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“Quem vem com tudo não cansa” assume Centro Acadêmico da Educação Física

A Chapa 4 “Quem vem com tudo não cansa” ganhou as eleições para a direção do Centro Acadêmico de Educação Física. O grupo – que denuncia o autoritarismo na direção da EEFD – obteve 316 votos contra os 213 dados à chapa 3, “Aliança Renovar”.

Integrante da chapa vencedora, Pedro Santos disse que a democracia foi respeitada: “Foi uma vitória do diálogo estudantil.”

Seguindo as regras, a nova direção foi empossada, por mais um ano, imediatamente após a contagem de votos às 23h da noite de 10 de setembro.

Processo tranquilo

Maurício Mileo, ex-coordenador do DCE e convidado a compor a comissão eleitoral, ressaltou que o processo transcorreu de forma tranquila, ao longo dos dois dias de votação (9 e 10). Ele também elogiou a participação estudantil no pleito, o que considera uma marca da EEFD: “Foi um bom comparecimento”, afirmou.

Vida de Professor,
por Diego Novaes

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Audiência pública, neste dia 16, tem por objetivo saber o que se espera do hospital universitário

Eduardo Côrtes antecipa alguns projetos

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14091531Côrtes: “O hospital precisa de obras em todas as áreas”. Foto: ELisa Monteiro - 13/11/2013Nesta terça-feira, dia 16, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) vai promover uma audiência pública, no Quinhentão (subsolo do bloco K do CCS), a partir das 9h. O diretor do HUCFF, professor Eduardo Côrtes, explica que o objetivo é que a comunidade acadêmica e também a sociedade se manifestem sobre os problemas vividos pelo hospital. “Esta é a primeira vez que uma audiência está sendo realizada na UFRJ e também no país com o objetivo de ouvir da sociedade o que ela quer de um hospital universitário como o nosso”. Entre os convidados estarão: o Ministério Público, parlamentares, entidades nacionais como Andes-SN e Fasubra, a Adufrj-SSind, o Sintufrj, pacientes do HUCFF e toda a comunidade universitária.

O Jornal da Adufrj ouviu o diretor do hospital sobre alguns assuntos que serão abordados durante a audiência pública. Confira, a seguir, os principais temas.

Ebserh

Perguntado se a direção do HUCFF sofre pressão do governo federal para aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Eduardo Côrtes foi categórico: “O governo pode desenvolver políticas, mas a Constituição garante à universidade autonomia para decidir sobre essas políticas. Para acatar ou para propor novas políticas. Acredito que o caminho bom para o país é que cada universidade desenvolva formas de administrar seus próprios hospitais. A Ebserh é uma empresa nova e tem muitos problemas. Quando me perguntam em Brasília sobre a adesão, eu respondo que o assunto foi retirado da pauta da universidade”.

Pessoal

Hoje, segundo números divulgados pelo diretor Eduardo Côrtes, o HUCFF possui 646 extraquadros, 250 terceirizados e 2.216 servidores RJU “com idade média bem alta”. “O governo não quer abrir novos concursos e há dificuldade em chamar novos concursados”. Ele citou um dado preocupante entre os RJUs: de janeiro a agosto foram apresentados 1.656 pedidos de licença médica com quatro dias ou mais de dispensa. “Dá uma média de 200 pedidos por mês. Vamos criar um protocolo para avaliar essas situações”. 

Dívidas

Eduardo Côrtes afirmou que, desde que assumiu a direção do HU, foram pagos R$ 7 milhões em dívidas deixadas pela gestão anterior (do professor José Marcus Eulálio). “Em oito meses, são pouco mais de R$ 7 milhões. Este é um esforço muito grande. São pagamentos realizados a partir de saneamento financeiro. São recursos próprios. Envolve muita negociação para conseguirmos gerar uma economia nesse montante que nos permita pagar dívidas do hospital”.

Viabilidade do HUCFF

O diretor afirmou que, se as dívidas não estivessem sendo pagas, o HU deixaria de funcionar. “Quando assumimos, havia dívidas em áreas estratégicas: com fornecedores de comida, manutenção da rede elétrica, manutenção dos gases, como oxigênio, manutenção de hemodiálise, manutenção de ar-condicionado para o centro cirúrgico. Já havia ações na justiça para descontinuar o fornecimento para o hospital. O HU iria mesmo parar”.

Queixas dos pacientes

Segundo o professor Côrtes, na Ouvidoria do HUCFF a principal queixa apresentada por pacientes é quanto ao desabastecimento de medicamentos. “Por falta de gente e por desorganização, enfrentamos grandes problemas. Houve um desaparecimento dos procedimentos administrativos do hospital. Estamos trabalhando para recuperar esses dispositivos, como por exemplo, registrar no almoxarifado a data de validade dos medicamentos. Fizemos um levantamento e descobrimos R$ 520 mil em produtos vencidos no almoxarifado”.

Cicatriz da antiga “perna seca”

O diretor afirmou que já está em licitação a obra do “contraventamento”, ou seja, o fechamento da parte aberta resultante da implosão da antiga ‘perna seca’. “A estimativa é de que esta obra custe R$ 3 milhões. É uma parede de concreto que precisa ser erguida ali”. Também está em licitação obra de reforma do telhado e para implantação de rede de água quente no HU. 

Plano de recuperação física

Ainda no campo das obras que precisam ser realizadas, o diretor informou que estão em licitação: obra para a enfermaria, reforma da farmácia do HU, reforma da cozinha. Está, também, em andamento o projeto para a recuperação das instalações elétricas do prédio e obras de reforma do teto da entrada do ambulatório. As obras para criação de enfermarias no nono andar já estão em fase de aquisição de materiais. “Esta obra criará cerca de 40 novos leitos. O hospital precisa de obras em todas as áreas. No caso do ambulatório, o reboco está caindo. Aquela área sempre foi abandonada. Na verdade, o hospital inteiro ficou por muitos anos abandonado. Não se abrem novos leitos de enfermaria, por exemplo, há 16 anos”.

Emergência

Um dos problemas que mais atingem a população que precisa de atendimento no HUCFF é a emergência fechada. O atual diretor do hospital ainda não conseguiu reabrir o setor, mas afirma estar preocupado com isso. De acordo com Côrtes, falta pessoal: “É uma situação inaceitável pensar que um hospital do porte do nosso, situado numa cidade como o Rio de Janeiro, está fechado. Estamos tentando, junto à PR-4 (pró-reitoria de Pessoal), chamar concursados para reativar a emergência”.

MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO

A Diretoria do ANDES-SN manifesta sua indignação e repúdio à ação de cinquenta e quatro reitores de universidades federais que, em solenidade no Palácio da Alvorada, no dia 11 de setembro de 2014, declararam apoio à reeleição de Dilma Rousseff (ver http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1514465-reitores-de-universidades-publicas-declaram-apoio-a-reeleicao-de-dilma.shtml)

Esses reitores, neste ato, demonstram que abriram mão de representar as instituições que dirigem, função que exige o respeito à autonomia universitária consagrada na Constituição Federal, para serem cabos eleitorais de candidatura à Presidência da República. Isto é uma ação antirrepublicana e antiética.

Brasília, 12 de setembro de 2014

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Decana do CFCH, Lilia Pougy abre debate sobre sexismo promovido pela Adufrj-SSind com DCE Mário Prata

“Violência contra as mulheres é um fenômeno social”, diz Pougy

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14091581ADebate ocorreu no auditório Manoel Maurício de Albuquerque, na Praia Vermelha. Marco Fernandes - 12/09/2014“O patriarcado é um conceito que muita gente afirma estar ultrapassado. No entanto, ele tem enorme vitalidade no esquema de dominação e exploração atual”, afirmou a decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Lilia Pougy, no debate sobre “Sexismo na Academia” promovido pela Adufrj-SSind, com DCE Mário Prata, Coletivo de Mulheres e decania do CFCH, no último dia 12.

Para ela, mesmo a presença de mulheres em espaços de poder não necessariamente implica em “uma ótica diferenciada”. Como exemplo, citou o aumento na participação feminina na magistratura e também na disputa eleitoral à presidência. Em sua visão, a análise dos discursos entre presidenciáveis mostra uma “abordagem moralizadora”.

Pougy enfatizou que embora tome contornos particulares, de acordo com o espaço em que se manifesta, o sexismo é um problema generalizado na sociedade que se combina, sobretudo, às opressões de gênero, de classe e de etnia: “Nesse sentido, estudos de classe têm o mesmo peso que os de gênero para compreensão desse fenômeno”.

“O sexismo refere-se a toda forma de violação a direitos humanos com base na relação de gênero”, explicou a docente. “Não é uma briga entre homens e mulheres”, completou depois. Na visão da professora, a institucionalização das discussões e lutas do movimento das mulheres contra o sexismo foi um passo importante. “Exemplos como a criação da Secretaria de Mulheres (da presidência da República) responde a um enorme déficit de políticas públicas nesse campo”, avaliou. O combate à violência de gênero justificou seu argumento.  “A violência é um fenômeno social. E não uma patologia de casal. É crime”, afirmou. “Quando vemos argumentações de que se trata de coisas de casal, até mesmo erotizando esse tipo de relação, a consequência é a tolerância social a essa situação. Quando a violência atinge o corpo”, continuou o raciocínio, “alcança também a consciência. Por isso, cada mulher agredida representa todas as demais”.

Sexismo é também machismo

Doutoranda da Escola de Serviço Social da UFRJ, Isabel Mansur afirmou que o debate sobre sexismo é também um debate sobre machismo. “Se tratamos o sexismo como um conjunto de ações e ideias que privilegiam determinado gênero, ou orientação sexual, em detrimento de outros, estamos então falando de machismo”. Para ela, o machismo faz parte do modelo hegemônico de construção da sexualidade na sociedade e está relacionado a uma hierarquia social.

Outro aspecto abordado por Isabel Mansur é o que se refere ao modelo familiar no qual nossa sociedade se estrutura: “Patriarcal, mononuclear e heteronormativa. Este é um modelo civil, mas também econômico. É a esfera de produção e de reprodução da vida. É notório o papel da família na transmissão de classe – você nasceu em uma determinada classe e a ela continuará pertencendo. Para além disso, temos a divisão sexual do trabalho: trabalhos domésticos são femininos. Trabalhos não domésticos são masculinos. Em síntese, a família patriarcal burguesa é a célula pela qual se organiza toda a sociedade e por ela perpassa um processo de dominação de classe”.

“Ainda que tenhamos tido uma série de modificações e inserção massiva das mulheres no mercado de trabalho, que parecem ter mexido na estrutura social de forma significativa, percebemos que o processo de transformação cultural é muito lento e não acompanha essas mudanças. Nosso desafio é pensar de que forma mantemos o movimento de apresentar as contradições e superá-las”.

Assédio na universidade

Maria Leão, representando o movimento estudantil (ela é diretora de Combate às Opressões do DCE Mário Prata) e o Coletivo de Mulheres da UFRJ, focou sua fala no sexismo ocorrido na universidade: “A Academia é um espaço de produção de conhecimento e de produção da elite. E se é um espaço da elite, como os outros espaços, ele exclui quem não deve fazer parte da elite. Nos últimos tempos, no total de matrículas, cerca de 60% são de mulheres, no entanto, essas mulheres não entram em cursos caracterizados ainda como masculinos e nem participam da universidade como elite intelectual. A pós-graduação ainda é majoritariamente masculina”.

Maria Leão afirmou que professoras e alunas de todas as Unidades da UFRJ já relataram situações de perseguição e assédio: “Não há um curso em que as mulheres não tenham histórias de horror para contar sobre opressão, perseguição, assédio moral e sexual. Este processo exclui as mulheres do espaço universitário, porque as alunas trancam as disciplinas, deixam de pegar matérias com determinados professores e demoram a se formar”. 

Ela contou que todas as alunas de todos os cursos do IFCS, ao serem perguntadas sobre o principal medo que têm ao sair à noite do prédio do Largo do São Francisco (no Centro), respondem que é o de serem estupradas e mortas. E que este fenômeno não pode ser naturalizado, mas, na universidade, permanece invisibilizado: “Espaços como este debate ajudam a desnaturalizar esse processo. O machismo e o sexismo ajudam a manter as estruturas de poder e dominação sociais”.

 

Adufrj-SSind quer jogar mais luz sobre o tema

Pela Adufrj-SSind, a diretora Luciana Boiteux afirmou a importância do evento: “Temos plena compreensão da necessidade de romper com a invisibilidade do tema deste debate”, disse a dirigente.  “E a Adufrj-SSind procura cumprir seu papel em facilitar discussões como essa, inclusive, garantindo um espaço seguro que as vítimas do sexismo possam buscar”, completou.

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