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WhatsApp Image 2025 08 19 at 19.03.19 9Fotos: Renan FernandesRenan Fernandes

É claro que a maior federal do país não poderia ficar de fora do maior encontro de inovação, negócios, criatividade e tecnologia da América Latina. Além de um estande com exposições, oficinas e apresentações, a UFRJ contou com dezenas de palestrantes na Rio Innovation Week, realizada no Pier Mauá, entre os dias 12 e 15. O espaço da instituição, organizado pela pró-reitoria de Extensão e pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (InovaUFRJ), atraiu grande público. “Funciona para a gente como uma grande vitrine para mostrar um pouquinho do que a gente faz. É importante para aproximar a sociedade e estreitar laços com empresas para promover convênios e transferência de tecnologia”, disse a professora Daniela Uziel, diretora da InovaUFRJ. O reitor Roberto Medronho ouviu com atenção a explicação dos monitores sobre os projetos expostos e também celebrou o sucesso do estande. “É uma oportunidade ímpar de prestar contas à população, como instituição pública que somos, e integrar nossas iniciativas com financiadores que podem investir no desenvolvimento de produtos para a sociedade”.
Pensar a ideia de inovação para além da tecnologia motiva a professora Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão. “A gente está mudando o lugar comum sobre o que é inovação. Inovação cidadã, social, temos aqui muita ação de extensão e pesquisa aplicada”, afirmou.
Confira abaixo uma amostra da participação da universidade.

Estande mostrou pesquisas em diversos campos do conhecimento

O estande da UFRJ movimentou o Galpão Kobra durante todo o evento. A programação apresentou tecnologias desenvolvidas nos laboratórios da universidade com foco no potencial de aplicação prática das pesquisas. A mostra Realidade Virtual fez sucesso com os óculos de realidade aumentada. “Nossa, acabei de conhecer o Rui Barbosa. Apertei a mão dele e ele me guiou pelo museu”, revelou impactada Letícia Boamond, estudante de Enfermagem que “viajou no tempo” durante a experiência imersiva.
O projeto foi desenvolvido por Dario Maciel durante o mestrado em Mídias Criativas na ECO. “Você coloca os óculos e é transportado para outro mundo, como uma forma de se apropriar do espaço sem alterá-lo”, explicou.
Outros projetos também atraíram a atenção. O de extensão FabTA (Fabricando Tecnologias Assistivas) mostrou a importância de soluções baratas e acessíveis para a autonomia de pessoas com deficiências. Já a TexKera, startup criada no Laboratório de Biocatálise Microbiana, apresentou as fibras biotecnológicas feitas a partir da queratina de penas. “Buscamos soluções mais sustentáveis que as fibras sintéticas, que viram microplástico depois de descartadas”, disse a professora Ana Mazotto, do Instituto de Microbiologia.

Brasil se destaca em energia limpa com biocombustíveis

WhatsApp Image 2025 08 19 at 19.03.19 10O palco da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na Rio Innovation Week recebeu os professores Donato Alexandre Aranda (Escola de Química) e João Monnerat (Instituto de Química), na noite de quinta-feira (14). Coordenadores do Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT), eles participaram do painel “O papel do Brasil nas soluções de baixo carbono”.
“Quando a gente fala em baixo carbono, um fator preponderante é a oferta de matéria-prima. Nossa matriz energética é cerca de 80% limpa”, exaltou Monnerat. Segundo ele, eletrificar os processos na indústria nacional é a chave para aumentar o papel do Brasil no cenário da descarbonização global. “Para o transporte, já temos a opção dos biocombustíveis”, disse.
E é uma opção cada vez mais importante. O Brasil é o maior produtor de biodiesel e o segundo maior produtor de etanol do mundo. Donato destacou o impacto ambiental e social dos biocombustíveis no país. “Desde a implementação dos biocombustíveis no Brasil, já se evitou o despejo de 840 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2)”. E completou: “A produção do biodiesel envolve mais de 100 mil famílias. A descarbonização já tem um impacto social gigantesco. Isso tem potencial para mudar a cara desse país”, destacou Donato.

Reitor defende parceria com indústrias na área da saúde

WhatsApp Image 2025 08 19 at 19.03.20O reitor Roberto Medronho participou do painel “Parcerias público-privadas no setor de saúde no Brasil: modelos inovadores e cases de sucesso”, na quinta (14). O encontro reuniu representantes dos setores público e privado para discutir erros e acertos dos modelos já implementados, além de caminhos para fortalecer a cooperação entre os setores.
Medronho celebrou a adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que completou um ano em junho passado, e defendeu a ampliação da ligação do setor público com as indústrias. “Não podemos ser submissos ao que é feito no exterior. Temos que reduzir nossa dependência de insumos que são caros e podemos produzir aqui”.
Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, revelou que o Hospital Souza Aguiar precisa de R$ 950 bilhões de investimento em reformas. “Nesse caso, a PPP é o melhor modelo. Juntamos tudo em um contrato único, em vez de ter que abrir 80 licitações a cada dois anos para os serviços”, analisou Soranz.
O médico Luiz Augusto Maltoni Jr, diretor-executivo da Fundação do Câncer, já foi vice-diretor geral do INCA e elogiou a gestão compartilhada no instituto. “Tivemos uma boa experiência em um modelo híbrido, com uma fundação fazendo a administração”.

Ivana Bentes e Tatiana Roque participam de painel sobre IA

WhatsApp Image 2025 08 19 at 19.15.12O painel “Criatividade na era da Inteligência Artificial”, no dia 15, abordou o significado de ser criativo em um mundo onde algoritmos aprendem padrões, simulam estímulos e automatizam a produção de imagens, sons e textos.
Pró-reitora de Extensão da UFRJ, a professora Ivana Bentes atualizou o pensamento do filósofo e sociólogo alemão Walter Benjamin (1892-1940) sobre a obra de arte na era da reprodutibilidade técnica. “O processo subjetivo de criação está sendo automatizado. Agora o artista e a subjetividade estão sendo reproduzidos”, disse.
O artista visual César Oiticica defendeu o uso de ferramentas de Inteligência Artificial sem a perda de autoria do ser humano. “A IA é mais uma ferramenta. Uma obra de arte pode usar fotografia, impressão 3D e até IA, mas nunca ser criada pela ferramenta”.
Já a professora do Instituto de Matemática e secretária municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio, Tatiana Roque, citou o chefe de IA da Meta, Yann LeCun. “Um fator essencial da inteligência humana é a percepção e essas ferramentas não têm essa percepção. São modelos de linguagem e o pensamento humano não se reduz à linguagem”, afirmou. Ao final, Roque brincou com um presente que trazia. “Ganhei uma cuscuzeira hoje e duvido que uma IA faça cuscuz”.

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