facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados


Resposta ineficaz ao baixo desempenho do ensino médio

Ministro da Educação quer reformular currículo. Professores questionam medida e falta de infraestrutura

Lílian Durães
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O ensino médio não alcançou em 2015 as metas estabelecidas pelo governo, de acordo com a última aferição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para melhorar o desempenho dos estudantes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, quer uma reformulação no currículo. Além da instituição da jornada integral. Professores, no entanto, não têm acordo com a proposta.

Mendonça Filho cobra urgência na tramitação do Projeto de Lei 6.840/2013, que prevê alterações nas diretrizes e bases da educação nacional, sobre a organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Além disso, institui as chamadas “opções formativas”, grupo de disciplinas com ênfase em uma área de interesse escolhida pelo aluno, no último ano do Ensino Médio. Concluída esta etapa, mesmo já formado, o estudante também poderia voltar à escola e fazer mais um ano letivo, optando por outra área.

Professores questionam PL

Na opinião da professora da Faculdade de Educação da UFRJ, Vânia Motta, “a bandeira da educação integral é de longa data, mas (este projeto) não tem perspectiva de formação humana”. Ela completa: “No contexto da mercantilização, vão enxugar os currículos e eliminar disciplinas menos importantes para o mercado. Ocorrerá um corte de disciplinas fundamentais para a formação humana”.

Vânia crê que o verdadeiro problema é outro. Ela cita um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, que analisou 194.932 escolas brasileiras, com base no Censo Escolar de 2011. Os resultados indicaram que apenas 0,6% das escolas tinham infraestrutura próxima do adequado para o ensino — dispor de biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva e laboratório de ciências. Também foi apontado que só 44% das escolas possuíam água encanada, sanitário, energia elétrica e esgoto, condições classificadas como elementares.

Lígia Karam, também da Faculdade de Educação da UFRJ, reforça a necessidade de melhora da infraestrutura. “É preciso investir nas condições de trabalho do professor, dando o aporte e autonomia necessários para desenvolver um trabalho dentro do contexto socioeconômico dos alunos”, declarou.

Atualmente, o PL 6.840/2013 aguarda votação na Câmara dos Deputados. Se for aprovado, será encaminhado ao Senado.

E a PEC 241?

Ao mesmo tempo em que especialistas apontam que o grande problema na qualidade do ensino básico no Brasil está na infraestrutura abaixo do adequado, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 241/16, a proposta de emenda constitucional que impõe um limite para os gastos públicos.


O silêncio do MEC

Ministério não responde sobre projetos para as universidades. Reportagem enviou 14 e-mails para assessoria desde 1º de setembro, fora os telefonemas

Elisa Monteiro
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Desde o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado, em maio, o Ministério da Educação sob o comando de Mendonça Filho não divulga seus planos para o ensino superior. Em entrevistas, o ministro limita-se a dizer que “programas importantes” não serão descontinuados. Na página eletrônica do MEC, não há qualquer documento novo que indique uma política para as universidades. Motivos mais que suficientes para deixar insegura a comunidade acadêmica.

Com a confirmação definitiva da nova gestão a partir do impeachment da presidente, em 31 de agosto, a Adufrj enviou seis perguntas, no dia seguinte, à Secretaria de Educação Superior (SESu) sobre recursos e projetos para as universidades federais. Em contatos com a assessoria, o número de questões chegou a ser reduzido a três. Até o fechamento desta matéria, mesmo após 14 e-mails e vários telefonemas ao longo do período, não houve retorno de informações significativas.

Assessoria tenta justificar

A assessoria de comunicação do Ministério da Educação apresentou, por telefone, duas justificativas para a falta de respostas efetivas: a complicada agenda do secretário Paulo Barone e “as dificuldades normais dentro de uma transição de equipe”. Foi informado ainda que Barone estaria evitando declarações públicas, deixando as manifestações nas mídias para o ministro. 

Planos "não estão claros"

Nem mesmo com interlocutores institucionais, o MEC mantém um diálogo transparente. Ângela Cruz, presidente da Andifes, afirma que os planos do novo governo “ainda não estão claros”: “Sabemos que há a intenção de reestruturação do ‘Ciência sem Fronteiras’, pois diferente dos programas de pós, (ele) ainda não precisa de uma avaliação”. Ainda assim, a dirigente demonstrou otimismo: “O que o MEC sinaliza querer rediscutir é mais autonomia para as universidades”. 

Ela avalia que a manutenção dos recursos para as universidades federais depende do envolvimento da sociedade na agenda. “Essa não é uma luta apenas do ambiente acadêmico”, afirma.

A Andifes já se manifestou contrária à desvinculação constitucional dos recursos para Educação e Saúde (PEC). E, segundo a dirigente, em reunião com o novo governo, a entidade elencou como prioritária a política de assistência estudantil. “É fundamental a transformação do Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil) em lei federal”, afirmou.

Avaliação da UFRJ

O reitor da UFRJ, Roberto Leher, enfatiza a discordância do Consuni com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas também diz manter a relação com o MEC nos marcos que regem as autarquias especiais, como a universidade, e o Estado. “Os salários dos servidores estão sendo pagos, os repasses de recursos aprovados na LOA de 2016 vêm sendo repassados com regularidade, inclusive com maior liberação de financeiro do que estava ocorrendo até abril de 2016, e os processos em curso no MCTI, agora MCTIC, estão sendo encaminhados nos trâmites usuais, mas sofrendo as consequências da queda de 50% do orçamento de 2016 em relação a 2015”, disse, por meio de nota.

Em relação às políticas educacionais, o reitor Leher demonstra preocupação com a possibilidade de inclusão da educação nas novas rodadas de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Administradora esclarece sobre plano de saúde

Duas entidades disputaram o direito de cobrar mensalidades de segurados da Unimed — situação que acabou envolvendo o convênio firmado junto à Adufrj. A administradora Albuquerque/IBBCA, porém, esclarece que não haverá interrupção ou alteração da cobertura médica oferecida aos filiados da Seção Sindical. Basta que o segurado prossiga com o pagamento dos boletos enviados pela IBBCA – Administradora de Benefícios.

Confira, a seguir, a íntegra da nota da administradora:

“No dia 30 de junho de 2016, nós da Administradora Albuquerque/IBBCA, fomos surpreendidos com a decisão da Afisco em cancelar o contrato que mantinha há 20 anos com nossa Administradora.

Reiteramos que o Grupo IBBCA e a Albuquerque Administradora mantêm parceria com outras entidades de classe de funcionários públicos, o que garante a manutenção do seu Plano de Saúde Unimed-Rio e sua elegibilidade.

Sendo assim, para que não haja nenhuma alteração ou interrupção na sua cobertura médica contratada na Unimed-Rio, basta prosseguir com o pagamento dos boletos enviados pela IBBCA – Administradora de Benefícios.

Caso o Associado tenha pago a outra administradora, solicitamos contato urgente para que possamos esclarecer como proceder.

Contatos: (21)3852-5938 – 98463-0886

 

Miguel Gomes”

 

Obras vão alterar saída da UFRJ

A Prefeitura da UFRJ vai interditar parcialmente as ruas Professor Rodolpho Paulo Rocco e César Perneta a partir de quinta-feira, 15/9. O motivo é uma obra que será realizada nas tubulações de água e esgoto para melhoria da conexão do sistema com a rede estadual. A previsão é de que a via seja liberada em 45 dias. Os ônibus internos terão o itinerário alterado, bem como outros de linhas externas que passam pelo local.

Os motoristas que costumam pegar a saída 1 do campus universitário, próximo à Estação Aroldo Melodia, do BRT, terão duas alternativas: a saída 1, pela Rua Luis Renato Caldas depois de passar pelo Grupamento do Corpo de Bombeiros ou a saída 2 (perto da Prefeitura da UFRJ) seguindo pela Avenida Brigadeiro Trompowsky.

Todos os ônibus internos terão como ponto final o BRT. No entanto, os passageiros dos circulares 1 e 2 poderão fazer o desembarque na Estação de Integração da UFRJ. Os veículos seguirão pela Avenida Brigadeiro Trompowsky até a Estação Aroldo Melodia. A linha circular 3, todavia, seguirá pela Avenida Carlos Chagas Filho, passará na Rua Maria Dolores Lins de Andrade (próximo ao Corpo de Bombeiros) e pegará a Rua Luis Renato Caldas até chegar ao ponto final no BRT.

Desde quinta-feira, 8/9, o acesso a um dos estacionamentos do Centro de Ciências da Saúde (CCS), próximo ao Bloco A, foi alterado em virtude das obras de infraestrutura realizadas no local. Os usuários passaram a ingressar pela Avenida Carlos Chagas Filho e pegar a Rua Manoel Frota Moreira (sob a passarela que liga a unidade com a Rua Paulo Rocco e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho).

(Fonte: Assessoria de imprensa da Prefeitura Universitária)

Com gritos de "Fora, Temer", estudantes fecham as ruas do Fundão

Atividade fez parte da agenda do 37º Encontro Nacional dos Estudantes de Educação Física


Lílian Durães
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O trânsito no Fundão ficou parado na tarde desta sexta-feira, 9. O motivo foi um ato organizado pelos participantes da 37º edição do Encontro Nacional dos Estudantes de Educação Física, sediado na UFRJ. Com faixas, cartazes e um carro de som, o grupo protestava contra os planos de ajustes fiscais do governo federal e a retirada de direitos trabalhistas. Muitos defendiam greve geral. A manifestação foi acompanhada de perto por uma viatura da Polícia Militar.

O aluno do 10º período de Educação Física da UFRJ, Pedro Santos, foi um dos que auxiliaram na organização do ato. “Foi uma proposta para o encerramento do evento. Nossa pauta é contra o governo, contra todo tipo de opressão, e pela unificação dos cursos de Educação Física em uma licenciatura ampliada”.

Os estudantes Nara Souza e Cristiano Viana, que vieram da Universidade Federal da Paraíba para o encontro, explicaram melhor a proposta de unificação dos cursos. “Quem faz bacharelado e depois a licenciatura, é obrigado a fazer disciplinas repetidas”, disse Nara. “A proposta é que o estudante seja habilitado para saúde e magistério com uma só formação”, completou Cristiano.

O ato seguiu da Escola de Educação Física e Desportos até a Ponte do Saber.

Topo