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FSR62566Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes

História, arte e arquitetura deslumbraram os docentes em mais um passeio organizado pela AdUFRJ. No dia 24 de maio, os filiados puderam visitar os palácios Pedro Ernesto — que sempre sediou a Câmara Municipal — e Tiradentes, da Assembleia Legislativa do estado. Foram os primeiros prédios erguidos na cidade com o objetivo de abrigar parlamentos.
Conduzidos pelo guia Douglas Libório, historiador formado pela UFRJ, os professores ouviram histórias e curiosidades dos dois lugares, que são separados por apenas um quilômetro, no Centro do Rio. “O ano de 2024 marca os 200 anos da primeira Constituição do Brasil, que instituiu o parlamento bicameral no país. Construir uma ponte entre os dois prédios é uma forma muito significativa de entender o protagonismo do Legislativo na história brasileira”, destacou Libório.
Os professores ficaram sabendo que o Pedro Ernesto — construído entre 1918 e 1923 —, foi projetado por um antigo colega, que não chegou a ver a conclusão do palácio. O arquiteto Heitor de Mello, docente da Escola Nacional de Belas Artes — nome anterior da Escola de Belas Artes da UFRJ —, morreu em 1920.
A construção ainda sofreu com uma forte crise inflacionária provocada pela Primeira Guerra Mundial, o que elevou os custos da construção. Além disso, a pandemia da gripe espanhola que chegou ao Brasil em 1918 resultou em greves contra as condições insalubres de trabalho.
A combinação entre os custos elevados e o tamanho do palácio, considerado pequeno quando concluído, deu origem a um apelido pejorativo que caiu no gosto da população carioca da época. O pomposo Palácio Pedro Ernesto ficou conhecido como a “gaiola de ouro”.
A professora Deise Vianna Miranda, do Instituto de Física, destacou a parte histórica e política do passeio. “A gente se envolve com a discussão política, mas ver onde as coisas aconteceram é muito bom. Entrar no plenário é impactante”, disse.

PALÁCIO TIRADENTES
Também o Palácio Tiradentes tem a contribuição da UFRJ na sua origem. O projeto foi de autoria de Archimedes Memória, que se tornaria diretor da Escola Nacional de Belas Artes.
O prédio não agradou a todos. A crítica alimentada por arquitetos modernistas era direcionada ao estilo repleto de anacronismos, com inspirações greco-romanas. Por exemplo, a escultura do Marechal Deodoro da Fonseca, que representa a proclamação da República no topo do prédio, traz o primeiro presidente do Brasil vestido como um imperador romano. Não à toa, o palácio ganhou o apelido de “carro alegórico”.
Construído em 1926, o prédio foi sede da Câmara dos Deputados do Brasil até 1960. Foi batizado Tiradentes apenas em 1936 por Getúlio Vargas, quando o presidente ordenou a exumação dos inconfidentes. O palácio foi construído no local onde funcionou a Cadeia Velha, lugar onde Tiradentes passou os últimos dias antes de ser executado.FSR62792
A professora Marleide da Mota Gomes, da Faculdade de Medicina, elogiou a condução da visita por Douglas Libório. “Gosto de história, gosto de arte e a correlação que o professor Douglas criou entre os temas foi muito rica. A abordagem historiográfica no contexto social, econômico e cultural me agradou muito”.
No lado de dentro do edifício, o acervo de obras exposto nos corredores e salões encantou os docentes. Logo ao lado da escadaria principal, desponta a pintura mais antiga do acervo, do século XVIII: um retrato do Conde de Bobadela, governador do Rio entre 1733 e 1763.
A obra, de autoria de Manuel da Cunha, é uma das muitas elaboradas pelo talento artístico de pessoas negras e expostas nos dois prédios. O Palácio Pedro Ernesto guarda um grande painel do século XIX de Firmino Monteiro, artista que trouxe elementos de modernização na arte brasileira com traços do impressionismo. No Tiradentes, o teto do salão nobre foi pintado pelo neoimpressionista João Timotheo da Costa.
A professora Patricia Almeida, da Faculdade de Letras, fez sua estreia em um passeio da AdUFRJ e saiu impressionada com o acervo artístico dos palácios. “Apesar de ser carioca da gema, aprendi coisas novas com o historiador. Adorei as obras artísticas do Pedro Ernesto. Algumas eu não conhecia e foi uma ótima oportunidade de ver ao vivo”, celebrou.
E os passeios do sindicato são ótimas oportunidades para encontrar colegas de diferentes áreas. “É importante incluir professores aposentados e da ativa em atividades de acolhimento e proporcionar momentos de reflexão” afirmou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.

Atenção, professores!
O próximo passeio acontecerá em 22 de junho. Será uma visita ao maior museu de história do Brasil, o Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, no Centro. As inscrições serão realizadas na semana do encontro pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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