. “Há consenso em nos mobilizarmos para a construção da greve com ações articuladas com o Sintufrj, DCE e UFF Macaé e Rio das Ostras”, contou a professora. Os docentes de sua unidade também indicam acrescentar às mobilizações a luta pela garantia das progressões e promoções.
Respondendo a críticas da professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social, de que a AdUFRJ teria tido queda no número de sindicalizados, o professor Ricardo Medronho, da Escola de Química, lembrou que o processo de desmobilização dos docentes universitários é um desafio vivenciado por todos os sindicatos do país. Mas que a AdUFRJ vem colhendo bons frutos nesse campo. “Em todos os sindicatos filiados ao Andes houve queda no número de associados. A AdUFRJ é uma das poucas, senão a única, que conseguiu aumentar o número de sindicalizados e a participação dos professores nesse período”, observou. “Nós efetivamente representamos a maioria dos professores da UFRJ e isso é comprovado a cada nova eleição, desde 2015”.