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WEBNORAFoto: Alessandro CostaCom trajetória de participação de longa data em todos os fóruns da UFRJ, Eleonora Ziller dá nova cara ao movimento docente. Continuação sim, mas com as mudanças que o momento exige. Apoiada pelas duas últimas diretorias da AdUFRJ, a nova presidente promete uma resposta firme da entidade diante de todos os ataques que a universidade vem sofrendo. Um movimento que não pretende parar nem voltar atrás, como anunciava o nome da chapa vitoriosa nas eleições. “Nosso plano é abrir portas e construir pontes”, diz.
Eleonora sabe do que fala. Desde estudante, viveu momentos importantes da UFRJ. Participou do esboço do que mais tarde viria a ser o principal pé da universidade no Complexo da Maré. “Naquela época, não havia extensão. Nós estávamos criando o conceito. Eu comecei como bolsista e depois atuei como funcionária no embrião do que se conhece hoje como PR-5 (pró-reitoria de Extensão)”.
A professora passou pelos mais diferentes setores da universidade. Foi estudante, técnica-administrativa e docente. Por oito anos, ocupou a direção da Faculdade de Letras. Como técnica, fez parte da primeira geração de representantes no Consuni: “Queríamos romper com um estigma, o de que os funcionários só se posicionavam de modo corporativo. Nossa ideia era mostrar que éramos capazes de discutir as grandes questões da universidade, como por exemplo, a autonomia. E fizemos isso”.
A eleição de Bolsonaro foi o fator determinante para trazê-la de volta ao movimento docente, após anos de dedicação à família, à carreira acadêmica e à implantação do curso noturno em sua unidade, a Faculdade de Letras. “Com o governo Bolsonaro, a perseguição política a dirigentes e a presença de interventores em diversas universidades, o sindicato volta a ter um lugar fundamental na defesa da autonomia e da liberdade de pensamento, e na proteção dos professores, ameaçados das mais diversas formas”, afirma a dirigente.

 

Qual a prioridade zero da gestão?
Quando digo que nosso plano é abrir portas e construir pontes estou falando num amplo programa de ação. Até hoje a universidade é uma espécie de arquipélago. Temos uma coesão interna complicada. As unidades têm realidades muito diversificadas, e em certa medida, ainda muito desiguais. E a Adufrj tem um papel importante para que essas experiências não se tornem incomunicáveis. É preciso mudar com urgência um sentimento de que existem fraturas internas pela forte solidariedade entre nós.

Como fazer isso?
Queremos abrir o diálogo o mais franco possível. Faremos visitas constantes às unidades e estaremos em todos debates e atividades para os quais formos chamados. Esse desejo de aproximação é um sentimento forte de toda a diretoria eleita. Também há uma expectativa em relação ao Conselho de Representantes. Esperamos que seja um espaço para oxigenar e impulsionar a participação política dos docentes.

Essa é a terceira eleição consecutiva do mesmo grupo à frente da Adufrj. Qual o principal acerto a ser mantido?
As duas últimas gestões ampliaram a representação da entidade, e é pouco exato dizer que somos um grupo que se perpetua na diretoria. Hoje, o fato é que a Adufrj está mais próxima da maioria dos professores da UFRJ. Antes, havia muita confusão nas proposições de grupos políticos em relação ao conjunto de professores. Sindicato é para ser a cara da maioria dos professores, mesmo que essa cara não seja aquela que eu ou o meu grupo defenda. Não adianta projetar uma imagem narcísica de uma categoria se essa só existe na imaginação do grupo que a criou. Essa diferença é fundamental. O acerto é justamente não sermos um grupo com propostas definidas e alto grau de homogeneidade. O que caracteriza nossa atuação é muito mais sermos uma ampla articulação, que inclui muita diversidade e que busca exprimi-la, sendo essa sua maior riqueza, e não um problema.

E o que deve ser revisto?
O momento histórico agora exige um grau de participação dos professores que não existia até o início do ano. Com Bolsonaro, vigora a perseguição política a dirigentes e a presença de inúmeros reitores que não foram os eleitos pela comunidade. O sindicato volta a ser o local da defesa da autonomia e da liberdade de pensamento. O que está em jogo é a defesa da universidade pública e gratuita, porque o que se está gestando com o Future-se é a destruição dela tal como a conhecemos. Essa dimensão exige a experiência e a participação de todo mundo, independentemente dos grupos de origem a que pertençam.

Carreira, salário: como serão tratadas as pautas corporativas?
A pauta corporativa deve ser tratada de maneira articulada com a defesa da universidade. O espaço para acordos e negociações com o atual governo hoje é nenhum. O cenário é não perder o que conquistamos.

Como será a relação com o Andes?
Nossa perspectiva é participar mais do debate. E fazer a discussão envolvendo os professores para que compreendam o que está em jogo. Não existe nenhuma proposta de ruptura. Por outro lado, o Andes precisa ser mais do que uma entidade nacional que baixa calendários de lutas e greves para as universidades. Os congressos, por exemplo, onde essa política é formulada, precisam ter mais capilaridade, serem de fato discutidos por nós.

Quais as alternativas para a defesa da universidade?
A gente não se basta. Os professores precisam estar conectados aos estudantes aos funcionários, aos professores do ensino fundamental e médio. A grande virtude do 15M foi a confluência, havia diferentes grupos, de experientes pesquisadores universitários a jovens secundaristas. Também foi marcante uma organização mais amadurecida e horizontal. E com maior capacidade de diálogo com a sociedade. É importante que as estruturas dos atos comportem desde as entidades até os movimentos mais autônomos e criativos. A parceria com os setores da arte e da cultura, nesse momento de censura, é importante. A universidade está sendo pressionada por ser um espaço permanente para produção de conhecimento autônomo, e exatamente por isso não podemos recuar. A liberdade de pensamento, a liberdade de criação artística, a liberdade para a produção do conhecimento, são fundamentais e indissociáveis da vida universitária, é simples assim. Não temos opção.

WEBDIRETORIAFoto: Alessandro CostaNesta última terça-feira, renovou-se mais uma vez a direção de nossa associação e seção sindical. Festejou-se, lá, a continuação de nossa afirmação como sindicato docente, ou seja, atento e sensível às questões mais caras aos nossos professores. Isso não quer dizer, de forma alguma, que não enxerguemos um papel para nós no grande arco do movimento trabalhista, apenas que a categoria docente traz consigo peculiaridades absolutamente marcantes, e que um bom sindicato deve entender e responder a tais idiossincrasias. Celebrou-se, também, a eleição de um amplo e diverso conselho de representantes, corroborando a ideia de que nossos docentes de fato querem se envolver com a associação, basta que saibamos acolhê-los.
Infelizmente, as comemorações terminam por aqui. Vivemos um momento triste de vilanização da universidade pública, inserido num contexto maior de repúdio ao conhecimento. O ministro da Educação não perde nenhuma oportunidade de mostrar o gigantesco desprezo que sente pelos seus colegas docentes. Em sua última “travessura”, por exemplo, nos rotulou de “zebras gordas”. Na mesma seara, o seu chefe e mandatário da nação exibe um comportamento que só pode ser classificado como bisonho, ao abordar tópicos importantes como preservação ecológica e tecnologia brasileira. Tudo isso, aliado a certos desejos particulares que, interessados na fatia de alunos hoje atendida pelo sistema público, “passam pano” para os ataques, se combina numa ameaça inédita ao projeto de educação pública, gratuita e de qualidade que defendemos incansavelmente.
Mas ousaremos perseverar. Ou, como melhor diria Paulo Freire, esperançaremos. Vida longa à AdUFRJ.

NOTA: A diretoria da AdUFRJ manifesta sua consternação com as denúncias de tortura física e mental praticada por agentes públicos contra detentos e detentas no Pará. Alguns dos atos denunciados são simplesmente bestiais, quase impensáveis. Mais do que pedir investigação e punição dos culpados, é importante que a sociedade se conscientize que a brutal violência só vai aumentar o número de naturalizados atos como esse.

WEBHADDADLideranças de esquerda nos pilotis da reitoria“Nós, deliberadamente, queríamos que a universidade fosse o local de maior expressão representativa da nossa diversidade social”, disse o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT nas últimas eleições. Ele participou, no dia 4, de um encontro com parlamentares de três partidos políticos de esquerda (PT, PCdoB e PSOL), nos pilotis do prédio da reitoria da UFRJ. A atividade, organizada pelo movimento estudantil, significou um esforço de lideranças nacionais na construção de uma frente democrática ampla e antifascista em defesa da universidade pública.

Haddad afirmou que a universidade pública só incomoda o atual governo federal porque nela estão camadas populares da sociedade. “Eles não gostam do povo brasileiro”, afirmou. “A política de cotas só foi possível porque um homem teve a coragem de implantá-la”, disse, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ministro criticou o atual mandatário do MEC. Classificou as encenações de Abraham Weintraub nas redes sociais como um “fascismo meio circense”. “São um deboche, um desrespeito com a universidade pública. Nós somos mais de um milhão de pessoas nas universidades federais e é só deboche o que ele tem a oferecer”. Após o ato, Haddad concedeu entrevista para a AdUFRJ e o Sintufrj. O conteúdo pode ser conferido na próxima edição do Jornal da AdUFRJ.

COTAS REVOLUCIONÁRIAS
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu as cotas sociais e raciais adotadas no governo Lula, durante o encontro da esquerda. “Não houve uma ação mais revolucionária neste país do que a política de cotas, que abriu as universidades para nossa juventude pobre e negra. Aqui, hoje, estão os filhos das empregadas domésticas”, disse.
Para a deputada, o desmonte da educação, em particular do ensino superior, no atual governo, tem o objetivo de tirar dos mais pobres o direito de cursar uma universidade. “É este sonho coletivo que Bolsonaro quer destruir. Neste momento de desmonte, é fundamental estarmos nas ruas”, afirmou.

A defesa da democracia foi destacada pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). “A bandeira do Lula Livre não é apenas do PT. Ela é uma bandeira da democracia brasileira”, afirmou a parlamentar. Jandira pediu que o campo progressista não aja com intolerância contra a população que votou no atual governo. “É hora de chamarmos todos. Dizer ‘eu avisei’ não faz o outro nos ouvir. Só os afasta. Temos que estar juntos”, afirmou.

O esforço de ação conjunta no Congresso Nacional foi um dos pontos registrados pela deputada. “Eu sou líder da minoria na Câmara. Juntos, estamos tentando diminuir os prejuízos na Reforma da Previdência. O Freixo está tentando desidratar o pacote do (ministro da Justiça Sérgio) Moro”, explicou.

Para Marcelo Freixo (PSOL), a crise das universidades públicas não resulta de crise fiscal. Ela é um projeto de destruição das liberdades no Brasil. “Os fascistas têm certeza absoluta de que a universidade é o local do pensamento crítico. Eles querem radicalizar as desigualdades deste país. É um projeto de sociedade. Para isto, é necessário desmontar o Estado, destruir a universidade”.

“Temos uma responsabilidade neste momento histórico”, continuou. “Precisamos de uma frente ampla para combater o fascismo. O medo é um instrumento político de controle. Não podemos deixar que ele nos paralise. Precisamos de coragem, que é um ato coletivo”, finalizou o parlamentar.

WEBHADDAD2Foto: Alessandro CostaO Future-se vai desmontar a carreira docente, que garante um espaço na jornada de trabalho para o professor se dedicar à pesquisa”, criticou o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, durante visita à UFRJ no dia 4 de outubro, quanto participou de um ato público organizado pelos estudantes. Em entrevista ao Jornal da AdUFRJ, o professor e ex-ministro por sete anos falou sobre o momento político, as alianças progressistas e os ataques às universidades promovidos pelo governo Bolsonaro. “O Future-se é um desmonte-se”, afirmou o candidato à presidência nas últimas eleições. Sobre a intervenção do governo federal em reitorias país afora, Haddad considera que as comunidades acadêmicas têm prerrogativa para escolher seus dirigentes máximos. “Estamos falando de uma elite intelectual”.  O ex-ministro desafia o atual titular do MEC, Abraham Weintraub, para um debate. “Já que o chefe dele não quis debater durante a campanha, eu topo debater com ele”.

 

Este encontro na universidade foi o ensaio de uma frente progressista de oposição ao atual governo?
Fernando Haddad – Quem realmente está fazendo uma oposição consistente e propositiva são os partidos progressistas que estavam representados aqui [PT, PCdoB e PSOL] e outros que mantêm diálogo permanente conosco. Temos que estar muito afinados para o ano que vem e mais afinados ainda para 2022, colocando as vaidades e pretensões pessoais de lado e o interesse do país e das cidades na frente de todo o resto. Se depender de mim, cidadão Fernando Haddad, eu vou estar na luta para que a gente esteja o mais unido possível em 2020.

Como o senhor define o Future-se?
O Future-se é um “desmonte-se”. É um programa para desmontar a universidade pública. Não tem nada a ver você contratar uma organização social para gerir recursos públicos. Quem é essa OS? De onde saiu esta ideia? Não tem nada a ver acabar com a carreira docente. Sabemos que 90% de toda a pesquisa no Brasil são feitas pela universidade pública. O projeto desmonta a carreira docente, que é o que garante um espaço na jornada de trabalho para o professor se dedicar à pesquisa. Se não, vai virar escolão de ensino. E isso já tem quem faça. O que não tem quem faça no Brasil é pesquisa e extensão na qualidade que a universidade pública faz. Precisamos ter muito cuidado, até porque isto impacta o ensino. Uma coisa é você ter aula com um pesquisador, que está na fronteira do conhecimento. Outra coisa é ter aula com quem conhece e dissemina conhecimento. Pesquisador não dissemina conhecimento. Ele produz conhecimento. Toda uma geração vai se perder com o Future-se. Por isso, as grandes universidades já rechaçaram o modelo, que é inapropriado para a gestão de recursos públicos das universidades. O modelo que deu certo no Brasil é o das universidades estaduais paulistas, que implementamos durante o governo Lula por decreto, porque o Congresso não aprovou a reforma universitária. É um modelo em que a universidade tem o fundo público à sua disposição e o que ela conseguir ampliar [de recursos próprios] é dela, mas sem afetar o orçamento público.

O atual ministro da pasta não fez nenhuma visita até hoje a nenhuma universidade pública e chegou a dar declarações de que as universidades têm “cracolândias”. Como o senhor avalia esta postura?
Ele não é uma pessoa da área. Ele é uma pessoa que entrou recentemente num concurso (da Unifesp) em condições bastante inusuais. Era um edital para doutor, ele não é doutor, aí não apareceu ninguém, republicaram o edital para mestre. Em São Paulo não tem doutor? É muito estranha esta história, mas eu não quero aqui ficar discutindo o currículo dele. Em vez de querer proibir o debate dentro da universidade, ele deveria promover. Ele deveria estar aqui comigo discutindo o Future-se. Isto seria interessante. De todos os ministros da Educação vivos, eu fui o que mais tempo fiquei no ministério. Por que ele não debate comigo em um lugar público? Já que o chefe dele não quis debater durante a campanha, eu topo debater com ele.

Como o senhor avalia a postura do governo federal de não respeitar as listas tríplices? A UFRJ foi uma das poucas que teve seu processo eleitoral respeitado.
Eu sou de um tempo – e não faz tanto tempo assim – em que a gente achava que as melhores pessoas para escolher o reitor de uma universidade eram os membros de uma comunidade acadêmica. Nós estamos falando aqui de uma elite intelectual. Quem é que tem uma prerrogativa maior do que uma comunidade tão bem preparada para escolher sua liderança maior? Não faz o menor sentido imaginar que o Bolsonaro saiba mais do que a comunidade acadêmica da UFRJ. Nenhum presidente saberia, em minha opinião, mas este, em particular, não tem a menor condição de escolher quem quer que seja. Já está falando em reforma ministerial. Em seis meses, desandaram Educação, Meio Ambiente, Economia, Relações Exteriores, Direitos Humanos. Para onde olha, você vê caos, falta de rumo, falta de consistência nas propostas. É um governo muito ruim.

Neste arco de alianças que envolve PT, PSOL e até lideranças de centro, cabe o Lula Livre?
O Lula Livre não é uma questão de forças progressistas ou não. É de Estado de Direito. Uma pessoa de direita, que tem acompanhado o processo, não pode se negar a gritar Lula Livre. O Reinaldo Azevedo, que é um jornalista que se tornou famoso pelo seu viés antipetista, leu o processo. Só isso que ele fez. Ele não deixou de ser conservador por causa disso. Ele continua uma pessoa que se vê no espectro da direita liberal. Apesar de sua posição ideológica – e até por ela, porque os liberais são a favor do Estado de Direito – ele leu o processo. Quem quer que leia este processo não pode concordar com esta prisão. Ela não tem amparo em fatos, em acontecimentos, em nada. Uma pessoa está presa há um ano e meio. Você tem um massacre midiático de cinco anos contra esta pessoa. Esta pessoa bota em três semanas o seu candidato no segundo turno e é visitado por chefes de Estado do mundo inteiro. É agraciado com prêmios ininterruptamente – de doutor honoris causa a cidadão honorário de uma das maiores cidades do mundo. O que está acontecendo? O Sergio Moro está certo e o mundo está errado? Isto não vai ter fim enquanto não fizerem justiça.

Professora Denise Pires de CarvalhoUma celebração da universidade e das mulheres cientistas. Foi assim a solenidade em que a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, recebeu a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A iniciativa da homenagem, no dia 3, foi da deputada Martha Rocha (PDT), ex-aluna da Faculdade Nacional de Direito.
“Desde a criação, em 7 de setembro de 1920, a UFRJ teve 28 reitores. Pela primeira vez, em quase 100 anos, uma mulher foi investida no cargo. De uma universidade cujo símbolo, a Minerva, também é feminino”, disse Denise. “Hoje, existem 19 reitoras em 63 instituições federais de ensino. As mulheres exercendo estes cargos de destaque ainda são minoria. Mas há novos ares, novas atitudes”, completou.
A reitora também registrou o importante papel da educação em uma sociedade impactada pelos avanços tecnológicos, em especial na comunicação – nas redes sociais, as pessoas ficam em “bolhas” de informação e só conversam com quem concorda com elas. “Só podemos romper estas bolhas pela Educação, pelo livre pensar, pelo pluralismo de ideias. Estes são os pilares do exercício da democracia e da liberdade”, afirmou.
O subfinanciamento da educação superior pública também mereceu destaque no discurso da professora. “Deveríamos estar discutindo aqui quais serão as profissões do futuro, em vez de déficits orçamentários”, observou. “É inaceitável dizer que devemos recuar por questões econômicas. Uma nação soberana depende de instituições fortalecidas”, completou.
Durante a solenidade, a mesa diretora da Alerj recebeu representantes da comunidade científica para saudar a reitora.
Uma delas foi a professora Eliete Bouskela, diretora científica da Faperj, que destacou Denise como um exemplo para as mulheres alcançarem funções de liderança dentro da universidade. “A primeira diretora do Instituto de Biofísica (Denise foi diretora do IBCCF em 2010) e primeira reitora da UFRJ mostra que é possível”.
Presidente da Faperj, o professor Jerson Lima Silva, que é do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, também tratou a concessão da Medalha Tiradentes à reitora como uma homenagem a todas as estudantes mulheres. “O Brasil é um dos poucos países do mundo em que a produção científica é dividida, meio a meio, entre homens e mulheres”, afirmou.
Representante da Academia Brasileira de Medicina, o professor Walter Zin abordou o entrelaçamento de sua carreira com a da homenageada. “Quando voltei do meu doutorado no Canadá, em 1982, a primeira turma para a qual dei aula foi a de Denise. Ao final, fui escolhido paraninfo”, disse. “Quando me aposentei, fui indicado para ser professor emérito. Esperei a posse dela e fui o primeiro homenageado pela gestão. O que, de certa forma, fechou um ciclo”. Vice-reitor da UFRJ, o professor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que a reitora representa a Educação e a ciência. “E isso é importantíssimo neste momento”.

 

 
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