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WhatsApp Image 2025 07 16 at 17.51.09 2Foto: Kelvin MeloAs licenciaturas estão em uma corrida contra o tempo. Uma resolução do Conselho Nacional de Educação torna obrigatória uma reforma curricular de todos os cursos da área até 30 de junho de 2026. Além disso, todos os estudantes que ingressaram nas licenciaturas desde 1º de julho de 2024 precisam se graduar pelo currículo novo.
Um seminário realizado nos dias 9 e 10 de julho no Centro de Tecnologia discutiu o assunto na UFRJ, que oferece 32 licenciaturas (três por EaD, 27 presenciais no Rio e duas presenciais em Macaé), envolvendo aproximadamente 14 mil alunos.
Para o professor Joaquim Silva, coordenador de Integração dos Cursos de Licenciaturas junto ao Complexo de Formação de Professores, o maior desafio será mudar a concepção das chamadas disciplinas de conteúdo específico. “Por exemplo, na química orgânica, disciplina que dou aula, não vou poder ensinar só os conteúdos como eu ensinaria para o bacharelado. Eu tenho que trabalhar com este futuro professor como ele poderá levar esses conteúdos para a escola”, afirma.
O docente considera essencial para esta reforma a criação de uma política institucional de co-docência — situação em que dois ou mais professores assumem uma atividade pedagógica, como uma aula ou uma oficina. “Da mesma forma que em um curso de Medicina, no qual os alunos têm interação não só com seus professores, mas com os médicos. Estamos trabalhando essa mesma concepção para a formação de professores”, afirma Joaquim. “Para formar os novos professores, a contribuição dos docentes da educação básica será muito importante. A gente entende que esse conhecimento é um saber produzido pelo professor na sua atividade profissional”.

ADAPTAÇÃO
Em novembro do ano passado, foi instituída na Faculdade de Educação uma comissão responsável pela elaboração de um Projeto Pedagógico que atenda às exigências das novas diretrizes curriculares para as licenciaturas — a faculdade é parceira das unidades na formação dos estudantes.
Nas últimas semanas, a comissão esteve em todos os Centros que oferecem licenciaturas para ampliar a discussão deste projeto. “O objetivo era apresentar o que estamos pensando para a formação de licenciandos”, informa a professora Ana Prado, coordenadora do grupo, que reúne representantes de todos os departamentos da FE, das coordenações de Licenciatura, Estágio e Extensão e um representante dos técnicos administrativos.
“Foram semanas intensas de apresentação. E foi muito positivo o seminário vir logo depois destes encontros”, avalia a docente. “Não é só uma discussão de carga horária. Para além disso, estamos pensando o que queremos enquanto formadores, o que nós queremos para as licenciaturas da nossa universidade, quais são nossas concepções. Estamos começando a trilhar um caminho que é muito potente”, conclui Ana Prado.
A professora Ana Lúcia Cunha, integrante da comissão da Faculdade de Educação, avalia a resolução de forma positiva. “É um texto que apresenta pontos muito interessantes, diferente da resolução do governo anterior que abria espaço para uma formação aligeirada dos profissionais”.
Mas não será mesmo uma adaptação fácil. Uma das principais mudanças da resolução diz respeito ao estágio curricular: antes concentrado nos períodos finais, agora precisará ocorrer desde o primeiro período dos cursos. “Do ponto de vista da formação dos docentes, é bom. Mas implica um rearranjo institucional muito grande”, diz Ana.
A comissão organizadora do seminário sobre as licenciaturas — formada por representantes do Complexo de Formação de Professores, da pró-reitoria de Graduação, da Faculdade de Educação, do CAp e do CEFET — prepara um documento que vai apontar as ações relativas à implementação da reforma e à instituição de política de co-docência. A ideia é divulgar o texto até o final deste mês.
A gravação do seminário pode ser acessada no canal do Complexo de Formação de Professores no Youtube.

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