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IMG 20240410 144220Bolsistas apresentarão trabalhos na JICTAC - Foto: Arquivo AdUFRJOs conselhos de Ensino de Graduação e Para Graduados, CEG e CEPG, se reuniram na manhã desta sexta-feira, 14, para a aprovação de editais que distribuirão bolsas de iniciação à pesquisa na universidade. São os editais PIBIC/PIBID/PIBITI/PIBIC-Ações Afirmativas e PIBIC-Ensino Médio. As bolsas atuais para esses programas têm vigência apenas até agosto deste ano, por isso havia certa urgência na aprovação dos novos editais.
Houve mudanças em relação aos editais em vigor. Agora, eles passam a durar por três anos, com ciclos anuais, e não mais por dois anos. Assim, a vigência dos editais que serão lançados já na próxima semana durará até 31 de agosto de 2027. Outra novidade é que desta vez não há destaques de áreas prioritárias. O CNPq retirou esta exigência e a UFRJ seguirá a nova orientação. Assim, todas as bolsas poderão ser disputadas por todas as áreas do conhecimento.
A Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa informou que os editais deverão ser lançados na segunda-feira, dia 17. O público-alvo são estudantes de graduação e de ensino médio da UFRJ e de outras instituições regulares de ensino. A universidade espera poder ofertar mais de duas mil bolsas nos editais.

WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12Fotos: acervo pessoalDesde o dia 8 de junho, não cessam as homenagens à professora Maria da Conceição Tavares. Colegas, ex-alunos, líderes políticos e instituições da sociedade civil manifestam seu pesar pelo falecimento da economista, recordam passagens de convivência e celebram seu imenso legado acadêmico.
“Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil”, registrou o presidente Lula.
Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e professora do Instituto de Economia, Esther Dweck lamentou o falecimento da mestra: “Perdemos hoje a maior economista que atuou no Brasil”.
“Enquanto esta casa estiver de pé, seus ideais estarão presentes em cada economista formado dentro destas salas”, escreveu o diretor executivo do centro acadêmico Stuart Angel, Danilo Ponciano.
Ex-funcionária do Instituto e nossa colega de AdUFRJ, Deborah Trigueiro destacou a força midiática de Conceição: “Ela tinha uma capacidade de síntese formidável, com qualquer tempo que disponibilizassem pra ela”, relatou.
O Instituto de Economia da Unicamp, que Conceição ajudou a fundar, também se pronunciou: “Sua sabedoria, generosidade e dedicação deixaram uma marca indelével em todos nós, e sua ausência será profundamente sentida”.

• Conceição Tavares nos ensinou a importância de entender a economia não como um conjunto de números frios, mas como um instrumento de transformação social. Ela nos mostrou que por trás de cada dado econômico existe uma pessoa, uma família, uma comunidade. Nos ensinou a olhar para além dos gráficos e estatísticas, ela nos ensinou a enxergar o rosto do povo brasileiro, mas especialmente o rosto dos mais pobres.
E é essa chama que Conceição acendeu em nossos corações que nos guiará nesta luta. Por mais que tentem enfraquecer as universidades públicas, por mais que tentem nos afastar do debate econômico, jamais nos calarão. Enquanto houver injustiça e desigualdade neste país, o espírito de indignação da professora Conceição Tavares estará no Palácio da Praia Vermelha.
Enquanto esta casa estiver de pé, seus ideais estarão presentes em cada economista formado aqui. Sonharemos os sonhos de Conceição, em busca de um Brasil onde o povo tenha seus anseios atendidos.

Danilo Ponciano
Estudante e diretor do Centro Acadêmico Stuart Angel

• Conceição formava, com os saudosos e queridos Celso Furtado, Carlos Lessa e Antonio Barros de Castro o quarteto de ouro do pensamento social-desenvolvimentista brasileiro.
Tivemos esse privilégio, aqui na Economia, de ter tido Furtado como inspirador e os outros três como os grandes professores da história da economia da UFRJ. Cabe a nós, professores e alunos darmos continuidade a esse legado.
Conceição tinha um espírito humanista e universalista onde sempre couberam, também, paixão pelo Brasil, e coragem para a exposição pública de ideias raramente convencionais, e frequentemente “hereges” (que expunha, lembre-se, mesmo durante o período mais duro da ditadura).
No plano intelectual, era mente brilhante, com solidez teórica em economia, cultura histórica, e perspectiva multidisciplinar – não é que fizesse análises totalizantes, ela sempre se burlava disso, mas é que tinha a sensibilidade que os economistas tradicionais não têm para as disciplinas afins, a sociologia, a ciência política, a história.
Para ela, a economia é uma disciplina social e histórica, que para ser bem empregada requer, conhecimento teórico, mas requer também análises que saiam do âmbito restrito das aborrecidas tecnicalidades, e ajudem a entender a história e a sociedade em toda sua complexidade.
Foi professora como poucos, com aulas inesquecíveis para tantas gerações de economistas. A vida acadêmica brasileira em geral, e nós do Instituto de Economia em particular, somos infinitamente gratos à Conceição, por ter combinado de forma tão poderosamente inspiradora três atributos da atividade intelectual: rigor analítico, criatividade e rebeldia.
Mas a gratidão não se restringe ao mundo acadêmico. Conceição não só sempre mexeu com a cabeça dos alunos e dos colegas economistas, o fez com a intelectualidade brasileira em geral, com os tecnocratas, os políticos e os governantes, os sindicalistas e empresários, sempre obrigou todo mundo a “pensar grande”. Obrigou o Brasil a se pensar grande.

Ricardo Bielschowsky
Professor titular no Instituto
de Economia da UFRJ

• Nos despedimos com muito pesar da professora emérita do Instituto de Economia Maria da Conceição de Almeida Tavares. A economista, matemática e escritora luso-brasileira teve relevante papel na política e na economia do país.
Desejo em nome da Reitoria da UFRJ, meus pêsames e sentimentos aos amigos familiares. Agradecemos imensamente por toda contribuição para a Academia e Sociedade que Maria da Conceição promoveu.

Roberto Medronho,
Reitor da UFRJ

WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 1Ricardo Stuckert/PR• Maria da Conceição de Almeida Tavares foi professora, deputada federal pelo PT, economista e matemática, uma das maiores da nossa história. Nascida em Portugal, adotou o Brasil e nosso povo com o seu coração e paixão pelo debate público e pelas causas populares. Foi uma economista que nunca esqueceu a política e a defesa de um desenvolvimento econômico com justiça social. Formou geração de economistas na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escreveu centenas de artigos e muitos livros. Até hoje suas aulas são consultadas pelos jovens em vídeos na internet, pela sua fala sempre franca e direta. Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios. Nesse momento de despedida, meus sentimentos aos familiares, em especial aos filhos, aos muitos amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição Tavares.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente do Brasil

• Maria da Conceição amou profundamente o Brasil e o povo brasileiro, tendo sido uma das grandes pensadoras sobre o destino do país, os rumos da nossa economia e os caminhos para o desenvolvimento com Justiça Social.WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 2Ricardo Stuckert/PR
Minha amiga e professora era uma mulher brilhante e profundamente comprometida com a soberania nacional, tendo atuado decisivamente na construção de um Brasil menos desigual. Era uma portuguesa que veio para o país ainda criança e virou uma brasileira de coração e de compromisso firme com o nosso povo.
Minha companheira de lutas e sonhos. Maria da Conceição Tavares, presente!

Dilma Rousseff
Ex-Presidenta do Brasil

• O Brasil perde hoje uma grande referência. Não só como economista, mas também como pensadora do Brasil. Ao conectar sua produção de conhecimento com a elaboração de políticas públicas, ela mostrou que a ciência e o pensamento ligados aos principais desafios sociais são decisivos para melhorar a vida dos mais pobres e combater as desigualdades.
Obrigada por tudo, Maria da Conceição Tavares. Que você descanse em paz, e nós honremos esse jardim que você cultivou ao longo da sua vida!

Tatiana Roque
Professora e Ex-Presidenta
da ADUFRJ

•Maria da Conceição Tavares deixa um rico legado. Seu pensamento, sua crítica e sua defesa inegociável da justiça social será sempre uma estrela guia para o pensamento econômico brasileiro.

Fernando Haddad,
Ministro da Fazenda

•A professora Maria da Conceição Tavares deixa uma trajetória exemplar de educadora engajada no que de melhor o pensamento crítico gerou no Brasil. Intelectual comprometida com a transformação nacional ousou diuturnamente enfrentar a ditadura civil-militar, constituindo parte integrante do movimento da democratização do país. Apoiou o programa esperança e mudança do PMDB nos anos de 1980 e, posteriormente, contribuiu nos programas de governo do PT. Foi uma das bases fundamentais da produção teórica-analítica e do ensino formativo de muitos alunos e orientandos, consolidando o pensamento desenvolvimentista latino-americano ancorado na UFRJ e Unicamp. No parlamento, exerceu, com entusiasmo, a representação popular, enfrentando o neoliberalismo de forma corajosa e inteligente.
Marcio Pochmann
Presidente do IBGE

• Perdemos hoje a maior economista que atuou no Brasil! Maria da Conceição Tavares em seus 94 anos deixou na história do país um legado tanto acadêmico, quanto político e contribui para o debate de ideias por um país mais justo, desenvolvido e inclusivo!
Maria da Conceição Tavares dizia que um desenvolvimento econômico que não se preocupa com a justiça social condena os povos a uma brutal concentração de renda e de riqueza, ao desemprego e à miséria.
Que possamos seguir lutando com base nesse legado acadêmico, político e de ideias para um país mais justo e desenvolvido! Maria da Conceição Tavares, presente! Um forte abraço nos seus filhos, Laura e Bruno, e toda a família!

Esther Dweck,
Ministra da Gestão, professora de Economia da UFRJ

• Conheci a Conceição aos 19 anos quando fui trabalhar pela primeira vez no Instituto de Economia. Ela era uma das professoras e eu era a secretária da pós-graduação. Em 1986, ela se tornou diretora do Instituto e assessora dos ministros Funaro e Sayad. Foi quando houve a implantação do Plano Cruzado que congelou preços. Conceição me convidou para trabalhar e eu fui, feliz da vida. Deixei o trabalho num banco internacional para voltar pra UFRJ. Conceição era o centro das atenções e a imprensa não a deixava em paz. O desempenho na frente das câmeras e a língua afiada tinham conferido a ela um lugar que eu não me lembro de ter visto ninguém ocupar. Tinha uma capacidade de síntese formidável, com qualquer tempo que disponibilizassem pra ela. Um minuto, dois minutos, quanto fosse. Se comunicava com extrema facilidade pra quem falava de um assunto complexo. Nada era complicado, e o tom era emotivo, tocava os corações. Surgia ali uma força midiática até então desconhecida. Foi depois da aparição dela na tv que surgiram os “fiscais do Sarney”. Brasileiros de todos os cantos enviavam cartas para ela relatando preços praticados na mercearia, na padaria, no supermercado. A pessoa escrevia, envelopava e ia ao correio enviar uma carta pra Conceição. Sentiam que ela era alguém em quem se podia confiar. Durante o período do congelamento recebemos aproximadamente mil cartas.
Conceição era antes de tudo uma professora. Era pedagógica. Justiça social, redução das desigualdades, luta das mulheres por espaço no discurso da autoridade, que naquele momento era majoritariamente feito por homens, por militares, mas sobretudo homens, eram assuntos que não faziam parte ainda do meu cotidiano aos 26 anos. Ela era uma mulher que me inspirava a saber mais, a ser melhor, principalmente porque me valorizava, confiava em mim. E me apoiava emocionalmente também. Fez questão de ser minha fiadora me ensinando na prática o que era proteção social. Era uma forma de nos protegermos, eu de um jeito, ela de outro. Eu me sentia privilegiada e orgulhosa de trabalhar no instituto e conviver com ela. Nesses tempos de tantas ameaças à humanidade, a vida, a obra e o exemplo da Conceição serão sempre uma luz de esperança.

Deborah Trigueiro
Técnica aposentada da UFRJ

•Maria da Conceição Tavares foi uma figura icônica e inspiradora, uma verdadeira mestra fundadora do Instituto de Economia da Unicamp. Sua contribuição para a instituição e para o campo da economia foi de uma magnitude inigualável.
Como professora e pesquisadora exemplar, Tavares deixou um legado profundo em gerações de economistas. Seu trabalho incansável e suas ideias inovadoras moldaram a forma como entendemos e estudamos a economia. A perda de Maria da Conceição Tavares deixa um vazio imensurável no Instituto de Economia da Unicamp e em toda a comunidade acadêmica. Sua sabedoria, generosidade e dedicação deixaram uma marca indelével em todos nós, e sua ausência será profundamente sentida.

Instituto de
Economia da Unicamp

FSR62566Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes

História, arte e arquitetura deslumbraram os docentes em mais um passeio organizado pela AdUFRJ. No dia 24 de maio, os filiados puderam visitar os palácios Pedro Ernesto — que sempre sediou a Câmara Municipal — e Tiradentes, da Assembleia Legislativa do estado. Foram os primeiros prédios erguidos na cidade com o objetivo de abrigar parlamentos.
Conduzidos pelo guia Douglas Libório, historiador formado pela UFRJ, os professores ouviram histórias e curiosidades dos dois lugares, que são separados por apenas um quilômetro, no Centro do Rio. “O ano de 2024 marca os 200 anos da primeira Constituição do Brasil, que instituiu o parlamento bicameral no país. Construir uma ponte entre os dois prédios é uma forma muito significativa de entender o protagonismo do Legislativo na história brasileira”, destacou Libório.
Os professores ficaram sabendo que o Pedro Ernesto — construído entre 1918 e 1923 —, foi projetado por um antigo colega, que não chegou a ver a conclusão do palácio. O arquiteto Heitor de Mello, docente da Escola Nacional de Belas Artes — nome anterior da Escola de Belas Artes da UFRJ —, morreu em 1920.
A construção ainda sofreu com uma forte crise inflacionária provocada pela Primeira Guerra Mundial, o que elevou os custos da construção. Além disso, a pandemia da gripe espanhola que chegou ao Brasil em 1918 resultou em greves contra as condições insalubres de trabalho.
A combinação entre os custos elevados e o tamanho do palácio, considerado pequeno quando concluído, deu origem a um apelido pejorativo que caiu no gosto da população carioca da época. O pomposo Palácio Pedro Ernesto ficou conhecido como a “gaiola de ouro”.
A professora Deise Vianna Miranda, do Instituto de Física, destacou a parte histórica e política do passeio. “A gente se envolve com a discussão política, mas ver onde as coisas aconteceram é muito bom. Entrar no plenário é impactante”, disse.

PALÁCIO TIRADENTES
Também o Palácio Tiradentes tem a contribuição da UFRJ na sua origem. O projeto foi de autoria de Archimedes Memória, que se tornaria diretor da Escola Nacional de Belas Artes.
O prédio não agradou a todos. A crítica alimentada por arquitetos modernistas era direcionada ao estilo repleto de anacronismos, com inspirações greco-romanas. Por exemplo, a escultura do Marechal Deodoro da Fonseca, que representa a proclamação da República no topo do prédio, traz o primeiro presidente do Brasil vestido como um imperador romano. Não à toa, o palácio ganhou o apelido de “carro alegórico”.
Construído em 1926, o prédio foi sede da Câmara dos Deputados do Brasil até 1960. Foi batizado Tiradentes apenas em 1936 por Getúlio Vargas, quando o presidente ordenou a exumação dos inconfidentes. O palácio foi construído no local onde funcionou a Cadeia Velha, lugar onde Tiradentes passou os últimos dias antes de ser executado.FSR62792
A professora Marleide da Mota Gomes, da Faculdade de Medicina, elogiou a condução da visita por Douglas Libório. “Gosto de história, gosto de arte e a correlação que o professor Douglas criou entre os temas foi muito rica. A abordagem historiográfica no contexto social, econômico e cultural me agradou muito”.
No lado de dentro do edifício, o acervo de obras exposto nos corredores e salões encantou os docentes. Logo ao lado da escadaria principal, desponta a pintura mais antiga do acervo, do século XVIII: um retrato do Conde de Bobadela, governador do Rio entre 1733 e 1763.
A obra, de autoria de Manuel da Cunha, é uma das muitas elaboradas pelo talento artístico de pessoas negras e expostas nos dois prédios. O Palácio Pedro Ernesto guarda um grande painel do século XIX de Firmino Monteiro, artista que trouxe elementos de modernização na arte brasileira com traços do impressionismo. No Tiradentes, o teto do salão nobre foi pintado pelo neoimpressionista João Timotheo da Costa.
A professora Patricia Almeida, da Faculdade de Letras, fez sua estreia em um passeio da AdUFRJ e saiu impressionada com o acervo artístico dos palácios. “Apesar de ser carioca da gema, aprendi coisas novas com o historiador. Adorei as obras artísticas do Pedro Ernesto. Algumas eu não conhecia e foi uma ótima oportunidade de ver ao vivo”, celebrou.
E os passeios do sindicato são ótimas oportunidades para encontrar colegas de diferentes áreas. “É importante incluir professores aposentados e da ativa em atividades de acolhimento e proporcionar momentos de reflexão” afirmou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart.

Atenção, professores!
O próximo passeio acontecerá em 22 de junho. Será uma visita ao maior museu de história do Brasil, o Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, no Centro. As inscrições serão realizadas na semana do encontro pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 4Fotos: Fernando SouzaÀs 16h17 desta sexta-feira, 14 de junho, parte das cinzas da professora emérita Maria da Conceição Tavares foi depositada em um jardim próximo à entrada do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, no campus da Praia Vermelha.
O gesto, atendendo a um desejo da docente, reforçou para sempre o vínculo com a universidade onde Conceição se formou bacharel em Ciências Econômicas, em 1960.
"Conceição está em casa!", afirmou, sob aplausos, a filha, a também professora Laura Tavares, durante a comovente solenidade, reservada a amigos mais próximos.
Por cima das cinzas, a muda de um ipê branco foi plantada. "Vai dar muitas flores", completou Laura.WhatsApp Image 2024 06 14 at 20.11.12 5
E as homenagens seguem neste sábado (15). Será realizado um ato ecumênico no Teatro de Arena do Palácio Universitário, às 16h. Na segunda, a outra parte das cinzas será depositada no Instituto de Economia da Unicamp, a outra casa que Conceição ajudou a construir. E outro ipê branco será plantado.

WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.18.02Foto: Ministério da EducaçãoO Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o IPPMG e a Maternidade Escola terão mais 162 leitos e novos 764 profissionais, dentro de um ano. O anúncio aconteceu durante a cerimônia de assinatura do contrato de adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), na quinta-feira (6), em Brasília (DF).
“O desafio será retomar os tempos dourados da UFRJ, que é liderança do ponto de vista de formação. Trazer a UFRJ para a EBSERH é impactante para nós e é impactante para a UFRJ”, afirmou o presidente da estatal, Arthur Chioro.
O dirigente apresentou o plano para os primeiros cem dias de gestão das três unidades hospitalares, com destaque para a recuperação da infraestrutura e a compra de suprimentos. “Vamos fazer uma rápida contratação de um escritório de projetos para a gente poder se dedicar à recuperação predial e à revitalização dos edifícios hospitalares, execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e demais investimentos”, disse.
Novos suprimentos chegarão aos hospitais em dois meses, de acordo com o presidente da EBSERH. “Já estabelecemos os procedimentos necessários para a compra de mais de dois mil itens em 55 pregões, com início de entrega já em agosto”, observou. “Para implantação do nosso aplicativo de gestão hospitalar, estamos fazendo a aquisição de 760 novos computadores”, completou.
Dentro de um ano, a previsão é contratar 764 novos profissionais. “Fazendo, progressivamente, a substituição de todos os trabalhadores em situação de precariedade. Há uma situação desafiadora na UFRJ que se arrasta há muitos anos”, afirmou ele em referência aos extraquadros, funcionários sem qualquer direito trabalhista.
As verbas para tantos investimentos virão do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): R$ 50 milhões para aplicação imediata este ano e R$ 65 milhões em 2025. Além de uma parceria com o Ministério da Saúde: com o programa de qualificação e ampliação dos hospitais universitário (PRHOSUS), serão mais R$ 211 milhões.WhatsApp Image 2024 06 07 at 18.21.13
Não será um processo fácil, adiantou o dirigente. “Muitas vezes não se tem noção da complexidade que é a adesão de um hospital. E de um complexo hospitalar com a potência da UFRJ é como trocar os quatro pneus, mais a gasolina, freios, mais o estofamento, mais a direção de um automóvel em movimento. E em altíssima velocidade, porque o hospital não pode parar”, comparou Chioro.

“VAI DAR CERTO”
O reitor Roberto Medronho comemorou a desafiadora transformação que se avizinha. “Não tem como não dar certo. Vai dar certo mesmo. Em prol do ensino, da pesquisa e da assistência de qualidade”, afirmou.
Com a adesão da UFRJ, a EBSERH passa a contar com 45 hospitais, 64.611 trabalhadores — entre estatutários e celetistas — 9 mil leitos e um cenário de ensino e pesquisa para mais de 55 mil alunos e 8,5 mil residentes.
Medronho lamentou a tardia adesão da universidade a essa rede. A ideia dos governos petistas era que a UFRJ se tornasse a primeira da fila, dez anos atrás. A proposta, porém, sofreu grande oposição. “Os mais à esquerda associavam a EBSERH a uma privatização e os conservadores, na Câmara, diziam que era mais um estatização. A incompreensão foi muito grande e nós não pudemos celebrar esse contrato naquele momento”.
O professor lembrou que o Clementino Fraga Filho já contou com 450 leitos num passado muito distante, mas ultimamente oferece aproximadamente 200. A diferença, ao longo de tantos anos, pode ter sido fatal. “Quantas pessoas deixaram de ser atendidas e morreram? Essa dívida que nós temos com a saúde da população iremos pagar em dobro. Ampliando número de leitos, ampliando número de cirurgias, ampliando número de atendimentos especializados”.

COMPROMISSO COM O SUS
O ministro da Educação, Camilo Santana, também celebrou o investimento que vai beneficiar o povo brasileiro. “A EBSERH faz parte do SUS. Esse é o compromisso do MEC com a importância de formar bons profissionais, ampliar as residências médicas, principalmente nas especialidades de que estamos precisando dentro do Programa Mais Médicos, para atender lá na ponta a população”, observou.
Para além da EBSERH, a crise financeira das universidades não passou em branco no discurso do ministro. “Na próxima segunda-feira, teremos reunião com o presidente Lula e todos os reitores. E, se Deus quiser, será para anunciar boas notícias de reforço orçamentário para nossas universidades”.

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