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Ponte do Saber será fechada dia 18 de julho para veículos pequenos. Mudança, para facilitar o trânsito das equipes olímpicas, deverá complicar cotidiano da comunidade universitária

Samantha Su
Estagiária e Redação 

O tráfego no Fundão vai sofrer mudanças por conta das Olimpíadas. A Ponte do Saber será fechada a partir do dia 18 de julho, entre 6h e 15h, para veículos pequenos. Apenas transportes coletivos terão acesso à via neste horário; carros serão multados.

A mudança irá redirecionar o trânsito interno para as saídas da Linha Amarela e da Avenida Brasil. Mas o período das aulas ainda não estará formalmente encerrado, o que deve causar transtornos à comunidade universitária: “O fluxo diminui por conta do fim de semestre e das férias escolares. Sabemos que, de 18 de julho a 5 de agosto, quando iniciará o feriado olímpico, será ruim, mas é a única maneira, pois é determinação da Prefeitura do Rio”, afirma a assessoria da Prefeitura Universitária. Na mesma data do fechamento da ponte, caminhões serão proibidos de entrar na Cidade Universitária. Os acessos à Linha Amarela, do Méier até a Cidade Universitária, serão bloqueados a partir de 25 de julho.

Além das alterações nas entradas e saídas da Cidade Universitária, faixas de trânsito pintadas da cor verde já sinalizam onde os motoristas poderão transitar. A “faixa compartilhada”, tracejada, é liberada para o trânsito em geral, mas proíbe o estacionamento.  Haverá, ainda, “uma faixa prioritária”, com linha contínua, onde apenas carros autorizados, ônibus e táxis vão circular. A restrição passa a valer no dia 31 de julho, quando a CET Rio começará a aplicar as multas no valor de R$ 1,5 mil.

O objetivo, segundo a Prefeitura Universitária, é facilitar a via para os atletas, patrocinadores e equipes em geral. Nesta quarta (6), será divulgado um mapa com a demarcação das faixas no Fundão.


Diretoria da Adufrj lamenta morte de estudante

 

943976 10208572062569601 3744615269597541445 nFoto: reprodução do Facebook

A diretoria da Adufrj divulga nota (abaixo) sobre a morte do estudante Diego Vieira Machado, no último sábado (2). O corpo de Diego foi encontrado com sinais de espancamento nas proximidades do alojamento, na ilha do Fundão. 

Com muita tristeza e indignação, recebemos a notícia do brutal assassinato de Diego Vieira Machado, estudante da UFRJ, no Campus do Fundão. Vamos acompanhar a apuração do ocorrido e prestamos nossa solidariedade à família, às amigas e aos amigos.

Este é um momento de comoção e de muita preocupação para a comunidade universitária. Estamos à disposição para dar todo o apoio que for necessário e para participar da busca de soluções para os problemas enfrentados por nossa universidade, em especial pelas alunas e pelos alunos da UFRJ.

Diretoria da Adufrj


“Vista nossa palavra, Flip”

Evento paralelo à Feira Literária de Paraty promove visibilidade de escritoras negras

Samantha Su
Estagiária e Redação

“Arraiá da Branquidade” foi a expressão utilizada por Giovana Xavier, professora da Faculdade de Educação da UFRJ e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da universidade, para definir a 14ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). O evento, que ocorre entre 29 de junho e 3 de julho, faz homenagem especial a uma escritora, Ana Cristina Cesar. Para esta Flip, também aumentou a participação feminina entre os convidados principais. Só que nenhuma das 17 autoras é negra.

Em manifesto, Giovana e a professora e educadora Janete Santos Ribeiro responderam à ausência como: “Um livro da supremacia branca, que se divide em muitos capítulos estruturados a partir das articulações entre racismo, machismo e transfobia”. E justificaram: “Em um país de maioria negra e de mulheres, portanto de maioria de Mulheres Negras, é um absurdo que o principal evento literário do país ignore solenemente a produção literária de mulheres negras como Carmen Faustino, Cidinha da Silva, Elizandra Souza, Jarid Arraes, Jennifer Nascimento, Livia Natalia e muitas outras”, declara o manifesto.

Segundo Giovana, a opção da Flip é uma consequência da negação da importância das autoras negras na construção da história brasileira. “É um desrespeito não só com quem escreve, mas a todas as mulheres negras que constituem e construíram esse país, em que somos maioria. A gente não tem lugar nessa história?”, questiona Giovana.

A professora é uma das idealizadoras, por meio do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da UFRJ, da campanha “Vista nossa palavra, Flip”, que surgiu em protesto contra a festa literária, mas também para fomentar espaços de visibilidade negra. “Nós somos mulheres negras, ativistas, autoras, pesquisadoras e leitoras e queremos assumir nosso papel na luta pela nossa visibilidade social”, declara.

Evento paralelo à Flip, neste sábado

O movimento organiza um evento paralelo à Flip durante todo este sábado, dia 2 de julho, em Oswaldo Cruz. Com a presença de diversas autoras, professoras e pesquisadoras negras debatendo literatura e visibilidade racial, a atividade terá início às 9h e só terminará depois da roda de samba Buraco do Galo, à noite.

O evento, para além da Flip, é um resgate da memória negra e de reafirmação cultural. “A campanha não se encerra com a Flip. Nós queremos nossa palavra e nosso texto na história. A gente não quer respostas como um ou outro negro presente, a gente quer visibilidade de nossas produções na proporção que ocupamos na sociedade. Nossa mobilização não é só de denúncia, mas é de criação de espaços em que possamos discutir sobre isso. Esses espaços não vão ser cedidos pelo mercado editorial, que é majoritariamente masculino e branco. Nossa literatura esteve sempre à margem do mercado literário, mas ela é viva e sofre com essa dupla invisibilidade, de gênero e raça”, explica Giovana.

Para mobilizar o “Vista Nossa Palavra, Flip”, foi aberto um convite a que diversas pessoas enviassem vídeos caseiros, lendo poetisas negras: “O intuito é fazer as pessoas individualmente mostrarem a sua relação com autores negros. Quais autoras negras você lê? Quantas você conhece? Nós recebemos mensagens de pessoas que diziam que ainda não tinham enviado seu vídeo porque iam, pela primeira vez, comprar um livro de uma mulher negra. É essa a discussão que a gente quer fazer e é algo que deve interessar a todos”, exemplificou a professora.

Outra atividade que gerou frutos positivos foi a oficina de “Escrevivências nas nossas escolas” que ocorreu, dia 29 de junho, na Escola Jornalista Escritor Daniel Piza. O colégio fica em Costa Barros, local onde ocorreu a chacina de cinco jovens negros alvejados dentro de um carro pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, ano passado.

A oficina, realizada em parceria com a professora de história da escola, Claudielle Pavão, contou com a divulgação de escritoras negras às crianças. Para Giovana, a atividade foi marcante e enraizou a necessidade de discutir educação pública e de qualidade pelo viés da diminuição das desigualdades sociais: “Sabemos que não adianta só mobilizar virtualmente, embora seja importante, mas o lugar de tratar da literatura e cultura negra é na escola. É o espaço da transformação”, pontua.


Colegas homenageiam Diego Vieira Machado

Com uma faixa estendida na entrada do Centro de Tecnologia, prédio onde ocorre a matrícula dos calouros, os estudantes da UFRJ prestam homenagem ao colega Diego Vieira Machado, nesta segunda-feira (4). Na noite de sábado, dia 2, o corpo de Diego foi encontrado com sinais de espancamento nas proximidades do alojamento, na ilha do Fundão.

A investigação preliminar da polícia indica crime motivado por preconceito. Diego era negro, LGBT e morador do alojamento. Formalmente matriculado na Letras, pretendia transferência para a Escola de Comunicação.

O DCE Mário Prata vai realizar uma série de atividades esta semana para cobrar mais segurança nos campi da UFRJ. O ponto culminante será um ato na próxima sessão do Conselho Universitário, às 9h de quinta-feira.


Patrimônio de lata

Área ocupada por contêineres na universidade crescerá mais de 100%

Elisa Monteiro
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Fotos: Arquivo Adufrj 


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Mais de oito mil metros quadrados da Universidade Federal do Rio de Janeiro serão ocupados por contêineres. Um aumento de mais de 100% em relação à área atual destas estruturas. O espaço corresponde a duas vezes o terreno do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (4.117,68 m2) e é maior que o do Hospital Escola São Francisco de Assis (7.531 m2).

Ao todo, serão 8.369,26 m2 contra 3.990 m2 atuais nos dois campi da cidade. A expansão terá 2.779 m2 para o alojamento estudantil e 560 m2 para um bandejão no campus da Praia Vermelha. Outros 1.024 m2 de contêineres serão conseguidos em convênio com o Ministério da Justiça, como contrapartida de uso de parte do campus da Praia Vermelha pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária, durante as Olimpíadas.

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A durabilidade média das instalações é de dez anos, segundo a prefeitura da UFRJ. Em entrevista à Adufrj, a reitoria apresenta dois argumentos para a defesa do projeto: a pressa e o apoio da representação estudantil.

Só a contratação do alojamento, no Fundão, custará cerca de R$ 18 milhões, pela previsão da prefeitura. O gasto é quase o triplo dos R$ 6,8 milhões desembolsados nos últimos anos com contêineres.

Histórico

A primeira onda de contêineres ocorreu em 2013. À época, o então reitor Carlos Levi espalhou 262 módulos temporários para compensar a carência de estrutura, durante a realização de obras da expansão universitária. Salas de aulas, repartições administrativas, laboratórios, copas e banheiros transitórios foram instalados na Praia Vermelha, Fundão (prédio da reitoria), Museu Nacional e polo de Xerém.

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Três anos depois, o novo reitor, Roberto Leher, retomou o projeto, desta vez em caráter permanente. Dos três editais lançados para aquisição de módulos para UFRJ, um destina-se à moradia estudantil, com 164 vagas, na Cidade Universitária e o outro para o restaurante universitário, com capacidade para 160 lugares, na Praia Vermelha.

O terceiro contrato é o do convênio com o Ministério da Justiça, para as Olimpíadas. Segundo o coordenador das licitações eletrônicas da universidade, Guilherme da Silva, os 68 módulos são orçados em mais de R$ 4,4 milhões.

 

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 Para o vice-presidente da Adufrj, Carlos Frederico Rocha, o caminho escolhido pela administração demonstra o abandono de um projeto estratégico para a UFRJ: “No Plano Diretor, havia uma concepção de universidade planejada. Em 2012, os contêineres eram transitórios. A perspectiva era de alcançarmos em um futuro definido condições compatíveis com um bom nível dos serviços, uma moradia estudantil integrada às atividades da UFRJ. Hoje, eles seguem uma direção equivocada, uma transição para nada. Algo caro e passageiro”.

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