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A semana de início das aulas de graduação não transcorreu como o esperado para algumas unidades. Na Faculdade de Letras, a falta de funcionários de limpeza — que estão sem pagamento — levou à suspensão das atividades pelo menos até a próxima terça, dia 26. Já a instabilidade nos sistemas da universidade dificultou a inscrição de alunos da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. A situação, ao lado de outros fatores, contribuiu para o adiamento do período até segunda, 25. Na Praia Vermelha, um inesperado corte de água no Palácio Universitário inviabilizou as atividades do Instituto de Economia por dois dias. E, para ampliar o quadro de transtornos, coordenadores de pós-graduação não conseguiram acessar a plataforma Capes a partir da rede da UFRJ.

SEM LIMPEZA, LETRAS
INTERROMPE ATIVIDADES

WhatsApp Image 2024 03 21 at 20.27.08 3A Congregação da Faculdade de Letras decidiu interromper todas as atividades acadêmicas no prédio — graduação, pós e extensão — do dia 18 até pelo menos a próxima terça, 26. A unidade está sem funcionários de limpeza — que estão com os pagamentos de fevereiro atrasados. A medida tem como objetivo diminuir a circulação de pessoas e evitar o acúmulo de lixo no local. Em condições normais, estima-se que aproximadamente 10 mil pessoas circulem pelo prédio, que também abriga cursos de Biblioteconomia, Gestão, vestibular social à noite, disciplinas da Faculdade de Educação e uma da EBA.
Em paralelo, para não ampliar o problema, a reitoria acatou um pedido da direção para que o bandejão da unidade não funcionasse. “O restaurante é pequeno. As pessoas comem nos jardins e largam restos de comida nas quentinhas”, explicou a diretora da unidade, professora Sonia Reis.
Para esclarecer toda a comunidade sobre a suspensão das aulas, a diretoria chamou uma reunião para a próxima segunda, dia 25, às 9h. “É uma situação que nenhum gestor pensa em passar. Nem nos piores pesadelos. É uma frustração para todos”, lamentou Sonia.
A situação não é inédita na Letras. Durante a gestão da professora Eleonora Ziller, em 2015, o prédio também ficou sem o serviço de limpeza. “Na ocasião, conseguimos não interromper as atividades. É uma situação delicada, mas o fato é que uma universidade do tamanho da UFRJ não pode ficar refém de uma pequena empresa terceirizada”, afirma Eleonora. “A universidade precisa encontrar soluções definitivas para este tipo de problema”.
No Consuni, o reitor Roberto Medronho enfatizou que os atrasos de repasse às empresas estão “todos dentro dos prazos contratuais”. A lei de licitações prevê que os serviços terceirizados contratados devem ser mantidos mesmo que a administração pública atrase os pagamentos por até 30 dias da emissão da nota fiscal. “A nota mais antiga desta empresa foi emitida em 19 de fevereiro. Os pagamentos pendentes estão sendo processados na PR-3 (pró-reitoria de Finanças)”, disse a pró-reitora de Governança, professora Claudia Cruz. A dirigente informou que a reitoria já iniciou um processo de contratação emergencial de outra empresa de limpeza para a Letras. Mas o caso não deve ser resolvido logo. “Até uma contratação emergencial exige preparação de documentação e convite a empresas para serem credenciadas “, disse.

ECONOMIA SEM ÁGUA

A comunidade do Instituto de Economia teve as aulas suspensas entre terça-feira e quinta-feira por falta de água no Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha: “Uma pessoa estranha ao serviço de manutenção fechou o registro que leva a água para a cisterna do prédio. Trabalhando a seco, a bomba queimou por falta de refrigeração”, explicou o diretor da unidade e ex-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão Rocha.
As atividades acadêmicas com os aproximadamente 1,2 mil alunos de graduação e pós-graduação só puderam ser retomadas após o conserto do equipamento, desde o meio-dia de quinta-feira. O dirigente lamentou o episódio. “Isso cria uma má imagem da universidade pública”.
A Prefeitura Universitária prestou apoio imediato à Economia. “Já pedi para construir uma casa onde está o registro e vamos lacrá-lo. Só terá acesso quem tiver permissão da subprefeitura da Praia Vermelha, com dados anotados no livro de ocorrências da Diseg (Divisão de Segurança) do campus”, informou o prefeito Marcos Maldonado.
No Consuni, o reitor Roberto Medronho afirmou que vai abrir um inquérito para investigar o incidente. Ou um processo administrativo disciplinar, se houver prova de autoria.

PLATAFORMA DA CAPES BLOQUEADA

Quem tentou acessar a Plataforma Sucupira da Capes pela rede da UFRJ não conseguiu esta semana. Porém, o problema não se repetiu em redes externas ou a partir dos planos de celular. “Isso está sendo um drama, sobretudo, para os coordenadores dos programas”, observou o superintendente geral de Pós-graduação e Pesquisa, professor Felipe Rosa. “Está todo mundo trabalhando aqui. Se daqui não consegue acessar, é um problema. Estamos na fase final do Coleta Capes (um sistema que recolhe dados dos programas de todo o país)”. O prazo é até 12 de abril.
“Recentemente, acessar as plataformas da CAPES tem sido um desafio no Fundão”, afirmou Fernando Duda, professor e ex-coordenador do Programa de Engenharia Mecânica. Além do Coleta Capes, Duda destacou dificuldades na utilização da plataforma SIPREC para prestação de contas de recursos recebidos pela agência de fomento durante seu mandato, que terminou recentemente. O docente enfatizou que as constantes falhas da internet no Fundão prejudicam a gestão acadêmica. “Às vezes, participamos de eventos de outras universidades de forma remota. O professor vem para cá, fica sem internet e precisa voltar para casa”, exemplificou.
A Superintendente-Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação (SG-TIC), Ana Maria Ribeiro, informa que a equipe monitora o problema de acesso à Capes com apoio da RNP — Rede Nacional de Pesquisa. “A reitoria está tomando as providências para aquisição de equipamentos mais atualizados — os atuais são de 2012 — para permitir a estabilização em nosso parque informacional”.
Ana explica que o reitor Roberto Medronho definiu a Transformação Digital como eixo para os editais da Finep. O objetivo é proporcionar condições de trabalho para as atividades de pesquisa, ensino, extensão e administrativas. “Isso permitirá superar os problemas recorrentes que a infraestrutura obsoleta vem trazendo”, diz.

FACC ADIA AULAS PARA DIA 25

Na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), um conjunto de fatores levou à decisão de adiamento das aulas da graduação de aproximadamente 2,3 mil alunos para o dia 25 — a pós opera normalmente. Entre eles, a própria suspensão das atividades no prédio da Letras — a FACC mantém cursos de Biblioteconomia e Contábeis naquela unidade, no Fundão. Além disso, o curso de Ciências Contábeis da Praia Vermelha já havia aprovado que a semana seria dedicada apenas a atividades de recepção dos calouros. Mas um dos principais motivos da medida foi a insegurança com a inscrição dos alunos: até a véspera do início do período letivo, professores não sabiam quais seriam seus alunos nem os estudantes sabiam se estavam realmente matriculados nas disciplinas. “E, neste quadro, não havia como os professores estabelecerem comunicação com os alunos”, esclareceu o diretor da unidade, professor Antonio José Barbosa de Oliveira. A situação só foi normalizada na segunda no fim da tarde.
Pró-reitora de Graduação, a professora Maria Fernanda Quintela informou que os estudantes da entrada regular do acesso fizeram suas pré-inscrições e matrículas no cronograma planejado. Já os estudantes da primeira lista de espera tiveram algumas dificuldades na matrícula nas unidades. “Os estudantes, de um modo geral, ficaram sem acesso aos Crids (documento de confirmação da inscrição em disciplinas). Estes fatos ocorreram, pois houve instabilidade nos sistemas da universidade, como todo o corpo social foi informado oportunamente na semana retrasada, pela SG-TIC”. A dirigente afirma que todos os estudantes já estão regularizados no SIGA, desde dia 18, às 17h.
Na quarta, o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) estabeleceu o novo cronograma dos atos acadêmicos. Entre eles, a alteração da inscrição em disciplinas. “Assim, não existe mais desde segunda feira, às 17h, essa situação que foi considerada por algumas unidades como um impeditivo para o início das atividades acadêmicas previstas no calendário acadêmico”.

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