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WhatsApp Image 2021 08 06 at 21.44.36Para participar da primeira eleição virtual da história da AdUFRJ, é essencial que os sindicalizados estejam com seus dados atualizados no cadastro do sindicato. Em função da pandemia, a divulgação dos materiais relativos ao pleito e do próprio link da votação vai ocorrer pelo e-mail. O método, defendido pela diretoria, foi aprovado em Assembleia Geral de 9 de julho.

E, a partir desta semana, os professores ganharam uma nova opção para fazer esse recadastramento: a página https://cadastro.adufrj.org.br. O sistema permanecerá ativo mesmo após as eleições para facilitar este procedimento junto à secretaria da AdUFRJ. A página pode ser acessada também pelo site da AdUFRJ, na opção “Atualize seus dados”, no menu superior.

No primeiro acesso, o professor deverá clicar em “esqueci minha senha” e informar o e-mail pelo qual recebe as informações da AdUFRJ. Ele vai receber um link para definir a senha. A partir daí, é só atualizar os dados pessoais e profissionais.

Caso receba a mensagem “e-mail não encontrado”, o professor deverá entrar em contato com a secretaria pelo número de whatsapp (21) 99365-4514.

Nessa mesma página, na parte inferior, há um botão verde para facilitar o contato. Quem não tiver o aplicativo pode falar com a secretaria pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones (21) 99365-4514 ou 99808-0672.

A página de cadastro também orienta como os professores podem se filiar à AdUFRJ. Mas novos sindicalizados não poderão participar da eleição deste ano. O prazo era até 13 de julho.

 

Inscrição de chapas para diretoria da AdUFRJ vai até o dia 12

A reunião do Conselho de Representantes nesta sexta-feira, dia 6, por determinação do regimento, aprovou a comissão que vai conduzir as eleições da AdUFRJ, marcadas para os dias 13, 14 e 15 de setembro.

São integrantes da comissão eleitoral o professor Hélio de Mattos Alves (como presidente), da Farmácia, ex-diretor do sindicato (gestão 1985-1987) e ex-prefeito universitário; o professor Luciano Coutinho, da FACC, também ex-diretor do sindicato (gestão 2013-2015) e a professora Maria Fernanda Elbert, do Instituto de Matemática.

Presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller elogiou os nomes da comissão. “Essas indicações são de pessoas que têm condições de tocar o trabalho com tranquilidade”. E completou: “Os próximos anos não serão dos mais fáceis. Deixo, desde já, meus parabéns e minha admiração por todos que estão envolvidos neste processo” . Eleonora disse que a diretoria deve chamar uma reunião do Conselho, depois das eleições, para avaliar a prestação de contas da atual gestão.

CRONOGRAMA
Termina em 12 de agosto o prazo de inscrição para chapas à Diretoria da AdUFRJ junto à secretaria da AdUFRJ. Já as listas de candidatos ao CR têm mais tempo: poderão se inscrever até 2 de setembro. Estão aptos a votar todos que se sindicalizaram até 13 de julho deste ano. A posse da nova gestão e do novo conselho ocorre em 15 de outubro.

No início da reunião, a diretora Christine Ruta anunciou o novo sistema de recadastramento dos docentes filiados à AdUFRJ (leia mais ao lado). “Fizemos vários testes. Pedimos que todos acessem. A pessoa gasta dois minutos para preencher. É muito rápido”, afirmou.

 

WhatsApp Image 2021 08 06 at 21.44.36CLIQUE AQUI: 
https://cadastro.adufrj.org.br

Atenção: O prazo para fazer o recadastramento e garantir o recebimento da cédula de votação via e-mail foi encerrado à meia-noite do dia 3 de setembro. Os dados precisavam ser informados à empresa escolhida para o processo de votação com antecedência. Mas todos os professores filiados à AdUFRJ até 13 de julho deste ano e em dia com a contribuição sindical poderão votar.
Leia mais em: https://www.adufrj.org.br/index.php/pt-br/noticias/?option=com_content&view=article&id=3974

Para participar da primeira eleição virtual da história da AdUFRJ, é essencial que os sindicalizados estejam com seus dados atualizados no cadastro do sindicato. Em função da pandemia, a divulgação dos materiais relativos ao pleito e do próprio link da votação vai ocorrer pelo e-mail. O método, defendido pela diretoria, foi aprovado em Assembleia Geral de 9 de julho.

E os professores ganharam uma nova opção para fazer esse recadastramento: a página https://cadastro.adufrj.org.br. O sistema permanecerá ativo mesmo após as eleições para facilitar este procedimento junto à secretaria da AdUFRJ. A página pode ser acessada também pelo site da AdUFRJ, na opção “Atualize seus dados”, no menu superior.

No primeiro acesso, o professor deverá clicar em “esqueci minha senha” e informar o e-mail pelo qual recebe as informações da AdUFRJ. Ele vai receber um link para definir a senha. A partir daí, é só atualizar os dados pessoais e profissionais.

Caso receba a mensagem “e-mail não encontrado”, o professor deverá entrar em contato com a secretaria pelo número de whatsapp (21) 99365-4514.

Nessa mesma página, na parte inferior, há um botão verde para facilitar o contato. Quem não tiver o aplicativo pode falar com a secretaria pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones (21) 99365-4514 ou 99808-0672.

A página de cadastro também orienta como os professores podem se filiar à AdUFRJ. Mas novos sindicalizados não poderão participar da eleição deste ano. O prazo era até 13 de julho.

CinematecaFogo01 600x400 1Na quinta-feira passada, dia 29 de julho, observamos com tristeza a dilapidação de mais um patrimônio cultural brasileiro: um galpão da zona oeste de São Paulo, que abrigava grande acervo da Cinemateca Brasileira, ardeu em chamas por horas a fio. Poucos dias antes, caía o acesso à Plataforma Lattes, o maior banco de dados da pesquisa brasileira, sem qualquer previsão de retorno (e, até o fechamento desta edição, ainda não normalizado). Alguns poderiam achar fora de lugar a proeminência dada a esses acontecimentos, dada a movimentação recente no Congresso – privatização dos Correios, PEC 32 etc – mas é justamente o contrário: se um sindicato de professores universitários não der atenção a símbolos tão emblemáticos do apocalipse intelectual que se anuncia, ninguém dará.

Sabemos que tais eventos não são inéditos, e que o Brasil nunca foi exatamente pródigo no tratamento da sua Ciência e Cultura. Tivemos incêndios devastadores do Museu Nacional em 2018 e do Museu da Língua Portuguesa em 2015, a falência do Museu do Ipiranga (fechado desde 2013), o abandono do Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia desde 2018, entre vários outros.

 Entretanto, poucas tragédias foram tão anunciadas quanto as da semana passada: o contrato com a Fundação Roquette Pinto para a administração da Cinemateca simplesmente expirou no final de 2019 sem que quaisquer providências fossem tomadas (verdade seja dita, essa diretoria não sabe quantos e-mails a FRP mandou ao Ministério do Turismo, responsável pela Secretaria Especial de Cultura — SEC), e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – o CNPq – responsável pela plataforma Lattes, está sendo mantido a pão num dia e água no outro. Num governo normal, tais desastres seriam seguidos de manifestações enfáticas das autoridades competentes, e estas provavelmente se movimentariam para – mesmo que oportunisticamente – disputar mais recursos.

Contudo, tudo que vemos são gracejos do ministro (?) Marcos Pontes e notas lacônicas da SEC, quase como se estivessem incomodados em ter que garantir o funcionamento básico das coisas.

Ou seja, se depender dessa corja que nos governa, nós é que vamos em breve ter de nos desculpar por nos preocuparmos com “frescuras” como Ciência e Cultura.
Em suma: se nossos incêndios e apagões costumavam ser por conta de descaso, agora eles fazem parte de um projeto. Ainda que de forma cínica, Bolsonaro abraça a ideia olavista de que a vida intelectual brasileira se resume à implantação do “comunismo” (usado como uma metáfora pueril de uma libertinagem tosca) no Brasil e que, consequentemente, no afã de restaurar os “valores ocidentais” (um cristianismo superficial de matiz punitiva), deve ser exterminada.

Como ele não conseguiu mandar todo mundo para “a ponta da praia”, vai tentando nos solapar por inanição. Mas que ninguém se engane: assim como nos velhos filmes de faroeste, somos nós ou ele.

Qual é o alcance que o vírus da covid-19 pode ter no corpo humano? Para contribuir com esse conhecimento, um estudo realizado em parceria da UFRJ com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou a existência de partículas do Sars-Cov-2 na retina de pacientes mortos pela doença. Publicada no dia 29 de julho, na seção de Oftalmologia do periódico norte-americano JAMA (Journal of the American Medical Association), a pesquisa analisou os olhos de dois homens e uma mulher, vítimas fatais da covid-19 com idades que variavam de 69 a 78 anos. Segundo Wanderley da Silva, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ) e um dos coordenadores do projeto, a descoberta alerta a comunidade médica para a abrangência do dano que o vírus pode causar nos infectados.

“Hoje, a principal preocupação está nos pulmões e nos rins, por isso muitas vezes o olho nem é examinado. A partir da publicação e da ampla divulgação desse artigo, examinar os olhos desses pacientes também deve passar a ser rotina”, comenta Wanderley. Chefe do Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer (LUCHM), onde as amostras foram analisadas, ele acredita que os oftalmologistas poderão iniciar tratamentos que minimizem as lesões, ao perceber a presença do vírus. “Como ainda não temos nenhuma droga que mate o vírus, podemos usar anti-inflamatório, pois as lesões causadas pelo vírus têm um envolvimento com o sistema inflamatório”, completa.

MAIS CONHECIMENTO
A parceria foi proposta por pesquisadores do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), que detectaram em maio WhatsApp Image 2021 08 06 at 21.49.42de 2020 alterações na retina como consequência da covid-19. Na ocasião, o estudo foi publicado no periódico inglês The Lancet. “Eles nos perguntaram do interesse de analisarmos esse material, e rapidamente nós aceitamos”, conta Wanderley. Todas as amostras do estudo, obtidas a partir de vítimas da covid-19, foram enviadas pela Unifesp. Através da microscopia, os pesquisadores da UFRJ puderam identificar as diversas lesões apontadas pelos médicos de São Paulo, e também confirmar a presença de estruturas semelhantes ao vírus na retina.

“Primeiro a gente prepara uma solução fixadora especial, que é enviada para São Paulo. O tecido é colocado nessa solução, que mata todos os vírus, mas preserva a estrutura do tecido”, explica o professor. As soluções são preparadas no LUCHM, e as observações feitas no Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), ambos localizados no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. “O tecido é enviado para cá e aqui ele é processado por alguns dias, até a obtenção dos cortes. Eles são levados para um microscópio óptico para análise do aspecto geral e, se estiverem bem, levamos para um microscópio eletrônico de transmissão, no Cenabio”, descreve Wanderley.

A dificuldade para avaliar as amostras faz dessa pesquisa uma descoberta singular. “Não é comum que partículas sejam detectadas na retina, pois as técnicas para análise e detecção das partículas são complexas”, observa a doutora Alléxya Affonso, coautora da pesquisa. Médica oftalmologista e pesquisadora pela Unifesp, Alléxya acredita que à medida que se adquire mais conhecimento sobre os mecanismos de ação do vírus, mais fácil se torna a busca por combatê-lo. “Saber que o vírus está presente nos tecidos oculares nos ajuda a entender como ocorrem as alterações oftalmológicas devido a sua ação”, afirma.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Além do Sars-Cov-2, outros vírus já haviam sido identificados como causadores de danos na retina, a exemplo do herpesvírus e do citomegalovírus. “Esses vírus exigem muita atenção, pois possuem a capacidade de entrar no sistema nervoso central”, destaca Carlla Silva, doutoranda do IBCCF/UFRJ e coautora da pesquisa. Ela explica que nem todos os patógenos são identificados com essa capacidade, pois o sistema nervoso central tem barreiras de defesa. No caso da retina, existe a barreira hemato-retiniana e, no cérebro, a barreira hematoencefálica. “São barreiras especiais, com células de proteção. Devemos ter um olhar ainda mais vigilante para os vírus que são capazes de invadir esses tecidos”, ressalta.

Segundo Carlla, outros artigos já vinham indicando a presença de partículas do Sars-Cov-2 em regiões próximas à retina, tanto em lágrimas quanto no tecido da conjuntiva, que estão em torno do olho. “Essa pesquisa reforça que não é só a parte respiratória que pode ser afetada. Muitas vezes as pessoas sequer manifestam esse quadro respiratório, e sim problemas intestinais e gástricos, entre outros”, lembra. A confirmação de que o vírus pode chegar à retina desses pacientes possibilita que os médicos deem mais atenção a determinadas queixas, que podem indicar quadros oftálmicos. “Esse é mais um estudo para somar no conhecimento de como esse vírus atua, se replica, como ele invade os sistemas do corpo, e quais são as avaliações que o médico pode fazer’’, diz.

O grupo de pesquisadores em São Paulo, coordenado por Rubens Belfort Jr., professor da EPM/Unifesp e presidente da Academia Nacional de Medicina, começará a aprofundar os exames oftalmológicos em pacientes vivos, infectados pela covid-19. Wanderley, que coordena o grupo da UFRJ, observa que ainda há muita pesquisa pela frente. “Agora nós temos que estudar a questão de todas as lesões que aparecem, em pacientes de diferentes graus de infecção”, afirma o professor. No entanto, os pesquisadores do seu laboratório só poderão participar de estudos relativos às vítimas fatais. “Nós precisamos avaliar com microscópios o tecido, que só pode ser obtido de fragmentos dos olhos daqueles que já faleceram”, finaliza Wanderley.

Estudar, entender e valorizar os processos científicos é cada vez mais necessário. Com esse propósito aconteceu o último CineAdUFRJ, no dia 29, para debater o tema “Negacionismo da Vacina”, a partir de três filmes que abordam, de diferentes perspectivas, alguns desdobramentos dessa pauta tão relevante para os dias de hoje. Os filmes selecionados foram: “Sonhos Tropicais”, de André Sturm (2001), “Contágio”, de Steven Soderbergh (2011), e “Vaxxed”, de Andrew Wakefield (2016). Com cerca de 20 participantes, o cineclube contou com a presença da epidemiologista Lígia Bahia, professora da Faculdade de Medicina da UFRJ, da historiadora Eliza Vianna, do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), e de Francisco Carbone, crítico do site Cenas de Cinema, para debater as obras.
A professora Lígia Bahia traçou um paralelo entre os posicionamentos de cada filme, e chamou a atenção para a necessidade de se levar o conhecimento médico ao debate público com propriedade. “As vacinas têm efeitos adversos, com certeza têm. Então os princípios das vacinas têm que ser debatidos com a população”, afirmou. Por isso, como médica, ela se atentou a esclarecer especificamente alguns pontos do filme “Vaxxed”, documentário controverso que defende a ligação da vacina “tríplice viral” com o autismo. “Não há nenhuma comprovação científica da ligação entre as vacinas e o autismo. O que também não quer dizer que as vacinas não tenham efeitos colaterais”.
Segundo a epidemiologista, realmente existe um aumento no número de crianças autistas nos últimos anos, mas ainda não há uma explicação clara para esse fenômeno. “É um número que aumentou, mas em todos os países do mundo. Então não há uma explicação cultural para isso, e as buscas por essa resposta continuam”, disse. Ainda assim, a professora ressaltou que o documentário exerce um papel relevante, pois fomenta discussões necessárias para que a população tenha cada vez mais segurança no desenvolvimento científico, como a questão das contradições na indústria farmacêutica. “Com a covid-19 nós avançamos nesse debate, pois se estabeleceu essa noção de que a vacina é um bem público, e não pode simplesmente ter o preço que a indústria farmacêutica quer”, lembrou Lígia.
Eliza Vianna, professora do IFAL, enfatizou que a Ciência e a Medicina compõem a nossa sociedade, e não existem à parte dela. “Por isso é importante que a gente dessacralize a Ciência e entenda os inúmeros aspectos contidos na produção do conhecimento médico-científico, como essas contradições da indústria farmacêutica”, comentou. A partir do filme brasileiro “Sonhos Tropicais”, que aborda a figura de Oswaldo Cruz de forma heróica, Eliza reforçou que o médico não precisa ser visto como um “salvador” para que seja devidamente valorizado. “No atual contexto de vacinação, algumas pessoas têm falado da ‘fé na Ciência’. Mas eu não acho que se trate de fé na Ciência, e sim confiança no trabalho do cientista”, destacou.
Reposicionar o lugar da Ciência diz respeito também a entender efetivamente o que se enquadra como “negacionismo”, ou seja, negação da Ciência. “O que o documentário ‘Vaxxed’ faz não é negacionismo, é uma falsa simetria. Ele pega aleatoriamente alguns elementos do senso comum e os joga juntos para construir uma narrativa intencionada”, apontou Eliza. A professora evidenciou que o crescimento do discurso antivacina, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, se deve muito ao contexto histórico, em que toda a compreensão de coletividade está ruindo. “Desde os anos 1980 vem sendo construída uma narrativa neoliberal, de que as pessoas precisam ter e ser a sua própria empresa. Assim, elas também passam a querer decidir sobre a saúde dos seus filhos”, disse. Segundo ela, a vacinação precisa ser vista como uma questão coletiva, e não apenas uma escolha individual.
O crítico Francisco Carbone avalia que “Contágio”, apesar de ter muitos personagens, é um filme carregado de estereótipos, que não consegue retratar com fidelidade e abrangência a questão da pandemia. “É um filme muito inocente, quase irresponsável. Ele diminui falas, contextos e sequer dá nome a alguns personagens asiáticos, jogando tudo dentro de um esquema de romantização”, afirmou. Para ele, o brasileiro “Sonhos Tropicais” conversa melhor com o momento atual. “Apesar de ser bem quadrado na sua construção biográfica, me surpreendi com a capacidade do filme de provocar um olhar particular para muitas coisas que ecoam hoje em dia”, acrescentou. Perguntado sobre o papel do crítico de cinema no combate ao negacionismo, Francisco ressaltou que os textos naturalmente devem debater as questões do mundo em que estão inseridos. “A minha perspectiva antinegacionista naturalmente entra em pauta como reflexão nas críticas cinematográficas que eu escrevo”, finalizou.

FOGO NA CINEMATECA
O início do debate foi marcado pela triste notícia do incêndio em um galpão da Cinemateca Brasileira, na Zona Oeste de São Paulo. O galpão abrigava documentos relativos à administração do cinema brasileiro e algumas películas, mas ainda não se sabe a extensão dos danos e o que foi perdido no fogo. Segundo os bombeiros, o incêndio começou durante a manutenção do sistema de ar-condicionado no terceiro andar do galpão, justamente numa das salas do acervo histórico.
“É a chamada crônica da morte anunciada. Na mesma semana em que queimou uma placa do sistema do CNPq, acontece esse incêndio. A metáfora do “estamos queimando no inferno” nunca pareceu tão certa”, disse Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, que participou do debate.
A tragédia vinha sendo anunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) que, em julho do ano passado, ajuizou uma ação civil contra a União por conta dos impasses na gestão do espaço diante da “comprovada aceleração da degradação do acervo e do perigo real de incêndio”. Em audiência realizada no último dia 20, procuradores do MPF e representantes do Audiovisual alertaram o governo federal, responsável pela Cinemateca Brasileira, para o risco de incêndio. Nove dias depois, o fogo expõe o descaso do governo Bolsonaro com a cultura brasileira.

Para assistir e refletir - Os três filmes que serviram de pano de fundo para a edição “Negacionismo da Vacina” do cineclube foram:

1.  “CONTáGIO” (Steven Soderbergh, 2011)

WhatsApp Image 2021 07 31 at 10.07.372Contágio (EUA, 2011) retrata a epidemia de um vírus transmissível pelo ar, que mata os infectados em poucos dias. A rápida propagação incita uma sensação de urgência na comunidade médica mundial, que começa a busca pela cura do vírus e por controlar o pânico que se espalha com mais velocidade que a própria doença. Filmado em vários pontos do mundo, incluindo Hong Kong, São Francisco, Abu Dhabi, Londres e Genebra, o longa também acompanha personagens comuns, na luta por sobrevivência em meio à tragédia sanitária. A direção é de Steven Soderbergh e conta com um elenco formado por quatro vencedores do Oscar (Marion Cotillard, Matt Damon, Gwyneth Paltrow e Kate Winslet), além de três indicados (Laurence Fishburne, Jude Law e John Hawkes)

2.  “sonhos tropicais” (André Sturm, 2001)

WhatsApp Image 2021 07 31 at 10.07.371Primeiro longa-metragem de André Sturm, “Sonhos Tropicais” é um filme brasileiro de 2001 que aborda o contexto da primeira campanha de vacinação do Rio. Passado no início do século XX, o filme mostra a chegada ao Brasil do sanitarista Oswaldo Cruz, após anos de estudo na Europa, e da jovem Esther, polonesa prometida a se casar. Enquanto a jovem descobre que a proposta de casamento era uma farsa, o médico começa sua ascensão na Medicina. Baseado em livro de Moacyr Scliar, “Sonhos Tropicais” apresenta os esforços de Oswaldo Cruz para conter a epidemia da febre amarela e da peste bubônica, além de liderar a campanha de vacinação contra a varíola. A obrigatoriedade da vacina, entendida como uma medida de tortura, foi o estopim para os protestos da “Revolta da Vacina”, representados no filme.

3.  “vaxxed” (Andrew Wakefield, 2016)

WhatsApp Image 2021 07 31 at 10.07.36O documentário “Vaxxed: From Cover-Up to Catastrophe” defende o polêmico estudo que aponta uma ligação entre a vacina MMR (sarampo/caxumba/rubéola) e o autismo. O filme alega que o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), órgão governamental encarregado de proteger a saúde dos cidadãos estadunidenses, destruiu propositalmente dados que comprovariam a tese antivacina. Lançado em 2016, “Vaxxed” é dirigido por Andrew Wakefield, o ex-médico e ex-pesquisador que escreveu o artigo que deu origem à controvérsia. Publicado na revista médica britânica “The Lancet” em 1998, o estudo que estabelece uma suposta relação entre a vacina tríplice viral e o autismo foi reconhecido como fraudulento pela própria revista em 2010.

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