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Crise estoura na SuperEst

Órgão que executa a política de assistência estudantil dentro da universidade divulga aos colegiados superiores a suspensão de vários serviços, em função da falta de pessoal e das condições de trabalho ruins

Reunião decisiva ocorre com o reitor, dia 29

Samantha Su. Estagiária e Redação

O descompasso entre a falta de recursos (humanos e financeiros) e a expansão desordenada da UFRJ atingiu em cheio a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst). Os servidores do órgão, pressionados pelas demandas dos alunos, anunciaram no Conselho Universitário do último dia 23 a suspensão de diversos serviços.

Estão temporariamente interrompidos, por exemplo: o processo seletivo para o benefício moradia em 2015; atividades de promoção e prevenção à saúde dos estudantes; atendimentos em Tradução-Interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras); atendimento aos alunos na secretaria do alojamento; e o edital de apoio à realização de eventos estudantis no ano que vem. 

No documento distribuído no Consuni, os funcionários da SuperEst registram que a superintendência foi criada há três anos com a finalidade de planejar, coordenar e implementar ações e programas voltados à comunidade discente: “No entanto, até o momento, pouco ou quase nada foi feito no sentido de viabilizar condições dignas e adequadas de trabalho para seus servidores e para atendimento aos estudantes, tanto quanto às instalações físicas como ao estabelecimento de diretrizes e definições relativas às atribuições, às competências e à abrangência de suas ações”, diz um trecho.

Segundo a diretora da Divisão de Saúde do Estudante (DISAE), Marilurde Donato, vinculada à SuperEst, uma das maiores deficiências do setor é a distribuição de bolsas, já que o sistema vive sobrecarregado de pedidos. A diretora estima que sejam avaliados na Superest cerca de dez mil processos por ano, o que dá uma média de mais de 30 por dia. Também falta diálogo com outras instâncias da universidade: “Um exemplo que nos deixa particularmente tocados são as decisões de órgãos colegiados sem qualquer consulta aos órgãos técnicos da Assistência Estudantil”, afirma.

Mesmo com o maior repasse de verbas para instituições de ensino superior do país por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), a UFRJ não consegue suprir a necessidade do corpo discente: “A relação mais tensa é com os alunos do alojamento que ainda sofrem com as consequências de 40 anos sem um tratamento adequado por parte da Universidade. Estamos reformando a residência antiga, construindo uma nova, melhorando os serviços de saúde, mas ainda falta muito”, diz Marilurde.

Setor reivindica mais seis profissionais

Os servidores da Superest irão se reunir com o reitor Carlos Levi nesta quarta-feira (29) e só então será decidido se irão retomar as atividades. A demanda por contratação é de, pelo menos, mais seis profissionais. Dentre eles, dois assistentes sociais, dois psicólogos e um tradutor de Libras. 

Quanto à infraestrutura da superintendência, o reitor havia comunicado, em reunião do dia 21 de outubro com os servidores, que serão providenciados cerca de doze “módulos habitacionais” (leia-se contêineres) ao lado da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj). Todas as cinco divisões de assuntos estudantis ficariam instaladas no local, o que, segundo Marilurde, solucionaria os problemas de espaço. A data de entrega dos módulos será confirmada pelo reitor na reunião de quarta.

 

Atendimento dos alunos ocorre em situações precárias

As demandas dos funcionários já haviam sido encaminhadas para o ex-Superintendente Geral, Antonio José Barbosa de Oliveira, em janeiro desse ano (quando ele se desligou do cargo). Dentre as reivindicações, a necessidade de espaço físico para o atendimento e a contratação de mais servidores são as mais visíveis.

Exemplos das dificuldades:

- A Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários (DINAAC) funcionava em espaço improvisado, cedido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2)... sem infraestrutura de acessibilidade! A saleta não possuía porta adaptada e dificultava o acesso de cadeirantes. No final de 2013, a sala foi desocupada a pedido da PR-2. Hoje, a DINAAC funciona nas dependências da Residência Estudantil, possui adaptação, mas ainda está em espaço “emprestado” e de difícil acesso para todos os alunos. 

- A Divisão de Saúde do Estudante também não possui local para o atendimento privado a alunos em acompanhamento psicológico. A atividade é realizada nos jardins do prédio da reitoria. 

- A Divisão de Cultura, Esporte e Lazer (DECULT) conta com apenas dois funcionários.

 

Filme “Privatizações: a distopia do capital”

Foi lançado no dia 9 de outubro, no Museu da República do Rio, o último filme do cineasta Silvio Tendler: “Privatizações: a distopia do capital”. É uma produção, patrocinada pelo Sindicato dos Engenheiros/RJ, que trata do processo de privatização e das artimanhas do capital internacional em aliança com capitalistas brasileiros contra a economia nacional.

Com duração de 56 minutos, o documentário apresenta depoimentos, dados e análises fundamentais para um debate de projeto para o Brasil. Ele pode ser visto em http://migre.me/mjysC.

Andes-SN divulga vídeo sobre desenvolvimento da carreira docente

O Andes-SN divulgou, no último dia 13, um vídeo sobre o desenvolvimento da carreira docente nas Instituições Federais de Ensino (IFE). O pequeno filme, primeiro de uma série que está sendo desenvolvida pelo Sindicato Nacional, faz parte dos materiais de divulgação da Agenda Temática do Setor das Ifes, aprovada no 59º Conselho do Sindicato, realizado em Aracaju (SE). No mês de setembro, foi destacada a luta em defesa dos direitos na aposentadoria. Já em outubro, a temática é o Desenvolvimento da Carreira.

A animação problematiza a falta de democracia nas IFE no decorrer da elaboração dos critérios internos, muitas vezes de caráter produtivista, criados para instrumentalizar e regulamentar o desenvolvimento da carreira.

Na UFRJ, as regras gerais foram aprovadas pelo Consuni (e publicadas no Boletim da universidade em 18 de setembro), mas o detalhamento da regulamentação da carreira continua em debate nos Centros e Unidades.

No mês de novembro, o tema da agenda será Autonomia, Democracia e Estatuinte. Para dar base ao debate, as seções sindicais e secretarias regionais devem enviar, até 24 de outubro, informações acerca dos processos estatuintes que estão acontecendo nas instituições. As informações devem ser enviadas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O Setor das Ifes se reúne novamente nos dias 24 e 25 de outubro na sede do Andes-SN, em Brasília.

Confira o vídeo em: http://youtu.be/gHX5kCBlhUM.

Transporte interno em fase de mudança

Prefeitura Universitária: nova empresa vai operar sistema a partir de 3 de novembro

Terminal do BRT ainda passa por ajustes

Samantha Su. Estagiária e Redação

14102062Faixa de pedestre só uma semana após inauguração. Foto: Samantha Su - 16/10/2014Uma nova empresa vai assumir o transporte interno da UFRJ em 3 de novembro. E a expectativa da Prefeitura Universitária é que a “RosaMares” deverá suprir as demandas por conforto e menor tempo de espera nos pontos do Fundão. Também será coberto um pequeno aumento do trajeto, agora com a chegada do BRT ao terminal Aroldo Melodia. Segundo o prefeito Ivan Carmo, a nova frota, além de ampliar a quilometragem contratada, terá 16 veículos (em vez dos atuais 12).   

Enquanto isso, a empresa ainda em operação, já multada duas vezes pela UFRJ, vai cumprir com algumas mudanças determinadas pela prefeitura: a linha rápida “Coppead”, durante a manhã, terá mais circulação que a linha para a Vila Residencial, devido à demanda. O objetivo é diminuir o intervalo entre os ônibus e resolver parcialmente os problemas de lotação até a troca das empresas. Os veículos internos autorizados a circular até o BRT são as linhas “Coppead” e “Alojamento”.

Para fiscalizar não só o cumprimento do novo trajeto dos coletivos internos, mas também dos convencionais, a prefeitura pretende redistribuir o turno de alguns fiscais a serviço da universidade: “Estamos tentando com a PR-4 reorganizar esses servidores em turnos para cobrir esses horários. Um de 7h às 16h e outro que vá até 23h. Entramos em contato com o Rio Ônibus (sindicato que representa os consórcios que operam no sistema de transporte do município) e com as empresas, pedindo o cumprimento do itinerário à noite, mas isso não evita que os próprios motoristas burlem. Precisamos ter gente nossa nesse monitoramento”. Segundo o prefeito, a medida não vai provocar aumento no orçamento. 

Ônibus intermunicipais não podem entrar no BRT

Sobre o BRT, Ivan informou que ainda faltam duas plataformas a serem construídas —  sem previsão de entrega — e algumas adequações: “Aquele terminal não é para linhas de ônibus intermunicipais e eles estão passando por lá. Podem entrar os ônibus que vêm da Ilha para o Centro e continuam indo até a passarela. Falaram que haveria o ajuste até segunda-feira (13), mas ainda não foi resolvido”. De fato, a reportagem do Jornal da Adufrj registrou uma linha intermunicipal dentro do espaço do BRT no dia 16.

Faixa de pedestres foi pintada

A faixa de pedestres, entre o IPPMG/Escola de Educação Infantil e o BRT, foi pintada no local apenas uma semana depois da inauguração do terminal. Uma rampa para acessibilidade ainda estava sendo construída até o dia do fechamento desta matéria (em 16/10). 

 

Trajeto entre os campi sob estudo

Os ônibus intercampi (Fundão-Praia Vermelha) também vão sofrer alterações. Haverá um sistema de identificação dos passageiros da universidade para tentar evitar a superlotação desses coletivos e foi solicitado aos cursos da UFRJ um mapeamento das aulas que necessitam da conexão. A frota e a readequação dos horários de saída também serão modificadas a partir desse balanço.

Dia dos professores na luta

Manifestação em 15 de outubro, na Cinelândia, cobrou uma política verdadeiramente pública para a Educação

PNE do governo foi duramente criticado no evento

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Pelo menos 300 educadores e militantes ocuparam a Praça Cinelândia no centro do Rio de Janeiro no Dia dos Professor, exigindo uma política verdadeiramente pública para a educação. O ato marcou o primeiro Dia Nacional de Luta em defesa do setor, evento proposto no Encontro Nacional de Educação (ENE), realizado em agosto deste ano.

14102021O ato marcou o primeiro Dia Nacional de Luta em defesa do setor, evento proposto no Encontro Nacional de Educação (ENE). Foto: Samuel Tosta - 15/10/2014

A origem dos docentes era a mais variada possível. Estavam presentes representantes do ensino fundamental ao superior, das redes municipais às federais, das escolas campesinas às escolas prisionais. “Nossa intenção era não deixar esse dia passar em branco. O Andes-SN, através da sua Regional do Rio e seções sindicais, convidou várias unidades para participar do ato”, afirmou Elza Dely Macedo, 2ª Secretária da Regional Rio de Janeiro do Andes.

O papel do educador é central no fortalecimento das lutas pela educação. A 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind, Luciana Boiteux, observou que a atual conjuntura demanda um resgate da função social dos professores. “É importante pensarmos qual o nosso papel neste momento. Nós precisamos não só trazer informações para nossos alunos, mas criar espaços de diálogo e intervir diante do discurso de ódio para que os alunos não o aceitem facilmente e que reajam a ele”, disse.

Dentre os desafios do momento, os professores destacaram o Plano Nacional de Educação. No projeto aprovado pela Câmara Federal em 2014, verbas destinadas ao ensino público poderão ser aplicadas em instituições privadas: “O PNE desvirtua a própria ideia de educação pública”, acrescentou Luciana.

Ataques virão logo no início do próximo governo

Diretora do Sepe-RJ, Dayse Oliveira fez um alerta: “A tarefa dos educadores é se unificar com os demais trabalhadores para poder preparar a luta. O FMI já deu orientação para fazer a reforma trabalhista. Logo, no início do próximo governo, os ataques virão”, completou.

O parlamentar eleito, Flávio Serafini, também esteve na praça. Ele, que é professor, criticou o problema estrutural da educação. “Esse é um país onde boa parte das crianças ainda está fora da escola e a escola pública ainda não tem a qualidade para, de fato, socializar o conhecimento produzido e garantir que os trabalhadores tenham suas vidas transformadas pela educação. Hoje, os profissionais de educação estão entre os que recebem os salários mais baixos, e isso, obviamente, não é por acaso. A luta é necessária”, lembrou Serafini, que assumirá o cargo de deputado estadual em 2015.

 

‘Realizadores de sonhos’

Meu filho de 13 anos chegou em casa outro dia contando um caso. 

14102022Professora Vanessa Berner. Foto: Marco Fernandes - 29/04/2014Ele disse que, na escola, conversavam sobre profissões e sua manifestação foi: “História, gosto de História” E os amigos não entenderam: “História? Como assim?! Tá maluco? Estamos falando de profissão.” E ele: “Então!” Os amigos: “Tipo... ser professor?” Ele: “Por que não? Pesquisar, escrever, dar aula... Não são coisas que pode fazer um historiador?” Segundo ele, os colegas ficaram horrorizados, espantados mesmo com sua proposta um tanto... exótica. E ele concluiu: “Minha sorte é que minha colega Luisa também quer ser professora de Matemática. Então não tive que explicar minha escolha sozinho.”

Pois ficam aqui meus sinceros parabéns a todos os meus colegas que fizeram essa escolha “exótica”! Porque, infelizmente, é preciso coragem para explicar esta opção. O que não deixa de ser estranho, até pelo fato de que, sem professores, nenhuma outra escolha seria possível. Felicitações aos bravos companheiros que todos os dias perseveram em uma profissão tão difícil, a única em que se é avaliado todos os dias, a profissão de que todos necessitam tanto, mas que é tão pouco valorizada... A profissão “primária”, aquela que dá aos outros profissionais a possibilidade de serem o que desejam ser. Porque, ao se escolher ser professor, é disto que se trata: de trabalhar para um mundo em que as realizações sejam viáveis, de lutar todos os dias para transformar a realidade social, de ajudar as pessoas a alcançarem o “bem viver”.

É o que somos, os professores: realizadores de sonhos...

Vanessa Berner - professora da FND

 

Atividade terminou em samba

O Dia Nacional em Defesa da Educação Pública foi engrossado pelos coletivos que organizaram o ato “Nós Não Esqueceremos”, também na Cinelândia. O objetivo era fazer uma referência a 15 de Outubro de 2013: naquela data, manifestantes favoráveis aos professores em greve (das redes estadual e municipal) foram agredidos e arbitrariamente presos. Além disso, um enorme aparato policial foi usado para destruir o movimento “Ocupa Câmara Rio”, montado na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A história de uma professora do presídio de Gericinó, Mônica Brandão, dialoga com as duas manifestações que ocuparam a praça. Reconhecida pelas forças de repressão, ela foi afastada pela Diretoria Especial de Unidades Escolares Prisionais depois de participar ativamente das lutas em defesa da Aldeia Maracanã e das Jornadas de Junho. “Mas eu não me envergarei. É uma honra incomodar”, afirmou.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também construiu a atividade junto dos professores: “Os sem terra participam do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública por acreditar que a educação é um dever do Estado e um direito de toda a população. No caso do campesinato brasileiro, nós tivemos mais de 30 mil escolas fechadas no meio rural, milhares de crianças perderam o direito de ir às aulas em sua comunidade. O professorado precisa ser valorizado, tanto na cidade quanto no campo”, defendeu Marina dos Santos, coordenadora nacional do MST.

Depois das falas dos docentes, o carro de som espalhou pela praça o samba da Comuna que Pariu, bloco de carnaval que homenageia a Comuna de Paris (em 1871), espécie de marco inaugural de toda militância de rua. O samba foi uma ode à resistência e às Jornadas de Junho. Antes, com o microfone aberto, dois moradores de rua que participavam do ato pediram palmas aos professores: “Hoje é o dia daquele que educa a gente, daquele que escolheu ganhar mal pra caramba”, brincou, ganhando aplausos. 

14102031Comuna que Pariu. Bloco de carnaval animou ato da Educação. Foto: Samuel Tosta - 15/10/2014

 
Professor do Museu Nacional critica governos
Antropólogo e professor do Museu Nacional da UFRJ, Eduardo Viveiros de Castro, presente à manifestação, chegou a questionar se o projeto clássico de Universidade não estaria chegando ao fim diante das seguidas investidas do capital. “Nós temos um dos piores sistemas educacionais do planeta e isso não é por acaso, não é por acidente. Existe uma falta de vontade de educar a população. Nós estamos todos unidos nessa função que é cada vez mais desprestigiada por um governo que entende a educação como um treinamento de força de trabalho, como domesticação do povo para que ele possa produzir, comprar e fazer a economia rodar bonitinha. Mas a função do educador não é essa, é fazer as pessoas pensarem. E pensar é ter autonomia para escolher, ter autonomia para julgar, ter a autonomia de decidir, ter a autonomia para poder se organizar”, analisou. 
 
 
‘Ele queria mudar o mundo’
Da Redação
Em março deste ano, um câncer ósseo pôs fim à vida de Washington Costa. Ele tinha 57 anos e exercia a presidência da Adcefet-RJ, seção sindical do Andes-SN, em mandato que se estenderia até 2015. Na quarta-feira 15, Dia do Professor, Washington foi homenageado na própria unidade do Cefet, no Maracanã. 

“Washington nos ensinou muito e nos ajudou a construir uma entidade sindical combativa e classista”, disse o professor Alberto Silva, que o sucedeu na direção da Adcefet, um dos organizadores da homenagem. Uma placa, que a partir de agora ficará fixada na sala da diretoria, com o nome do sindicalista, foi descerrada.  

Foi uma reunião para celebrar a vida intensa de Washington Costa. Estavam lá professores do Cefet, alunos, familiares e contemporâneos de luta. O movimento docente foi representado por Luis Acosta (Andes-SN), Sônia Lúcio (Aduff-SSind) e Luciano Coutinho (Adufrj-SSind).
Washington tornou-se professor de Mecânica Automotiva da unidade de Maria da Graça, do Cefet, depois de cursar o mestrado em Engenharia Mecânica na Uerj. O último capítulo de sua trajetória foi vivido nas salas de aula e nas lides do movimento docente. Teve participação atuante na organização da greve de 2012. Levou para o movimento toda a sua experiência, que não era pouca.

Operário eletricista, Washington Costa descobriu o socialismo nas lutas dos trabalhadores em estaleiros no Rio de Janeiro. Foi protagonista da ascensão do movimento sindical na década de 1980. Conquistou a presidência do então poderoso Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, tirando a entidade de mãos pelegas. Integrou a executiva nacional e presidiu a CUT-RJ, quando esta central era sinônimo de independência e organização da classe trabalhadora. 

Curiosamente, voltou-se para a carreira acadêmica desencantado com os rumos do PT, que ajudou a criar, e da CUT, da qual também era fundador. 

Ao falar de Washington, Cyro Garcia, dirigente do PSTU, lembrou a época em que ele, Cyro, presidia o Sindicato dos Bancários do Rio, e Washington era líder dos metalúrgicos. Cyro Garcia se emocionou e interrompeu o discurso para conter o choro.

Outros depoimentos marcaram o encontro. Um  dos filhos (ele teve três), o caçula José Luiz, leu uma poesia escrita pelo pai. Ele revelou que uma das preocupações de Washington era que seus filhos não viessem a se orgulhar do que ele fazia. “Pai, eu me orgulho de tudo o que você fez”, disse. Muito emocionada, Naiara, a sobrinha de Washington, resumiu a trajetória do tio: “Ele queria mudar o mundo”.

14102033Homenagem. Imagens de Washington no telão na celebração à sua memória. Foto: Marco Fernandes - 15/10/20104

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