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Jornada de debates mantém IFCS/IH mobilizado contra medidas do governo Temer

Uma jornada de debates realizada no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/Instituto de História, no dia 16, manteve bem acesa a mobilização da comunidade universitária contra medidas retrógradas do governo interino de Michel Temer.

Foram vários os temas em discussão: pela manhã e início da tarde, “Gênero, Juventudes e Violências”; depois, o projeto “Escola sem Partido”; por fim, “Nenhum direito a menos: a resistência popular ao golpe de 2016”.

Diretor da Adufrj e professor do IFCS, Fernando Santoro avaliou positivamente a atividade. Ele informou que houve, ainda, a participação dos alunos que ocupam o gabinete da direção do instituto, muito preocupados com o projeto “Escola sem Partido”.

Reivindicações dos alunos
O movimento dos alunos começou no dia 13. Entre outras medidas, eles reivindicam: política de alimentação para os alunos das unidades do Centro, reforma curricular, cotas raciais na pós-graduação e democratização da internet para todo o instituto. 

Intelectuais negras em foco


Seminário conquista público dentro e fora da universidade

Elisa Monteiro
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Era para ser apenas mais um trabalho de final de disciplina da Faculdade de Educação, mas o seminário “Intelectuais negras: escritas de si”, realizado nos dias 16 e 17 na Casa da Ciência da UFRJ, extrapolou o circuito universitário. “Quando vimos, havia gente de todas as partes do país colocando links de passagens aéreas, oferecendo hospedagem solidária e coisas do tipo. Falamos: ‘Nossa, o que está acontecendo?’”, afirmou Giovana Xavier Nascimento, professora da unidade e organizadora do evento.

Em duas semanas, mais de 200 pessoas confirmaram presença na página do evento no facebook. “Não gosto da expressão de mercado, mas isso sinaliza que há uma demanda reprimida”, disse a professora.

Marina Maria, jornalista do portal PenseSUS da Fiocruz, concorda: “Mais que pertinente, esse debate sobre o protagonismo da mulher negra na Academia é supernecessário. Principalmente neste momento político de dissolução das secretarias de mulheres e de igualdade racial (pelo governo de Michel Temer)”. Sem vínculo com a UFRJ, a jornalista com mestrado em comunicação e saúde soube do evento pelas redes sociais e disse ter ficado instigada pela proposta do “falar de si” do seminário. “Achei incrível a programação visual, usando as imagens e mensagens das próprias mulheres negras”.  

Em uma das mesas, “Experiências em educação feminista e comunicação visual na universidade”, a designer gráfica e ativista do movimento pela cultura afro-brasileira Maria Julia Ferreira explicou a logomarca (veja a reprodução ao lado), que utilizou as letras iniciais do seminário “Intelectuais Negras”: “Não quis trabalhar com a imagem mais comum do corpo ou do cabelo das negras”.logo seminário

Além da identidade visual, o encontro foi repleto de cuidados pouco comuns na universidade. “Tivemos três preocupações fundamentais: o acolhimento, os laços com os movimentos sociais e o protagonismo”, explicou Giovana Xavier. “Reconhecemos que a intelectualidade não se restringe à universidade. Queremos abrir espaço para a produção de conhecimento produzido por essas mulheres seja no trabalho, nas comunidades ou igrejas”.

Do “Quarto de despejo” à Casa da Ciência

Com a mistura das redes de ativistas e de pesquisadores sobre intelectuais negros, Giovana espera que o que começou com uma disciplina eletiva em 2015 possa se consolidar como o primeiro grupo de pesquisa sobre intelectuais negras na UFRJ.

“Do ‘Quarto de despejo’, livro de Carolina (Maria de Jesus) — leia mais no quadro —, à Casa da Ciência da UFRJ, nós sabemos que é para nós estarmos entrando na universidade pela porta da frente. E não mais meramente como objetos. Definitivamente, não somos objetos”, falou a docente na abertura do evento. “O desafio é narrar nossas histórias nos nossos próprios termos”.

A Adufrj foi representada no encontro por Liv Sovik (ECO). A professora da Escola de Comunicação afirmou que a inclusão do negro é fundamental para transformar a universidade. Para ela, parte da Academia mostra dificuldade para absorver linguagens fora do padrão tradicional europeu. Um exemplo citado foi o do teórico cultural jamaicano Stuart Hall, que, segundo Liv, teve a escrita rechaçada por muito tempo na Academia por conter uma linguagem mais musical.

Liv saudou a realização do seminário sobre intelectuais negras. Para ela, o debate logo após a realização do I Encontro Nacional de Estudantes e Coletivos Universitários Negros (EECUN) — realizado em maio —, ambos na UFRJ, “é sinal dos novos tempos” para a universidade.


Quem foi Carolina de Jesus?

Carolina Maria de Jesus (1914-1977) nasceu em Minas Gerais, numa comunidade rural. Moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo, ela trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo. Um deles deu origem ao livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países.

Ela é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.

A extinção do MCTI faz parte de uma “política nefasta”, acusa Otávio Velho

 

Professor emérito do Museu Nacional classifica extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação como um “retrocesso muito grande”. Segundo Otávio Velho, a dissolução do MCTI faz parte de uma “política nefasta” de abandono de um projeto de Brasil.


Hora de dar as mãos pela Ciência e pela Educação

Comunidade acadêmica formará uma grande corrente e participará de foto histórica na quarta-feira, 22 de junho

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Kelvin Melo
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Professores, técnicos e estudantes vão fazer História na quarta-feira, 22 de junho. A comunidade acadêmica dará as mãos numa grande corrente na defesa da ciência e da educação pública. A ideia é que a mobilização se traduza em uma fotografia histórica do momento de união do campus. Imagens aéreas da mobilização serão captadas por um drone. O movimento, organizado pela Adufrj, Sintufrj, Diretório Acadêmico da Escola de Química (DAEQ) e Centro Acadêmico de Engenharia (CAEng), começará às 10h com a preparação de cartazes em frente ao bloco D do Centro do Tecnologia. Ao meio-dia, acontecerá o ápice do ato.

Os organizadores da corrente humana pela Ciência e pela Educação pública vão ocupar o corredor térreo do prédio e, a partir de três pontos de concentração (nos blocos A, D e H), ao meio-dia, iniciarão a formação dos “elos”. O objetivo é alcançar a maior distância possível. E até mesmo estender as pontas da fila em direção à Faculdade de Letras e ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). 

Diretor da Adufrj, Fernando Santoro fala sobre a importância de participar da atividade. “Em nosso gesto amplo e cooperativo, damos as mãos professores, estudantes, técnicos da UFRJ e simbolizamos que somos muitos e estamos firmes e dispostos a defender nossos valores máximos: a educação pública, o amplo acesso ao conhecimento, a liberdade de expressão”. Ele continua: “Não deixaremos que se extinga o esforço de construir um Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação como política de Estado. A universidade pública, laica e livre é um valor imenso para a sociedade democrática, e nós estamos de braços abertos, defendendo-a com o coração em nossas mãos”.

Confira o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/265479477145253/

Ameaças

Ciência e Educação são duas áreas bastante ameaçadas por medidas do governo interino de Michel Temer. O programa de governo, “Ponte para o Futuro”, sequer menciona a expressão “ciência”. A fusão dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e o das Comunicações, confirmou os prognósticos mais pessimistas. No campo da educação, prospera no Congresso uma proposta para acabar com a vinculação constitucional mínima de recursos para o setor.

Alojamento: metade da obra pelo dobro do preço

Reforma da moradia estudantil custará R$ 10 milhões. Alunos serão transferidos para alojamento provisório orçado em R$ 18 milhões

IMG 0448Foto: Elisa Monteiro

Elisa Monteiro
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A obra do alojamento estudantil do Fundão está atrasada e mais cara. Já são quase dois anos de atraso e o custo do projeto dobrou. A reforma estava prevista para acabar em outubro de 2014, mas a reitoria informa que só irá entregar a metade do trabalho em setembro. Para o restante, não há prazo definido. Até agora, já foi consumida quase a totalidade do orçamento previsto inicialmente. De acordo com a administração, um ajuste contratual elevou os gastos iniciais de R$ 8 milhões para R$ 10,6 milhões. Serão desembolsados também R$ 18 milhões com instalações provisórias para 160 alunos. O valor corresponde a quase o dobro do que seria gasto, por exemplo, com o aluguel de apartamentos de dois quartos para quatro pessoas — comportando os mesmos 160 estudantes — no Jardim Guanabara, um bairro nobre da Ilha do Governador, nas imediações do campus.

O comparativo baseia-se no levantamento feito pela Adufrj em site de classificados de imóveis, projetando valores atuais pelo período de durabilidade informado (10 anos) para o alojamento improvisado, na forma de contêineres. O modelo de aluguel é prática comum adotada em outras universidades, como a UnB.

Reforma não contempla áreas comuns

No site do Escritório Técnico da Universidade (ETU), a informação é que aproximadamente 65% do gasto previsto para a obra do alojamento, R$ 6,7 milhões, já foram executados na reforma apenas do bloco feminino. A administração central diz que a recuperação dos halls, escadas e pavimentos do alojamento estudantil não está contemplada no contrato realizado. “Em setembro, vamos entregar a ala feminina. O local estará apto a receber novo mobiliário e ser ocupado pelos estudantes, enquanto preparamos a licitação para o bloco masculino, cujas obras estão previstas para começar em seguida”, explicou Paulo Bellinha, diretor do ETU, que rejeita o termo “contêineres” para descrever a proposta da administração. “São módulos habitacionais, não contê- ineres (reafirmo)”, ressalva. O local escolhido para o alojamento improvisado fica em frente ao Cenpes II e ao lado do novo prédio do Instituto de Física, onde hoje há um estacionamento de ônibus.

Contrato pela metade

Perguntado sobre os prazos, o pró- reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo, disse que houve uma interrupção do atual contrato para a sequência da reforma no bloco masculino. A medida teria sido tomada em comum acordo com a empresa Engenew. A firma teria perdido o interesse na continuidade do serviço em função da defasagem dos valores, passado tanto tempo. Já a UFRJ alega como vantagem da interrupção do contrato “a experiência” para executar com maior segurança o segundo bloco, evitando aditivos inesperados. “Para a próxima contratação, visando à reforma da ala masculina, serão replicadas as soluções de projeto desenvolvidas para a ala feminina, prevendose uma terceira licitação para o térreo e áreas comuns, que podem acomodar novas demandas de uso coletivo, além das fachadas”, justificou Paulo Bellinha.

“Longe do ideal”, diz estudante

Para o representante dos moradores do alojamento, Nelson Morales Junior, o modelo de contêineres “está longe de ser o ideal”. “Mas para quem está vivendo em barracas, um contêiner adaptado com banheiro é a medida emergencial que tem para hoje”. Nelson relatou que a assembleia estudantil concordou com a proposta da reitoria com “a garantia de que os atuais 300 moradores que estão no alojamento serão realocados para eles”. O estudante frisa que, ao longo dos três anos de obras, “uma geração inteira de alunos passou pela UFRJ só conhecendo a precariedade”. Os estudantes pleiteiam, além das vagas no atual alojamento e 160 em contêineres, mais 400 vagas de moradia na antiga Casa dos Estudantes, atual Colégio Brasileiro de Altos Estudos. Segundo o estudante do Direito, a demanda real atualmente está na casa de 12 mil vagas.

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