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WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.35.48 7Renan Fernandes

A Câmara Brasileira do Livro anunciou a primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico. A premiação é dedicada às áreas científicas, técnicas e profissionais com o objetivo de promover o trabalho de autores e editores do segmento acadêmico. Ao todo, 29 categorias divididas em dois eixos — Ciência e Cultura e Prêmios Especiais — compõem o prêmio. Os vencedores receberão uma estatueta em uma cerimônia realizada em São Paulo, prevista para agosto, além de R$ 5 mil.
O professor Marcelo Knobel, físico e ex-reitor da Unicamp, é o curador da premiação. Ele celebrou o espaço de promoção da produção literária acadêmica no Brasil. “Existe uma imensa produção de obras acadêmicas no país que estava sub-representada no Jabuti”, disse Knobel.
A premiação conta com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Renato Janine Ribeiro, presidente da sociedade e ex-ministro da Educação, também comemorou o reconhecimento da produção acadêmica. “Muitas vezes, a produção acadêmica é prejudicada pelo caráter comercial dos livros que competem no Jabuti. Com o Jabuti Acadêmico, vamos conseguir dar mais destaque e divulgação a esses livros”.
Podem concorrer obras publicadas em 2023 por brasileiros ou estrangeiros com residência no Brasil, registradas no ISBN (ficha catalográfica padrão). Um júri será formado para selecionar os vencedores. As obras serão avaliadas com base em três critérios: relevância, inovação e potencial de impacto.
O eixo Ciência e Cultura abrange 27 categorias: Ciência de Alimentos e Nutrição; Ciências Agrárias e Ambientais; Medicina Veterinária, Zootecnia e Recursos Pesqueiros; Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia; Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional; Enfermagem, Farmácia, Saúde Coletiva e Serviço Social; Medicina; Odontologia; História e Arqueologia; Antropologia, Sociologia, Demografia, Ciência Política e Relações Internacionais; Educação e Ensino; e Filosofia.
Completam este eixo as categorias de Ciências Religiosas e Teologia; Geografia e Geociências; Psicologia e Psicanálise; Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo; Arquitetura, Urbanismo, Design e Planejamento Urbano e Regional; Comunicação e Informação; Direito; Economia; Artes; Letras, Linguística e Estudos Literários; Astronomia e Física; Ciência da Computação; Matemática, Probabilidade e Estatística; Química e Materiais, e Engenharias.

ALÉM DOS MUROS
No eixo Prêmios Especiais serão avaliadas obras em mais duas categorias: Divulgação Científica e Ilustração. Assim como no Prêmio Jabuti Literário, o Prêmio Jabuti Acadêmico terá um momento reservado a homenagens. Serão reconhecidos a Personalidade Acadêmica e o Livro Acadêmico Clássico.
No primeiro caso, a escolha será feita pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pela curadoria. No segundo caso, do Livro Acadêmico Clássico, uma consulta pública para indicação das obras será aberta a partir de 30 de janeiro, por um prazo de 30 dias. O nome final será escolhido pela Diretoria da CBL e curadoria.
O Livro Acadêmico Clássico contempla obras atemporais, que se mantenham relevantes e que tenham lugar cativo na memória de estudantes de diferentes segmentos.
O professor Marcelo Jacques, diretor da Editora UFRJ, destaca a oportunidade de ampliar o alcance dos livros acadêmicos para além dos muros das universidades. “A gente pensa o livro acadêmico não apenas para o consumo da comunidade de pesquisa, mas também para o público em geral, para a comunicação com a sociedade”, afirmou Jacques.
O diretor prevê que a Editora UFRJ concorra com até sete livros. “Devemos inscrever dois livros voltados à divulgação científica e quatro ou cinco nas áreas específicas. Temos livros no campo da Antropologia, da Engenharia e de Relações Internacionais”, concluiu o professor.

SERVIÇO

As inscrições já podem ser realizadas por meio do site do Prêmio Jabuti (www.premiojabuti.com.br/academico) até as 18h do dia 19 de março. O valor das inscrições varia de acordo com as categorias. Veja a lista completa no site. A premiação prevê a participação de autores brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros com residência permanente no Brasil.
A inscrição pode ser feita pela editora, pelo autor, agente literário ou procurador devidamente constituído.
As inscrições realizadas de forma antecipada, até 28 de fevereiro, terão preço especial.

WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.35.48 5Renan Fernandes

Há mais de um século, o pernambucano Amaro Amaral plantou uma semente que mudou a folia para sempre. Diretor artístico do rancho carnavalesco Ameno Resedá, que desfilava no bairro do Catete, o então ilustrador de jornais e revistas da época inovou nos enredos e nas fantasias como nunca havia sido feito. E entrou para a história.
“O primeiro desfile competitivo das escolas de samba foi em 1932. Elas seguiram muito do que já havia no cortejo do rancho. A porta-estandarte, os instrumentos musicais, o coro feminino”, destacou o professor Madson Oliveira, da Escola de Belas Artes, que escreveu o livro “A Folia Carnavalesca de 1913 e o rancho Ameno Resedá”, publicado em 2022 com apoio da Faperj.
Amaro rompeu com os temas pastoris, africanos e portugueses típicos dos blocos, cordões e ranchos. Fundado em 1907, o Ameno Resedá desfilou pela primeira vez em 1908 com o enredo “A Corte Egipciana”. Em 1911, o desfile “A Corte Satânica” encantou o presidente Hermes da Fonseca, que convidou o rancho para os jardins do Palácio do Catete, então sede da Presidência da República.
Em 1913, o destaque foi para “A Confraternização da Paz Universal”. As fantasias luxuosas dos foliões faziam referência aos países que haviam participado da Conferência de Haia em 1907.WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.36.58
Em pesquisa na Hemeroteca Digital, o professor encontrou relatos de jornais descrevendo os 79 componentes do cortejo. Junto com os 27 desenhos aos quais o professor teve acesso, foi possível reconstruir parte do desfile. “Tinha gente vestida de Argentina, de França, de Portugal. Minha análise foi a partir da simbologia utilizada por Amaro para construir as fantasias”, falou Oliveira.
O professor compara o impacto de Amaro Amaral no carnaval do início do século XX com a trajetória de grandes carnavalescos das escolas de samba, como Fernando Pamplona e Paulo Barros. “Lá em 1913, já havia o temor de desconfiguração do que era o carnaval. Amaro começou a romper com o costume da época e nossa cultura hoje vive entre a tradição e a inovação” defendeu Madson. “Se todos os anos as escolas de samba apresentassem a mesma coisa, para que iríamos ao Sambódromo assistir? É a inovação que mantém a tradição viva”, conclui.WhatsApp Image 2024 02 07 at 18.35.48 6Madson e Amaro

CARNAVAL E ACADEMIA
A relação do docente com o carnaval é antiga. Em 2000, Madson saiu do Ceará, onde estudava Moda, para fazer um estágio na Estação Primeira de Mangueira, a partir de contato com o professor Samuel Abrantes, também da EBA. “O carnaval é uma excelente escola para quem quer trabalhar com figurino porque trabalha com símbolos. A fantasia não tem legenda, mas deve ser de fácil entendimento”, disse Oliveira.
Hoje, Madson orienta pesquisas acadêmicas que têm o carnaval das escolas de samba como objeto de estudo. O professor também participou de três experiências entre a EBA e a Liga Independente das Escolas de Samba fornecendo estagiários para os barracões da Cidade do Samba. “Essa relação rompe com a verticalização dos saberes. É um intercâmbio de conhecimento entre o ensino acadêmico de artes e a escola de samba. A gente leva e também traz conhecimento para a universidade”, afirma.
Um exemplo é Erica Huebra, formada em Comunicação Visual e mestranda do Programa de Pós-graduação em Design. A estudante pesquisa o uso de estamparia nos figurinos do desfile de 2022 da Acadêmicos do Grande Rio. “Estar dentro da EBA escancara a troca entre a universidade e as escolas de samba. Desde os primeiros períodos, os alunos trabalham nos barracões”, celebra. “Há um equilíbrio entre o acadêmico e o popular”.

WhatsApp Image 2024 02 02 at 11.11.05 2Foto: ELINE LUZ/ IMPRENSA ANDES-SNRepresentantes do Fonasefe –fórum que reúne parte dos servidores do Executivo federal — e do Fonacate — instância que congrega os servidores de carreiras típicas de Estado – apresentaram uma contraproposta unificada ao governo federal no último dia 31 de janeiro. O documento foi recebido por José Lopes Feijóo, secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

A pauta de reivindicações é uma resposta à proposta apresentada pelo governo, que não previa reajuste salarial para este ano, apenas 4,5% para 2025 e 2026. O documento, adiantado na última edição do Jornal da AdUFRJ, sugere que a recomposição dos servidores deve obedecer a percentuais diferentes para dois grupos. O grupo 1 teria direito a um índice de 34,32% parcelados em três vezes de 10,34%, entre 2024 e 2026. O grupo 2, do qual os professores universitários e EBTT fazem parte, faria jus a um reajuste de 22,71% divididos também em três parcelas, de 2024 a 2026, de 7,06%.

Além dos índices de recomposição, o documento apontou para a necessidade de o governo federal reconhecer a defasagem salarial desde 2010 e a se comprometer a discutir um plano de recuperação das perdas para ser implementado nos próximos anos. Ainda no quesito financeiro, os sindicatos exigem a equiparação dos benefícios com os servidores do Legislativo e do Judiciário ainda em 2024.

Presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart destaca a importância da pauta salarial unificada e escalonada. “A proposta é estratégica, uma vez que dialoga com a nossa demanda de reconhecimento das perdas, mas também com a ideia de disciplina fiscal, comprometendo o governo a buscar espaço fiscal para encontrar essa recomposição total demandada”, sinaliza a dirigente.

Mayra afirma que essa disciplina fiscal não é algo desejado ou demandado pelos servidores. “Mas é um impositivo da correlação de forças disposta na sociedade e é o alicerce de uma frente ampla que tem conseguido, a duras penas, conter o avanço da extrema direita no país”, destaca. Por esses aspectos, a AdUFRJ foi favorável ao documento.

Rudinei Marques, presidente do Fonacate, reforça que a proposta do governo é excludente em relação aos servidores aposentados e pensionistas, porque considera para este ano apenas o reajuste dos benefícios de quem está na ativa. Por isso, a contraproposta unificada ganha mais relevância no cenário nacional. “Um reajuste para todos os servidores, aí sim, alcançaria os aposentados. Daí a importância da proposta de reajuste salarial”, destaca.

Um dia antes da entrega do documento, os sindicatos nacionais de servidores se reuniram na plenária do Fonasefe, em Brasília. A expectativa dos servidores é de que haja avanço nas negociações na próxima mesa marcada para o dia 22 de fevereiro. Alguns grupos ameaçam greve, caso as negociações não avancem. David Lobão, dirigente do Fonasefe e do Sinasefe, o sindicato dos servidores da educação básica federal, indica a greve. “Temos condições de preparar essa greve, se não reestruturarmos nossas carreiras. Queremos negociar com o governo, no dia 22, com paralisações em todo o Brasil. Depois da resposta, vamos fazer assembleias pelo país para que a categoria defina quais caminhos tomaremos a partir da resposta do governo”, conta.

Ele também destaca a importância de apresentar uma resposta ao governo. “A nossa contraproposta é um caminho natural num processo de negociação. É importante que a gente mostre que estamos atuando pelo diálogo. Nossa proposta tem conteúdo”.

WhatsApp Image 2024 02 02 at 12.27.04Foto: Silvana SáO primeiro Conselho Universitário do ano aconteceu nesta quinta-feira, dia 1º de fevereiro, para analisar os recursos de unidades acadêmicas sobre vagas para professores substitutos. A deliberação do colegiado é importante porque algumas unidades corriam risco de não poder oferecer disciplinas obrigatórias já no primeiro semestre deste ano. O caso da Faculdade Nacional de Direito era o exemplo mais dramático. Segundo o diretor da unidade, professor Carlos Bolonha, cerca de 1.600 alunos poderiam ficar sem determinadas aulas se as vagas pedidas fossem recusadas pelo colegiado. “Não completamos o quadro permanente necessário de 119 professores há dez anos”, afirmou. “Temos sempre um excesso de alunos oficialmente matriculados na universidade e uma demanda de transferências externas de 64 vagas, ou seja, mais uma turma inteira”, contou. “Tem sido um crime cometido contra a FND deixar alunos sem aulas”.
A FND pleiteou sete vagas para o Departamento de Direito Civil e quatro vagas para o Departamento de Direito Social. Os pareceres da Comissão de Desenvolvimento do Consuni indicaram acatar cinco vagas para o Direito Civil e três para o Direito Social. Os pareceres foram aprovados pelo plenário, mas houve controvérsias.
Pró-reitora de Graduação, a professora Maria Fernanda Quintela se posicionou contrária à concessão de vagas para substitutos. “Como presidente do Conselho de Ensino de Graduação sou contrária aos pareceres, pois desconsideram todo o trabalho feito por este conselho na distribuição de vagas. Deveríamos ter vagas de professores efetivos”.

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WhatsApp Image 2024 02 02 at 11.11.05 7Foto: NADEJDA COSTARenan Fernandes

O ano chegou em ritmo de festa na Escola de Música. A mais antiga orquestra sinfônica do Rio de Janeiro completa o centenário no segundo semestre, mas o calendário de festejos já começou. O primeiro capítulo das comemorações foi um inspirado encontro entre os últimos três maestros. O regente atual, o professor André Cardoso, recebeu os professores aposentados Ernani Aguiar e Roberto Duarte para uma sessão de fotos e uma conversa sobre as mais de cinco décadas que juntos acumulam à frente da orquestra. O evento ocorreu no belíssimo Salão Leopoldo Miguez, na Lapa, sede da Escola de Música da UFRJ.
Criada oficialmente em 25 de setembro de 1924, a centenária Orquestra Sinfônica estará no epicentro de uma movimentada programação nos próximos meses. Haverá o lançamento de um livro, um programa na Rádio MEC e uma exposição. O ponto alto será um concerto no Theatro Municipal já agendado para 2 de setembro, com a estreia de uma sinfonia composta pelo maestro Ernani Aguiar e uma peça premiada no concurso do centenário da UFRJ em 2020. A produção de um documentário também está no horizonte.

AULAS INSPIRADAS
A Orquestra é composta por 43 músicos profissionais e um contingente de alunos dos cursos de bacharelado em instrumentos. No formato sinfônico, mais de cem instrumentistas compõem o grupo. Os músicos profissionais são técnicos concursados, servidores da UFRJ. O maestro André Cardoso destaca a importância do convívio dos estudantes com os músicos. “Meus colegas profissionais que trabalham comigo são tão professores quanto eu. A interação dos alunos com os profissionais abre caminhos no mercado para os estudantes”, apontou.
A relação entre alunos e músicos profissionais também reforça o impacto social que a Orquestra exerce. O perfil do estudante da Escola de Música está em transformação. Alunos egressos de projetos sociais encontram na Orquestra a porta para novos caminhos profissionais.
O maestro Roberto Duarte ressaltou a Orquestra da UFRJ como um celeiro de músicos para outras orquestras pelo Brasil. “Aqui se produz muito músico. Estava em um concerto no interior do Rio Grande do Sul e tinha 12 ex-alunos meus. Isso acontece em vários lugares do país”, recordou Duarte.
A temporada de concertos do Rio de Janeiro tem a Orquestra da UFRJ em destaque. A sinfônica faz concertos na Sala Cecília Meireles, no Theatro Municipal, participa do Festival Villa-Lobos e das Bienais de Música Brasileira Contemporânea. “A dedicação à música brasileira e à música contemporânea é uma característica da Orquestra desde sua fundação. São mais de 200 obras brasileiras inéditas que foram tocadas primeiro aqui”, destacou Cardoso.

LEGADO DE MAESTRIA
As trajetórias dos três maestros se cruzaram como um legado de mestres. Duarte foi professor de Cardoso. Aguiar foi assistente de Duarte. Cardoso dividiu a regência com Aguiar. Mais que uma relação profissional, os três desenvolveram uma ligação recíproca de amizade. “Veja o orgulho que tenho de ter trazido o Ernani para a Escola e ter sido professor do André. Sinto que minha missão foi cumprida”, disse emocionado o maestro Duarte.
Roberto Duarte começou como estudante da Escola de Música em 1960. Em 1966, já era professor da unidade, a convite de Francisco Mignone. Foi assistente de Mignone, Eleazar de Carvalho, José Siqueira e Raphael Baptista. Deu aula de Regência e Prática de Orquestra. Duarte assumiu como regente titular da orquestra em 1979, cargo que ocupou até a sua aposentadoria em 1995, mas na condição de assistente esteve à frente da sinfônica desde seus primeiros anos como professor.
O maestro lembrou uma passagem curiosa. Durante a montagem da ópera “Fosca”, de Carlos Gomes, Duarte teve dengue e, contrariando recomendações médicas, regeu a Orquestra com 41°C de febre. As memórias daquele dia ficaram pela metade nas lembranças do maestro. “Lembro do começo, mas não consigo me lembrar do final. Apagou completamente. Foi o único concerto aqui no Salão Leopoldo Miguez que não transpirei, porque eu estava mais quente que o Salão”, recordou com bom humor.
Ernani Aguiar já possuía vasta experiência musical quando ingressou como aluno na Escola de Música em 1977. Estudou violino com Paulina D’Ambrósio — professora da UFRJ por 42 anos —, composição com Guerra Peixe e regência com o maestro Pinto Fonseca em Belo Horizonte. Depois passou um tempo no Conservatório Cherubini, na Itália. Quando completou a graduação em violino na UFRJ, recebeu a distinção “summa cum laude” por seu rendimento acadêmico.

SUMMA CUM LAUDE
Aguiar foi maestro da Rádio MEC, trabalhou na Funarte, até que recebeu o convite de Roberto Duarte para lecionar na Escola de Música em 1992. “Considero o maestro Duarte meu irmão mais velho. Aprendi muito com ele, mais que nos cursos regulares”, destacou. Após a saída de Duarte, Ernani Aguiar assumiu a regência da Orquestra — em conjunto com André Cardoso — até sua aposentadoria em 2023.
Quando ainda era corista do Colégio Marista, André Cardoso conheceu o maestro Ernani Aguiar. Entrou no curso de Composição da Escola de Música da UFRJ em 1985, mas trocou para Regência, graduando-se em 1991. Em 1994, ganhou o concurso de regência da Orquestra da UFF e começou sua carreira profissional, que o levou ao Theatro Municipal como maestro assistente e, depois, diretor artístico. Ingressou como professor substituto de História da Música até chegar à cadeira de Prática de Orquestra. Em 1998, já como professor efetivo, passou a dividir a regência com Aguiar.

Ernani Aguiar celebra ter sido o primeiro a colocar uma batuta na mão de Cardoso. “Eu estava ministrando um curso de verão dos Canarinhos de Petrópolis, onde André tocava viola. Certa hora, me chamaram ao telefone e, enquanto fui atender, ele regeu no meu lugar", recordou o maestro. A experiência aconteceu novamente tempos depois. “Estava como assistente na Sinfônica Jovem, estávamos ensaiando o Choros Nº 10, de Heitor Villa-Lobos. Havia alunos de Regência, perguntei se alguém queria reger e ninguém quis. O André, que ainda não estudava, assumiu”, completou.

NEM TUDO SÃO FLORES

O Salão Leopoldo Miguez é conhecido por ter a melhor acústica do Rio de Janeiro. Mas a estrutura da Escola de Música clama por reformas. O Salão não é refrigerado o que limita o seu funcionamento durante os meses mais quentes. Ensaios e apresentações são encurtados para que os músicos e a plateia não sofram com o calor. A estrutura de ar-condicionado já existe, mas o prédio não possui rede elétrica capaz de suportar a demanda dos aparelhos.
Além dos problemas estruturais, existem os de custeio. A Orquestra Sinfônica da UFRJ não possui qualquer orçamento da UFRJ para financiar suas temporadas artísticas. “Não temos um centavo que seja para contratar um solista, um maestro convidado, ou contratar um caminhão para levar o equipamento da Orquestra para o local dos concertos”, lamentou Cardoso. Muitas apresentações acontecem apenas pelo esforço do corpo docente e técnico da Orquestra. “O transporte dos equipamentos é pago do meu próprio bolso ou por instituições parceiras”, completou o maestro.
Em 2019, os músicos profissionais da Orquestra pagaram um projeto de reforma acústica e elétrica — para a instalação de ar-condicionado — da sala de ensaio. O projeto está no Escritório Técnico da Universidade (ETU) aguardando a liberação de recursos para as obras.

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