A população foi às ruas em todo o país na segunda-feira (9) para repudiar os ataques bolsonaristas que, um dia antes, vandalizaram o Congresso, o prédio do STF e o Palácio do Planalto. No Rio, a Cinelândia ficou tomada, mesmo debaixo de chuva. Representantes da AdUFRJ, Sintufrj, DCE e ATTUFRJ marcaram presença. Confira algumas imagens do fotógrafo Fernando Souza.
A AdUFRJ convida todas e todos para o ato em defesa da Democracia hoje, no Centro do Rio.
A preocupação com o orçamento da UFRJ para 2023 dominou o último Consuni do ano, no dia 22. Ainda sem saber o resultado final da votação da lei orçamentária federal e da PEC da Transição no Congresso Nacional — que devem aumentar as verbas da Educação —, a reitoria trabalhou com os números propostos pelo governo Bolsonaro.
O cenário, por enquanto, é desanimador. Os recursos destinados ao custeio e investimento da universidade caem 2,47%, de R$ 329,3 milhões em 2022 para R$ 321,2 em 2023. Há reduções em quase todas as áreas, incluindo uma rubrica especial de recuperação do Museu Nacional: de R$ 3,4 milhões este ano para R$ 1,5 milhão ano que vem.
Na apresentação ao Consuni, a reitoria destacou como as despesas não pagas de 2022 vão pressionar o funcionamento da universidade no próximo ano. “O orçamento de 2022 ficou descoberto em R$ 94 milhões que nós teremos que pagar com o orçamento de 2023”, afirmou o pró-reitor de Finanças, Eduardo Raupp.
A expectativa com o novo governo é que haja uma recomposição dos valores de 2019 corrigidos pela inflação. “Este é o compromisso que o relator (senador Marcelo Castro) do orçamento apresentou à Andifes. Se tivermos a correção, nosso orçamento saltaria para R$ 458 milhões. Isso permitiria equilibrar esses R$ 94 milhões que estariam ficando em déficit”, disse o pró-reitor.
SEM PAGAMENTOS
Enquanto isso, o fim de ano continua turbulento. Representante da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (Attufrj), Waldinéa Nascimento informou que há trabalhadores de limpeza e vigilância do campus da Praia Vermelha ainda sem salários. “Eles estão desesperados. Hoje é dia 22 e eles não têm nada”, afirmou.
O pró-reitor de Finanças informou que as firmas do campus receberam pagamentos esta semana. “Fizemos um pagamento parcial para a De Sá (de limpeza) no início da semana e há outro previsto para a semana que vem. Houve um problema de faturamento da empresa. Uma nota só chegou hoje”, explicou.
A ADUFRJ-SSind – Seção Sindical dos Docentes da UFRJ vem a público expressar sua mais profunda indignação e repulsa aos atos terroristas praticados por bolsonaristas hoje, 08/01/2023, em Brasília. A invasão e depredação dos símbolos dos três poderes da Pátria, o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, não podem ficar impunes. O país e o mundo assistiram, atônitos e indignados, ao mais puro vandalismo aos símbolos nacionais. Estes atos exigem medidas enérgicas de responsabilização destes terroristas golpistas. Exigem também a responsabilização de todos os entes responsáveis pela segurança de Brasília, incluindo-se aí o Governador do Distrito Federal, que demonstrou de forma cabal ter sido conivente com tais atos, não merecendo o mandato que lhe foi outorgado pelos eleitores de Brasília.
Com base nisso, a AdUFRJ exige a responsabilização imediata de todos os bolsonaristas terroristas que destruíram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, assim como daqueles que financiaram este movimento golpista e também daqueles que teriam o dever de proteger o patrimônio público de Brasília.
A UFRJ começou o ano com o pé direito — no bom sentido — na área da Ciência e Tecnologia. Ao atravessar mais um pico no número de casos de covid-19 no início do ano, a universidade ainda estava de portas fechadas, mas com laboratórios abertos e a todo vapor.
Em um dos primeiros jornais do ano, a virologista Clarissa Damaso, professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), já analisava o momento da pandemia e celebrava o papel das vacinas na redução da mortalidade pela doença. “A maioria dos internados no momento está com esquema incompleto ou é de pessoas não vacinadas. Então, viva a Ciência!”, afirmou a professora na ocasião.
ANO DA ESPERANÇA
Foi o importante papel das universidades na produção e aplicação de vacinas que abriu o ano da esperança e permitiu o retorno das atividades presenciais na UFRJ.
Resistindo a cada ataque do governo Bolsonaro, a pesquisa universitária se provou constantemente indispensável. “Desde o primeiro momento da pandemia, a UFRJ tinha testes moleculares padrão ouro internacional. Por pelo menos três meses, de março a julho, nós fomos os únicos a fazer testes na cidade do Rio de Janeiro, porque hospitais, clínicas e laboratórios não tinham”, informou a reitora Denise Pires de Carvalho.
A retrospectiva da Ciência no Jornal da AdUFRJ em 2022 aponta para um futuro brilhante a partir de cada descoberta, projeto e inovação.