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Eleições nesta quarta e quinta

 

Começam nesta quarta-feira, dia 11, as eleições para a diretoria e o Conselho de Representantes da Adufrj-SSind. O pleito segue até a quinta-feira, dia 12. A chapa que concorre à direção é a "Adufrj de Luta e Pela Base", que tem como candidato à presidência o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Cláudio Ribeiro.

Haverá diversas seções eleitorais distribuídas pelos campi e unidades isoladas da UFRJ. Este ano, haverá urnas em Macaé. Confira aqui os horários e locais para votação neste dia 12.

O docente também pode realizar votação em trânsito, quando participa do pleito em outra seção eleitoral. 

São eleitores os professores sindicalizados até 13 de julho deste ano. 

Caso o nome do docente, ativo ou aposentado, não se encontre na lista oficial de eleitores da sua seção e ele deseje votar, deverá fazê-lo por meio do voto em envelope separado que, após a identificação do docente e a confirmação da sua condição de eleitor pela comissão eleitoral, terá o voto reunido aos demais, sem identificação, antes da apuração.

A apuração dos votos será realizada na sexta-feira, 13 de setembro, na sede da Adufrj-SSind e a posse dos eleitos ocorrerá no dia 15 de outubro.

13090971Foto: Marco Fernandes - 31/08/2013Presidente:
Cláudio Ribeiro
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


 

 

13090972Foto: Silvana Sá - 18/07/20131ª vice-presidente
Luciana Boiteux
Faculdade Nacional de Direito


 

13090973Foto: Silvana Sá - 20/07/20132ª vice-presidente:
Cleusa Santos
Escola de Serviço Social


 

13090974Foto: Silvana Sá - 28/06/20131º secretário:
José Henrique Sanglard
Escola Politécnica


 

13090975Foto: Marco Fernandes - 03/05/20132º secretário:
Romildo Bomfim
Faculdade de Medicina



 

13090976Foto: Luiz Fernando Nabuco - 17/08/20131º tesoureiro:
Luciano Coutinho
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis


 

13090977Foto: Silvana Sá - 12/08/20132ª tesoureira:
Regina Pugliese
Aposentada do Colégio de Aplicação


 

Candidatos ao Conselho de Representantes

CFCH
Escola de Serviço Social
Mauro Luis Iasi
Luis Eduardo Acosta Acosta
Henrique Andre Ramos Wellen
Lenise Lima Fernandes


Faculdade de Educação
Claudia Lino Piccinini
Andrea Penteado de Menezes
Alessandra Nicodemos Oliveira Silva
Filipe Ceppas de Carvalho e Faria
Roberto Leher

Escola de Comunicação
Luiz Carlos Brito Paternostro

 

CCJE
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
Vitor Mario Iorio

Instituto de Economia
Alexis Nicolas Saludjian

Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional
Cecilia Campello do Amaral Mello

Faculdade Nacional de Direito
Mariana Trotta Dallalana Quintans
Vanessa Oliveira Batista 

 

CLA
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Eunice Bomfim Rocha
Luciana da Silva Andrade
Sylvia Meimaridou Rola
André Orioli Parreiras


Escola de Belas Artes
Patrícia March de Souza
Carlos de Azambuja Rodrigues
Rogéria Moreira de Ipanema
Faculdade de Letras
Gumercinda  Nascimento Gonda
Vera Lucia Nunes de Oliveira

 

CCS
Escola de Educação Física e Desportos
Luis Aureliano Imbiriba Silva
Alexandre Palma de Oliveira
Marcelo Paula de Melo
Michele Pereira de Souza da Fonseca

Escola de Enfermagem Anna Nery
Walcyr de Oliveira Barros
Gerson Luiz Marinho

Faculdade de Medicina
Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi

 

CT
Coppe
Vera Maria Martins Salim

Escola Politécnica
José Miguel Bendrao Saldanha


A atual diretoria da Adufrj-SSind, desde sua posse, tem pautado entre suas prioridades a situação dos Hospitais Universitários e tem realizado inúmeras atividades visando buscar os caminhos de enfrentamento desta complexa questão. Durante todo este processo, priorizamos o debate de ideias e concepções partindo de nossa firme convicção nos princípios da defesa da Universidade Pública e orientada socialmente, no respeito às instâncias universitárias e nossos órgãos colegiados.

Acima de tudo, nossa convicção que uma verdadeira solução só poderia ser encontrada no debate franco e aberto com a sociedade, a universidade e os segmentos que a sustentam: docentes, técnico-administrativos e estudantes. Tem sido a capacidade de luta e organização destes segmentos e suas entidades representativas a fronteira decisiva de luta e resistência em defesa da Universidade.

Nossos princípios e valores políticos nos moveram inicialmente contra a alternativa apresentada pelo governo no sentido da imposição de uma empresa que viria a gerir os HUs. Tal iniciativa parte do diagnóstico equivocado que culpabiliza a gestão pública como ineficiente e oferece como alternativa uma suposta virtuosa gestão nos padrões empresariais privados. A EBSERH é parte do projeto de desmonte do Estado, flexibiliza direitos e mercantiliza os serviços, fere a autonomia universitária e quebra a relação essencial entre ensino, pesquisa e extensão.

No entanto, não nos ativemos à mera denúncia contra a EBSERH. Cientes da grave crise que se abate sobre o HU em especial, da necessidade de construir formas de gestão pública adequadas ao enfrentamento do problema e na busca da qualidade de nossa ação no campo do ensino, da pesquisa e também na prestação de serviços de saúde, envidamos todos os esforços no sentido de construir uma proposta alternativa que culminou no texto apresentado ao Consuni em defesa do Complexo Hospitalar.

Temos a felicidade de termos encontrado professores, funcionários e estudantes, dedicados e competentes, muitos dos quais com uma vida inteira dedicada aos hospitais universitários e a esta universidade, que se empenharam em produzir uma alternativa  que enfrentasse as manifestações da crise do HU ao mesmo tempo evitando o canto de sereia da EBSERH e suas graves consequências para os HUs e para a vida universitária.

Participamos ativamente nos debates sobre o tema, começando pela insistência para que se realizassem, da mesma maneira que exigimos que qualquer decisão fosse tomada somente depois de amplo debate e nas instâncias universitárias, respeitando, assim, nossa democracia interna e nossa autonomia.

Os debates foram muito produtivos e esclarecedores, ainda que nem sempre tenhamos encontrado em nossos oponentes a seriedade de argumentos, tendo que enfrentar manobras e, infelizmente, a lógica irresponsável da chantagem. 

O que divide a universidade não são as opiniões. Espaço por excelência do dissenso e do contraditório, o debate de ideias só pode fortalecer a universidade. Consideramos e respeitamos como justas, ainda que discordando, as posições daqueles que, sinceramente buscando uma alternativa, acreditam que tal empresa pode ser a solução para o problema enfrentado. No entanto, não podemos aceitar que a ausência de argumentos consistentes seja ocupada pela arrogância, a prepotência, a manipulação e o autoritarismo de alguns que se servem dos cargos que ocupam nas instâncias universitárias para impor suas posições pela via da chantagem. Aqueles que assim agiram apenas demonstraram seu descaso pela UFRJ como uma instituição pública que pertence a todos e não apenas a alguns poucos que tentam fazer com que seus interesses pessoais se sobreponham aos interesses da instituição.

A universidade se divide quando é atacada em sua autonomia e em sua natureza e encontra entre nossos pares aqueles que a defendem e outros que se somam aos que a atacam. Nós do movimento docente seguiremos como temos feito, na defesa da universidade pública e de qualidade. Por isso temos o direito de reagir quando nossa universidade é atacada como agora pela tentativa de impor a EBSERH. Mais que isso, temos o dever de reagir e o faremos em defesa da autonomia e da democracia universitárias. 

O Magnífico Reitor, senhor Carlos Levi, assumiu claramente a defesa da empresa e de sua imposição, perdendo de maneira inequívoca o caráter que lhe seria necessário: de mediador de um debate tão delicado e complexo como o que enfrentamos. E sua convicção na alternativa imposta pelo governo é tamanha que não hesita em defendê-la mesma que isso signifique oferecer ao altar do sacrifício nosso regimento e o funcionamento e a legitimidade de nossos órgãos colegiados.

Ao blocar em torno desta posição sua base de sustentação e ao tentar impor um contrato que é uma verdadeira carta em branco para a EBSERH, contra a metade do Consuni e todas as entidades representativas de docentes, técnico-administrativos e estudantes, desconsiderando os relatórios consistentes vindos das Comissões Permanentes do Consuni, atropelando o regimento, o Reitor ataca a própria Universidade. Os desdobramento de tal ato são de inteira responsabilidade do senhor Reitor.

A Adufrj-SSind lamenta o fato, mas não fugirá à sua responsabilidade. Nunca recusamos o diálogo, mas nunca tememos a luta. Estamos prontos, organizados e dispostos. 

Mauro Luis Iasi
Presidente da Adufrj-SSind

O 11 de setembro do horror 

 JAIME OSÓRIO/Sociólogo, professor e pesquisador do Departamento de Relações Sociais da Universidad Autónoma Metropolitana, Xochimilco, México

 
Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Quarenta anos depois do Golpe de Estado que destituiu o presidente eleito do Chile, Salvador Allende, o professor Jaime Osório, da Universidad Autónoma Metropolitana (do México), analisa o significado das ações lideradas pelo então chefe das Forças Armadas daquele país, Augusto Pinochet, em 1973. 

O sociólogo, que é chileno, avalia, ainda, os movimentos sociais contemporâneos que buscam consolidar no país uma democracia real com representatividades social. Osório participará do evento “Democracia e poder popular”, que será realizado em 14 de setembro, no Rio de Janeiro (veja cartaz nesta página). Na programação, além de um debate com a presença de Jaime e dos professores Mauro Iasi e José Paulo Netto (ambos da Escola de Serviço Social da UFRJ) e de Virgínia Fontes (Fundação Oswaldo Cruz), estão previstas intervenções culturais chilenas e brasileiras.
 
O que representou a experiência do governo da Unidade Popular liderado por Salvador Allende no Chile?
O governo de Salvador Allende representou um momento particular da história dos povos e do Chile. Nele, os setores dominantes não conseguiram seguir como anteriormente, pois os oprimidos se rebelaram, acreditando ser possível construir um mundo de justiça e dignidade para todos. Foram momentos pré-revolucionários, excepcionais, que no Chile se condensaram e se expressaram no triunfo eleitoral da Unidade Popular.

O que a derrota desta experiência chilena (tentar implantar o socialismo pela via democrática das eleições) ensinou para a esquerda no continente?
A derrota e o golpe militar puseram em evidência que, pelo menos na etapa atual do capitalismo, não é possível alcançar uma nova organização social, respeitando o Estado de Direito estabelecido. As classes dominantes só respeitam esse direito e suas leis quando suas posições de poder e seus privilégios não são afetados. Caso contrário, não se importam em infringir a lei, violando a Constituição.

O Chile de hoje tem a memória do governo da Unidade Popular? Por que justamente o país que viveu o processo mais avançado de lutas de classe no continente hoje é um dos alinhados aos Estados Unidos?
A derrota dos movimentos populares chilenos e latino-americanos, provocada pelo golpe militar, foi profunda no campo político e ideológico. E a refundação do país foi feita desde sua bases. Apesar das grandes manifestações no período ditatorial, a saída da ditadura acabou se dando por meio de um acordo entre os militares e setores da classe política, do qual participou parte da esquerda, reconvertida. Para estes setores da esquerda, a tarefa não era colocar fim à Constituição, nem ao padrão de reprodução do capital estabelecidos durante a ditadura.  Era encontrar uma forma de convivência na qual a brutalidade anterior seria limitada. Mas sem alterar seus fundamentos, muito menos levar a julgamento os golpistas civis e militares.

Qual a importância de resistências como na questão mapuche ou dos estudantes chilenos que estão em luta hoje, fazendo manifestações e sofrendo duríssimas repressões do aparelho do Estado no Chile?        
Os processos políticos dos estudantes e do movimento mapuche emergem do bojo de inúmeras manifestações de repúdio à atual ordem de coisas, tanto em relação à formalidade de uma democracia em que muito pouco ou nada de substantivo é decidido pelos cidadãos, mas também frente a um um quadro de concentração brutal da riqueza, com uma legislação trabalhista draconiana, além do endividamento da clase média para pagar a educação e alcançar algum grau de bem-estar. 

Existe, nos dias atuais, na sociedade chilena, uma visão predominante sobre o período da ditadura militar?
O golpe militar no Chile não foi apenas um projeto contrainsurgente para colocar em marcha um novo padrão de reprodução (do capitalismo). Como em outros golpes no Cone Sul da América Latina, ele foi um golpe militar contrarrevolucionário. Ou seja, ele visou pôr fim à ascensão do processo potencialmente revolucionário. Isso envolveu um alto grau de violência simbólica, por exemplo, com o bombardeio do prédio do governo. Mas foi também de grande violência física: matando, prendendo ou eliminando milhares de dirigentes políticos, sindicais e sociais.
 
Paralelamente a esta ação criminosa de quase duas décadas, utilizaram-se de uma vasta gama de medidas para construir ‘verdades’ através dos meios de comunicação e de embates dentro das próprias forças populares, para esconder os massacres. Contudo, a verdade começou a ser conhecida, aparecendo inclusive nos programas de televisão.  E isso tem obrigado, nas últimas semanas, as lideranças políticas da direita que apoiaram o golpe militar e a longa ditadura, como juízes e jornalistas, a fazerem uma autocrítica, um mea culpa público. E a reconhecerem que não agiram energicamente contra as atrocidades realizadas pela ditadura.

Candidato a presidente da Seção Sindical, Cláudio Ribeiro avalia quais são as questões centrais a serem enfrentadas pela categoria docente no biênio 2013/2015 e fala do novo olhar sindical

Pleito ocorre nos dias 11 e 12 de setembro

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Como lidar com uma universidade em brusca transformação? Essa era uma das perguntas que o professor Cláudio Ribeiro (da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) se fazia durante a greve de 2012. Hoje candidato a presidente da Seção Sindical pela chapa “Adufrj de Luta e pela Base”, ele tece considerações sobre os principais desafios da categoria docente. Após as eleições de 11 e 12 de setembro (leia mais detalhes), a próxima diretoria assumirá a entidade para o biênio 2013-2015.

 “As questões dos aposentados, do Colégio de Aplicação, da Saúde fizeram parte da composição dessa chapa. Não é uma chapa para qualquer tempo: ela é pensada para o biênio 2013-2015”, salienta. 

Ribeiro também explica que sua candidatura (Cláudio ingressou na UFRJ em 2011) traz embutido um significado mais profundo: “Professor universitário está sempre em contato com o novo. Portanto, mostrar que um docente novo pode ser presidente da Adufrj-SSind é coerente com o próprio perfil da profissão”. Ao mesmo tempo, ele completa, a chapa não tem por objetivo abrir mão dos professores mais experientes e que ajudaram a consolidar a seção sindical ao longo dos anos.

Hospitais

Independentemente de a Ebserh ser ou não derrotada na universidade, a comunidade acadêmica precisará enfrentar os problemas dos hospitais universitários: “A Ebserh ganha uma centralidade (na luta) porque representa a perda de autonomia e uma abertura ainda maior à precarização do trabalho”.

Aposentadoria

Outra grande preocupação dos professores, sejam eles ativos ou não, refere-se aos assuntos de aposentadoria. Segundo Cláudio, a categoria deve travar uma luta incessante em busca da paridade entre os que permanecem prestando seus serviços à universidade e àqueles que já completaram seu tempo de contribuição à educação pública: “E esta não é uma questão apenas dos aposentados. Cada vez mais os docentes ativos devem se debruçar sobre a sistemática retirada de direitos dos professores”.

Funpresp

Associada ao tema da aposentadoria, a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) é mais um tópico encarado como central pela futura diretoria. “Os novos professores são coagidos a aderirem à Funpresp. Quem entrou depois de mim na universidade está numa situação bem pior que a minha, seja pela nova carreira, seja pela Funpresp. Essa distorção perversa deve ser combatida”. 

Carreira docente

A Lei 12.772/2012, fruto do acordo do governo federal com seu braço “sindical”, o Proifes, trouxe mais elementos de distorção da carreira, além de aprofundar os problemas já existentes. “A centralidade de nossas ações está pautada nesses temas. Continuar a luta em defesa da carreira única é uma tarefa importante e compõe o conjunto de deliberações da nossa última assembleia da greve”, lembrou Cláudio.

CAp

Neste sentido, encontra-se também a defesa dos colégios de aplicação. “Há uma pressão muito grande em municipalizar os CAp. O governo atua em várias frentes: quer tirar a Saúde da responsabilidade da universidade, por meio da Ebserh. Quer também arrancar da universidade o desenvolvimento da educação básica. Há um conjunto de precarização do agir universitário que precisa ser combatido. Não dá para esquecer que esses colégios servem à formação de alunos do ensino básico, mas também de professores.”, afirmou.

Novo sindicalismo

A expectativa de aproximar a Seção Sindical e o Andes-SN da base foi outro tema: “O Sindicato precisa fazer um debate sobre si mesmo. É preciso incorporar novas lutas, ampliar a pauta. O envolvimento do professor com o Sindicato vai aumentar na medida em que formos capazes de nos envolver com o cotidiano desse professor. Questões de gênero, de etnia, da saúde docente são pautas do dia a dia. Precisamos ser capazes de falar sobre o transporte que esse professor e seus alunos utilizam para chegar à universidade, como isto reflete na qualidade da aula e assimilação de conteúdo. Essas situações reproduzem as lutas dos trabalhadores”.

Campi descentralizados

Também há a preocupação de aproximar a Adufrj-SSind dos professores lotados em Macaé e Xerém: “Como construir a unidade em um espaço tão fragmentado? É preciso pensar, por exemplo, o que representa uma assembleia na Praia Vermelha para um professor que está dando aula no Fundão ou em Macaé. Da mesma maneira, os cursos, aulas e pesquisas envolvendo diferentes campi”.

Para ajudar nesta questão, Cláudio considera que a ampliação do Conselho de Representantes da entidade é de extrema importância. Além disso, faz-se necessário pensar como estruturar a Seção Sindical em Macaé e Xerém: “É uma novidade termos a UFRJ fora da cidade do Rio de Janeiro. São locais de extrema precarização do trabalho, frutos diretos do Reuni na nossa universidade. É fundamental que esses campi estejam conosco para debatermos a UFRJ como um todo. Certamente, enquanto direção, teremos idas programadas a esses locais”, observou o futuro presidente.

 

Perfil

Esta é a segunda parte de uma entrevista feita com o professor Cláudio Ribeiro. Na primeira, divulgada na edição anterior do Jornal da Adufrj, foi apresentada aos leitores a trajetória acadêmica do candidato. (Veja a apresentação do candidato a presidente da Adufrj-SSind)

Mais de dez mil pessoas morreram em confrontos com a PM fluminense, de 2001 a 2011

E 99% dos casos terminam impunes

Rodrigo Ricardo.Especial para o Jornal da Adufrj

Ainda repartida entre asfalto e favela, a “paz” da Cidade Maravilhosa sustenta-se sob a égide do fuzil em grande parte de seu território. No último domingo de agosto (30), a reportagem subiu o Morro do Chapéu Mangueira, no Leme, para acompanhar o debate “Cadê os Amarildos”, promovido pela Universidade Popular e pelo Movimento Favela Não Se Cala.

À procura do local do evento, o repórter abordou uma patrulha com quatro policiais militares. Confusos quanto à geografia da comunidade, eles pouco ajudaram. Por sorte, um militante do MST passava naquele momento e indicou o caminho certo.

O pelotão militar resolveu então continuar até o Campinho, um espaço à frente da Associação dos Moradores. O grupo chegou interrogando pelo responsável por “aquilo” e implicando com as cadeiras, que estariam impedindo a passagem dos pedestres. Diante das faixas que pediam a desmilitarização da corporação e o fim das UPPs, imediatamente comunicaram o fato aos superiores, que não tardaram a aparecer. Ao ver uma exposição de fotografias, com flagrantes de violência policial, um cabo mal-educado vociferou: “Não tô vendo aqui a foto de nenhum PM morto”. 

“O que vocês estão sentindo é só uma amostra de todo tipo de violação de direitos que passamos”, bradou André Constantine, integrante do Favela Não Se Cala, indignado com uma notícia recém-chegada. “Acabaram de agredir um jovem, que teve o seu celular destruído, porque estava ouvindo funk. A Constituição garante a liberdade de expressão. Eu estou cansado, cansado de ver o meu povo sofrer e morrer”.

Mais de dez mil pessoas foram assassinadas em confronto com a polícia, entre 2001 e 2011. Os números são do próprio Instituto de Segurança Pública (ISP) e, ainda segundo pesquisa do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU/UFRJ), 99% desses casos, chamados de autos de resistência, caem na vala da impunidade.

Herança maldita da ditadura

Presente ao encontro fora dos muros da universidade, o presidente da Adufrj-SSind, Mauro Iasi, destacou que, passados quase 50 anos do marco da ditadura empresarial-militar, o Brasil segue, em tempos democráticos, produzindo não um, mas muitos Amarildos. “O golpe de 64 interrompeu uma série de processos em curso. Entre eles, as reformas agrária e bancária, inclusive uma lei para regular a remessa de lucros ao exterior. Neste momento, entra em cena a PM, que vai ensinar a tortura ao Exército”, apontou.

Para Iasi, o desaparecimento do pedreiro da Rocinha não se trata de uma exceção. “Nas esquinas escuras, longe dos holofotes, essa brutalidade é praticada dia a dia. A polícia se tornou uma instituição tão poderosa, que nem o mesmo Estado é capaz de controlá-la. Mas não há impérios eternos. E outras máquinas de horror, como o nazismo, fora m desmontadas ao longo da história. Para isto, é preciso saber pelo que lutamos, assim deve ser a guerra dos revolucionários”.

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