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WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 1Fotos: Alessandro CostaA professora Any Bernstein partiu de Secretário, em Petrópolis, às 7h, para o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, no último domingo (7). Chegou, com calma, antes das 10h. Aposentada pelo Instituto de Química, a docente não queria perder nenhum minuto de mais um passeio cultural organizado pela AdUFRJ. Foi o primeiro roteiro de 2024, após o sucesso do projeto iniciado ano passado.
“Vou contar uma coisa para você: valeu super a pena! Uma visita muito bem explicada, que coloca o Rio de Janeiro com todos os seus conflitos, sua cultura, seus prefeitos. Nota dez!”, elogiou Any, que atua no ensino à distância da UFRJ pelo Consórcio Cederj. “Encontrei um grupo bastante heterogêneo de professores e pudemos ter esta troca de saberes entre nós. Foi uma experiência muito rica num dia lindo”, completou.
Em pouco mais de duas horas, os docentes puderam se maravilhar com o belo acervo do palacete transformado em museu, no alto do Parque da Cidade. Pinturas, móveis de época, utensílios, maquetes, esculturas, estandartes e muitos outros objetos ajudam a contar as transformações do povoado fundado por Estácio de Sá, em 1565, até a metrópole dos dias atuais.
Tudo isso com o luxuoso apoio do historiador Douglas Liborio, que guiou o grupo de professores da UFRJ e seus acompanhantes pelos dois andares da unidade, reaberta em 2021 após dez anos fechada. “É uma felicidade ter o Museu Histórico da Cidade de volta para nós, cariocas. É um museu bastante peculiar no Rio de Janeiro, talvez no Brasil. Porque ele abriga parte da história do Rio de Janeiro que se confunde com três séculos da história do Brasil: como colônia, como Império e como República”, afirma o doutorando em História Social na UFF.WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 2
Douglas elogia a iniciativa do sindicato de levar os professores para estes passeios culturais. “É uma atitude bastante importante da AdUFRJ consolidar essa proximidade dos nossos pesquisadores, dos nosso profissionais da Educação, com os espaços de memória da cidade. Esses espaços carecem muito de vida, de ocupação”, diz.
O efeito da atividade é multiplicador. Renata Bastos da Silva, professora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, terminou o passeio pensando em como organizar uma visita ao lugar com seus alunos. Estudiosa da história da administração pública no Brasil, a docente elegeu a pintura referente à reforma constitucional de 1934 (sobre a Constituição de 1824) como sua peça preferida do catálogo. “Nós estamos comemorando os 200 anos da nossa primeira Carta. Acho importante termos este registro aqui”.
A professora se somou aos elogios dos colegas à visita promovida pela AdUFRJ. “É importante nos conhecermos fora do cotidiano acadêmico. É um momento de confraternização”.
WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 3“Como engenheiro, chamaram minha atenção as várias maquetes que mostram como foi a evolução da paisagem do Rio de Janeiro”, disse o professor José Paulo Azevedo, da Coppe e Escola Politécnica. “Acho excelente a iniciativa desses passeios da AdUFRJ. Participei da visita à Pedra do Sal e já sei que haverá outros. Fico muito satisfeito que não paramos por aqui”.
Não paramos mesmo. Neste sábado (13), haverá um novo roteiro histórico-cultural pelo bairro do Catete, incluindo o Museu da República. As inscrições se encerraram na data do fechamento desta edição. O período de inscrições para os passeios de maio e junho será divulgado perto da realização das atividades.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 4Fotos: Alessandro Costa, Fernando Souza e João LaetO clima foi tenso e o resultado, expressivo. Convocados para decidir se entravam em greve no dia 15 de abril, os professores da UFRJ disseram um sonoro não. Foi a maior assembleia do país, com 914 docentes registrados nos livros de presença. Realizada na sexta-feira, 5, durante seis horas em três campi, a votação ocorreu em urna. Ao todo, 860 professoras e professores votaram. Mais de 60% rejeitaram a paralisação por tempo indeterminado, proposta pelo Andes, com data prevista para 15 de abril.
Com placar de 546 a 272, os docentes expressaram que acham precoce iniciar um movimento grevista sem que as negociações com o governo tenham sido esgotadas. Houve, ainda, 38 votos nulos e quatro brancos.
A decisão da UFRJ foi seguida pelas outras universidades federais do Rio de Janeiro: a Rural (UFRRJ), a Fluminense (UFF) e a UniRio, que também rejeitaram a greve já em assembleias ocorridas nos últimos dias.
A assembleia da UFRJ foi multicampi. Aconteceu simultaneamente no Fundão, na Praia Vermelha e em Macaé. “O resultado demonstrou que a diretoria da AdUFRJ está alinhada à maior parte dos docentes da universidade”, resumiu a professora Mayra Goulart, presidenta da AdUFRJ, que enfrentou severas críticas pessoais e profissionais durante a condução da mesa diretora do Fundão.WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 5
Nos informes das unidades, ficou claro que a greve pode ser um instrumento de pressão a ser avaliado em um segundo momento, mas que parar a universidade por tempo indeterminado nesse momento seria um ato precipitado, que afastaria a opinião pública e geraria prejuízos principalmente aos estudantes.
Apesar de serem contra a greve, os docentes expressaram o desejo de ampliar ações de mobilização e de defesa da universidade. “Há um ponto de consenso sobre a necessidade de mobilização dos professores de Macaé para a construção da greve”, pontuou a professora Camila Souza, do Centro Multidisciplinar.
“Fizemos reunião presencial e consulta on line aos docentes do Centro de Tecnologia. Apenas 11,3% optaram por aderir integralmente à proposta do Andes”, informou o professor Ricardo Medronho, da Escola de Química. “Entre os contrários à greve, 51% querem manter um estado de mobilização com nova assembleia em maio ou junho para reavaliar o cenário”, argumentou. O modelo de votação adotado pela diretoria foi por cédulas depositadas em urnas abertas nos três locais de assembleia, das 12h às 16h. A pergunta “Você é a favor da deflagração da greve a partir de 15 de abril, conforme proposta do Andes?” foi baseada em circular enviada pelo sindicato nacional.
WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 6Os primeiros momentos da assembleia multicampi foram marcados por falhas no som da Praia Vermelha – por cerca de uma hora os docentes de lá não ouviam os outros campi – e por grande tumulto gerado por um grupo de professores que exigia que a votação em urna amplamente divulgada pela diretoria aos sindicalizados e não sindicalizados, fosse mudada para votação em plenário ao fim dos debates. A diretoria garantiu que o processo não fosse modificado.
“A votação ter começado na hora foi o que garantiu a maior votação do Brasil e um grupo de docentes infelizmente tentou fazer com que dois terços dos professores não tivessem possibilidade de expressar sua opinião”, critica o professor Pedro Lagerblad, do Instituto de Bioquímica Médica.
“Eu esperava que a diretoria não conduzisse a discussão com esse reducionismo, com cédula”, rebate a professora Selene Alves, do Instituto de Matemática. Não é uma questão de ‘sim ou não’.”WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 7

Tensão. Esse é o substantivo que resume as seis horas de assembleia da AdUFRJ na sexta-feira, 5. Na Praia Vermelha, problemas técnicos no áudio potencializaram as desevenças políticas. Parte dos docentes favoráveis à greve tentou reagendar a assembleia ao perceber que não ganharia a votação. O microfone chegou a ser retirado da mesa conduzida pelas professoras Nedir do Espirito Santo e Verônica Damasceno.
O mesmo grupo, depois, exortou os colegas ao voto nulo diante dos problemas de som e por discordarem da pergunta da cédula. No Fundão, sucessivas questões de ordem citando o regimento da AdUFRJ, gritos e agressões verbais atrasaram o início do debate. Os fatores somados fizeram muitos docentes abandonarem o encontro antes do começo da votação.
“Mas conseguimos dois pontos positivos: conseguimos garantir o direito ao voto dos docentes e fizemos a maior assembleia do país, com mais de 900 assinaturas nos livros de presença e 860 votos”, resume Rodrigo Fonseca, diretor da AdUFRJ e coordenador da Mesa da Assembleia em Macaé, local em que assembleia transcorreu com menos tensão.

DEBATE
O ambiente só acalmou após duas horas do início da reunião, após as falas dos representantes do Andes, do Sintufrj e do DCE Mário Prata. Em seguida, falaram os docentes sorteados para o debate.
Vice-presidente da seção sindical, Antonio Solé argumentou que a greve atinge sobretudo os estudantes. “Tivemos greves que nos permitiram ganhos, mas outras num contexto político que gerou muitos prejuízos”, disse, ao lembrar da greve de 2015.
Alessandra Nicodemos, da Faculdade de Educação, protestou contra a pergunta da cédula. “Não concordamos com a pergunta, mas queremos contribuir de fato com um processo de mobilização. Nós votaremos nulo’”
Docente do Instituto de Economia, Marta Castilhho se posicionou contra a greve. “Minha fala se baseia numa experiência de que as últimas greves da UFRJ foram de esvaziamento, e isso tem forte impacto sobre nossos estudantes”, disse. “Nossos alunos, hoje, dependem mais da universidade”, afirmou.
Cristina Miranda, aposentada do Colégio de Aplicação, reconheceu que a UFRJ não tem condição de deflagrar greve em 15 de abril. “Infelizmente não temos mobilização suficiente para uma greve, mas poderíamos aprovar um dia de paralisação das atividades no dia 15, para marcar a mobilização nacional”, sugeriu.
Do Instituto de Física, o professor Felipe Rosa destacou a pujança da UFRJ neste início de ano letivo. “A universidade está cheia como não a víamos desde 2019. Vamos esvaziar a universidade de novo? Não vamos parar de forma açodada”, pediu Felipe, ex-vice presidente da AdUFRJ.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 10RODRIGO
FONSECA
Diretor da AdUFRJ e professor do NUPEM/Macaé

Para os professores de Macaé, a assembleia foi muito importante. Cerca de 20% do corpo docente de Macaé teve oportunidade de participar das discussões. Foi a primeira assembleia multicampi desta diretoria e tivemos alguns problemas técnicos que serão trabalhados para que não se repitam em outras ocasiões. Apesar dos problemas, o saldo com certeza foi positivo. Tivemos uma assembleia bastante representativa. Em Macaé, todos que se inscreveram tiveram fala e se expressaram livremente. No país, as universidades estão divididas sobre a greve, o que demonstra que a nossa avaliação, de que a greve neste momento é precipitada, está correta. Seguiremos em mobilização.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 11SELENE
ALVES
Professora do
Instituto de Matemática

Falo como professora que exerce a docência há 47 anos nesta instituição. Essa era uma assembleia vital para que discutíssemos nossas condições de trabalho, de carreira, infraestrutura e o que fazer diante desse cenário. Ao invés disso, a diretoria optou por uma cédula. Quando vi aquele cenário de desunião, de fragmentação, eu fiquei consternada e pedi que a discussão fosse restabelecida dentro de parâmetros republicanos. Faltou muita tolerância. Houve truculência por parte da diretoria e também da oposição. O antagonismo existe, a luta política é legítima, mas não foi isso que aconteceu ali. Vimos comportamentos inomináveis em que todos perdem.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 12PEDRO
LAGERBLAD
Professor do
Instituto de
Bioquímica Médica

Fizemos a maior assembleia do país em números absolutos e em percentual de votantes em relação à categoria. Precisamos pensar que dois terços dos professores se recusaram a entrar no debate, mas tinham posição e foram votar. Houve estratégia coordenada de um grupo para apresentar uma série de questões de ordem. Uma orquestração com objetivo de tumultuar a assembleia. Houve profunda misoginia por parte de quem atacou a mesa e que foi normalizada por muitos dos presentes. Uma postura inaceitável. Aquilo não pode se repetir. Lamento não termos discutido encaminhamentos e me parece que isto se deu por conta da dinâmica da assembleia, o que é um prejuízo.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 13MARTHA
WERNECK
Professora da
Escola de Belas Artes

Meu curso de Pintura vive situação muito precária. Estou em péssimas condições de trabalho. Eu fui até a assembleia para ouvir, para entender sobre as negociações, para discutir se é realmente o momento de parar ou se a greve pode fortalecer o discurso da extrema direita. Mas eu saí ainda confusa, pois não deram o espaço necessário à representante no Andes.
A mesa não informou nada aos sindicalizados. Houve questionamentos por conta de desrespeitos ao regimento. Percebi autoritarismo da mesa, que inviabilizou outras construções da luta. Não admito ser chamada de golpista. Saí triste, sem vontade de voltar. Me senti desrespeitada.

WhatsApp Image 2024 04 12 at 21.59.52 14BRUNO SOUZA DE PAULA
Professor do
Instituto de Física

Houve muita agressividade das pessoas, muitos ataques graves à mesa, que acabou respondendo de forma também ruim. A questão das falhas do som acabou contribuindo para acirrar os ânimos. Decidi ir embora e voltar depois só para votar porque minha opinião já estava formada e aquela discussão não geraria nenhuma informação nova para mim. Aquele clima me afastou e com certeza afastou outros colegas. A assembleia multicampi é uma ideia legal, mas para assuntos delicados como esse talvez fosse melhor ser virtual, porque dá possibilidade de mais pessoas participarem e menos espaço para o clima agressivo. Desrespeito não fortalece o coletivo.


GREVE PELO BRASIL: 23 FEDERAIS APROVAM; 43 REJEITAM OU ENTRAM EM MOBILIZAÇÃO

Aprovaram greve a partir do dia 15

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRAM

INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

UNIV. FED. DE CAMPINA GRANDE – UFCG - CAJAZEIRAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO SUL DA BAHIA - UFSB

UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA - UNB

CEFET MG

CEFET RJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

 

Rejeitaram greve a partir do dia 15

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

UNIVERSIDADE FED. DE CAMPINA GRANDE – UFCG – PATOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

UNIVERSIDADE FED. RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA

UNIVERSIDADE FED. DO VALE DO S.FRANCISCO – UNIVASP

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT

UNIVERSIDADE FED. DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

UNIVERSIDADE FEDERAL DE S. PAULO - UNIFESP

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL – UFFS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS

Indicativo sem data /mobilização/ estado de greve

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - UFRR

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JATAÍ

UNIVERSIDADE
FEDERAL DO ABC

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO R. DE JANEIRO
UFRRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO – UFTM

UNIVERSIDADE FEDERAL DA INT. LATINOAMER. - UNILA

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PAMPA - UNIPAMPA

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE GOIÁS

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO OESTE DA BAHIA

UNILAB – UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA
AFRO-BRASILEIRA
CAMPUS DOS MALÊS

UNIVERSIDADE FEDERAL
DA BAHIA

Indicativo de greve para maio

UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ACRE – UFAC

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SERGIPE – UFS

Irão realizar assembleias:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN (16/04)

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE TOCANTINS - UFT
(17/04)

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PERNAMBUCO - UFPE
(17/04)

UNIVERSIDADE FEDERAL
DE ALAGOAS - UFAL
(26/04)

WhatsApp Image 2024 03 28 at 20.37.19Reprodução ONU/internetProfessores universitários brasileiros criaram a Rede Universitária de Solidariedade à Palestina. Os principais objetivos são denunciar os crimes cometidos pelo Estado de Israel há mais de 70 anos, que se intensificaram após o ataque do grupo terrorista Hamas ao território judeu, e mobilizar as universidades brasileiras em uma grande campanha pelo cessar-fogo imediato. Pelo site https://universidadespelapalestina.com é possível encontrar mais informações sobre o histórico de conflitos na Faixa de Gaza, artigos que discutem o tema e o manifesto de criação do grupo.
O lançamento oficial da Rede no Rio de Janeiro está previso para a primeira quinzena de abril, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). Uma segunda atividade de lançamento deve ocorrer na Uerj. A Congregação do IFCS aprovou, na última reunião, o apoio à iniciativa. Exemplo que os docentes tentarão que seja seguido em outras unidades acadêmicas e universidades.
A professora Anita Handfas, da Faculdade de Educação, é uma das coordenadoras nacionais do grupo. “A rede vem fazendo ações importantes, ainda localizadas nas universidades. A maioria dessas atividades são debates sobre a situação da Palestina, além de denúncias sobre o massacre à população”, explicou durante reunião de docentes das universidades do Rio de Janeiro, ocorrida no dia 25.

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WhatsApp Image 2024 03 28 at 20.37.19 1Renan Fernandes

O Conselho de Extensão Universitária (CEU) promoveu mudanças no edital 2024 do Profaex (Programa Institucional de Fomento Único de Ações de Extensão). Na última sessão, os conselheiros aprovaram, por dez votos a sete, a extinção de duas modalidades de bolsas, nos valores de R$ 1.100 e R$ 1.400. O maior valor pago aos bolsistas de extensão será de R$ 700. A justificativa para a decisão foi promover a igualdade e aumentar o número de bolsas concedidas.
Houve uma primeira tentativa de excluir os estudantes de mestrado e doutorado do edital de bolsas de extensão. A Associação dos Pós-graduandos (APG) da UFRJ entrou na disputa e conseguiu reverter a decisão. O cancelamento das modalidades mais altas de bolsas atinge, em especial, estudantes de pós-graduação que, desde 2022, podem ocupar funções de vice-coordenação em ações de extensão.
Em nota, a associação criticou o que chamou de precarização do trabalho de pesquisa e extensão na universidade. A APG entende que o pós-graduando vive em uma condição híbrida de estudante e trabalhador. A entidade reforçou também que a presença de pós-graduandos nos projetos reforça o tripé pesquisa, ensino e extensão.
Gabriel Batista, estudante de mestrado na Faculdade Nacional de Direito e secretário-geral da APG, defendeu a valorização do estudante que assume funções nos projetos de extensão. “O aluno pode se envolver na extensão acumulando mais responsabilidades. Se ele trabalha mais, dedica mais tempo ao projeto, o trabalho dele deve ser valorizado financeiramente”, afirmou Gabriel.
Para manter o interesse dos estudantes em contribuir com o desenvolvimento de ações de extensão, Gabriel defende que os programas precisam ser minimamente competitivos com o mercado de trabalho. “As pessoas precisam sobreviver. O que vai acontecer é que os estudantes vão atrás de um estágio que paga o triplo do valor de uma bolsa e abandonar a extensão”, constatou o secretário.
“Ser extensionista não pode ser um ato de caridade. Extensão é trabalho. Tem que ser reconhecido e valorizado como tal”, concluiu Gabriel.
Para a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes, as políticas de extensão têm que buscar integrar e ampliar cada vez mais a participação dos pós-graduandos na extensão. “As bolsas com valores diferenciados eram um estímulo e reconhecimento do papel dos pós-graduandos. O próximo passo é ter as horas de extensão registradas e integradas aos currículos da pós-graduação”, explicou a pró-reitora.
A diminuição do valor das bolsas vai de encontro às iniciativas nacionais para aumentar a presença de estudantes de mestrado e doutorado nos programas de extensão. A UFRJ recebeu em janeiro R$ 1.528.300,00 do edital PROEXT-PG da Capes para financiar ações de extensão na pós-graduação.
Cleide Lima, diretora de extensão da Coppe, considerou a decisão um retrocesso. “A integração da extensão com a pós-graduação nunca foi fácil e essa decisão distancia ainda mais”, disse Lima. A diretora argumentou em favor da autonomia dos coordenadores para gerir as bolsas com o objetivo de atingir os objetivos de cada projeto. “O que deve ser avaliado no edital é o conteúdo da proposta e o plano de atividades propostas ao aluno, seja ele de graduação ou pós”, defendeu.

DÉFICIT
Existe um déficit de mais de 1.000 bolsas de extensão na UFRJ. No último edital, a demanda foi de 1.994 e foram distribuídas 839. Dessas, apenas 18 foram de valores diferentes de R$ 700. Ou seja, considerando o valor máximo de R$ 1.400 oferecido no edital em prática, no máximo 18 novas bolsas serão criadas em 2024. Um acréscimo de 2,1%.
Para o professor Edilberto Strauss, vice-diretor da Escola Politécnica e presidente da Câmara de Legislação e Normas do CEU, o aumento no número de bolsas distribuídas é irrisório. “Apresentei um estudo estatístico mostrando que o impacto é insignificante. Perdemos mais com a evasão de alunos que deixam de contribuir com o desenvolvimento de projetos dentro da universidade e vai buscar estágios fora”, ponderou Strauss, que foi um dos sete votos vencidos na votação do CEU.
A extensão não tem apoio de uma agência de fomento. O Profaex possui um orçamento previsto de R$ 6,843 milhões para bolsas. Desse valor, R$ 6,593 milhões são destinados a projetos e programas e R$ 250 mil para eventos e cursos. Os valores não sofreram alteração para 2024.
A aprovação do edital estava prevista para dezembro. A falta de acordo entre os conselheiros em temas sensíveis provocou adiamentos. Foi formado um grupo de trabalho a fim de elaborar estudos que fornecessem dados sobre as propostas de alteração. A previsão de membros do conselho é que ainda serão necessárias ao menos duas sessões para a aprovação do texto final.

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