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COMPLEXOA pandemia de COVID-19 trouxe inúmeros novos e complexos desafios e, como parte integrante e viva da sociedade, a escola não ficou afastada deles. Muito pelo contrário, essa instituição tão presente na vida de todos nós precisou, e ainda precisa, encontrar caminhos para as questões que se põem diante da necessidade de continuar exercendo seu papel social em meio à necessidade do distanciamento social, que levou ao fechamento das escolas há quase um ano.
Vemos constantemente, na mídia, discussões sobre temas que dizem respeito à escola: migração das atividades antes presenciais para o ensino remoto, a exclusão digital de alunos de baixa renda, a baixa interatividade nas aulas remotas e a dificuldade de avaliar a aprendizagem são alguns exemplos. Soma-se a eles, agora, a discussão da reabertura das escolas e uma readaptação das atividades para um formato híbrido entre o presencial e o remoto. Ao longo de todo esse processo, algo fica nítido para todos nós: a invisibilidade da classe docente para gestores públicos e privados, assim como para grande parte da mídia. Muito se fala em pesquisas realizadas em países que contam com infraestrutura e políticas públicas muito diversas, assim como se apresentam soluções que puderam ser implementadas em sociedades que possuem uma relação com a escola que difere significativamente da que vemos no Brasil.
Entretanto, pouco se veicula sobre as análises e ponderações dos trabalhadores da educação, aqueles que melhor conhecem a realidade das escolas e de seus alunos. Ou seja, há uma espécie de surdez coletiva para a fala dos profissionais responsáveis pelo processo educativo, que dedicam anos de suas vidas à sua formação, mesmo em condições salariais e materiais tão adversas.
Parece que todos podem falar e serem ouvidos sobre o que ocorre no mundo da escola, menos os que realmente fazem esse mundo funcionar: as professoras e professores que estão, diariamente, nas milhares de sala de aula deste país.
O Complexo de Formação de Professores vem, através dessa nota, se solidarizar com a classe docente brasileira e reiterar seu lugar de parceiro na luta pelo reconhecimento do valor desses profissionais. Urge que as professoras e professores brasileiros tenham a centralidade do seutrabalho na escola reconhecida pelos gestores, pela mídia e pela sociedade, e que sejam sempre os primeiros a serem ouvidos em toda e qualquer situação que envolva a educação brasileira, seja na elaboração de currículos, seja na discussão das formas pelas quais se dão as atividades escolares durante a pandemia.
Sem professores, não há escola, não há educação, não há país. Há, somente, a barbárie.

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