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WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 4Fotos: Fernando SouzaÀs 16h17 desta sexta-feira, 14 de junho, parte das cinzas da professora emérita Maria da Conceição Tavares foi depositada em um jardim próximo à entrada do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, no campus da Praia Vermelha.
O gesto, atendendo a um desejo da docente, reforçou para sempre o vínculo com a universidade onde Conceição se formou bacharel em Ciências Econômicas, em 1960.
"Conceição está em casa!", afirmou, sob aplausos, a filha, a também professora Laura Tavares, durante a comovente solenidade, reservada a amigos mais próximos.
Por cima das cinzas, a muda de um ipê branco foi plantada. "Vai dar muitas flores", completou Laura.WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 5
E as homenagens seguem neste sábado (15). Será realizado um ato ecumênico no Teatro de Arena do Palácio Universitário, às 16h. Na segunda, a outra parte das cinzas será depositada no Instituto de Economia da Unicamp, a outra casa que Conceição ajudou a construir. E outro ipê branco será plantado.

FSR62566Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes

História, arte e arquitetura deslumbraram os docentes em mais um passeio organizado pela AdUFRJ. No dia 24 de maio, os filiados puderam visitar os palácios Pedro Ernesto — que sempre sediou a Câmara Municipal — e Tiradentes, da Assembleia Legislativa do estado. Foram os primeiros prédios erguidos na cidade com o objetivo de abrigar parlamentos.
Conduzidos pelo guia Douglas Libório, historiador formado pela UFRJ, os professores ouviram histórias e curiosidades dos dois lugares, que são separados por apenas um quilômetro, no Centro do Rio. “O ano de 2024 marca os 200 anos da primeira Constituição do Brasil, que instituiu o parlamento bicameral no país. Construir uma ponte entre os dois prédios é uma forma muito significativa de entender o protagonismo do Legislativo na história brasileira”, destacou Libório.
Os professores ficaram sabendo que o Pedro Ernesto — construído entre 1918 e 1923 —, foi projetado por um antigo colega, que não chegou a ver a conclusão do palácio. O arquiteto Heitor de Mello, docente da Escola Nacional de Belas Artes — nome anterior da Escola de Belas Artes da UFRJ —, morreu em 1920.
A construção ainda sofreu com uma forte crise inflacionária provocada pela Primeira Guerra Mundial, o que elevou os custos da construção. Além disso, a pandemia da gripe espanhola que chegou ao Brasil em 1918 resultou em greves contra as condições insalubres de trabalho.
A combinação entre os custos elevados e o tamanho do palácio, considerado pequeno quando concluído, deu origem a um apelido pejorativo que caiu no gosto da população carioca da época. O pomposo Palácio Pedro Ernesto ficou conhecido como a “gaiola de ouro”.
A professora Deise Vianna Miranda, do Instituto de Física, destacou a parte histórica e política do passeio. “A gente se envolve com a discussão política, mas ver onde as coisas aconteceram é muito bom. Entrar no plenário é impactante”, disse.

PALÁCIO TIRADENTES
Também o Palácio Tiradentes tem a contribuição da UFRJ na sua origem. O projeto foi de autoria de Archimedes Memória, que se tornaria diretor da Escola Nacional de Belas Artes.
O prédio não agradou a todos. A crítica alimentada por arquitetos modernistas era direcionada ao estilo repleto de anacronismos, com inspirações greco-romanas. Por exemplo, a escultura do Marechal Deodoro da Fonseca, que representa a proclamação da República no topo do prédio, traz o primeiro presidente do Brasil vestido como um imperador romano. Não à toa, o palácio ganhou o apelido de “carro alegórico”.
Construído em 1926, o prédio foi sede da Câmara dos Deputados do Brasil até 1960. Foi batizado Tiradentes apenas em 1936 por Getúlio Vargas, quando o presidente ordenou a exumação dos inconfidentes. O palácio foi construído no local onde funcionou a Cadeia Velha, lugar onde Tiradentes passou os últimos dias antes de ser executado.FSR62792
A professora Marleide da Mota Gomes, da Faculdade de Medicina, elogiou a condução da visita por Douglas Libório. “Gosto de história, gosto de arte e a correlação que o professor Douglas criou entre os temas foi muito rica. A abordagem historiográfica no contexto social, econômico e cultural me agradou muito”.
No lado de dentro do edifício, o acervo de obras exposto nos corredores e salões encantou os docentes. Logo ao lado da escadaria principal, desponta a pintura mais antiga do acervo, do século XVIII: um retrato do Conde de Bobadela, governador do Rio entre 1733 e 1763.
A obra, de autoria de Manuel da Cunha, é uma das muitas elaboradas pelo talento artístico de pessoas negras e expostas nos dois prédios. O Palácio Pedro Ernesto guarda um grande painel do século XIX de Firmino Monteiro, artista que trouxe elementos de modernização na arte brasileira com traços do impressionismo. No Tiradentes, o teto do salão nobre foi pintado pelo neoimpressionista João Timotheo da Costa.
A professora Patricia Almeida, da Faculdade de Letras, fez sua estreia em um passeio da AdUFRJ e saiu impressionada com o acervo artístico dos palácios. “Apesar de ser carioca da gema, aprendi coisas novas com o historiador. Adorei as obras artísticas do Pedro Ernesto. Algumas eu não conhecia e foi uma ótima oportunidade de ver ao vivo”, celebrou.
E os passeios do sindicato são ótimas oportunidades para encontrar colegas de diferentes áreas. “É importante incluir professores aposentados e da ativa em atividades de acolhimento e proporcionar momentos de reflexão” afirmou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.

Atenção, professores!
O próximo passeio acontecerá em 22 de junho. Será uma visita ao maior museu de história do Brasil, o Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, no Centro. As inscrições serão realizadas na semana do encontro pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.03 1fotos: Rochele ZandavalliRenan Fernandes

Quando o nível de transbordamento do Lago Guaíba ultrapassou a marca histórica de 4,76 metros da enchente de 1941 e atingiu os 5,3 metros, no último dia 5 de maio, a resiliência da comunidade acadêmica das universidades federais do Rio Grande Sul emergiu a serviço da sociedade. Professores, pesquisadores, técnicos e estudantes aplicaram conhecimento científico e trabalho braçal para auxiliar a população durante a calamidade das enchentes. Ações na região metropolitana de Porto Alegre buscaram a promoção do acolhimento aos desabrigados e o combate à desinformação.
O professor Eduardo Rolim de Oliveira, do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tesoureiro da Adufrgs, recordou os primeiros dias de calamidade e o impacto do trabalho de pesquisadores. “No primeiro momento, muitos professores e alunos participaram como voluntários no resgate e na atenção aos desalojados. Levantamos dinheiro para as Cozinhas Solidárias e fizemos entregas de mantimentos nos abrigos. Com o passar dos dias, cientistas da universidade foram atores principais nos veículos de comunicação para orientar as pessoas e reduzir os danos provocados pelas chuvas”, lembrou.
Levantamento do Jornal da AdUFRJ apontou que o Jornal Nacional usou, entre os dias 7 de maio e 5 de junho, 23 entrevistas ou citações a estudos de professores e pesquisadores das universidades do estado para informar a população. O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS ganhou destaque especial no telejornal. Ao todo, foram quatro entrevistas de docentes do instituto e dois estudos utilizados como fonte para infográficos. O apresentador William Bonner apresentou a edição do dia 14 de maio direto das instalações do IPH, localizado no campus Vale da universidade.
Desde o primeiro dia da enchente, as projeções de transbordamento do Guaíba divulgadas pelo IPH ganharam notoriedade. As simulações criadas pelos pesquisadores que já conhecem a região foram fonte de informação confiável em meio a um cenário de caos e desinformação. Os especialistas em modelagem hidrológica conseguiram prever o nível de subida da água com base nas previsões de chuvas e emitir boletins diários que auxiliaram a Defesa Civil. Outro grupo ficou concentrado em analisar o potencial de deslizamentos de terra no norte do estado.WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.03
As análises das manchas de inundação produzidas pelos pesquisadores auxiliaram o poder público e a população na identificação de locais seguros. O professor Guilherme Marques é coordenador do Núcleo de Pesquisas em Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, vinculado ao IPH, e representante da UFRGS no Comitê de Bacias do Rio Gravataí. “Ano passado, um aluno meu criou um mapa de inundação simulando a inexistência do muro de contenção no cais de Porto Alegre. A mancha projetada no estudo ajudou na evacuação de áreas da cidade nessa cheia”, disse.
Quando o nível da água começou a baixar, o empenho do professor foi direcionado para a prevenção de novas catástrofes. “Precisamos pensar na solução técnica do ponto de vista da Engenharia e também do ponto de vista institucional. Já havíamos constatado os problemas nos diques que falharam em São Leopoldo, mas o município não tinha dinheiro para bancar a obra”, analisou Marques.
“Nosso trabalho agora é sugerir instrumentos de gestão para que municípios e estado possam gerir em conjunto para evitar tragédias. Costumamos dizer que, quando se trata de cheias, a pior enchente é sempre a próxima”, concluiu.

CUIDADO MULTIDISCIPLINAR
WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.02 3DivulgaçãoA UFRGS foi pouco atingida pelas inundações. Segundo a Secretaria de Comunicação da universidade, apenas o andar térreo da Escola de Administração (foto ao lado), localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, sofreu alagamento, atingindo salas de aula, sala de informática e parte do acervo da biblioteca. Os prejuízos na unidade ainda estão sendo calculados.
A condição segura das estruturas da universidade permitiu a utilização do ginásio da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (Esefid), no campus Olímpico, como abrigo aos desamparados. Nos primeiros dias da enchente, a unidade recebeu 600 pessoas que foram desalojadas pelas chuvas. Hoje, 250 pessoas seguem amparadas no espaço, com direito a quatro refeições por dia e acompanhamento multidisciplinar de docentes da UFRGS.
A professora Luciana Paiva, diretora da Esefid, chegou ao ginásio às sete horas da manhã dia 4 de maio e começou a organizar os voluntários em setores para administrar o abrigo. “Foi tudo muito rápido. Muita gente chegou querendo ajudar, mas de forma desorganizada. Montamos uma escala para os voluntários, designamos funções específicas, como controle de acesso, separação de doações, cuidados com saúde, lazer, higiene, alimentação. Ao todo, dividimos os voluntários em 18 setores”, contou.
Os professores da unidade lançaram um projeto chamado “Movimento Esefid”. O trabalho une os três cursos da Escola para o desenvolvimento de atividades para os desabrigados e aproximar o conhecimento produzido na universidade da comunidade. “O objetivo é atender às necessidades específicas de cada um que passa por aqui, promover lazer e bem-estar. E também cuidar de quem cuida, com atenção à saúde mental dos voluntários”, exaltou a docente.
As necessidades do abrigo demandam conhecimentos de diferentes unidades da UFRGS. Professores e estudantes de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Farmácia e Fonoaudiologia formaram uma equipe de saúde para atender às pessoas. Uma força-tarefa do Instituto de Psicologia, Serviço Social e Comunicação Humana prestou suporte psicossocial. Além dos humanos, 70 animais também passaram pelo ginásio e receberam cuidados emergenciais da comunidade da Faculdade de Veterinária.
Outras atividades reuniram a comunidade acadêmica para ajudar a sociedade. A Escola de Engenharia divulgou projeto para auxiliar no reparo de eletrodomésticos e instalações elétricas. Alunos e professores da Faculdade de Arquitetura montaram 5 mil rodos desenvolvidos para a remoção de lama e doaram à população. Estudantes da Escola de Administração desenvolveram um guia para ajudar aos desabrigados no processo burocrático de solicitação de auxílios governamentais.

VOLTA ÀS AULAS
Todas as atividades acadêmicas na UFRGS estão paralisadas até o dia 15 de junho. A universidade discute alternativas pedagógicas para o retorno como forma de evitar atrasos no calendário. O professor Eduardo Rolim de Oliveira traçou um panorama dos estudantes de Química como exemplo das dificuldades que impedem o retorno às atividades. “Temos cerca de 40% de alunos que moram fora de Porto Alegre, na região metropolitana. Quem mora em Canoas ou São Leopoldo, por exemplo, ainda tem dificuldade no acesso à capital porque precisam atravessar os rios”, explicou.

WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.02Foto: Ministério da EducaçãoO Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o IPPMG e a Maternidade Escola terão mais 162 leitos e novos 764 profissionais, dentro de um ano. O anúncio aconteceu durante a cerimônia de assinatura do contrato de adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), na quinta-feira (6), em Brasília (DF).
“O desafio será retomar os tempos dourados da UFRJ, que é liderança do ponto de vista de formação. Trazer a UFRJ para a EBSERH é impactante para nós e é impactante para a UFRJ”, afirmou o presidente da estatal, Arthur Chioro.
O dirigente apresentou o plano para os primeiros cem dias de gestão das três unidades hospitalares, com destaque para a recuperação da infraestrutura e a compra de suprimentos. “Vamos fazer uma rápida contratação de um escritório de projetos para a gente poder se dedicar à recuperação predial e à revitalização dos edifícios hospitalares, execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e demais investimentos”, disse.
Novos suprimentos chegarão aos hospitais em dois meses, de acordo com o presidente da EBSERH. “Já estabelecemos os procedimentos necessários para a compra de mais de dois mil itens em 55 pregões, com início de entrega já em agosto”, observou. “Para implantação do nosso aplicativo de gestão hospitalar, estamos fazendo a aquisição de 760 novos computadores”, completou.
Dentro de um ano, a previsão é contratar 764 novos profissionais. “Fazendo, progressivamente, a substituição de todos os trabalhadores em situação de precariedade. Há uma situação desafiadora na UFRJ que se arrasta há muitos anos”, afirmou ele em referência aos extraquadros, funcionários sem qualquer direito trabalhista.
As verbas para tantos investimentos virão do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): R$ 50 milhões para aplicação imediata este ano e R$ 65 milhões em 2025. Além de uma parceria com o Ministério da Saúde: com o programa de qualificação e ampliação dos hospitais universitário (PRHOSUS), serão mais R$ 211 milhões.WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.21.13
Não será um processo fácil, adiantou o dirigente. “Muitas vezes não se tem noção da complexidade que é a adesão de um hospital. E de um complexo hospitalar com a potência da UFRJ é como trocar os quatro pneus, mais a gasolina, freios, mais o estofamento, mais a direção de um automóvel em movimento. E em altíssima velocidade, porque o hospital não pode parar”, comparou Chioro.

“VAI DAR CERTO”
O reitor Roberto Medronho comemorou a desafiadora transformação que se avizinha. “Não tem como não dar certo. Vai dar certo mesmo. Em prol do ensino, da pesquisa e da assistência de qualidade”, afirmou.
Com a adesão da UFRJ, a EBSERH passa a contar com 45 hospitais, 64.611 trabalhadores — entre estatutários e celetistas — 9 mil leitos e um cenário de ensino e pesquisa para mais de 55 mil alunos e 8,5 mil residentes.
Medronho lamentou a tardia adesão da universidade a essa rede. A ideia dos governos petistas era que a UFRJ se tornasse a primeira da fila, dez anos atrás. A proposta, porém, sofreu grande oposição. “Os mais à esquerda associavam a EBSERH a uma privatização e os conservadores, na Câmara, diziam que era mais um estatização. A incompreensão foi muito grande e nós não pudemos celebrar esse contrato naquele momento”.
O professor lembrou que o Clementino Fraga Filho já contou com 450 leitos num passado muito distante, mas ultimamente oferece aproximadamente 200. A diferença, ao longo de tantos anos, pode ter sido fatal. “Quantas pessoas deixaram de ser atendidas e morreram? Essa dívida que nós temos com a saúde da população iremos pagar em dobro. Ampliando número de leitos, ampliando número de cirurgias, ampliando número de atendimentos especializados”.

COMPROMISSO COM O SUS
O ministro da Educação, Camilo Santana, também celebrou o investimento que vai beneficiar o povo brasileiro. “A EBSERH faz parte do SUS. Esse é o compromisso do MEC com a importância de formar bons profissionais, ampliar as residências médicas, principalmente nas especialidades de que estamos precisando dentro do Programa Mais Médicos, para atender lá na ponta a população”, observou.
Para além da EBSERH, a crise financeira das universidades não passou em branco no discurso do ministro. “Na próxima segunda-feira, teremos reunião com o presidente Lula e todos os reitores. E, se Deus quiser, será para anunciar boas notícias de reforço orçamentário para nossas universidades”.

rodrigofRodrigo Nunes da Fonseca
Prof. Associado da UFRJ,
Diretor do NUPEM 2014-2022

 

 


O Nupem chegou à maturidade. No dia 5 de maio, comemoramos os 30 anos da primeira Unidade Acadêmica da UFRJ fora da sede. Em três décadas, ele mudou de cara, de tamanho e de nome. Hoje chama-se Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, mas conserva a utopia que nos tirou de casa no Fundão e nos trouxe até aqui – o sonho de fazer ciência com excelência no Norte Fluminense.WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.02 1Fotos: divulgação
Tenho um imenso orgulho de integrar a equipe de docentes do Nupem desde 2009, e de maneira rápida, gostaria de mostrar nesse artigo como nos transformamos numa referência bem-sucedida de interiorização da UFRJ e um exemplo para o país. Parece-me que chave é simples e profunda: desde o início nos desdobramos para erguer pontes entre a academia e a sociedade.
Somos um modelo de construção coletiva de uma Unidade Acadêmica a ser replicado pelo país, em que o amor e a dedicação diária dos docentes, alunos, técnico-administrativos e membros da comunidade tem feito a diferença numa das regiões mais impactadas por uma atividade extrativista como a do petróleo.
A origem do NUPEM/UFRJ remonta a 1980, quando o grupo de pesquisa do professor Francisco Esteves estudava a ecologia das lagoas costeiras do Norte Fluminense. Em 1995, estabeleceu sua primeira sede em Macaé num galpão de ração cedido pela Prefeitura local.
Ali, Reinaldo Bozelli e Deia Maria junto com dezenas de alunos da UFRJ lecionaram cursos de educação ambiental entre 1995 e 2006 para professores e alunos das escolas públicas de Macaé e região, numa época em que a palavra extensão nem existia no dia a dia da UFRJ. Muitos desses alunos são hoje professores universitários e analistas ambientais das prefeituras do entorno, do IBAMA e ICMBIO.
Assim, ao contrário de muitas faculdades e institutos da UFRJ em que a criação de uma unidade acadêmica começou pelo ensino, o NUPEM nasceu pela pesquisa e pela extensão.
Há outro dado emblemático e que revela nosso pioneirismo. Antes mesmo do programa REUNI, a UFRJ já tinha o seu embrião da interiorização bem estruturado e conectado com a população de Macaé. Essa sintonia com os macaenses foi rapidamente acolhida pela Prefeitura da cidade que, em 2006, construiu nossa sede com laboratórios didáticos e de pesquisa, alojamento para visitantes e uma biblioteca.
Essa biblioteca leva o nome de Aloisio Teixeira — merecida homenagem ao reitor que cedeu as 13 primeiras vagas docentes de sua reserva técnica para o surgimento do primeiro curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UFRJ fora do Rio. Todo esse sucesso levou, em 2006, ao reconhecimento do NUPEM como um Órgão Suplementar do Centro de Ciências da Saúde.WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.02 2
E assim, fomos abrindo caminho para novos cursos de Graduação em Macaé, como o Bacharelado em Ciências Biológicas, com ênfase em Meio Ambiente e Biotecnologia, criado em 2013. Seguindo o exemplo do NUPEM, nove cursos de Graduação foram estabelecidos no Centro Multidisciplinar de Macaé.

PÓS-GRADUAÇÃO
É importante mencionar que uma fração expressiva dos atuais professores e técnicos administrativos destes Institutos de Macaé realizaram suas pós-graduações em cursos estabelecidos no NUPEM/UFRJ.
Quatro programas de pós-graduação foram estabelecidos ao longo dos anos a partir de muitas parcerias com o Centro de Ciências da Saúde, como o PPG-Ciências Ambientais e Conservação, o PPG-Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento, o PPG-Multicêntrico em Ciências Fisiológicas e PPG-Educação em Ciências e Saúde, estes dois últimos cursos em Associação com a Sociedade Brasileira de Fisiologia e com o Instituto NUTES-CCS, respectivamente.
Assim, o NUPEM local tradicional das ciências ambientais tem se transformado cada vez mais numa unidade multidisciplinar, englobando a tríade meio ambiente, saúde e educação, no conceito de saúde única, um dos pilares do desenvolvimento sustentável atual (https://www.nature.com/articles/s41564-022-01076-1).
Dentro desse contexto de Saúde, o NUPEM/UFRJ foi recentemente protagonista durante a pandemia de COVID-19. Ajudamos Macaé a se transformar numa das melhores cidades do país no combate ao SARS-Cov2, mas também gerando publicações científicas em uma parceria com a Prefeitura de Macaé, Ministério Público Federal e do Trabalho, FAPERJ, Unimed e diversas empresas Off-Shore. Os mais de R$ 8 milhões obtidos em equipamentos, obras e bolsas levaram à construção do Laboratório Integrado de Doenças Negligenciadas, onde pesquisas inovadoras em COVID longa, coordenadas pela diretora Cintia Monteiro de Barros, têm sido publicadas em revistas internacionais de destaque.
Por último, é importante destacar o protagonismo do NUPEM/UFRJ na Educação de Macaé, a partir de diferentes projetos com o Centro de Formação Professora Carolina Garcia e diversas Escolas de Macaé. O Fórum do Norte Fluminense de Educação em Ciências tem se transformado num ponto de encontro e de discussões dos diversos projetos Universidade-Escolas.
Assim, o sucesso do NUPEM/UFRJ é uma lição para os pessimistas de plantão que não acreditavam na interiorização da ciência no Estado do Rio de Janeiro. Todo este sucesso somente tem sido alcançado a partir de ações coletivas envolvendo não somente o corpo social do NUPEM/UFRJ, mas também a população de Macaé e região. Espero que tenhamos sucesso e possamos contribuir na construção de uma Macaé sustentável, socialmente referenciada e com igualdade de oportunidades.
Vida longa ao NUPEM/UFRJ!

 

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