UNIDADE Denise Góes ressaltou o trabalho coletivo da Sgaada = Foto: Alessandro CostaEm cerimônia emocionante, a Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) celebrou seu segundo aniversário. A instância é responsável por elaborar políticas internas de combate ao racismo, capacitismo e LGBTfobia. Também compete à Sgaada organizar e gerir as bancas de heteroidentificação. A etapa, de análise presencial das características físicas de candidatos autodeclarados pretos e pardos, é obrigatória para a aprovação na cota pretendida.
“Eu sou organizada pelo movimento negro e pela compreensão de que devemos lutar contra o racismo no Brasil”, disse a coordenadora-geral da Sgaada, Denise Góes, na abertura do evento. “Só nós, negros, sabemos o sofrimento psíquico que o racismo traz para nossas vidas. É nosso dever acabar com o racismo nesta universidade”.
Autoridades da UFRJ, representantes de movimentos sociais e da comunidade acadêmica também participaram da tarde de festa, que aconteceu no CCS. “Esse trabalho é fundamental para que consigamos ampliar as ações de igualdade e equidade na universidade”, elogiou Hugo Vilela, do Movimento Negro Unificado. “Em 2003, a UFRJ tinha fama de ser elitista. As cotas transformaram a cor dessa universidade”, destacou.
A professora Maria Soledad, diretora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), se emocionou. “Segundo ano dessa superintendência que é nossa, que atua na promoção de um ambiente universitário diverso e inclusivo”, elogiou.
Decano do CCS, o professor Luiz Eurico Nasciutti também destacou a mudança do perfil social na UFRJ. “Viver este momento, com 50 anos de docência, é motivo de muito orgulho. A universidade mudou na cor, nas vestimentas das pessoas. Tenho muito orgulho de ter vocês na universidade”.
A vice-reitora Cássia Turci reconheceu o quanto falta à UFRJ garantir acessibilidade aos seus espaços. “Há muito que se fazer e só posso agradecer à Sgaada por esse esforço. Só assim conseguiremos uma universidade mais inclusiva”.
“Com a crianção da Sgaada, a UFRJ entrou definitivamente na luta antirracista”, declarou o reitor Roberto Medronho. “Essa democracia do Brasil ainda não é a que queremos, porque ela esconde o racismo estrutural da nossa sociedade. Enquanto não houver democracia racial, não teremos democracia de fato”.
A atividade foi encerrada com uma oficina de charme, oferecida pela professora Heloísa Izidoro, do projeto de extensão Comunidança.