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Criminosos estão se passando por advogados da AdUFRJ para tentar enganar os sindicalizados. Na mensagem enviada pelo Whatsapp, eles afirmam que há valores disponíveis para saque e que para ter acesso, é necessária a realização de uma falsa perícia. Os valores pedidos chegam a R$ 7 mil. Cuidado. É golpe!

A AdUFRJ não faz contatos solicitando pagamentos prévios para qualquer serviço. Não forneça dados pessoais e nem realize transações bancárias solicitadas por telefone sem a prévia comunicação com os canais oficiais da AdUFRJ. Em caso de dúvidas, ligue para (21) 99808-0672 ou envie e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

WhatsApp Image 2024 09 05 at 18.58.00Foto: Kelvin MeloTransformar em resolução da universidade o que a Justiça já reconhece como direito dos professores em relação às progressões. Este foi o objetivo de uma reunião entre a diretoria da AdUFRJ e a reitoria, na tarde desta quinta-feira (5).
Desde novembro, por conta de uma ação civil pública movida pelo sindicato, uma sentença da 32ª Vara Federal do Rio de Janeiro garante que os efeitos acadêmicos e financeiros de cada avanço na carreira sejam retroativos ao momento em que os professores cumprem os requisitos de tempo trabalhado e produção suficiente.


“A decisão judicial tem caráter de tutela de urgência. Ou seja, a UFRJ foi intimada a cumprir de forma imediata, mesmo que haja recurso por parte dos procuradores”, explicou o assessor jurídico Renan Teixeira, da AdUFRJ.

A diretoria quer agilizar a regulamentação interna neste sentido. Mas, quase um ano após a sentença judicial, o novo cenário ainda não se confirmou na legislação do Conselho Universitário. Em uma proposta de resolução do Consuni que tramita no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), os efeitos financeiros só teriam vigência a partir da data do pedido de progressão.


SIMPLIFICAÇÃO
Os diretores também reivindicaram à reitoria que a minuta de resolução ajude a simplificar os processos internos de progressão. A ideia é retirar uma extensa pilha de documentos comprobatórios de cada atividade realizada, no protocolo do processo. “Isso tudo é um retrabalho que viola a presunção de inocência do professor. Além disso, coloca em situação de insegurança os institutos que não concordam com isso e não fazem essas exigências”, afirmou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart. Uma alternativa seria o professor só ter que apresentar algum documento comprobatório, em caso de pedido da comissão examinadora.


O reitor concordou que há um excesso de documentação nos processos. Por outro lado, manifestou preocupação em adotar a retroatividade dos efeitos financeiros na resolução do Consuni, sem amparo da Advocacia-Geral da União. Para ter mais segurança jurídica, o reitor acatou a sugestão do sindicato e marcou uma reunião com o procurador da universidade sobre o tema, no próximo dia 24. “Se a gente tem a segurança jurídica, inclusive com o apoio do procurador, eu concordo plenamente”, disse Medronho.

WhatsApp Image 2024 08 27 at 20.24.14Renan Fernandes

Quem somos? Como somos? Somos aceitos? Em busca de respostas para estas e outras questões, a UFRJ lançou a primeira Pesquisa da Diversidade. O objetivo é produzir dados que vão guiar o desenvolvimento de ações de combate às desigualdades. A iniciativa, da Comissão de Diversidade do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, em parceria com a Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada), conta com o apoio da AdUFRJ.

Denise Góes, superintendente-geral da Sgaada, definiu a pesquisa como uma radiografia da universidade. “Conhecemos a existência desses grupos minoritários dentro da universidade, mas ao mesmo tempo desconhecemos. Queremos que esses grupos apareçam”, afirmou.
“Quantas pessoas cis, trans ou intersexo existem na UFRJ? E onde estão essas pessoas? Precisamos saber se estão no Fundão, na Praia Vermelha, nas unidades do Centro, em Duque de Caxias ou em Macaé. Que políticas de diversidade e acessibilidade são necessárias? Onde devem ser aplicadas? São questões que queremos responder”, disse a a superintendente.
A pesquisa pretende ser ampla. “Uma pessoa com deficiência não é apenas uma pessoa com deficiência. Pode também ser negra ou indígena, homossexual, de gênero não binário, de classe D ou E. Investigar esses atravessamentos é fundamental”, apontou Denise.
A expectativa é que o levantamento ofereça subsídios para a criação de políticas afirmativas tanto da universidade quanto dos poderes públicos. “Não há política pública sem dados. A Sgaada tem a atribuição não apenas de dar visibilidade a grupos marginalizados, mas também de sugerir políticas que deem condições a esses grupos de terem uma experiência melhor e mais produtiva”, disse Pedro Gonzaga, chefe de gabinete da superintendência.
“Se a UFRJ quer ocupar um espaço de vanguarda, ela precisa se abrir para a diversidade. Como uma instituição vai pensar sobre a sociedade que é diversa, sobre a cidade e o país, se não tem conhecimento dos grupos marginalizados dentro do próprio corpo social?”, completou.

DIVERSIDADE
O Dicionário da Língua Portuguesa do professor Evanildo Bechara define diversidade como “a condição do que ou de quem é diferente, diverso, variado”. A objetividade comum aos dicionários não é capaz, no entanto, de explicar a complexidade do conceito quando aplicado à sociedade.
O professor Alfred Sholl, do Instituto de Biofísica e coordenador da Comissão de Diversidade, ampliou a definição na cerimônia de lançamento da pesquisa, no Auditório Hertha Meyer do Centro de Ciências da Saúde. “A diversidade pode se manifestar em diversas dimensões. Por exemplo: idade, identidade étnico-racial, gênero, orientação sexual, contexto socioeconômico e cultural, neurodiversidade, diversidade funcional, entre outros”, disse. “Embora seja um fenômeno que se expressa em um grupo, ele se relaciona com o direito de liberdade do indivíduo para exercer sua autodeterminação”.
Sholl apontou o reconhecimento de opressões sofridas por grupos minoritários e a criação de mecanismos para combatê-las como um dever social. “Reconhecer e divulgar que o preconceito e a ameaça de estereótipos estão presentes também na academia é um passo importante para desconstruir o desequilíbrio de oportunidades e promover a equidade para muitos grupos sub-representados”, concluiu.

A PESQUISA
A participação na Pesquisa da Diversidade é voluntária. Alunos, professores, técnicos-administrativos e trabalhadores terceirizados são o público-alvo. Os organizadores esperam conseguir a adesão da comunidade acadêmica de todos os centros da UFRJ para identificar as particularidades de cada local.
Para atingir o objetivo de mapear a diversidade na UFRJ, o formulário foi desenvolvido em conjunto pela Comissão de Diversidade do IBCCF e a equipe da Sgaada. São 61 questões, a maior parte de múltipla escolha, e o tempo estimado para o preenchimento varia entre 10 e 15 minutos.
As perguntas foram divididas em blocos temáticos que buscam traçar o perfil do participante, medir o nível de satisfação com o apoio à diversidade no ambiente acadêmico, avaliar o papel de grupos minoritários na academia e a satisfação com o ambiente de estudo ou trabalho.
O questionário aborda também questões de saúde mental e o impacto de problemas de saúde física na rotina de estudo e trabalho.
Os dados obtidos na pesquisa têm o direito de privacidade garantido pela Lei Geral de Proteção de Dados. Os resultados serão utilizados apenas para os fins propostos no estudo e tratados de forma anônima. Como forma de aumentar a segurança e evitar o vazamento de dados, o formulário está hospedado nos servidores da UFRJ.
As pró-reitorias ficaram responsáveis pela divulgação do link do formulário por e-mail para cada um dos segmentos da universidade. O questionário on-line está disponível em https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/294728.

“É importante saber se comportar diante dos alunos. O professor precisa acompanhar essa lógica não binária no seu cotidiano de sala de aula”

Os dados obtidos por meio do censo podem impulsionar o desenvolvimento das atividades acadêmicas. “É importante saber como você vai se comportar diante dos alunos. O professor precisa acompanhar essa lógica não binária no seu cotidiano de sala de aula”, defende a professora Cecília Izidoro, da Escola de Enfermagem Anna Nery.
A professora Veronica Damasceno, da Escola de Belas Artes, representou a AdUFRJ no evento de lançamento da Pesquisa e lembrou de um caso em que a falta de acessibilidade impactou seu trabalho. “Tive uma aluna com deficiência auditiva durante a pandemia e ela não teve acesso a um intérprete”, contou. “É importante ter apoio institucional e políticas para preparar a universidade para todos”.
Os temas foram desenvolvidos para averiguar o grau de acolhimento e integração na UFRJ. “Uma das questões que pode afetar a evasão é o não acolhimento, a falta de receptividade. A indiferença para as diferenças que se apresentam na sala de aula. E o mesmo ocorre com o corpo docente e o corpo técnico”, aponta o professor Alfred Sholl.
Marli Rodrigues, coordenadora do Sintufrj, exaltou a pesquisa como uma oportunidade de conhecer profundamente quem estuda e trabalha na universidade. “Com o tamanho que a UFRJ tem, muitas vezes as pessoas não sabem umas das outras. É fundamental conhecer, saber onde estão essas pessoas que necessitam de uma atenção especial, entender em que condições elas estão estudando ou trabalhando aqui”, disse.
A técnica-administrativa em Educação falou sobre as denúncias de assédio moral e preconceito que o sindicato recebe. “A demanda é muito grande. São questões de gênero, raça, idade”. Marli citou como exemplo os trabalhadores PCDs. “Muitas vezes precisam se sacrificar para exercer sua função, porque não temos um projeto de acessibilidade que atenda às necessidades das pessoas nessa situação. Elas ficam desmotivadas e, por vezes, até pedem exoneração”, concluiu.
A estudante Bruna Reis, do 10º período do curso de Relações Internacionais, já respondeu à pesquisa após receber o e-mail pelo SIGA. Mulher negra, periférica, lésbica e praticante de religião de matriz africana, Bruna faz parte do Coletivo Negro Tereza de Benguela. A representante discente revelou casos de preconceito que já presenciou e de que foi vítima dentro da universidade. “Éramos apenas sete alunos negros em uma turma de 60 quando entrei no curso. Enfrentamos muitos casos de racismo, preconceito de classe e até cyberbullying. Denunciamos formalmente, procuramos a orientação acadêmica do instituto, procuramos o CEG, fizemos até boletim de ocorrência, mas nunca tivemos um retorno”, lamentou.
Bruna tem esperança de que a Pesquisa da Diversidade possa ajudar a mudar mais a cara da UFRJ. “Não tive um professor negro no meu curso. A universidade ainda é muito elitizada, branca e masculina. Espero que os resultados sirvam para transformar a UFRJ e deixar ela com mais cara de povo”.
A auxiliar de limpeza Waldinéa Nascimento da Hora trabalha na universidade desde 2015 e é presidenta da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ. Ela enxerga a pesquisa como uma boa alternativa para melhorar as condições de trabalho dos terceirizados. “É fundamental não discriminar a profissão dos auxiliares de limpeza e tratá-los com o respeito e dignidade que merecem”, apontou.
Waldinéa destacou duas sugestões para promover um ambiente mais acolhedor para os trabalhadores. “Ouvir as demandas é muito importante. Criar espaços de descanso e de alimentação daria mais dignidade para as pessoas”.

IDEIA SURGIU
NA BIOFÍSICA

A ideia da pesquisa nasceu no Instituto de Biofísica. Durante a pandemia da covid-19, um comitê organizado para cuidar da saúde mental de alunos, professores e técnicos apresentou questões relativas à diversidade. Em seguida, o comitê deu origem à Comissão de Diversidade do instituto.
Mas o grupo encontrava muitas perguntas sem respostas quando procurou informações sobre o corpo social. “Existem alguns dados esparsos, outros inconclusivos. Por exemplo: gênero é binário: feminino ou masculino. Muitas pessoas não se entendem nessas categorias”, disse a professora Ana Cristina Bahia, coordenadora da comissão. “Precisamos olhar como a nossa universidade se enxerga e não como a gente acha que ela deve ser enxergada”, concluiu.

WhatsApp Image 2024 08 27 at 20.46.31A AdUFRJ está com uma super novidade! Agora, o professor sindicalizado tem acesso ao Gympass/Wellhub, uma plataforma que une pessoas a uma rede de atividades físicas e bem-estar. Com a assinatura da plataforma, é possível ter acesso a academias, psicólogos, nutricionistas. Além disso, o docente poderá contar com programas de treino e aulas coletivas na localidade que definir. Quer fazer pilates, yoga, natação, dança, musculação ou tudo junto? Agora você pode e com muito mais comodidade!
Os docentes filiados à AdUFRJ pagarão mensalidades a partir de R$ 29,90, conforme o plano e os serviços escolhidos. Há também a opção sem custo, para acesso apenas a plataformas digitais. E tem mais: o Gympass está disponível em quase todos os estados brasileiros e em mais 14 países. Perfeito para o professor universitário que precisa encaixar uma rotina de autocuidado às atividades acadêmicas que demandam regulares viagens nacionais e internacionais.
O filiado que assinar um dos planos oferecidos pelo Gympass/Wellhub não precisará pagar a taxa de adesão. O valor ficará por conta da AdUFRJ. Os professores poderão incluir até três dependentes, de escolha livre, a partir de 16 anos. O pagamento de cada dependente pode ser individualizado.
Para conhecer mais detalhes sobre os planos disponíveis, academias, estúdios e aplicativos de saúde conveniados, acesse: https://wellhub.com/pt-br. É necessário ter cartão de crédito. A assinatura e o acompanhamento do plano podem ser feitos via app Wellhub no seu smartphone. A AdUFRJ lançará em breve a primeira chamada para docentes interessados em aderir ao programa.
Para comemorar esta nova conquista para os docentes da UFRJ e lançar a campanha pela qualidade de vida do professor, a AdUFRJ promoverá uma festa na sexta-feira, 6 de setembro, a partir das 18h, no Fórum de Ciência e Cultura. Durante o evento, a diretoria da AdUFRJ dará as boas-vindas a mais de 270 novos filiados ao sindicato. Será uma excelente oportunidade para encontros e troca de ideias. Participe e convide mais colegas!

WhatsApp Image 2024 08 27 at 20.42.10A notícia não é boa para a pesquisa nacional. Entre 2019 e 2023, a produção de artigos científicos do país experimentou uma montanha-russa com queda brusca. No primeiro ano, foram aproximadamente 90 mil publicações; em 2021, houve o pico de 100 mil e, ano passado, o patamar baixou para 80 mil.
Somando a produção dos cinco anos do intervalo estudado (458.370 publicações), o Brasil manteve a mesma 13ª posição do ranking mundial da área, de 2019. Os EUA, com mais de 4 milhões de publicações, lideram a lista; seguido pela China (3,6 milhões) e pelo Reino Unido (1,2 milhão).
Os números constam do mais recente relatório sobre a Ciência brasileira elaborado pela editora norte-americana Clarivate e divulgado no último dia 15. A iniciativa é fruto de uma parceria com a Capes.
A pandemia é apontada como uma das principais responsáveis pelo declínio. De modo geral, a produção acadêmica mundial caiu. Mas o Brasil sofreu com uma variável extra, nos últimos anos: o subfinanciamento durante o governo Bolsonaro. “Tivemos um baixo financiamento para ciência, tecnologia e inovação de 2016 a 2022. As verbas do MCTI foram retiradas. O FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) foi contingenciado”, avalia a presidenta da Capes e ex-reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho.
“Estamos em um processo de reconstrução do país. O reajuste das bolsas de mestrado e doutorado ano passado foi fundamental para atrair mais alunos”, continua Denise. “Agora vamos aumentar o número das bolsas de pós-doutorado. Provavelmente, no próximo mês”. As bolsas para os pós-doutorandos caíram de 7.468 em 2015 para menos de 2 mil em 2024.
O pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, professor João Torres, concorda que a ampliação dos investimentos em pesquisa é vital para a Ciência brasileira voltar a crescer. “A pandemia teve um papel importante. Várias pesquisas foram interrompidas. Mas o mais fundamental é a política de financiamento dos últimos seis anos. O FNDCT caiu a um quinto. O número de bolsas do CNPq diminuiu e vem diminuindo”, diz.
Em especial, o docente torce pela retomada das bolsas de pós-doc. “Os pós-doutorandos, no mundo todo, são um dos fatores mais importantes para a produção científica. Normalmente, são pessoas que trabalham em horário integral. São bem formados e precisam menos de orientação. Além disso, não têm obrigações gerenciais ou didáticas. Nós vemos com muita preocupação essa queda no número de bolsas de pós-doutorado”.

POUCO IMPACTO
O relatório da editora Clarivate trouxe outra notícia ruim para o Brasil: os artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros alcançam apenas 80% da média de citações recebidas mundialmente em suas respectivas áreas. “Esse impacto de citação é menor do que o de outros países líderes da América Latina e do G7, e maior apenas do que o da Rússia entre os países do BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, aponta um trecho do documento.
O documento utiliza como indicador o CNCI (Category Normalised Citation Index, da sigla em inglês). “O CNCI é um índice excelente para medir qualidade dos artigos produzidos, porque normaliza sua citação pela média da área”, afirma Claudia Pinto Figueiredo, neurocientista e professora da Faculdade de Farmácia da UFRJ. “Ter CNCI menor que outros líderes da América Latina e do BRICS mostra exatamente o problema mais importante que a ciência brasileira precisa trabalhar: aumentar a qualidade das suas produções”, completa.
Algo que, segundo Claudia, não será conseguido com a política de ampliação de publicações em acesso aberto. A Capes já anunciou que deve aumentar o número de acordos transformativos de “Read and Publish” — isto é, aqueles em que pesquisadores brasileiros poderão publicar artigos em determinados periódicos, no formato aberto e sem qualquer custo, após a devida aprovação do processo de revisão por pares.
Nos últimos cinco anos, o relatório da Clarivate mostra que a proporção da produção brasileira total de artigos disponíveis abertamente permaneceu consistente: entre 53% e 56%. “O Brasil publica muito mais em acesso aberto quando comparado com o restante do mundo e isso não tem contribuído para melhora do CNCI. Publicar em acesso aberto não garante visibilidade”, defende Claudia, que recentemente participou de estudo sobre acesso aberto publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.
“Veja que os campeões de publicações em acesso aberto pelos brasileiros são revistas que não estão em Q1 (melhor qualidade). A única que aparece na lista como Q1 é a International Journal os Molecular Science, que possui política editorial duvidosa, índice de impacto inflado por práticas predatórias e que cobra taxas altíssimas de publicação”.
INTERNACIONALIZAÇÃO
WhatsApp Image 2024 08 27 at 20.42.10 1A presidente da Capes observa que a citação de um artigo depende de várias questões, mas considera a internacionalização como peça-chave. “A gente precisa aumentar a internacionalização da ciência brasileira, com a vinda de mais estrangeiros, principalmente. Temos enviado muitos brasileiros para o exterior para formação de pós-doutorado, doutorado-sanduíche. Mas a vinda de estrangeiros é importante para que eles conheçam a capacidade científica nacional”, argumenta Denise.
Nos últimos dez anos, ainda de acordo com o relatório da Clarivate, a porcentagem de artigos brasileiros envolvendo coautores internacionais aumentou de 28% em 2014 para 38% em 2023 O colaborador internacional mais frequente do Brasil em artigos de pesquisa são os Estados Unidos. Da produção brasileira, 12,8% é feita em coautoria com pesquisadores dos EUA, o que é mais que o dobro dos 5,7% com seu próximo parceiro mais comum, o Reino Unido.

UFRJ PODE MELHORAR

Ao longo das 44 páginas do relatório da Clarivate para a Capes, a UFRJ é citada duas vezes. Em nenhuma, de forma positiva. Na primeira delas, a universidade aparece em uma posição apenas intermediária (11ª) em uma listagem das 20 principais instituições brasileiras envolvidas em publicações de pesquisas sobre Inteligência Artificial, entre 2019 e 2023. USP e Unicamp lideram o ranking, nesta ordem.WhatsApp Image 2024 08 27 at 20.42.10 2
Pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, o professor João Torres concorda que o tema precisa ser mais trabalhado na maior federal do país. “O professor Edmundo Souza e Silva, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, vai assessorar a reitoria neste assunto”, anunciou. E já nesta semana, o Festival do Conhecimento da UFRJ terá a IA como mote. “Toda discussão é bem-vinda”, completou.
Na parte final do documento, a UFRJ aparece como a instituição que “tem a maior porcentagem de artigos não citados (23,1%) e seu perfil é notavelmente deslocado para as faixas de menor impacto de citação do que as outras instituições analisadas”.
Coordenadora geral do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho da universidade, a professora Jacqueline Leta afirma que vários fatores podem ter contribuído para esta situação: “Normalmente, existe uma relação entre produção e impacto. Quanto maior a produção, maior o impacto. Uma coisa chama a outra. Quanto maior a produção científica em colaboração internacional, você tem impacto maior. Há áreas que colaboram mais; outras, menos. Algumas revistas podem ter saído de circulação. Não dá para olhar o número sem uma análise mais detalhada”. O escritório prepara um estudo sobre o tema, que deve ficar pronto no próximo mês.

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