facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2024 05 16 at 21.54.10Renan Fernandes

Desabamentos, infiltrações, redes elétricas antigas e ventiladores caindo do teto. Quase todo dia, um problema de infraestrutura da UFRJ repercute nos grupos de Whastsapp, nas redes sociais, em conversas de corredor e no noticiário. Mas não existe solução barata: levantamento do Escritório Técnico da Universidade (ETU) aponta que seriam necessários R$ 795,7 milhões para recuperar 77 prédios de toda a instituição.
O reitor Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina, utilizou uma analogia médica para tratar do patrimônio imobiliário da universidade. “Temos pacientes graves, que precisam de intervenção imediata, e temos várias outras edificações que, se não receberem intervenção agora, vão evoluir para a forma mais grave “.
A administração central bate em todas as portas atrás de recursos. “Estamos indo em todos os ministérios, pedindo suplementação orçamentária. E também começamos a procurar o setor produtivo para fazer parcerias que nos ajudem a recuperar essas edificações. Só com o orçamento da universidade não dá para fazer absolutamente nada”, disse.
O valor total ultrapassa o dobro das receitas de custeio (R$ 388,3 milhões) da universidade para 2024. Somente a reabilitação dos problemas considerados graves representa 71% do montante (R$ 567,3 milhões).
E os números vão aumentar. O ETU avaliou apenas 52% das áreas construídas. Prédios com reconhecidos problemas de infraestrutura como a Escola de Educação Física e Desportos e o Centro de Ciências da Saúde ainda não passaram pela avaliação, denominada de REAB.
O professor Roberto Machado, diretor do ETU, espera que o REAB 2024 traga números mais completos sobre a situação da patrimonial da universidade. “Para o relatório de 2024, já recebemos os dados do Centro de Tecnologia e vamos ter também a avaliação de todas as unidades do Centro de Ciências da Saúde”.
O REAB estipula um índice de reabilitação (IR) que varia de 0 a 120, indicando o estado de conservação de cada imóvel e dando a base do cálculo para o custo da reforma. O índice soma as avaliações de conservação e desempenho de três grandes grupos: estruturas e coberturas; paredes e acabamentos internos e externos; e as instalações (elétrica, dados e voz, hidráulica, esgoto, climatização, entre outras).
O edifício Jorge Machado Moreira (JMM) — antigo prédio da reitoria — alcançou o IR de 83, o que significa que a reforma é estipulada em 83% do valor de construção de um prédio novo com as mesmas características. O imóvel, que é tombado, lidera os custos de reforma entre todos os avaliados até o momento. O gasto foi estipulado em R$ 191,7 milhões.
“Não existe orçamento para uma reforma global de todo o prédio. O IR do JMM não passa de 83% hoje porque estamos atacando as áreas mais críticas, que podem colocar em risco quem utiliza o edifício”, explicou Machado.
Além do JMM, mais oito prédios tombados figuram entre os que necessitam de uma reabilitação profunda. Entre eles, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos (IR 80,9), o Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (79), o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (71,3) e o Palácio Universitário (66,8).
Quando o IR ultrapassa o valor de 100, a edificação é considerada sem valor, uma vez que a reforma custaria mais que a demolição e a construção de um novo prédio. A Estação Conexão para o Futuro, um pequeno imóvel que já recebeu atividades do Instituto de Geociências, nos fundos do CCMN, foi a única construção a alcançar o número e teve a demolição recomendada pelo ETU. Mas não há dinheiro sequer para isso.
Christiano Ottoni, arquiteto do ETU que trabalhou na consolidação dos dados do REAB, reivindica a ampliação do estudo. “Essa avaliação precisa ser anual, porque o patrimônio a cada ano se deprecia. O que se avalia em 2023 em 2024 já está diferente. Precisamos aumentar a cobertura do trabalho. Essa tem que ser uma política institucional de gestão do patrimônio da UFRJ”, afirmou.
(colaborou Kelvin Melo)

Confira,a seguir, a situação de algumas das edificações avaliadas pelo REAB.
CLIQUE NAS IMAGENS COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E SELECIONE ABRIR EM UMA NOVA GUIA

 

WhatsApp Image 2024 05 16 at 22.01.13 1

 

 WhatsApp Image 2024 05 16 at 22.01.13 2

WhatsApp Image 2024 05 16 at 22.01.13

441675170 851978126975944 4227563114463920660 nO Andes participou, na segunda-feira (14), com o Sinasefe e o Proifes, de duas mesas de negociação agendadas pelo governo: uma para tratar sobre a carreira EBTT e outra sobre o Magistério Superior. Ambos os encontros discutiram pautas não financeiras, ou seja, sem impacto econômico.
Dentre os temas principais, a situação das universidades federais e institutos sob intervenção de dirigentes nomeados pelo governo Bolsonaro e legislações que prejudicam os professores, editadas também no governo Bolsonaro. Uma delas é a Portaria 983/20, que aumenta a carga horária de aulas para EBTTs e estabelece controle de frequência por ponto eletrônico. Embora já tenha havido compromisso do governo de não implantar o ponto eletrônico para a categoria, a normativa ainda não foi revogada.
Outros temas mais amplos defendidos pelos sindicatos são a revogação do Novo Ensino Médio e da BNC-Formação; a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e a revogação da Portaria MEC 2.117/19, que autoriza a oferta de até 40% de carga horária na modalidade de ensino a distância em cursos de graduação presenciais.
Você encontrará mais informações na próxima edição do Jornal da AdUFRJ.
 
NOVA PROPOSTA SALARIAL
Nesta quarta-feira, dia 15, representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) recebem sindicatos nacionais de docentes federais para apresentação de nova proposta de reajuste salarial. Há expectativas de que haja também sinalizações sobre mudanças na carreira. O encontro acontece pela manhã, na sede do MGI. 
Publicaremos informações sobre a mesa de negociação tão logo a reunião termine. Fique atent@ às redes da AdUFRJ!
 
Fotos: Eline Luz/Andes

WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.01Divulgação EEFDMais uma vez a sorte evitou uma tragédia. Até quando? Essa é a pergunta que se faz a comunidade da UFRJ após o novo desabamento de marquises e paredes que aconteceu na noite de 1º de maio no prédio da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), no campus do Fundão. É a segunda queda em apenas oito meses — a primeira ocorreu em setembro do ano passado. As aulas no edifício estão suspensas por tempo indeterminado.
“O vigilante ouviu barulhos e resolveu fazer uma ronda no prédio. Quando chegou no corredor, ouviu um novo estalo, mais forte. Ele parou e a parede desabou à frente dele. Felizmente ele não se feriu”, contou ao Jornal da AdUFRJ o vice-diretor da EEFD, professor Alexandre Palma. A unidade está interditada até segunda ordem. “Não posso colocar pessoas dentro deste edifício. A UFRJ vem dando sorte de ninguém se machucar. Até quando teremos sorte?”.
Técnico da UFRJ há 36 anos e atual prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado se emocionou ao ver os escombros. “Estamos por um triz. Precisamos urgentemente de orçamento”, desabafou, antes de iniciar uma peregrinação em busca de material para isolar a área do acidente. “Nunca vi a universidade numa situação tão dramática”, lamenta.
“Nós temos várias edificações sob risco e a UFRJ precisa urgentemente dos recursos para manter as suas edificações seguras”, afirmou o reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho. “O Escritório Técnico ainda está calculando os custos dessa nova obra”, informou o reitor logo após visitar a área do acidente, na manhã de 2 de maio.
As imagens são impactantes e explicitam o tamanho da tragédia caso o acidente tivesse ocorrido em horário de aula. O corredor ficou tomado por grandes blocos de concreto. A diretora da unidade, professora Kátya Gualter, informou que a ala atingida é muito demandada por toda a comunidade acadêmica. “É o corredor do gabinete da Direção, Coordenação de Extensão, RH, Coordenação de Esportes, Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação Física e Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Dança”, elencou. Além disso, era o único acesso considerado seguro pelo Escritório Técnico da Universidade (responsável pelas vistorias de segurança dos prédios e pelos projetos de manutenção e reformas prediais). O outro acesso, em frente ao bandejão central, fecha às 18h. Um terceiro está interditado por conta do primeiro desabamento de marquise, ocorrido em setembro do ano passado.WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.02 2
A diretora contou, ainda, que está em diálogo com a reitoria e outras unidades para redistribuir as aulas para outras áreas. “Ainda não sabemos como se dará essa reorganização. Faremos uma reunião do Conselho Departamental para definir isso”. Por enquanto, não está cogitada a suspensão do período para os cursos atingidos.
A decania do Centro de Ciências da Saúde – ao qual a Educação Física é vinculada – também acompanha o caso. “Estamos muito mobilizados. Teremos uma reunião com a reitoria e a direção da Escola para discutir a situação e buscar soluções”, informou a vice-decana do CCS, professora Lina Zingalli. “Prestaremos todo apoio necessário à unidade, como fizemos na ocasião do primeiro desabamento”, adiantou a professora.
Por meio de nota, a reitoria informou que já foi definida uma empresa para realizar a manutenção corretiva para escorar o trecho danificado imediatamente. Além disso, solicitou ao Ministério da Educação recursos extras para a execução do serviço e para a prevenção de futuros desabamentos.
A reitoria ressaltou, ainda, que as aulas que acontecem fora do prédio e são de outras unidades estão mantidas. Seguem canceladas por tempo indeterminado apenas as aulas realizadas no prédio da Educação Física.

DRAMA SE REPETE
Este é o segundo desabamento ocorrido no prédio da Educação Física em oito meses. O primeiro aconteceu no início da tarde de 6 de setembro do ano passado. Havia aulas regulares. Por sorte, ninguém se feriu. “A dinâmica foi a mesma. Estalou primeiro e estourou para dentro do corredor depois”, explicou o vice-diretor Alexandre Palma.
As aulas do primeiro semestre para o curso de Dança — principal atingido pelo primeiro desabamento — foram iniciadas apenas no dia 24 de abril. “Não queríamos retomar antes que o segundo escoramento fosse realizado, para dar mais segurança à comunidade acadêmica”, relatou a diretora Kátya Gualter. “Mas esse desabamento nos mostra que realmente não estamos seguros”.

Os professores da UFRJ rejeitaram a proposta de greve por 364 votos contra 234 e cinco abstenções, além de dois brancos e dois nulos. A assembleia foi realizada no auditório Quinhentão, do CCS,  e no Auditório do NUPEM,  em Macaé,  com votação em urna.

No caso de rejeição da greve, os professores foram consultados se a categoria deveria manter o atual estado de mobilização ou se deveria ingressar em um estado de greve. A assembleia decidiu manter o atual estado de mobilização por 278 votos contra 151 pelo estado de greve e 53 abstenções. Houve 121 brancos e dois nulos.

Foi aprovada ainda uma agenda de mobilização, incluindo uma paralisação nos dias 21 e 22 de maio. O objetivo da paralisação é fortalecer a participação no ato unificado dos servidores federais em Brasília. 

WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.02 4CALOR: ventiladores velhos não dão conta das amplas salas. No fim do ano passado, um deles se espatifou no chão, durante a aula - Fotos: Kelvin MeloInfiltrações constantes, rede elétrica antiga, ventilação inadequada nas salas, insegurança no entorno e falta de espaço para eventos. Criado em 2010, o Instituto de História padece das mesmas mazelas do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais com o qual divide o prédio no Largo de São Francisco, no Centro do Rio.
O mais recente episódio de crise da infraestrutura ocorreu no dia 1º de abril. A sala da diretoria adjunta de graduação amanheceu coberta de resíduos do teto, como resultado de uma das muitas infiltrações do edifício. Ninguém se machucou, mas os danos foram inevitáveis.
“Os arquivos que ficavam abaixo de onde houve o vazamento inicial ficaram parcialmente molhados. O tacos do piso abaixo estão levemente danificados. Um bebedouro também foi afetado”, informou o professor João Paulo Rodrigues, diretor adjunto de graduação.
Não foi um incidente isolado. A mesma sala já sofreu uma inundação em novembro passado e precisou ser interditada. A reportagem também constatou diversos pontos de umidade nos corredores do prédio. No banheiro feminino do segundo andar, ao lado do Salão Nobre, as infiltrações abriram uma “cratera” no teto.WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.01.02 7SUSTO resíduos caíram na sala da diretoria adjunta de graduação - Imagem: divulgação
Vice-diretora, a professora Marta Mega relatou que os problemas de infraestrutura se intensificaram após a pandemia. “Quando retornamos ao presencial, em 2022, encontramos um prédio em condições muito precárias e não havia verbas para cuidar das demandas. Durante a pandemia, ocorreram várias chuvas e uma delas inundou a sala 211A, que é uma sala de professores do laboratório de História Antiga”, disse. Quando aberta, havia mofo na parede e armários cheios de cupins. “Eu tive um ataque de choro”, lembra, emocionada.
Quando não é a chuva, o tempo quente do Rio também contribui para piorar as condições de trabalho no prédio. Não há aparelhos de ar-condicionado para todos os espaços. Entre os poucos existentes, parte está quebrada. Os ventiladores velhos não atendem às necessidades de professores, técnicos e alunos. “As salas, com pé direito altíssimo, são muito amplas. Eles não dão conta”, explica Marta.
Por falar em ventiladores, foi durante uma aula da professora que um deles despencou do teto, em outubro ano passado. O episódio repercutiu na grande imprensa. “De repente, vejo os alunos se afastando, abrindo um espaço na sala e ele caiu no chão. Se as pessoas não tivessem percebido...”, diz Marta.
Os riscos à integridade física de alunos, professores e funcionários não se limitam ao prédio. O entorno, especialmente após a pandemia, fica deserto à noite. “Trabalho há 27 anos na universidade e nunca tive problema para sair do prédio às 21h40. Agora, não tem mais isso. Às 20h, fica todo mundo agitado. Os colegas fazem caravana para sair todo mundo junto”, informa a vice-diretora. Não há nenhum levantamento oficial, mas os professores percebem uma grande evasão no curso noturno.
WhatsApp Image 2024 05 03 at 20.02.02 1O professor Rodrigo Farias confirma a insegurança. “Alunos já me disseram que foram assaltados duas vezes seguidas no trajeto até a Praça XV”, afirmou. O docente também reclama da falta de equipamentos, do calor da sala e até mesmo do quadro.
“A maioria é quadro a giz ainda. Nos quadros brancos, você escreve e não consegue apagar porque a película foi embora há muito tempo”. Funcionários terceirizados da limpeza confirmaram à reportagem o uso de produtos mais fortes para apagar alguns quadros brancos entre uma aula e outra.
O receio de algum incêndio a partir da antiga rede elétrica do prédio também está presente. “Sempre penso que se algo acontecer aqui na linha do que ocorreu no Museu Nacional, eu não vou ficar surpreso”, critica Rodrigo.
Nem mesmo a realização de eventos acadêmicos é simples no instituto. O Salão Nobre, razoavelmente bem conservado, é dividido com o IFCS. Mas o ambiente não é refrigerado. “As demais salas estão precárias. Em geral, acabamos fazendo eventos conjuntos com outras instituições, como a PUC, ou em outras áreas da universidade, como no Fórum de Ciência e Cultura”, afirma o diretor Antonio Jucá.
O docente resume em uma frase as dificuldades da gestão. “Nós nos sentimos engessados por falta de recursos”. A burocracia da lei de licitações somada ao tombamento do prédio — qualquer grande obra precisa passar pelo crivo do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN) — complica tudo ainda mais.
A reforma elétrica da edificação é a prioridade zero. O projeto já passou pelo IPHAN, que o devolveu com a solicitação de pequenos ajustes, informa a direção do IFCS, responsável pela administração do prédio. “A empresa responsável pelo projeto executivo já está providenciando estes ajustes. Talvez ela peça prorrogação do prazo para realizá-los. O limite para tanto são 60 dias. É o tempo previsto para poder abrir a licitação”, informa o diretor Fernando Santoro.
“Esperamos que o empenho orçamentário venha antes disso e não haja atraso de nenhum dia para licitar e dar início a essa obra emergencial. Até as paredes largas do IFCS sabem da urgência desta obra”, encerra Santoro.

Topo