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A UFRJ vai ocupar a Cinelândia

Atividades começam ao meio-dia e envolvem professores, estudantes e técnico-administrativos da universidade

Diversas unidades da UFRJ farão atividades em praça pública na quinta-feira, 16 de julho. As atividades se iniciam ao meio-dia em tendas montadas na Cinelândia, Centro do Rio. mobilização envolve professores, estudantes e técnico-administrativos da universidade.

O ato “UFRJ na praça, contra os cortes no orçamento” discutirá com a população os efeitos do ajuste fiscal na Educação pública. Dentre as principais atividades, haverá exibição de filmes, debates, palestras, oficinas de dança e costura, saraus de poesia, instalações, cortejos, aulas-públicas. Tudo isto como forma de mostrar à população o que a universidade pública produz e o que está ameaçado com os mais de R$ 9 bilhões cortados da educação.

Após a série de experimentações e debates, haverá um ato-show unificado da educação federal em greve do Rio. O ato-show começa às 17h. Todas as atividades serão abertas ao público e gratuitas.

Mais de três mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, na capital federal no dia 7, e protagonizaram um grande ato em defesa da Educação Pública. Docentes, técnicos e estudantes marcharam até o Ministério da Educação para exigir uma audiência com o ministro Renato Janine e cobrar a reversão dos cortes no orçamento da Educação Federal e mais investimentos na área.

A manifestação foi organizada pelo Andes-SN, Fasubra, Sinasefe, Anel, Oposição de Esquerda da Une e Fenet (Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico) – entidades representantes dos três segmentos da Educação Federal. No trajeto, os participantes da Caravana em defesa da Educação Pública entoavam palavras de ordem como “Greve geral em toda Federal” e “Dilma, mãos de tesoura, acabou com a pátria educadora!”.

Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do Andes-SN, denunciou que as instituições federais de ensino estão em estado precário, não têm verbas, faltam professores, salas de aula, laboratórios, assistência estudantil, e que é preciso investimento nas instituições públicas para que se possa oferecer educação de qualidade para a população. “O governo tem repassado dinheiro para as instituições privadas, e retirando verbas da educação pública, que já está em situação extremamente precária”, ressaltou.

A diretora do Sindicato lembrou que a greve dos professores federais (que já alcança 41 instituições) é em defesa do caráter público da educação, atacado pelas políticas do governo. “É importante que o ministro, que sempre diz estar dialogando, receba as entidades da educação federal, leia o nosso documento e reverta todos os cortes que foram feitos na educação e que coloque dinheiro público nas instituições públicas”, afirmou, em referência ao Manifesto em Defesa da Educação Pública, elaborado na véspera da manifestação (veja quadro). (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

 

Manifesto protocolado

Mesmo diante de muita pressão e insistência por parte das entidades, o ministro Janine recusou-se a receber os representantes dos professores, técnicos e estudantes. O Manifesto em Defesa da Educação Pública, fruto dos debates realizados na Reunião da Educação Federal com a participação de mais de 600 pessoas, no dia 6, foi protocolado pelo presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, e pelo coordenador da Fasubra, Rogério Marzola, no MEC. O documento pode ser lido em http://migre.me/qHW5F.

No último dia 10, o Andes-SN solicitou, de novo, uma audiência com o ministro Janine.

O famoso quadro de Edvard Munch virou apelo pela educação pública de qualidade

Aulas públicas e intervenções artísticas levaram a UFRJ para a praça

Samantha Su. Estagiária e Redação

Durante todo o dia 7 de julho, a praça Cinelândia ficou ocupada com tendas que ofereciam oficinas, aulas públicas e intervenções artísticas. Tratava-se de um aulão público para dialogar com a população sobre as razões da greve nas universidades federais.

Uma das principais atrações foi a pintura coletiva de um painel gigantesco imitando o famoso quadro “O Grito”, do norueguês Edvard Munch. A professora Martha Werneck, da Escola de Belas Artes, explicou a intervenção: “A ideia da atividade veio inicialmente da demanda dos estudantes. As minhas alunas do curso de pintura, Andressa Lamarca e Lua Barbosa, achavam muito importante trazer nossas pautas para as ruas e tirar a greve do intramuros. A arte é muito importante para tornar esse processo uma construção coletiva, orgânica e de conscientização”, afirmou. Ao lado de “O Grito”, foram pintados os dizeres “A Greve é o nosso grito”. 

Para a professora Cinda Gonda, da Faculdade de Letras, a greve possui a qualidade única de se transformar em uma espécie de fagulha incendiando o cotidiano “que nos parece tão precário”: “É isso que estamos fazendo aqui. Estamos trazendo poesia, música, contos, vem o pessoal da dança também... quebrando esses muros e trazendo a universidade para a praça”, disse.

Dau Bastos, também da Letras, observou a relação histórica entre arte e política para falar da atividade da Cinelândia: “Basta pensar no ‘Guernica’, do Picasso”, afirmou. Para ele, a arte consegue, de maneira atrativa, fazer uma denúncia, mostrar aspectos comprometedores por trás do discurso político: “Daí a importância de buscarmos a estetização, no sentido muito positivo, do movimento”, completou.

Contraponto

Uma das aulas foi ministrada pela professora, cientista social e doutoranda da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Camila Moreno, sobre gênero. Ela relacionou as divisões de gênero na sociedade com as lutas anti-capitalistas. Após o debate, ao apontar para o protótipo propagandista do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Prefeitura do Rio de Janeiro em exibição na praça, Camila comentou: “É importante estarmos no espaço público. Os símbolos do capital empresarial estão aqui, nós também temos que estar disputando ele. Isso mostra que os docentes não estão em casa fazendo greve, mas estão na rua discutindo a conjuntura”.

A lojista Viviane Pacheco parou para ver a intervenção durante o horário do almoço e elogiou: “Eu não conheço muito sobre arte e acho importante que quem estuda esteja preocupado em trazer isso para o cotidiano da cidade. Se os professores estão em greve, é pela educação do país e eles precisam ser respeitados.” Estudantes da graduação e pós-graduação também participaram do evento.

Interlocução com a sociedade

“Precisamos fazer uma interlocução com a comunidade. Queremos aqui dizer que precisamos fortalecer a universidade pública com os trabalhadores, porque queremos uma universidade para eles”, observou a professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social.

Confira vídeo sobre esta atividade de greve no site www.adufrj.org.br.

Próxima reunião acontece até 21 de julho

O governo insiste no reajuste parcelado em quatro anos que não cobre a inflação. Foi o que o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fórum dos SPF) ouviu da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT-MPOG) no último dia 7, em Brasília (DF). 

Sérgio Mendonça, Secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do ministério, questionou a resposta dos servidores à proposta de reajuste apresentada no encontro anterior, de 21,3% parcelados em quatro anos: 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. E ficou sabendo que as assembleias das categorias rechaçaram o reajuste proposto e também qualquer possibilidade de parcelamento.

O SRT-MPOG pediu que os servidores fossem “criativos”, e que tentassem trabalhar em cima da proposta colocada. As lideranças sindicais, por sua vez, reafirmaram a luta pelo reajuste de 27,3% em 2016, sem parcelamento. Também querem debater os demais oito itens da pauta de reivindicações, como benefícios e a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) — que regulamenta a negociação entre funcionários públicos e governo.

“Temos que pressionar o governo”

O Fórum dos SPF sugeriu que uma nova reunião fosse marcada para esta semana (entre 13 e 17 de julho), na qual o governo apresentaria melhorias na proposta. Sérgio Mendonça, no entanto, rejeitou a data e afirmou que como apenas a presidente Dilma Rousseff poderia decidir sobre o tema. Como ela está viajando, não haveria tempo hábil de estudar o tema, uma audiência nos próximos dias não seria possível. Foi acordado, então, que uma nova reunião ocorrerá até 21 de julho.

Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN, avaliou a reunião e criticou a intransigência do governo em negociar. “Minha avaliação é de que o governo estava com uma postura inflexível, colocando dificuldades para melhorar a proposta. Temos que continuar a greve dos SPF, que já está crescendo, para pressionar o governo. Sem isso, não teremos proposta melhor. Não podemos aceitar um reajuste abaixo da inflação e queremos negociar o restante da pauta de reivindicações”, disse o docente. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)


Comando Nacional de Greve e Mobilização do Fórum dos SPF critica política salarial do governo

O Andes-SN divulgou em sua página eletrônica um manifesto do recém-criado Comando Nacional de Greve e Mobilização do Fórum de Entidades dos Servidores Públicos Federais. No documento, os SPF criticam a política salarial que o governo tenta impor às categorias: “Na apresentação da sua proposta o governo não escondeu seu real objetivo: rebaixar o impacto dos salários dos servidores públicos federais para o índice de 4% do PIB, para aumentar o superávit primário e garantir assim os quase R$ 3 bilhões repassados diariamente aos banqueiros do nosso país a título do pagamento dos serviços da dívida pública”, diz um trecho.

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