Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJNESTE SÁBADO: VISITA À PEQUENA ÁFRICA
Um grupo de 35 professores ativos e aposentados filiados à AdUFRJ tem um encontro marcado no próximo sábado, dia 3 de junho. Trata-se da segunda edição da visita guiada à “Pequena África”, na região portuária do Rio de Janeiro (foto). O evento é promovido pela AdUFRJ. O ponto de encontro será em frente ao Museu de Arte do Rio (MAR), às 14h. O guia do passeio é o historiador e capoeirista Gabriel Siqueira. Em breve, a AdUFRJ divulgará outras datas e roteiros de passeios histórico-culturais. Participe!
POSSE DE LUCCHESI NA BIBLIOTECA NACIONAL
O professor Marco Lucchesi, titular da Faculdade de Letras, tomou posse oficialmente como novo presidente da Biblioteca Nacional. A cerimônia aconteceu no dia 30 de maio. Em seu discurso, o docente, que é ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, ressaltou a importância da Biblioteca Nacional para o país. “Memória social, que cada geração buscou guardar”. E homenageou os servidores. “A mais sentida homenagem, aos servidores, aos agentes públicos, mas também a todos aqueles que se aposentaram”.
Ministra da Cultura, Margareth Menezes prestigiou o evento. “Nos últimos anos, vivemos infelizes momentos de um obscurantismo cultural, onde as políticas dessa fundação foram negligenciadas. Então, em nosso tempo presente, é tempo de celebração”.
SBPC: eleições para diretoria e regionais
Começou no dia 29 de maio o processo eleitoral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Este ano, os associados vão escolher a nova diretoria e as secretarias regionais que vão conduzir a entidade pelos próximos dois anos. Além do novo Conselho, que atuará por quatro anos.
O professor Renato Janine Ribeiro, atual presidente da SBPC, é o candidato à reeleição. A “Área D”, que engloba as secretarias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, tem quatro vagas e oito candidatos. Quatro são docentes da UFRJ: Eliane Volchan, Ligia Bahia, Luiz Davidovich e Marco Lucchesi. As eleições são remotas e seguem até 19 de junho.
Duas chapas disputam a direção da coppe
A próxima semana será de decisão para a comunidade acadêmica da Coppe. Duas chapas disputam as eleições para conduzir o instituto pelos próximos dois anos.
A Chapa 1 é composta pela professora Suzana Kahn (atual vice-diretora) e pelo professor Marcello Campos.
A Chapa 2 é formada pelos professores Theodoro Antoun Netto e Marcelo Savi.
As eleições acontecem nos dias 5 e 6 de junho, pelo Sistema Hélios.
Foto: Francisco ProcópioPor Francisco Procópio
“A Inyaga é um sonho, uma vontade de melhorar a qualidade de vida das pessoas e levar o melhor que produzimos nesta universidade para contribuir para o desenvolvimento do país”. Foi assim, emocionada, que a professora Eliane Ribeiro saudou a inauguração, na última terça-feira (30), da primeira incubadora de negócios de impacto social e ambiental da UFRJ, da qual é diretora. O nome da incubadora — que é ligada à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) — quer dizer “nossa terra” em linguagem do ramo tupi-guarani. A Inyaga passa a ocupar um dos blocos da Inovateca, no Parque Tecnológico da UFRJ.
Na inauguração, a professora Eliane Ribeiro anunciou o lançamento, ainda este mês, de um edital para selecionar as primeiras empresas que serão incubadas. E também o início da busca de colaboradores que possam ajudar a Inyaga com mentorias e treinamentos, tanto no ambiente universitário quanto na iniciativa privada. “Acredito que na universidade temos o melhor do capital humano, e também precisamos de empresas preocupadas com as questões ambientais e sociais”, explicou Eliane.
A diretora se dedica ao empreendedorismo social há quase 15 anos e acredita no potencial da Inyaga. “Desejo que essa iniciativa floresça em todo o Brasil e que possamos testemunhar uma melhoria significativa no país”, disse ela, que fez uma promessa à comunidade: “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que essa incubadora seja bem-sucedida. Quero disseminar o empreendedorismo dentro da universidade”.
O reitor em exercício, Carlos Frederico Leão Rocha, destacou a importância de o CCJE se estabelecer no Parque Tecnológico. “Isso mostra a expansão da visão de inovação dentro da universidade. Essa incubadora tem uma visão direta associada aos processos de extensão, pois retira o monopólio da inovação da área de pesquisas, e ao mesmo tempo associa os processos de pesquisas e de extensão”, observou Leão Rocha.
A professora Cássia Turci, vice-reitora eleita, ressaltou a necessidade de inovações sociais criadas no ambiente acadêmico: “A gente não pode pensar em lucro, sem antes pensar no que isso vai agregar à sociedade. Não podemos fazer nada na universidade sem olhar a sustentabilidade e a inovação social”.
Foto: Alessandro CostaOs professores da UFRJ deram sua resposta nas urnas: não querem mais um sindicato nacional alheio às suas necessidades. Ao contrário, desejam um Andes mais próximo do dia a dia docente. Querem uma gestão capaz de espelhar o que pensam os professores universitários, de negociar com governos por melhorias na carreira. Estas motivações levaram 437 docentes da universidade a votar na chapa 3 nos dias 10 e 11 de maio. A chapa é formada pelo principal grupo político de oposição à diretoria nacional. A chapa 1 ficou em segundo lugar, com 275 votos, e a chapa 2 obteve 52 votos. A chapa vencedora na UFRJ obteve mais votos que a soma dos dois grupos opositores. Foram, no total, 771 votos, considerados brancos e nulos. Houve, ainda, 17 votos invalidados, de docentes não aptos a votar. O número representa aproximadamente 2% do total de votantes.
“Minha avaliação é que a gente está no caminho certo”, comemorou a professora Eleonora Ziller, logo após a apuração dos votos na UFRJ. Ela foi candidata a secretária geral da chapa 3. “A gente precisa ampliar o sindicato para que ele seja de todos os professores e não de apenas de um grupo”.
O número de participantes numa eleição do Andes na UFRJ é histórico. Bateu o recorde de envolvimento de 2020, quando as eleições foram remotas, por conta da pandemia de covid-19 (veja mais na página 6). Ainda assim, a professora Eleonora Ziller acredita que poderia ter havido mais votantes. “Na UFRJ, nós tivemos a coincidência com a eleição para reitor até o fim de abril. Neste sentido, a campanha ficou prejudicada. Foi muito curta e muito intensa”, disse.
Além do tempo curto para conversar com os professores, espremido pela campanha da reitoria, eventos externos ajudaram a esvaziar a universidade nos dias de votação. “Teve um dia de muita chuva, com a universidade esvaziada. E teve problema na Ilha do Governador (houve uma tentativa de assalto a uma agência bancária que engarrafou o trânsito). Com tudo isso, a gente ainda conseguiu crescer o quórum”, festejou. “Imagino que se a gente tivesse tido um tempo mais longo de campanha ou, como nós propusemos no congresso do Andes, a eleição em três dias, a gente teria uma votação muito maior”.
O envolvimento dos professores também foi celebrado pelo professor Luis Acosta, candidato a 2º vice-presidente do Andes pela Chapa 1. “Foi uma jornada boa. Tivemos uma participação expressiva de professores e professoras, uma afirmação da democracia sindical”, avaliou. “O sindicato se fortalece com esse ato, seja qual for o resultado final”, disse.
Em relação ao futuro de seu grupo na UFRJ – o coletivo venceu as eleições em nível nacional (veja na página 4) –, Acosta afirmou que seguirá atuante. “Permaneceremos na defesa do sindicato classista, unitário, anti-imperialista, focado nos interesses dos professores acima dos interesses governamentais”.
Candidata a 3ª vice-presidenta pela chapa 2, que ficou em terceiro lugar na disputa na UFRJ e em nível nacional, a professora Marinalva Oliveira comentou a diferença de votos na disputa local. Sua chapa é fruto de uma dissidência do grupo político que comanda o Andes. “A chapa 2 concorreu pela primeira vez e abriu um espaço de escolha entre insatisfeitos com a chapa 3, que dirige várias seções sindicais, e com a chapa 1, que dirige o Andes nos últimos seis anos”, defendeu.
Sobre o futuro de seu grupo político na UFRJ, a docente afirmou que o movimento continuará defendendo o Andes. “Chamamos à unidade na luta para fortalecer os princípios do Andes, para defender a pauta da classe trabalhadora e nunca para apassivar e conciliar com governos. Permanecemos no lugar de onde nunca saímos: na base, nas ruas e nas lutas”.
PROCESSO ATÁVICO
Na UFRJ, o processo eleitoral se deu sem grandes problemas nas urnas. A apuração também transcorreu sem intercorrências, apesar da necessidade de confirmar por telefone cada eleitor que votou em trânsito. Quatro funcionários da AdUFRJ estavam responsáveis por verificar nas seções sindicais Brasil afora se os docentes de outras universidades que votaram na UFRJ eram aptos a votar. Apesar do método atávico, foi possível confirmar os 33 votos em trânsito.
Presidente da Comissão Eleitoral Local, o professor João Torres agradeceu aos integrantes da comissão. “Todos atuaram de forma republicana, foram muito ativos, cordiais em todo o processo. Quase todas as decisões foram tomadas em consenso”, destacou.
Ele também comemorou o bom número de votantes na universidade, que corresponde a 23% do total de sindicalizados aptos a votar. “O movimento docente na UFRJ, a cada eleição, se mostra mais ativo, mais envolvido. Algo que não percebemos com a mesma intensidade no plano nacional”, concluiu.
Estavam aptos a votar 3.363 professores. O número é resultado da atualização cadastral da AdUFRJ, que identificou 190 docentes falecidos, além de nomes em duplicidade e docentes que não atendiam ao preconizado no Regimento Eleitoral: filiaram-se após 9 de fevereiro ou não estavam com as contribuições em dia em 11 de março.
Foto: reprodução do Twitter do Ministério do EsporteA ministra do Esporte, Ana Moser (de máscara, na foto), esteve no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), vinculado ao Instituto de Química, no dia 18. O coordenador do LBCD, professor Henrique Gualberto Pereira, falou ao Jornal da AdUFRJ sobre o encontro.
Jornal da AdUFRJ - Como foi a visita?
Henrique Gualberto Pereira - Foi um enorme prazer receber a ministra no LBCD. Oportunidade única de mostrar nosso trabalho. A ministra ouviu tudo atentamente, e mostrou-se aberta a futuras interações. Por mais de uma ocasião durante a visita, a ministra externou que reconhece a importância do trabalho realizado pelo LBCD.
Foi a primeira vez que a ministra visitou o LBCD?
Sim. Em poucos meses de governo, o LBCD interagiu diretamente duas vezes com a ministra. A primeira foi uma audiência no Ministério do Esporte, que contou com a presença do reitor em exercício, professor Carlos Frederico Leão Rocha. Ontem, 18 de maio, tivemos o prazer de receber a ministra nas instalações da UFRJ.
De acordo com o tuíte do ministério sobre a visita, o senhor "frisou a necessidade de o governo continuar investindo no laboratório". Houve alguma promessa de novos recursos para o LBCD?
Mais importante do que promessas, houve a reafirmação do reconhecimento da importância do LBCD para o Sistema Brasileiro Antidopagem, e para o esporte brasileiro em si. A ministra foi objetiva, dividindo um cenário orçamentário complexo, mas demonstrando empenho em investir no LBCD.
Finalmente, não é segredo para ninguém que o governo anterior não apoiou a Ciência. Naquele período, o laboratório recebeu a visita de algum ministro? Houve algum problema sério de financiamento do LBCD?
Apesar da visão do governo anterior em relação à Ciência, o LBCD teve, apesar da falta de investimentos diretos, interlocutores técnicos muito importantes. Cito especificamente a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, um órgão ligado à estrutura do governo federal que, desde sua criação, tem conseguido se ater a questões técnicas, não sendo influenciado pelas visões políticas que mudaram ao longo dos anos. Isso é fundamental para o Sistema Brasileiro de Controle de Dopagem evoluir. Na gestão anterior, recebemos a visita do então Secretário Nacional de Esportes. Infelizmente, essa interação não resultou em investimentos diretos na renovação do parque instrumental, ou na infraestrutura do LBCD.
Qual a expectativa que se cria para o futuro do LBCD a partir desta visita?
Sem deixar de reconhecer as dificuldades orçamentárias, fica a expectativa que a ministra Ana Moser consiga alavancar recursos para investimentos diretos no LBCD. Acreditamos que esse laboratório da UFRJ já demonstrou sua importância para o esporte do Brasil. Trata-se de um investimento que dará o retorno esperado, contribuindo não só para o esporte, mas também para a ciência brasileira. Pela seriedade e objetividade demonstradas pela ministra, temos confiança de que os investimentos virão.
Foto: Fernando SouzaÉ possível que a atual direção do Andes e a chapa 1 tratem quase como uma hagiografia o processo eleitoral que se encerrou oficialmente na terça-feira (16), com a proclamação do resultado oficial. Mas, no mundo real, o que se viu foi uma sucessão de medidas que favoreceram a vitória do mesmo grupo que controla o Andes há mais de 20 anos. E talvez a melhor tradução desse processo seja um paradoxo. O presidente eleito da chapa 1, o professor Gustavo Seferian, não recebeu sequer um voto de sua base. Ele é da UFMG, onde os eleitores foram impedidos de votar por uma decisão da Comissão Eleitoral Central (CEC). Dirigentes do Andes e representantes da chapa 1 formam a maioria da comissão.
O veto ao voto dos docentes da UFMG foi uma das anomalias listadas pela chapa 3 — Renova Andes em recurso impetrado junto à CEC. A chapa do principal movimento de oposição à direção do sindicato nacional foi a segunda colocada no pleito, com 6.763 votos (41,36%), 295 a menos do que a chapa 1, que venceu com 7.058 votos (43,17%). A chapa 2 — Andes-SN classista e de luta teve 2.253 votos (13,78%). No recurso, a chapa 3 pediu para que fosse feita uma eleição complementar na UFMG e na UFSCAR — cujos eleitores também foram impedidos de votar — e que o resultado só fosse proclamado depois disso. O recurso foi negado pela CEC.
PROCESSO VICIADO
De acordo com o recurso da chapa 3, “o viés favorável à chapa 1 pode ser constatado no histórico de deliberações da CEC e que ao longo do processo vai se evidenciando cada vez de forma mais nítida”. A principal deliberação criticada foi o veto aos eleitores da UFMG e da UFSCAR, mas o recurso listou outras intervenções da CEC. Uma delas foi a tentativa de impugnar uma integrante da chapa 2 (a professora Danielle Dias da Costa, da UEAP), fora do prazo regimental para impugnações, sob a justificativa de que ela estaria inadimplente. Além disso, a CEC suspendeu a campanha da chapa 2 por alguns dias.
“Ocorreu uma sequência de práticas reproduzidas como o hegemonismo, a unilateralidade e a negação do contraditório para impedir a participação da chapa 2, tal como homologada”, critica a professora Marinalva Oliveira, da Faculdade de Educação da UFRJ, candidata a 3ª vice-presidenta da chapa 2. Segundo Marinalva, as comissões eleitorais do Andes sempre atuaram “dentro do princípio da razoabilidade”, como método de resolução de eventuais problemas “e não de punição”. “Desta vez, a CEC desrespeitou Regimento e Estatuto do Andes-SN ao ‘desomologar’ candidata da nossa chapa, porém manteve a homologação da chapa com 82 pessoas. Após vários recursos à CEC, o único caminho que encontramos para reparar a injustiça com a candidata foi recorrer à Justiça. E fomos vitoriosos”, diz a docente.
De acordo com a professora Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras da UFRJ, candidata a secretária-geral da chapa 3, ficou evidenciada a intervenção da CEC a favor da chapa 1. “É muito cirúrgica a exclusão dos colégios eleitorais da APUBH (UFMG) e da ADUFSCAR do processo. Em uma eleição com diferença de 300 votos, esses colégios eleitorais excluídos de maneira arbitrária, abusiva e ilegal poderiam mudar o resultado da eleição. Foi um processo muito viciado, que culmina com a comemoração de vitória pela chapa 1 antes mesmo da promulgação do resultado. Politicamente, nós não reconhecemos o resultado. Essa atual direção sai apequenada deste processo eleitoral”, diz Eleonora.
O recurso da chapa 3 lembra que o potencial de votantes da UFMG é maior que a diferença entre as chapas 1 e 3. “Portanto, a inclusão ou exclusão da UFMG do pleito pode causar impacto sobre o resultado eleitoral, tendo a decisão pela exclusão desses docentes um vício de origem: foi tomada após a divulgação dos manifestos de apoio às chapas e por uma instância composta majoritariamente por apoiadores da chapa 1”, anota o documento.
Da mesma forma, o recurso destaca a exclusão dos eleitores da ADUFSCAR. “As chapas 1 e 3 tinham dentre seus membros colegas docentes da UFSCAR, e seus nomes foram aceitos pela CEC na homologação de suas chapas mediante comprovação de filiação (e adimplência) à ADUFSCAR. No entanto, a CEC mais adiante decidiu por maioria não atender o pedido da base local da UFSCAR para que a Regional Andes-SP organizasse ali a eleição”, registra o recurso.
PRÓXIMOS PASSOS
A coordenação do fórum Renova Andes convocou uma reunião para o próximo sábado (21) para avaliar o que fazer diante da negativa do recurso da chapa 3 por parte da CEC. Em comunicado aos integrantes do fórum, a coordenação reafirma as críticas “a uma eleição sindical onde se lançou mão de toda sorte de manipulações e manobras para garantir um resultado artificial”. E prossegue: “Não reconhecemos legitimidade em uma diretoria eleita desta forma, cuja presidência é ocupada por uma pessoa que, segundo decisão da maioria da própria Comissão Eleitoral Central, não é eleitor no pleito que venceu”.
Para a professora Erika Suruagy (UFRPE), candidata a 1ª tesoureira da chapa 3, uma eventual derrota, caso confirmada, não abaterá os integrantes do fórum Renova Andes. “Essa é a terceira eleição de que o Renova participa, e temos demonstrado um melhor desempenho a cada eleição. Perdemos em 2018 com uma diferença de 1.500 votos, que caiu para 1.400 votos em 2020. E agora perdemos por menos de 300. E isso sem considerar a exclusão da UFMG e da Federal de São Carlos, duas bases que dariam uma ampliação de votos da chapa 3”, lembra Erika. “O Renova continuará nas lutas em defesa do Serviço Público Federal, das universidades, pela nossa recomposição salarial, para enterrar de vez a PEC 32 (reforma administrativa). Vamos seguir atuando para garantir que o sindicato nacional reassuma o protagonismo que perdeu”, garante a professora.
Marinalva Oliveira avalia como positivo o desempenho da chapa 2: “Nossa campanha foi vitoriosa em muitos sentidos. Cumprimos a tarefa de defesa de um Andes autônomo e de luta, com pautas necessárias à categoria docente e ao conjunto da nossa classe. Durante o processo, também demonstramos que, em tempos de tamanho abandono da vida política, não é pelo punitivismo ou pelo silenciamento que um sindicato deve se guiar. Esse movimento continuará defendendo o Andes e se posicionando contra decisões recuadas ou que se alinham a governos, reitorias ou partidos políticos. Permanecemos no lugar de onde nunca saímos, na base, nas ruas e nas lutas”.
Presidente eleito do Andes, o professor Gustavo Seferian enalteceu a vitória de sua chapa. “Num contexto de crise nas organizações da classe trabalhadora, no Brasil e no mundo, contar com mais de 16 mil professores votantes é algo muito significativo. Os mais de sete mil votos que nos levaram à vitória expressam um sentimento de reconhecimento das lutas que vêm sendo travadas, da necessidade de que nosso sindicato siga sendo revolucionado desde as suas bases por seus anseios. Foi um processo eleitoral bastante duro, mas que expressou as diversas posições das chapas concorrentes. E a posição política da chapa 1 foi triunfante”, avalia o docente.
Gustavo também falou sobre as críticas à CEC e sobre o futuro mandato: “Houve críticas à condução do processo pela CEC. Críticas são importantes e legítimas, porque as decisões nem sempre nos contentam por completo. O problema é a deslegitimação da CEC, composta por decisão congressual, não questionada por nenhum grupo no último congresso. A CEC merece ser respeitada em suas decisões. Felizmente o processo eleitoral teve o seu desfecho com a proclamação do resultado. E somados os votos das chapas 1 e 2 temos uma manifestação contundente de nossa categoria no sentido de rechaçar um projeto político que fragilizava a autonomia e a independência do sindicato nacional para com gestores, governos e partidos. Oposição é sempre bom, desde que feita de forma leal, transparente e ética. Isso fortalece o sindicato. No seu mandato, a chapa 1 vai construir uma política para o conjunto da categoria”.
O Jornal da AdUFRJ encaminhou as críticas e questionamentos à CEC, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.