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Operação para violar o regimento da UFRJ é aprovada por apenas um voto.

Porém, entidades estão confiantes em barrar proposta da empresa no Consuni de 12 de setembro

 

Da redação

No início da tarde da quinta-feira 5, o reitor Carlos Levi saiu menor do que  entrou na sala dos Conselhos Superiores da UFRJ para presidir a sessão do Consuni. O reitor abandonou a postura de magistrado que a liturgia do cargo exige, e, no período das quatro horas em que conduziiu a sessão, não teve vergonha em exibir-se como um ativo militante pró-Ebserh. 

A linha de ação de Carlos Levi – e sua rede de aliados – foi coroada com a votação convenientemente confusa por ele encaminhada que, pela diferença de um voto, impediu a convocação de sessão especial (como determina o regimento) para decidir sobre a contratação ou não da Ebserh para gerir hospitais da UFRJ. 

A sessão ordinária para votar o assunto foi marcada para esta quinta-feira, 12 de setembro. E nova batalha já pode ser prevista.

O reitor rasgou o regimento ao desrespeitar a regra que exige a realização de sessão especial no caso no qual a votação do contrato com a Ebserh se enquadra (veja matéria ao lado). Com essa atitude inadvertida, Carlos Levi arrisca jogar a universidade numa crise institucional. 

Na sessão de quinta-feira, o reitor violou procedimentos institucionais e revelou uma face antidemocrática escondida por trás de gestos aparentemente atabalhoados. Ao questionar a representatividade de conselheiros do CCJE e do CAp , diante da presunção de que eles não votariam de acordo com sua cartilha, Carlos Levi submeteu seus pares de conselho a um constrangimento pouco habitual na recente história das sessões do Consuni.

Ao fim da reunião do Consuni, o segundo andar do prédio da reitoria foi tomado pela indignação. A vitalidade do movimento estudantil e a mobilização das organizações dos professores e dos técnico-administrativos tornam imprevisíveis os desdobramentos da crise. O presidente da Adufrj-SSind, Mauro Iasi, traduzindo o sentimento da Seção Sindical já anunciou que a entidade vai utilizar todos os recursos (inclusive ir à Justiça) para impedir que “o arbítrio” se consuma.

Comissões apresentam pareceres conflitantes

As comissões permanentes do colegiado, cujo consenso interno nas decisões é tradição, nesta sessão apresentaram pareceres conflitantes. A Comissão de Ensino e Títulos foi a única que obteve parecer unificado (fez considerações gerais sobre o ensino,  nas propostas apresentadas, mas não se manifestou sobre qualquer modelo de gestão para os HUs). As outras (Legislação e Normas – CLN e Desenvolvimento – CD) apresentaram dois relatórios, cada.

O professor Alcino Câmara Neto (Titulares do CCJE), presidente da CD, leu primeiro o documento assinado pela decana do Centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda Quintela, e o decano do Centro de Tecnologia, Walter Suemitsu, com posicionamento favorável à Ebserh. Depois, apresentou sua própria decisão sobre o tema, indicando ser contrário à empresa e afirmando que a decisão não poderia ser tomada naquela sessão.

Mas foi na CLN que aconteceu o maior embate. E onde se demonstrou a centralidade do debate daquela sessão: a alteração do Estatuto da universidade. O presidente da comissão, professor Segen Estefen, assinou em conjunto com mais um membro da comissão um breve parecer desqualificando a proposta dos movimentos sociais da UFRJ e afirmando que “não via impedimento legal para a contratação da Ebserh”.

A professora Mônica Pereira dos Santos (Adjuntos do CFCH), por sua vez, apresentou a decisão da maioria dos integrantes daquela comissão. Neste parecer, a Ebserh foi tratada como alternativa incompatível com as funções sociais da universidade e indicava a proposta construída pelos movimentos da UFRJ, de fortalecimento do Complexo Hospitalar, como alternativa viável. Segundo trecho do parecer: “Os hospitais universitários são, acima de tudo, instituições de ensino que prestam serviços de saúde e não instituições de assistência à saúde que prestam eventualmente apoio ao ensino, como quer a Ebserh”.

Ainda de acordo com este posicionamento, em caso de deliberação sobre o modelo de gestão dos hospitais universitários, a reitoria deveria convocar sessão especial, com antecedência mínima de sete dias, como consta no Regimento do Conselho Universitário. 

Ato Nacional

Esta sessão contou com a presença de um número maciço de estudantes, professores e servidores técnico-administrativos. A mobilização fez parte do Ato Nacional convocado pelo Andes-SN (representado pelo 1º vice-presidente, Luiz Schuch), em conjunto com o Sinasefe, Fasubra e movimento estudantil para barrar a Ebserh na UFRJ. (Colaborou Silvana Sá)

No Consuni deste dia 5, reitor encaminha votação que entra em conflito com o Estatuto da UFRJ 

Violação institucional

No Consuni deste dia 5, reitor encaminha votação que entra em conflito com o Estatuto da UFRJ 

Neste dia 5, seguindo encaminhamento do reitor Carlos Levi, o Conselho Universitário decidiu que não há necessidade de uma sessão especial (com quórum qualificado) para definir qual modelo de gestão será utilizado pelos HUs da UFRJ. O resultado da votação não foi anunciado no sistema de som do plenário. Em seguida, Levi encerrou a reunião. Ainda não houve uma deliberação sobre o formato de administração dos hospitais da universidade.
 
A votação deste dia 5 entra em conflito com o Estatuto da UFRJ, pois uma das propostas em discussão, a da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), modelo privatizante do governo, configura mudanças na estrutura do Complexo Hospitalar da instituição. 

Novos plantões até 13 de setembro

Professores já podem se associar ao plano

 Nesta semana, continuam os plantões especiais para atendimento a professores interessados no convênio firmado com a Unimed. Ao lado, você confere a tabela de valores. Os docentes que preferirem agendar atendimento em suas Unidades, poderão fazê-lo pelo telefone 9969-1348 (Solange). Informações podem ser obtidas também pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
 
Opcionais Odontológico
Unimed-dental
R$ 22,90

SOS Unimed
$ 7,62

SOS Viagem
R$ 3,05

Transporte aeromédico
R$ 7,62
 
Adicionais gratuitos
Unimed-farmácia e Unipsico: atendimentos psicológicos  personalizados, seguro de vida e benefício família (nos planos de abrangência nacional).
 
Plantões de atendimento:
09/09/13 - segunda-feira
10h às 16h -  Sede da Adufrj-SSind, no prédio do CT, Bloco D, Sala 200 (Fundão)
 
10/09/13 - terça-feira

10h às 15h - Sala da Administração da Sede da Decania do CCJE (Praia Vermelha)

 
12/09/13 - quinta-feira
10h às 15h - IFCS/IH (3º andar, sala da Brigada de Incêndio), no Centro
 
 13/09/13 - sexta-feira
10h às 15h -  Sede da Adufrj-SSind, no prédio do CT, Bloco D, Sala 200 (Fundão)

Relação de documentos exigidos para a adesão ao plano:
1 – o professor titular do plano: contracheque atualizado, comprovante de residência, identidade e CPF.
2 – dependente (esposa(o) ou companheira(o)): certidão de casamento ou Declaração de União Estável lavrada em cartório, mais identidade e CPF.
3 – filhos: certidão de nascimento, identidade e CPF.
Importante:
O sindicalizado que desejar ingressar no plano deverá fazê-lo sempre até o dia 20 de cada mês para poder ter direito a partir do dia 10 do mês seguinte.


Ameaça: PL da terceirização perto de ser votado

Projeto representa ameaça a todos os trabalhadores


Segue a luta pela retirada ou rejeição completa do Projeto de Lei 4.330, das terceirizações. O PL abre espaço para a consolidação da terceirização em todos os setores, provoca o avanço da superexploração ao trabalhador e desregulamenta todos os direitos que atualmente são garantidos pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). 

Os empresários, agora com apoio aberto do governo federal, insistem em sua aprovação. A votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados está prevista para terça-feira, 3. Caso não ocorra, será adiada para o dia seguinte. Esta votação possui caráter terminativo, ou seja, se o PL for aprovado na Comissão, irá direto para o Senado Federal, sem passar pelo Plenário da Câmara.

No último episódio acerca da discussão sobre o PL, o governo apresentou uma proposta de redação que atende a todos os pedidos do empresariado. Por outro lado, os empresários e o governo mantêm uma negociação envolvendo algumas centrais sindicais – CUT, Força Sindical e UGT –, pois querem apoio destas entidades para aprovação do projeto.

“É preciso garantir, nos dias 3 e 4 em Brasília, a presença de representantes dos sindicatos de trabalhadores para pressionar a CCJ a retirar da pauta ou rejeitar este projeto de uma vez por todas. E para cobrar das centrais que ainda estão negociando, que saiam deste processo e se somem à exigência de retirada ou rejeição deste projeto. Não há o que negociar. Terceirização é ruim de qualquer jeito”, afirma a CSP-Conlutas. (Fonte: CSP-Conlutas, com edições do Andes-SN e da Adufrj-SSind)

Candidato a presidente da Adufrj-SSind, biênio 2013-2015, Cláudio Ribeiro conta sua trajetória
 
Contato mais forte com o movimento docente iniciou-se na greve do ano passado
 
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
 

O professor Cláudio Ribeiro recebeu o Jornal da Adufrj no último dia 28. Em conversa de mais de uma hora e meia, revelou como um mineiro de Belo Horizonte (é torcedor do Atlético-MG) veio parar na UFRJ. E como se interessou pela candidatura a presidente da Seção Sindical, biênio 2013-2015, pela chapa “Adufrj de Luta e Pela Base”. Na próxima edição, serão destacados os pontos políticos defendidos pelo grupo. As eleições ocorrem em 11 e 12 de setembro.
 
Cláudio possui 37 anos. Estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais, onde se graduou em 2000. Atuou alguns anos em um escritório particular de sua área e chegou ao Rio de Janeiro, em 2004, para fazer o mestrado no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR-UFRJ). Para a dissertação, estudou a Maré, comunidade vizinha ao campus do Fundão. 
 
Cláudio explicou que sua aproximação com a Maré, na época do mestrado, ocorreu em um momento que estudava o discurso ambiental utilizado para legitimar ações de segregação. “Tínhamos muito contato com estudantes que moravam na Maré nos grupos de pesquisa e acabamos nos envolvendo bastante com a comunidade”. Na época, havia o projeto de murar a Maré com concreto. O projeto foi aprovado na Alerj, mas vetado pela então governadora Rosinha Garotinho. “Chegamos à conclusão de que o veto só ocorreu porque seria um custo político muito alto sustentar que a comunidade deveria ser murada para proteger os usuários da Linha Vermelha da violência. Começou, então, a surgir o discurso ambiental de que, na verdade, a comunidade precisava ser protegida acusticamente do barulho da via. Então veio o que existe hoje”.
 
Logo depois, ele entrou para o doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, concluído em 2009. A pesquisa debateu conflitos da memória no espaço, cujos objetos eram os prédios históricos na cidade: “Meu viés de pesquisa tem sempre um caráter de urbanismo crítico”, explicou.
 

Quando finalizou o doutorado, Cláudio passou por uma experiência de dois anos em uma instituição de ensino superior privada: “Dei aulas na pós-graduação da Cândido Mendes, em Campos. Foi interessante, porque pude acompanhar os conflitos e dilemas pelos quais os colegas de universidades privadas passam. A precarização na profissão é uma questão presente em todas as esferas (pública e privada)”, disse.
O professor retornou à UFRJ em 2011, quando passou no concurso para Adjunto do Departamento de Urbanismo e Meio Ambiente da FAU. Ele dá aulas na graduação, mas também realiza pesquisas no Laboratório de Direito e Urbanismo, também naquela Unidade: “Apesar de não dar aulas na pós-graduação, nunca abandonei a pesquisa. É algo com o que me identifico muito”, observou.
 
Nessas recentes pesquisas, Cláudio tem se dedicado a debater a privatização do espaço público. Desenvolve ainda, há um ano, uma pesquisa teórica sobre urbanismo e periferia, com base na obra do geógrafo Milton Santos (1926-2001). História das Teorias Urbanas é a sua disciplina na graduação.
 
O interesse pela luta sindical e o desejo de ser professor
Processo-eleitoralDe acordo com ele, o envolvimento com o movimento estudantil foi muito importante para a sua formação. Cláudio participou do Diretório Acadêmico da Arquitetura da UFMG por três anos. E, ainda, como diretor regional, da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura. Em casa, os debates políticos também eram muito fortes. Além disso, ter sido bolsista de iniciação científica contribuiu para que se aproximasse da pesquisa: “Percebi o quanto isso me agradava e quão rica é a profissão de professor. Minha mãe é professora e essa realidade esteve presente na minha casa também”.
 
Ao se tornar professor da UFRJ, sentiu mais intensamente a necessidade de repensar a questão do ensino e das condições de trabalho. O entendimento de que o Sindicato precisaria fazer parte da sua vida se deu logo que tomou posse. A sindicalização foi uma das suas primeiras atitudes. Depois, veio a greve do Colégio de Aplicação, quando 28 professores substitutos ficaram sem receber salário por meses: “Minha esposa é professora do CAp e foi uma das que ficou sem receber. Acompanhei muito de perto o processo da greve no CAp, com a atuação direta da Adufrj-SSind”.
 
E, por pouco, não pôde tomar posse como docente da universidade: “Na época, a (presidenta) Dilma anunciou um corte e bloqueou uma série de posses em cargos públicos. Inclusive a minha e a de minha mulher ficaram ameaçadas. Foi uma luta grande até conseguirmos entrar na UFRJ”.
 
O produtivismo e a precariedade do trabalho são notados desde cedo pelos professores, antes mesmo de ingressarem na carreira. “A minha geração é a geração de professores que já foi formada na pós-graduação com um caráter quantitativo e produtivista. O tempo é sempre muito escasso. O Curriculo Lattes ganhou força quando eu estava no mestrado. Desde então, já sentíamos a precariedade do trabalho”.
 
O contato direto com a Seção Sindical, porém, aconteceu no período da greve de 2012: “Embora eu estivesse filiado desde que entrei na UFRJ, o primeiro contato mais forte foi na primeira assembleia que deflagrou a greve, no ano passado”.
 
Precarização das condições de trabalho deve ser combatida
O produtivismo e a precarização das condições de trabalho são os pontos que o docente considera mais negativos na profissão. Apesar disso, o que o inspira é a relação com os estudantes: “A sala de aula é o momento mais enriquecedor. É a garantia de que a gente vai se renovar. A possibilidade de ajudar na formação de alguém traz muita satisfação. Venho pra universidade resolver um monte de problemas, mas eles acabam na hora em que entro em sala de aula. Lutar por melhores condições de trabalho não significa querer dar menos aula, significa lutar para melhorar a qualidade dessas aulas, das discussões, da formação desses estudantes. Isso é imprescindível”.

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