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WhatsApp Image 2021 02 05 at 05.39.27Professor titular da Faculdade de Medicina e coordenador do GT Coronavírus UFRJ, Roberto Medronho reafirma que escolas fechadas aumentam os riscos de saúde, segurança e formação para crianças em situação de vulnerabilidade. O docente critica a morosidade das autoridades para adaptar as instalações escolares e mitigar o risco de contágio pelo novo coronavírus.” Falar em abrir Maracanã, falar em abrir bar e restaurante e tudo mais e não se falar nada sobre as escolas? Isso está muito errado”, observou, durante webinário promovido pelo Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Saúde em Emergências e Desastres na quinta-feira (30).
O coordenador do GT Coronavírus UFRJ também opinou sobre o papel da universidade contra a desinformação científica. Confira, a seguir, trechos da apresentação.

Escolas fechadas
“Nós estamos comprometendo uma geração inteira. O Brasil é o país que mais tempo ficou com as escolas fechadas. Já são dez meses e doze dias aqui no Rio. A ciência mostrou que as escolas de educação básica — seguindo os protocolos de mitigação e com a infraestrutura adequada — oferecem menos risco do que a comunidade”.

Inércia para adaptação
“Nós temos escolas no nosso país que não têm água potável, não têm banheiro. Em que as salas têm vários alunos por metro quadrado. Então o que os governantes fizeram nesses dez meses de isolamento social para reformar essas escolas? Nada, praticamente. Muito pouco. Então nós precisamos investir na infraestrutura das escolas. E nós precisamos retornar o mais rápido possível essas crianças às suas escolas”.

Escola não é universidade
“Sobre a universidade, o adulto transmite muito a doença. Já sabemos que as crianças transmitem menos, adoecem menos e morrem menos. Um estudo do governo britânico disse que o risco de uma criança abaixo de dez anos morrer de covid é menor do que uma criança morrer atingida por um raio. Risco sempre teremos. Abrir uma escola é risco? É, é sim. Não vamos nos enganar que o risco é zero. Esses riscos podem ser mitigados e ficarem próximos de zero, se adotarmos as medidas necessárias. Eu pergunto, hoje uma criança que está na comunidade, com os pais trabalhando, está mais ou menos exposta ao risco de adoecer e de ser abusada, sofrer violência de alguma forma, do que estando na escola? Não há dúvida nenhuma de que ela estará mais segura na escola.”

Economia perversa
“Nós precisamos urgentemente cobrar das autoridades que invistam rapidamente, porque escola fechada, pasmem, evita gastos para governantes. Sabemos de prefeito que realocou gastos que ia ter com as escolas para tapar o rombo de seu orçamento. Então, para o gestor, é menos um problema. Mas e as crianças?

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