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tablet 1075790 640pixabayA UFRJ vai adotar o sistema de controle eletrônico de frequência criado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A informação foi dada pela reitora Denise Pires de Carvalho ao Jornal da AdUFRJ. A reitora afirmou que o sistema de ponto eletrônico por biometria não vai ser utilizado. A medida é uma resposta a uma Instrução Normativa do Ministério da Economia que prevê o controle eletrônico de frequência para todo o Serviço Público Federal até o fim deste ano.
“Retomaremos a implantação iniciada pela gestão passada do SIG-RH da UFRN”, disse Denise è reportagem. A reitora também se manifestou sobre o assunto durante a reunião do Conselho Universitário, nesta quinta-feira (11). Embora não estivesse na pauta da reunião, o Sintufrj fez uma manifestação a respeito do tema na sessão de informes.
“Reafirmo aqui a nossa posição de categoria, de que somos contra a aferição eletrônica”, disse a técnica Gerly Miceli, coordenadora-geral do Sintufrj. “Não é uma aferição eletrônica que moraliza nada”, complementou. A técnica defendeu que o momento é de união em defesa da autonomia universitária, e sugeriu que a administração central crie um grupo de trabalho que possa discutir a criação de um sistema próprio da UFRJ, e que seja retomada a discussão da reorganização dos processos de trabalho dos técnicos. “A instrução normativa não é lei, mas a autonomia universitária é constitucional, e cabe a este conselho e à gestão defendê-la institucionalmente e intransigentemente”.
Em sua resposta, Denise Pires de Carvalho procurou tranquilizar a comunidade acadêmica. “Não há nenhuma discussão, não houve e não haverá, com relação à implantação de controle de ponto eletrônico por biometria na UFRJ”, disse ela, com a ressalva de que a instrução normativa faz com que a UFRJ tenha que se organizar. “Vamos trabalhar, criar grupos de trabalho, discutir e dialogar internamente no sentido de abolir o papel, mas não vai haver um ponto eletrônico”, reforçou.
Antes de comunicar sua decisão ao governo, a UFRJ estudou o modelo desenvolvido pela UFRN e adotado por outras instituições. “Ter sistemas que atendam às especificidades das universidades ajuda a fortalecer a autonomia”, disse Mirian Dantas dos Santos, pró-reitora de Gestão de Pessoas da UFRN, em apresentação virtual realizada, dia 5, para diretores de unidades, representantes da AdUFRJ e Sintufrj.
A dirigente explicou que o sistema é bastante flexível. “A universidade é uma instituição muito complexa. Não tem como colocar uma regra que vá atender a todos”, afirmou. Segundo Mirian, quem optar pelo sistema da UFRN recebe a tecnologia e pode fazer uma personalização. O controle pode ser feito por ponto biométrico ou por login e senha, no computador do trabalho. “Quem define é a gestão da unidade”, esclareceu. A universidade começou a trabalhar em uma versão por celular para dar agilidade ao sistema.

WhatsApp Image 2021 02 11 at 21.16.23O Sintufrj venceu uma importante ação coletiva para pagamento dos valores atrasados no processo dos 28,86%. A vitória beneficia 9.022 pessoas, entre técnicos-administrativos e docentes filiados ao sindicato e que já eram servidores da UFRJ pelo menos desde 1993. O percentual equivale a um reajuste concedido a militares em 1993 e só estendido aos servidores civis em 1998. Agora, a Justiça reconheceu o direito ao recebimento do valor retroativo referente a 66 meses (entre janeiro de 1993 e junho de 1998).
“Esperamos que as pessoas tenham algum alento financeiro, já que estamos desde 2017 sem reajuste e com aumento de alíquota de Imposto de Renda e de seguridade. Nosso poder de compra cai não só com a inflação, mas com todos os ataques que recebemos ao longo dos últimos anos”, pontua a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli.
Um servidor técnico-administrativo que já atuava na UFRJ entre 1986 e 1993, e que hoje esteja na Classe C-416 (Nível IV e Progressão 16) da carreira, pode receber valores que variam entre R$ 40 mil e R$ 55 mil. No caso de um docente que tenha ingressado em 1986 e seja Associado II, os valores ultrapassam os R$ 90 mil. “Vencer esse processo num contexto de tantas perdas, é muito significativo”, comemora Gerly. “O momento é muito difícil, pois estamos às vésperas de uma reforma administrativa que visa acabar com o Estado brasileiro, com tudo o que construímos ao longo de muitas décadas”, afirma a dirigente.
Outras 1.537 pessoas que fizeram acordo com a União (durante o governo FHC) para recebimento do percentual em 14 parcelas não terão direito aos atrasados, porque, nestes casos, não há “restos a pagar”. “O sindicato tinha convicção da justeza do direito à integralidade dos atrasados e por isso orientou os sindicalizados a não aderirem ao acordo proposto pela União”, lembra a diretora Nilce Correa.
Como o processo envolve muitas pessoas, o Sintufrj contratou uma assessoria jurídica para dar seguimento à execução da sentença. O escritório cobra 10% do valor que cada servidor irá receber. “É importante destacar que os sindicalizados têm a liberdade de dar entrada nesta execução individual com advogados de sua confiança. Para isso, basta pegar o número do processo e juntar a documentação exigida”, orienta Gerly. No site do Sintufrj (www.sintufrj.org.br) há um tutorial de como dar início à execução judicial.

AGENDA

CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ

9/02 - TERÇA-FEIRA - 16H

Pauta: Insalubridade e progressões, eleições para representantes e questões nacionais.

WhatsApp Image 2021 02 11 at 21.13.45Josué Medeiros - Foto: Arquivo AdUFRJDepois de um pequeno recesso, o Tamo Junto – encontro virtual dos professores da UFRJ nas sextas-feiras de pandemia – retornou com toda força, no último dia 5. O primeiro bate-papo de 2021 discutiu o terceiro ano do mandato de Bolsonaro e a possibilidade de uma frente ampla de oposição ao governo.
“Acho que hoje a grande hipótese colocada para 2021, contra a qual a gente precisa lutar, é a de 2021 como um ano de consolidação do bolsonarismo”, afirmou o professor e cientista político Josué Medeiros, diretor da AdUFRJ que conduziu o debate.
O terceiro ano de mandato é historicamente importante para o Executivo brasileiro, pois é quando se percebe como as forças políticas estão na sociedade e também é o último ano para colocar pautas no Congresso, explicou Josué. “O fenômeno político do lulismo foi confirmado no terceiro ano de governo, depois da crise do mensalão e a capacidade que Lula teve de resistir e sair da crise. Foi também no terceiro ano de governo que Dilma perdeu a oportunidade histórica dela, na minha opinião, de se consolidar”, lembrou.
Josué apresentou sete pontos que podem consolidar o fenômeno político que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) representa. “O primeiro ponto é um novo auxílio-emergencial. Acho que Bolsonaro vai aprovar mais cedo ou mais tarde ao longo de 2021. Ele não aprova agora só para economizar”, afirmou. “Em segundo, o avanço da vacinação. Embora (João) Dória (governador de São Paulo) tenha feito aquele golaço lá no início da vacinação, logo depois de a Anvisa aprovar e Bolsonaro ficar muito mal, a tendência é o Ministério da Saúde aprovar outras vacinas”, completou. Apesar da força política e estratégica do governador de São Paulo para a vacinação do estado, Josué acredita ser muito difícil competir com o SUS. “Toda a política de distribuição nacional do SUS é bastante avançada. A tendência é que Bolsonaro também explore essa narrativa para falar que vacinou”, analisou.
Os terceiro e quarto pontos dizem respeito à proteção adicional de Bolsonaro no Congresso e no Judiciário. “Tem a ver com o impeachment, com Flávio Bolsonaro, com aprovação fácil de aliados para o STF e STJ”, explicou. “O quinto ponto é a questão partidária. Ele segue sem partido. Vai ter que decidir se organiza o próprio partido ou se entra em algum já existente. As duas hipóteses tendem a dar um centro político-partidário para o bolsonarismo, coisa que não existiu em 2020”, afirmou
Outro tópico importante é o andamento das pautas contra direitos humanos. “Bolsonaro não precisa que elas sejam aprovadas. Se elas não são aprovadas mas vão a voto, ele passa a ter uma prova empírica para o discurso antissistema. Ele vai dizer: ‘Não conseguimos armar a população porque esse Congresso não deixa governar’. O que Bolsonaro ameaça com a sua agenda fascista são direitos à liberdade, à diversidade e à pluralidade”, afirmou. O sétimo e último ponto é a atração de parte da direita tradicional ao bolsonarismo. “Acho que Dória formou um polo. Ele é o principal nome da direita tradicional. Agora, a tarefa dele é manter o campo unificado”, concluiu.

FRENTE AMPLA
Josué defendeu a articulação de uma frente de esquerda unificada, que possibilite o diálogo com setores da direita tradicional para algumas pautas comuns. “O debate do auxilio-emergencial, as CPIs para investigar o que o governo fez, a luta pela democracia, para não deixar retroceder os direitos das mulheres, negros, índios”, ilustrou. “Nesse tipo de agenda, dá para montar uma frente ampla. Para isso, a gente precisa ter protagonismo. Primeiro, a unificação da esquerda”, definiu.
O pesquisador propôs duas ações que poderiam contribuir para unificar os setores progressistas. “Uma delas seria participar das cozinhas coletivas que o MTST está organizando nos territórios em que o movimento tem trabalho”, disse Josué. O docente acredita que este é um tipo de atividade que ajuda na organização dos trabalhadores e unifica a esquerda.
A segunda iniciativa seria criar uma frente suprapartidária do estado. “Será muito interessante que a gente, como intelectuais da UFRJ, chame as lideranças políticas do Rio de Janeiro para conversar sobre projeto de país e de estado”, sugeriu.

tablet 1075790 640Imagem de Niek Verlaan por Pixabay

A UFRJ deve implantar um sistema eletrônico de controle da frequência até o fim deste ano. A determinação partiu do Ministério da Economia, que estabeleceu o cronograma para todos os órgãos federais. A medida não atinge os professores, que são regidos por legislação própria.
“A única coisa de que temos certeza é que vamos optar por um sistema não biométrico e queremos fazer essa escolha ouvindo a comunidade”, esclareceu a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho. O modelo biométrico demandaria a compra dos dispositivos de reconhecimento das digitais para todas as unidades da universidade. O controle de frequência será feito por login no computador.
Para responder à Instrução Normativa nº 125 do ministério, publicada em dezembro, a reitoria apresentou três opções à comunidade, em duas reuniões realizadas esta semana. A primeira seria desenvolver um sistema próprio. “Isso nos daria maior autonomia de acompanhamento e facilidade de adaptação à realidade da UFRJ”, informou o vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha.
Os problemas seriam o tempo insuficiente e a necessidade de deslocamento de equipe para a tarefa, segundo avaliação dos técnicos da área de tecnologia da universidade (TIC). Outra dificuldade seria integrar o modelo próprio ao sistema de gestão de pessoas do governo, outra exigência da IN nº 125.
A segunda opção seria a contratação de um sistema eletrônico criado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e adotado por outras 11 instituições em um consórcio. A solução já estaria adaptada à realidade de uma instituição universitária e contaria com suporte técnico. “A UFRN tem cem pessoas terceirizadas trabalhando neste sistema”, disse o vice-reitor.
Mas também há obstáculos: é preciso pagar pela utilização do modelo, a cada ano — o custo ainda não é conhecido. E a alternativa ainda não está integrada ao sistema do governo, como exige a instrução normativa. Haverá uma apresentação do sistema da UFRN nesta sexta-feira, 5.
Por último, existe a possibilidade de aceitação do Sistema de Registro Eletrônico de Frequência – Sisref, disponibilizado pelo próprio Ministério da Economia e já implantado em alguns órgãos federais desde 2018. O modelo já “dialoga” com o outro sistema do governo e apresenta uma característica importante em tempos de aperto orçamentário: “A grande vantagem dele é a gratuidade, mas teremos pouca autonomia na implantação”, explicou Carlos Frederico. Na terça-feira, 2, houve uma apresentação do Sisref por representantes da Universidade Federal de Uberlândia, onde o sistema está operacional desde agosto de 2019.
A UFRJ precisa, ao menos, indicar qual sistema quer implantar até o dia 12. Não necessariamente será o modelo adotado, pois há períodos de análise e testes previstos no cronograma da instrução normativa.
A A imposição do ministério não foi bem recebida pela representação do Sintufrj. A coordenadora-geral Neuza Luzia cobrou respeito à autonomia universitária: “Não podemos descolar esta discussão do todo. O governo apresentou uma proposta de reforma administrativa que acaba com o serviço público”, disse. “Instrução normativa não é lei. Fomos obrigados a ir à Justiça para recuperar direito que, por instrução normativa, a universidade retirou de seus trabalhadores”, exemplificou.

CRONOGRAMA

Indicar qual sistema será adotado
Até 12 de fevereiro

Estudar o modelo e confirmar a opção
Mais 60 dias

Implantar o sistema
Mais 180 dias

Período de testes
60 dias

Pleno funcionamento
Ao fim do período de testes

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