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WhatsApp Image 2024 03 21 at 20.27.08 5Com a realização de novas assembleias ao longo desta semana, cresceu entre os sindicatos de docentes de universidades federais a mobilização por uma greve da categoria diante do impasse a que chegou a campanha salarial dos servidores da União. O indicativo de greve foi apontado pelo Andes no 42º congresso da entidade, realizado em Fortaleza, entre os últimos dias 26 de fevereiro e 1º de março, e terá uma definição mais clara nesta sexta-feira (22), quando o sindicato nacional fará a reunião de seu setor das IFES (instituições federais de ensino superior), em Brasília.
Até o fechamento desta edição, sem contar os sindicatos que fariam assembleia na quinta-feira (21), era ampla a aprovação pelas seções sindicais do indicativo proposto pelo Andes. Das 22 AD’s com assembleias já feitas, 19 aprovaram o indicativo de greve, com variações quanto a datas, e três decidiram de forma contrária à paralisação (veja tabela abaixo). Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, todas as assembleias já feitas apoiaram o indicativo de greve. No Norte, das cinco AD’s com assembleias encerradas, quatro aprovaram o indicativo. No Nordeste, também com cinco assembleias já realizadas, três foram favoráveis e duas contrárias à paralisação.
Em virtude do calendário da UFRJ, com início das aulas na segunda-feira (18) e primeira semana dedicada à recepção de calouros, a diretoria da AdUFRJ ainda não definiu a data para a sua assembleia.
Realizada em 28 de fevereiro, a 7ª rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) terminou sem avanços. Os servidores pedem reajuste de 34,32% (em três parcelas de 10,34%) para as carreiras ligadas ao Fonasefe e de 22,71% (em três parcelas de 7,06%) para os servidores ligados ao Fonacate, entre 2024 a 2026. O governo oferece reajuste zero para este ano, e 9% nos próximos dois anos (4,5% em 2025 e 4,5% em 2026). Além disso, propõe reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais); aumento no auxílio-saúde de R$ 144,38 para em torno de R$ 215; e, ainda, acréscimo no auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.
Não há data marcada para uma nova reunião da mesa de negociações.

infografia

 

A semana de início das aulas de graduação não transcorreu como o esperado para algumas unidades. Na Faculdade de Letras, a falta de funcionários de limpeza — que estão sem pagamento — levou à suspensão das atividades pelo menos até a próxima terça, dia 26. Já a instabilidade nos sistemas da universidade dificultou a inscrição de alunos da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. A situação, ao lado de outros fatores, contribuiu para o adiamento do período até segunda, 25. Na Praia Vermelha, um inesperado corte de água no Palácio Universitário inviabilizou as atividades do Instituto de Economia por dois dias. E, para ampliar o quadro de transtornos, coordenadores de pós-graduação não conseguiram acessar a plataforma Capes a partir da rede da UFRJ.

SEM LIMPEZA, LETRAS
INTERROMPE ATIVIDADES

WhatsApp Image 2024 03 21 at 20.27.08 3A Congregação da Faculdade de Letras decidiu interromper todas as atividades acadêmicas no prédio — graduação, pós e extensão — do dia 18 até pelo menos a próxima terça, 26. A unidade está sem funcionários de limpeza — que estão com os pagamentos de fevereiro atrasados. A medida tem como objetivo diminuir a circulação de pessoas e evitar o acúmulo de lixo no local. Em condições normais, estima-se que aproximadamente 10 mil pessoas circulem pelo prédio, que também abriga cursos de Biblioteconomia, Gestão, vestibular social à noite, disciplinas da Faculdade de Educação e uma da EBA.
Em paralelo, para não ampliar o problema, a reitoria acatou um pedido da direção para que o bandejão da unidade não funcionasse. “O restaurante é pequeno. As pessoas comem nos jardins e largam restos de comida nas quentinhas”, explicou a diretora da unidade, professora Sonia Reis.
Para esclarecer toda a comunidade sobre a suspensão das aulas, a diretoria chamou uma reunião para a próxima segunda, dia 25, às 9h. “É uma situação que nenhum gestor pensa em passar. Nem nos piores pesadelos. É uma frustração para todos”, lamentou Sonia.
A situação não é inédita na Letras. Durante a gestão da professora Eleonora Ziller, em 2015, o prédio também ficou sem o serviço de limpeza. “Na ocasião, conseguimos não interromper as atividades. É uma situação delicada, mas o fato é que uma universidade do tamanho da UFRJ não pode ficar refém de uma pequena empresa terceirizada”, afirma Eleonora. “A universidade precisa encontrar soluções definitivas para este tipo de problema”.
No Consuni, o reitor Roberto Medronho enfatizou que os atrasos de repasse às empresas estão “todos dentro dos prazos contratuais”. A lei de licitações prevê que os serviços terceirizados contratados devem ser mantidos mesmo que a administração pública atrase os pagamentos por até 30 dias da emissão da nota fiscal. “A nota mais antiga desta empresa foi emitida em 19 de fevereiro. Os pagamentos pendentes estão sendo processados na PR-3 (pró-reitoria de Finanças)”, disse a pró-reitora de Governança, professora Claudia Cruz. A dirigente informou que a reitoria já iniciou um processo de contratação emergencial de outra empresa de limpeza para a Letras. Mas o caso não deve ser resolvido logo. “Até uma contratação emergencial exige preparação de documentação e convite a empresas para serem credenciadas “, disse.

ECONOMIA SEM ÁGUA

A comunidade do Instituto de Economia teve as aulas suspensas entre terça-feira e quinta-feira por falta de água no Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha: “Uma pessoa estranha ao serviço de manutenção fechou o registro que leva a água para a cisterna do prédio. Trabalhando a seco, a bomba queimou por falta de refrigeração”, explicou o diretor da unidade e ex-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão Rocha.
As atividades acadêmicas com os aproximadamente 1,2 mil alunos de graduação e pós-graduação só puderam ser retomadas após o conserto do equipamento, desde o meio-dia de quinta-feira. O dirigente lamentou o episódio. “Isso cria uma má imagem da universidade pública”.
A Prefeitura Universitária prestou apoio imediato à Economia. “Já pedi para construir uma casa onde está o registro e vamos lacrá-lo. Só terá acesso quem tiver permissão da subprefeitura da Praia Vermelha, com dados anotados no livro de ocorrências da Diseg (Divisão de Segurança) do campus”, informou o prefeito Marcos Maldonado.
No Consuni, o reitor Roberto Medronho afirmou que vai abrir um inquérito para investigar o incidente. Ou um processo administrativo disciplinar, se houver prova de autoria.

PLATAFORMA DA CAPES BLOQUEADA

Quem tentou acessar a Plataforma Sucupira da Capes pela rede da UFRJ não conseguiu esta semana. Porém, o problema não se repetiu em redes externas ou a partir dos planos de celular. “Isso está sendo um drama, sobretudo, para os coordenadores dos programas”, observou o superintendente geral de Pós-graduação e Pesquisa, professor Felipe Rosa. “Está todo mundo trabalhando aqui. Se daqui não consegue acessar, é um problema. Estamos na fase final do Coleta Capes (um sistema que recolhe dados dos programas de todo o país)”. O prazo é até 12 de abril.
“Recentemente, acessar as plataformas da CAPES tem sido um desafio no Fundão”, afirmou Fernando Duda, professor e ex-coordenador do Programa de Engenharia Mecânica. Além do Coleta Capes, Duda destacou dificuldades na utilização da plataforma SIPREC para prestação de contas de recursos recebidos pela agência de fomento durante seu mandato, que terminou recentemente. O docente enfatizou que as constantes falhas da internet no Fundão prejudicam a gestão acadêmica. “Às vezes, participamos de eventos de outras universidades de forma remota. O professor vem para cá, fica sem internet e precisa voltar para casa”, exemplificou.
A Superintendente-Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação (SG-TIC), Ana Maria Ribeiro, informa que a equipe monitora o problema de acesso à Capes com apoio da RNP — Rede Nacional de Pesquisa. “A reitoria está tomando as providências para aquisição de equipamentos mais atualizados — os atuais são de 2012 — para permitir a estabilização em nosso parque informacional”.
Ana explica que o reitor Roberto Medronho definiu a Transformação Digital como eixo para os editais da Finep. O objetivo é proporcionar condições de trabalho para as atividades de pesquisa, ensino, extensão e administrativas. “Isso permitirá superar os problemas recorrentes que a infraestrutura obsoleta vem trazendo”, diz.

FACC ADIA AULAS PARA DIA 25

Na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), um conjunto de fatores levou à decisão de adiamento das aulas da graduação de aproximadamente 2,3 mil alunos para o dia 25 — a pós opera normalmente. Entre eles, a própria suspensão das atividades no prédio da Letras — a FACC mantém cursos de Biblioteconomia e Contábeis naquela unidade, no Fundão. Além disso, o curso de Ciências Contábeis da Praia Vermelha já havia aprovado que a semana seria dedicada apenas a atividades de recepção dos calouros. Mas um dos principais motivos da medida foi a insegurança com a inscrição dos alunos: até a véspera do início do período letivo, professores não sabiam quais seriam seus alunos nem os estudantes sabiam se estavam realmente matriculados nas disciplinas. “E, neste quadro, não havia como os professores estabelecerem comunicação com os alunos”, esclareceu o diretor da unidade, professor Antonio José Barbosa de Oliveira. A situação só foi normalizada na segunda no fim da tarde.
Pró-reitora de Graduação, a professora Maria Fernanda Quintela informou que os estudantes da entrada regular do acesso fizeram suas pré-inscrições e matrículas no cronograma planejado. Já os estudantes da primeira lista de espera tiveram algumas dificuldades na matrícula nas unidades. “Os estudantes, de um modo geral, ficaram sem acesso aos Crids (documento de confirmação da inscrição em disciplinas). Estes fatos ocorreram, pois houve instabilidade nos sistemas da universidade, como todo o corpo social foi informado oportunamente na semana retrasada, pela SG-TIC”. A dirigente afirma que todos os estudantes já estão regularizados no SIGA, desde dia 18, às 17h.
Na quarta, o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) estabeleceu o novo cronograma dos atos acadêmicos. Entre eles, a alteração da inscrição em disciplinas. “Assim, não existe mais desde segunda feira, às 17h, essa situação que foi considerada por algumas unidades como um impeditivo para o início das atividades acadêmicas previstas no calendário acadêmico”.

Inspirada na diversidade e na pluralidade dos campi da UFRJ, a ADUFRJ lançou campanha de sindicalização. O material inclui pasta e caderno. A identidade visual é assinada pelo designer André Hippertt. Os novos sindicalizados em início de carreira não pagam a taxa mensal durante dois anos.WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.22

 WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.20

WhatsApp Image 2024 03 21 at 20.27.08 1EQUIPAMENTO é capaz de sequenciar genomas completos - Fotos: NupemA recente aquisição de um sequenciador genético de alta performance inseriu o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem) da UFRJ, uma Unidade do Centro de Ciências da Saúde localizada no Campus Macaé, no Norte Fluminense, na vanguarda da pesquisa científica do país. O equipamento é capaz de fazer o sequenciamento de genomas completos, contribuindo para o avanço de pesquisas em diversas áreas, como estudos sobre doenças infecciosas, biodiversidade e meio ambiente.
Adquirido por meio de convênios com a Vale S.A. em projetos dos professores Rodrigo Nunes da Fonseca — que é diretor da AdUFRJ — e Mirella Pupo, o sequenciador P2 Solo, produzido pela empresa Oxford Nanopore, amplia o leque de pesquisas do Nupem. “O equipamento abre novas possibilidades para a Ciência, com impactos positivos na geração de conhecimento em benefício da sociedade e na formação acadêmica de alunos”, destaca o professor Rodrigo, doutor em Genética e Genômica Funcional pela Universidade de Colônia, na Alemanha, e pesquisador do Nupem desde 2009.

APLICAÇÕES
O Nupem já acumula experiência nas técnicas de sequenciamento. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, os pesquisadores do instituto identificaram novas variantes do SARS-CoV-2 na região de Macaé, contribuindo para o combate à doença. A tecnologia também vem sendo aplicada para estudar a biodiversidade de Macaé, identificando espécies ameaçadas de extinção e dando suporte a estratégias de conservação. A questão do abastecimento de água é um bom exemplo.
“O sequenciador é importante em um contexto em que temos cada vez menos água disponível para consumo na região de Macaé. Com as atividades agropecuárias que exigem água ao longo do trajeto do Rio Macaé, bem como a instalação de usinas termelétricas, que também utilizam água, cada vez temos menos água para a população. Métodos eficazes e rápidos para identificação de bactérias contaminantes como Shigella, Salmonella, Campylobacter, Escherichia coli, Vibrio e Yersinia permitem emitir alertas às autoridades e determinar locais de contaminação”, exemplifica o professor Rodrigo.
Outro aspecto importante é que a um custo relativamente baixo, de 25 a 50 dólares por amostra, os pesquisadores conseguem investigar a água que vem pelo Rio Macaé desde Serra de Macaé até a Lagoa de Imboassica, uma das mais importantes da região. “Podemos acompanhar e ver onde estão os contaminantes em todo esse curso, quais são seus tipos, de onde são lançados. É possível ver se há coliformes fecais, por exemplo, e recomendar se aquela água está ou não própria para consumo ou banho. Ao fazer o sequenciamento em amostras que colhemos no ambiente não apenas identificamos as bactérias presentes na água, mas também os vírus que podem causar problemas de saúde aos seres humanos”, diz o professor.
O pesquisador explica que o novo equipamento é bem mais potente que os tradicionais. “Tradicionalmente, os sequenciadores de DNA conseguem obter a sequência de 700 a 1.000 letras. Como esse novo sequenciador, nós conseguimos ter até 200 mil letras em sequência. Isso permite com a gente consiga a sequência completa do DNA dos organismos”.

REFERÊNCIA
Para o tecnólogo Bruno Rodrigues, que coordena a Unidade Integrada de Genômica Funcional do Nupem, ao lado do professor Rodrigo Fonseca, o novo equipamento trouxe mais qualidade para o desenvolvimento de pesquisas. “O principal avanço é a escala de informações geradas. Com o novo sequenciador, somos capazes de gerar acima de 100 vezes mais informações do que antes. Isto possibilita a diminuição do custo financeiro por bases geradas, e a ampliação das possibilidades experimentais, que conseguem atender a qualquer demanda de geração de dados”, diz ele.
Bruno destaca também que o novo equipamento ampliou a participação de pesquisadores no Nupem. “A unidade está cada vez mais se consolidando como referência nacional. Nela, são desenvolvidas pesquisas de ponta, além de atrair pesquisadores de diferentes localidades em busca de colaborações e aquisição de conhecimento em técnicas modernas”.
Pura verdade. O biólogo Thiago Motta Venancio é um bom exemplo. Doutor em Bioinformática pela USP e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, ele vem desenvolvendo uma pesquisa sobre o sequenciamento genômico de bactérias promotoras do crescimento vegetal. “O novo instrumento instalado nas dependências do Nupem aumenta consideravelmente a qualidade dos genomas sequenciados ao permitir a montagem de fragmentos de DNA maiores, chegando a genomas completos em alguns casos. E isto é essencial em diversos projetos, permitindo a investigação de problemas biológicos complexos. Sem sombra de dúvidas, é um grande avanço para o Norte Fluminense”, comemora o professor.
Para a bióloga Joana Figueiredo Morais, doutoranda em Biologia Comparada na USP-Ribeirão Preto, o equipamento tem sido fundamental na pesquisa que desenvolve sob orientação da professora Tiana Kohlsdorf. “A pesquisa trata da evolução e desenvolvimento dos autopódios em lagartos microteídeos, que é a parte final dos pés e mãos, observando principalmente a perda de ossos nos pés desses animais. Tento entender por que durante o desenvolvimento dessas espécies houve a não formação ou a má formação dos membros. E para isso a base é a genética. Eu tenho que tentar identificar os genes que estão modificados e que têm relação com a formação dos membros quando os lagartos são ainda embriões. O equipamento do Nupem permite a identificação de fragmentos ultralongos, o que facilita a montagem do genoma. É uma mudança de paradigma que a gente tem na Biologia Molecular”, observa a pesquisadora.

Por Renan Fernandes e Silvana Sá

"Estou vivendo um sonho! A UFRJ sempre foi minha primeira opção”, comemora Lucas Santos, calouro de Engenharia Química, curso que acolheu os novos alunos num auditório recém-pintado, decorado com um enorme painel fotográfico de boas-vindas, carteiras novas e limpeza impecável.

Lucas é um dos quatro mil e duzentos estudantes que, na manhã da segunda-feira 18, inauguraram sua trajetória na maior universidade federal do país. Castigada por um crise orçamentária voltuosa, a centenária instituição de Minerva se divide entre a alegria de recomeçar o semestre e a dificuldade para permancer funcionando.

Semana passada, faltou água durante quatro dias no CCS, um hacker derrubou a internet do Fundão e diretores de Unidade lamentaram no Conselho Universitário a falta de docentes - caso, por exemplo, da Faculdade de Direito com 17 professores a menos e do Colégio de Aplicação que iniciou o ano sem 28 professores de diversas disciplinas e 15 docentes da Educação Especial.

Ainda que o rosário de problemas se multiplique, professores e estudantes se desdobram para recomeçar o semestre. Há aulas magnas, palestras, cursos, ciclos de debates e atividades culturais. Uma programação pujante e diversa, como a UFRJ merece ser. “Infelizmente, as dificuldades não são de hoje, se perpetuam há anos”, destaca o professor Rodrigo Fonseca, diretor da AdUFRJ. “No entanto, não podemos deixar que esses problemas nos impeçam de receber com emoção e vontade nossos novos alunos, pois eles são nosso esteio, nosso futuro”, afirma o docente.

 

BEM-VIND@S À MAIOR FEDERAL DO BRASIL

"Estamos prontos para receber a comunidade acadêmica neste início de semestre letivo. Os técnicos-administrativos estão em greve, mas há um rodízio. Eles estão sendo muito colaborativos. A greve desses profissionais é legítima. Estamos trabalhando para que não haja nenhuma intercorrência. Eventualmente é possível que tenhamos falta de pessoas para abrir algumas salas de aula. Essa é uma preocupação sobretudo com os cursos noturnos, mas estamos atuando para que esse problema não ocorra.
Nossa infraestrutura está dentro do nosso padrão normal. O maior problema era uma grande colméia de abelhas que foi retirada porque representava um risco para os estudantes. Fizemos com recursos próprios com contratação emergencial de uma empresa especializada. A nossa brigada está funcionando perfeitamente e desde que foi instalada não tivemos qualquer problema relacionado a curtos ou princípios de incêndio. Há um trabalho preventivo bastante eficiente em curso. Estamos felizes em recomeçar o ano.”

Josefino Cabral Lima
Decano do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza

 

"Qualquer ambiente de trabalho precisa oferecer acolhimento aos seus profissionais. Com a universidade não poderia ser diferente. Há especificidades do serviço público. É importante que o novo docente entre na universidade e se sinta pertencente a ela. É um ambiente construído por todos nós. O novo professor é importante, constrói junto a instituição. É preciso, portanto, de orientação, de acolhida. O início do semestre é sempre um momento muito feliz pelo reencontro. As dificuldades são muitas e estão aprofundadas nesse momento de crise orçamentária, mas as pessoas não podem ser negligenciadas por nossas condições de trabalho.
Em relação aos estudantes, eles são nosso futuro e quando chegam, a universidade representa uma vida nova para eles. A graduação oferece muita liberdade para o aluno e cobra responsabilidade também. Então, é fundamental que a gente acolha e oriente esse novo estudante. Nesse sentido, é preciso fortalecer as COAAs (Comissão de Orientação e Acompanhamento Acadêmico). Eu lamento que a orientação acadêmica não seja abraçada por todos os docentes. Temos que trabalhar pelo futuro.”

Nedir do Espirito Santo
Vice-presidenta da AdUFRJ

 

NOVO BANDEJÃO NO BLOCO H DO CT
Foi inaugurado no dia 18 um novo restaurante universitário no bloco H do Centro de Tecnologia, no espaço ocupado pelo Burguesão até 2020. A cerimônia teve a presença da reitoria. Com 280 lugares, a unidade opera inicialmente com capacidade de servir 1.800 refeições por dia. O investimento em infraestrutura foi de R$ 1,95 milhão e de R$ 2 milhões na compra de equipamentos para a cozinha. A expectativa é reduzir as filas principalmente no horário do almoço.

MENSAGEM DE BOAS-VINDAS
A reitoria da universidade publicou uma nota de boas-vindas aos novos estudantes na segunda-feira, dia 18. “Ao Corpo social da UFRJ: O primeiro semestre do ano letivo de 2024 começa com muitos desafios mas com esperanças que venceremos as dificuldades uma a uma, com perseverança, união, compreensão e muito trabalho em equipe.
Sejam bem-vinda(o)s a nossa centenária Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estamos aqui para acolhê-lo(a)s e acompanhá-lo(a)s durante toda a trajetória, que culminará em uma formação de excelência e serviço à população brasileira.”

CAPRICHO NA ESCOLA DE QUÍMICA
Corredores pintados, chão encerado, bebedouros novos e um lindo painel de boas-vindas para receber os calouros de 2024.1. A Escola de Química é um retrato de compromisso e zelo da universidade com os novos estudantes.

 

PROBLEMAS SE AVOLUMAM

"Iniciamos o ano letivo de 2024 sem o nosso quadro docente completo. (...)Nossas aulas começaram no dia 06 de fevereiro de 2024 com a falta de 28 professores de diferentes disciplinas e de 15 professores da Educação Especial.(...) O CAp atende cerca de 800 estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio e mais de 500 estudantes das diversas licenciaturas, em média (...) Temos também, hoje, cerca de 50 estudantes público-alvo da educação especial, crianças e adolescentes com deficiências, síndromes e/ou altas habilidades que precisam – e têm direito por lei – de acompanhamento específico. (...) Porém, atualmente, não estamos conseguindo assegurar esta atuação. No momento, contamos apenas com 6 docentes ligadas ao Núcleo de Educação Especial e Inclusiva do CAp. (...) A fim de minimizar a falta de docentes, tivemos que diminuir nosso horário de atendimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental Inicial. (...) Não temos sede própria até hoje; o prédio da Lagoa passa por graves problemas estruturais (...). Nossos estudantes da Educação infantil estão desalojados porque a sede Fundão está impedida de uso por conta de degradação em sua estrutura.”

Trechos de carta do CAp lida no Conselho Universitário. Veja a íntegra aqui.

 

"Minha angústia se intensificou nesta semana quando vi tanta vibração com a criação de cem institutos federais Brasil afora. Não que eu seja contra. Tem que expandir o ensino superior. Mas eu fiquei pensando: a gente não tem dinheiro para ir até julho. Os campi do Reuni (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) vivem em condições precaríssimas e o governo federal vai criar mais instituto federal?
Minha expectativa era que viria um Reuni 2 com recursos para a consolidação dos campi, criação de novos cursos, desenvolvimento do que já foi construído no passado. Mas o que foi celebrado pelo MEC é uma ‘recomposição’ de R$ 250 milhões para as universidades federais. Segundo o que fiquei sabendo, para nós seriam R$ 5 milhões, que não dá para pagar um décimo do que os nossos terceirizados precisam receber para executar funções mínimas para o nosso funcionamento. A UFRJ precisa se posicionar frente ao MEC e exigir ao presidente da República os planos do governo para a nossa universidade. A gente vai terminar 2024 com dívida maior que o nosso orçamento, sem perspectiva de recomposição.

Juliany Rodrigues
Diretora do Campus Caxias em depoimento ao Consuni

 

CRISE DE INFRAESTRUTURA NO CCS
No Centro de Ciências da Saúde (CCS), os problemas de estrutura são antigos. A comunidade acadêmica convive com infiltrações e goteiras que impactam nas aulas e em laboratórios de pesquisa. Quedas de luz e no fornecimento de água são comuns. Recentemente, um rompimento de tubulação atingiu o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.
Em nota, o professor Luiz Eurico Nasciutti, decano do centro, falou sobre as dificuldades de administrar a unidade. “Estamos a cada dia enfrentando problemas muito sérios no CCS”. Nasciutti pediu compreensão e justificou os problemas na falta de recursos da universidade. “É muito importante que compreendam que a Decania não tem total controle de tudo que acontece, nem muito menos autonomia para tudo resolver”, alegou o decano.

IFCS AGUARDA ORÇAMENTO
O prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no Largo de São Francisco de Paula, é outra unidade que vive situação dramática. Depois de forte mobilização de docentes, técnicos e estudantes, a reforma da unidade foi definida pela reitoria como a “prioridade zero” para 2024.
Dois projetos executivos elaborados pelo Escritório Técnico da Universidade (ETU) aguardavam a liberação no IPHAN. Apenas a reforma elétrica do prédio está estimada em R$ 6 milhões. Ainda não é possível orçar o custo final das obras necessárias.
O professor Fernando Santoro, diretor da unidade, comemorou a autorização da reforma elétrica, mas destacou que ainda não existem recursos para o início dos trabalhos. “O IPHAN aprovou o projeto. Agora falta Brasília liberar a verba. Recebemos uma emenda parlamentar para 2025, do Deputado Glauber Braga, graças à mobilização estudantil. Mas continuamos nos esforços para realizar essa reforma neste ano”, disse Santoro.

REDES E INTERNET INTERMITENTES
A infraestrutura da rede de internet da UFRJ também está no centro do furacão. Sucateada, a área de Tecnologia da Informação da universidade carece de recursos para atualização e manutenção de equipamentos. A Superintendência Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação (SGTIC) não possui sede própria desde o incêndio no Edifício Jorge Machado Moreira em 2016.
Na semana que antecedeu a volta às aulas, uma tentativa de invasão à rede da universidade deixou o serviço de internet instável no Fundão. A despeito da precarização das condições de trabalho oferecidas pela UFRJ, os técnicos da SGTIC trabalham para manter ativo o serviço para o funcionamento da universidade.

 

FALA, CALOUR@!

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.221Estou vivendo um sonho! A UFRJ sempre foi minha primeira opção. Cheguei a pensar em outras universidades, mas nenhuma delas fez meu coração bater tão forte como a UFRJ faz desde que eu era pequeno. No Pedro II, os professores falam bastante sobre a universidade pública e isso só alimentou o desejo de estar aqui. Sempre gostei muito de Química. Conversei com alguns conhecidos que cursaram engenharia, com meu orientador pedagógico. Comecei a pesquisar, vi as áreas de atuação e tomei minha decisão pela Engenharia Química. Minhas expectativas estão muito altas. Quero participar dos projetos incríveis da Escola de Química, conhecer pessoas de realidades diferentes e reaprender quem eu sou. Tenho certeza que a UFRJ vai me apresentar um mundo incrível.

Lucas Santos da Silva,
Engenharia Química

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.222Comecei a fazer acompanhamento com terapeuta aos oito anos, quando meus pais se divorciaram. Esse trabalho foi fundamental para eu entender todas as mudanças que estavam ocorrendo na minha vida. Desde então, nunca parei fazer terapia. Senti na pele o poder que o autoconhecimento tem. A ideia de cursar Psicologia começou quando minha psicóloga disse que eu não precisava ser uma única coisa na vida. Podemos mudar o tempo todo. Foi quando desisti do Direito e me permiti viver uma coisa que acredito muito. Sempre sonhei em vir para o Rio e estudar na UFRJ. Abri mão de estar próximo das pessoas que amo para viver esse sonho. Espero escrever uma história muito linda aqui.

Maria Luisa Fernandes da Silva,
Psicologia

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.223Estou muito feliz em passar para um dos melhores cursos de engenharia do Brasil.Mudei de ideia algumas vezes sobre o que estudar na faculdade. Engenharia Civil era um sonho quando tinha uns 13, 14 anos. Depois, coloquei na cabeça que queria fazer Medicina e passei a estudar para isso. Minha nota no ENEM não foi suficiente para Medicina, mas bastou para Civil. Então, abracei meu antigo sonho. Sou de Santo Antônio da Platina, no Paraná. Vim para o Rio de Janeiro cursar o Ensino Médio no Polo Educacional SESC. O fato de já estar habituado à cidade também influenciou minha escolha pela UFRJ.

Yan Siqueira Eleutério,
Engenharia Civil

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.23Sempre quis estudar engenharia. Escolhi a Nuclear a partir do contato com professores e com conteúdo científico. Só a USP e a UFRJ oferecem esse curso. Passei para as duas, mas escolhi a UFRJ pelo fato de o curso ser especializado e melhor estabelecido. A mudança não é novidade na minha vida. Venho duma cidadezinha no centro-oeste de Minas Gerais chamada Carmo da Mata. Já tinha me mudado sozinho para Divinópolis para fazer o Ensino Médio Técnico em Mecatrônica no CEFET-MG. Essa experiência em um ambiente acadêmico federal foi muito importante para mim. Tenho uma visão menos romantizada da universidade, mas estou bem animado para começar o curso.

Víctor Bernardes de Morais,
Engenharia Nuclear

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.231Ano passado, participei do projeto Conhecendo a UFRJ e isso foi muito importante. Ganhei uma placa escrito #EuQueroUFRJ e todo dia olhava para ela. Escolhi a Engenharia Ambiental para ter um lugar na construção de um futuro sustentável. Gostaria muito de fazer a diferença atuando nessa área. Resolvi que iria ser engenheira ainda muito pequena, quando estudei numa escola na Praia Vermelha que era do lado do Instituto Militar de Engenharia. Com o tempo, esse sonho esmoreceu e só reapareceu no ano do vestibular. Sei que é uma universidade com muitos problemas de estrutura, mas tenho certeza que é um lugar onde vou ter uma educação de qualidade a abrir caminho para oportunidades maravilhosas.

Marina Teixeira Maurício,
Engenharia Ambiental

 

WhatsApp Image 2024 03 19 at 07.51.232Sempre quis uma área que envolvesse criatividade e arte, mas nunca tive coragem, achava que não conseguiria me sustentar. Comecei a cursar Geografia na UFF em 2019, sem muita convicção. Em 2020, veio a pandemia, fiquei um ano sem aulas e passei a refletir se estava feliz. Um dia, assistindo ao filme Amor à Flor da Pele, do diretor Wong Kar-Wai, me apaixonei. Comecei a ter uma visão diferente sobre cinema. Pensar em todas as formas de expressar emoções e sentimentos.Estudei por conta própria ano passado e consegui passar para Rádio e TV. Hoje, com 24 anos, estou muito animada com essa nova fase na minha vida. Quero aproveitar de tudo um pouco da UFRJ, participar de projetos da universidade, conhecer o movimento estudantil. Dessa vez, vou viver o meu sonho.

Giovana Lino de Souza,
Rádio e TV

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