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Diego Novaes
01/12/2014

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Três professoras universitárias revelam as marcas que a ditadura de 1964 deixou em suas vidas

Sessão de depoimentos ocorreu durante evento da Comissão da Verdade do Andes-SN

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

DSC0330Ana Maria Ramos, da Unifesp, se emociona ao falar sobre as torturas sofridas. Ao lado dela, Edson Teixeira (da Aduff-SSind), mediador da mesa; Dora Santa Cruz e Mariléa Porfírio, ambas professoras da UFRJ. Foto: Marco Fernandes 25/11/2014O encontro regional Sul/Sudeste da Comissão da Verdade do Andes-SN reservou momentos de grande emoção para a tarde de 25 de novembro. As professoras Ana Maria Ramos Estevão, Mariléa Venâncio Porfírio e Maria Auxiliadora Santa Cruz (as duas últimas, da UFRJ) deram seus depoimentos sobre os anos de chumbo da ditadura empresarial-militar. Duas delas, Ana Maria e Mariléa, foram presas e torturadas nos porões da repressão. Maria Auxiliadora, mais conhecida como Dora, tem um irmão desaparecido político, Fernando Santa Cruz, à época estudante da UFF.

“Fomos vendados com capuz preto e recebemos ordens de não falarmos com ninguém durante o percurso feito em alta velocidade, ainda sob ameaça das armas, até a 36ª Delegacia de Polícia, sede da Oban (Operação Bandeirantes), informação que obtive muito tempo depois”, contou a professora Ana Maria, da Unifesp, a primeira a falar. Ela leu seu depoimento dado à Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A professora foi presa pela primeira vez em 1970. “Fui colocada na cadeira do dragão, onde fui interrogada. Durante muito tempo levei choques na orelha, nos dedos dos pés. Fui amordaçada com um pano imundo para não gritar”. 

Ana Maria falou sobre o cinismo dos torturadores. “Sempre que um interrogador se cansava, outro vinha substituí-lo na ‘maquininha’ do choque. Durante toda a noite fomos interrogados sob este método. Em alguns momentos, eles paravam os choques para que eu pudesse ouvir os gritos que vinham das outras salas”. Na manhã seguinte, ela foi despida e colocada no pau de arara: “Continuaram o interrogatório e os choques. Desta vez, na região do púbis”.

Os traumas

 “Durante vários anos, após as prisões, acordava aos gritos à noite e minhas mãos tremiam involuntariamente, em consequência dos choques elétricos que recebi. Foram precisos anos de tratamento psicológico para que eu pudesse dormir tranquilamente”, disse, emocionada. A docente ficou no presídio Tiradentes (em SP), até 28 de março de 1971, na mesma cela da presidenta Dilma Rousseff. Em agosto de 1972, Ana Maria foi presa novamente. Permaneceu na cadeia por uma semana. Em agosto de 1973, acontece uma nova prisão. É libertada em setembro do mesmo ano.

Tortura que cala

Em 1971, a professora Mariléa Porfírio foi presa. “Passei por um processo de muita tortura física e muita tortura psicológica. Foi muito difícil falar sobre a tortura durante anos da minha vida. Tive alunos que não souberam, tive namorados que não souberam, tive amigos que não sabiam desse pedaço da minha vida. A tortura me calou de maneira muito forte”.

Ela contou que foi presa perto de sua casa, quando se preparava para sair de Belo Horizonte em direção a São Paulo. “Fui presa no dia 2 de dezembro de 1971 com três sacolas de roupas e todo o dinheiro que tinha. Fui para um lugar onde só mais tarde descobri que era a sede do DOPS em Belo Horizonte. Havia uma sala imensa com umas 30 pessoas. Dentre elas, a minha amiga com a qual dividia apartamento”.

A dignidade e identidade, segundo a docente, são as primeiras coisas que a repressão retira dos presos: “A primeira coisa que a tortura faz é te desnudar. O que, para uma mulher, já era um ato de extrema violência. Eu tinha 20 anos, meus cabelos não eram compridos o suficiente para esconder meu corpo. O festival de choques foi crescendo. Dos dedos para os ouvidos. Dos ouvidos para os pés. E foi assim por cinco dias. No terceiro dia me puseram na cadeira do dragão. Depois, choques com balde d’água. Depois, afogamento num vaso sanitário. Eu já não sabia mais o que eu era. Não tomava banho, me sentia suja”.

Passou um curto período presa no Rio de Janeiro e voltou para BH. Lá, recomeçaram as torturas. “Eu fui duas vezes para o pau de arara. Queriam que eu desse nomes de pessoas que eu realmente não conhecia. Eu levava muito choque e muito ‘telefone’. Esse tipo de tortura pode ter sido pouco perto do que outras pessoas passaram, mas (sofrer) aquilo por 15 dias foi entrando de uma tal maneira em mim que foi me destruindo”.

Sofrimento constante

“Eu não fui presa, nem torturada, mas as marcas da ditadura estão muito presentes em mim”, disse Dora Santa Cruz. “Eu sou irmã de Fernando Santa Cruz, estudante de Direito da Universidade Federal Fluminense, desaparecido político. Faz 40 anos. Em 23 de fevereiro de 1974, durante o governo do ditador Garrastazu Médici, meu irmão, à época com 26 anos, foi preso com seu amigo e até hoje são desaparecidos. É muito difícil imaginar o sofrimento, a impotência que gera na família, no caso de um estudante que sai de casa e não volta mais. Ninguém é capaz de precisar a dor de um familiar que não tem um corpo para chorar”. 

Em 1966, Fernando foi preso pela primeira vez, em Pernambuco. Nessa época, ele era estudante secundarista. Numa manifestação contra as reformas do ensino, Dora soube que dois secundaristas haviam sido presos. “Eu cheguei a ver de longe os meninos sendo levados, mas não vi que um deles era o meu irmão. À meia-noite, ligaram dizendo que ele havia sido preso”. Por uma confusão no exame radiológico que atestaria a idade de Fernando, ele passou sete dias no Juizado de Menores e foi liberado. O exame acusou idade de 16 anos, mas o estudante havia completado 18 recentemente.

Fernando desaparece em 1974, já estudante da UFF, casado e pai de um filho. “Lembro de meu pai gemer à noite, falando: ‘Ai, meu Deus! Ai, meu Deus!’ Quando a gente perguntava por que ele chamava tanto por Deus, ele dizia: ‘É para não gritar o nome do meu filho Fernando’. Outra vez, no parquinho com meu sobrinho, filho de Fernando, ele pediu para não ficar mais. Perguntei o motivo e ele me respondeu: ‘Não está vendo, tia, é o guarda que matou o meu pai’. Qualquer policial, para nossos filhos, era o guarda que havia matado Fernando”.

A ditadura marcou a vida da professora, inclusive ao longo de sua vida acadêmica. “Defendi minha tese em 1975 e a ofereci ao meu irmão desaparecido. Minutos antes da defesa, fui chamada dizendo que eu não receberia meu título se não retirasse o nome de Fernando da tese. Primeiro, eu disse que podiam inclusive me demitir, mas depois fui orientada a retirar o oferecimento. Então rasguei a página que tinha o nome dele”. Dora chegou a ser demitida, tempos depois, da Universidade Santa Úrsula, por ser irmã de um desaparecido político.

Mais matérias sobre o seminário serão divulgadas na próxima edição do Jornal da Adufrj.

Sessão especial do CEG acontece no alojamento e representantes dos professores e técnicos-administrativos conhecem, de perto, a face mais visível da insuficiente política de assistência estudantil da UFRJ

Reunião ocorreu dia 26 

Samantha Su. Estagiária e Redação

Não por acaso a assistência estudantil voltou a ser tema central da última reunião do Conselho de Ensino de Graduação (CEG), em 26 de novembro: a sessão, de forma especial, aconteceu no alojamento da UFRJ. 

E uma apresentação do superintendente-geral de Políticas Estudantis da UFRJ, Ericksson Rocha, logo no início do CEG, com vários dados que revelam a precarização das políticas de assistência (veja quadro), fez os conselheiros criticarem bastante as medidas administrativas atualmente adotadas. O colegiado também aprovou recomendações para serem levadas ao Conselho Universitário. 

Uma das medidas, proposta pela professora Claudia Piccinini, da Faculdade de Educação, é a contratação, via concurso público, de técnicos para equipar, de forma adequada, o Escritório Técnico da Universidade (órgão responsável pela elaboração e supervisão de planos e projetos de engenharia e arquitetura da UFRJ, além de fiscalização das obras, entre outras atribuições). Também foi indicado que o ETU dê prioridade às obras no Alojamento, em função de recentes atrasos: “Se temos de fazer a Escolha de Sofia, a escolha tem de ser esta”, pontuou Claudia.

Visão dos alunos moradores

Foi lida uma carta da Assembleia do Alojamento da UFRJ pelo representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) no CEG, Renan Carvalho. O conteúdo explicitava as condições de insalubridade da ala em funcionamento (módulo masculino), a falta de manutenção e casos de assédio moral aos servidores terceirizados, além de perseguição política ao movimento estudantil na residência. De fato, após uma visita oficial ao prédio em construção, os alunos fizeram questão de convidar os conselheiros para um “passeio” pelo degradado bloco.

Ericksson Rocha declarou que a universidade admite ter cometido erros e reconheceu a existência de condições insalubres no alojamento. Já quanto às denúncias de assédio e perseguição, Ericksson disse ter dado ordens para o cumprimento do contrato dos terceirizados aos finais de semana e era isso que estava sendo feito. 

O superintendente chegou a afirmar que a opção dos estudantes em abrigar os chamados “agregados” (colegas que foram deferidos para a assistência, mas não têm vaga garantida) seria uma espécie de privatização do alojamento, pois o método de escolha parte dos estudantes. Também disse que o aumento das bolsas teria provocado a alta dos aluguéis na Vila Residencial.

O conselho refutou as declarações do superintendente: “A UFRJ vem cometendo abandonos seletivos. Se temos funcionários sendo assediados, é resultado desse processo que coloca na linha de frente essas pessoas. O que está acontecendo aqui precisa ser resolvido, em primeiro lugar, na instância superior. A universidade tem de assumir as responsabilidades”, afirmou Sérgio Guedes, representante técnico-administrativo no CEG. 

Terceirização e assistência esgotam orçamento

A pró-reitora de Graduação, e presidenta do CEG, Angela Rocha dos Santos, por sua vez, garantiu que o reitor Carlos Levi estava em Brasília solicitando a ampliação das verbas para a UFRJ. Ainda assim, segundo ela: “A perspectiva, na melhor das hipóteses, é que continuemos como estamos. Só os serviços terceirizados e os gastos com a Assistência Estudantil esgotam o orçamento da UFRJ”

Cláudio Ribeiro (presidente da Adufrj-SSind e representante dos professores do CLA no colegiado) apontou a falta de vontade política da universidade em pressionar o governo federal: “A Superest não tem como resolver estes problemas de maneira integral. Já sabemos que os servidores e professores da Superintendência estão trabalhando de forma bastante precarizada. Ao mesmo tempo, os estudantes não são os responsáveis pela crise também. A postura da reitoria da universidade que, inclusive, foi para Brasília apoiar a candidata a presidente que segue diminuindo o repasse de verbas para cá, é um absurdo! Enquanto isso, não conseguimos dar condições de ensino a quem entra aqui e sofremos, todos, as consequências da precarização, que só aumentará ano que vem”

Mais participação estudantil

Mais duas resoluções saíram da reunião: a participação de representações discentes nas negociações com o governo, sugerida pelo DCE, e a inclusão, nas discussões do conselho, dos alunos que estão na fila de espera, mas não conseguem vaga no Alojamento.

 

UFRJ precisa do dobro do dinheiro para assistência estudantil

“Em cerca de seis anos, o número de estudantes de outros estados cresceu de 2% para 23% na UFRJ. O número de alunos cuja renda familiar per capita é inferior a um salário mínimo é de até 18% do total de ingressantes. A verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) está sendo utilizada em sua totalidade para o pagamento de bolsas. Só que a demanda da Superest é de mais que o dobro desse dinheiro”, afirmou o superintendente Ericksson em sua apresentação ao CEG do dia 26.

Ericksson divulgou o questionário organizado pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários Estudantis (Fonaprace), pela Universidade de Uberlândia e pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O objetivo seria identificar o perfil dos graduandos das federais, o que, segundo o superintendente, facilitaria a coleta de dados que comprovem a necessidade de ampliação das verbas das universidades, principalmente em relação à Assistência Estudantil. O site da pesquisa é: www.perfil.ufu.br.

 
Reforma do bloco feminino sofre atraso
Durante o CEG, o superintendente Ericksson informou que a entrega do bloco feminino da Residência Estudantil da UFRJ provavelmente será adiada para março ou abril de 2015 (a previsão anterior de conclusão da reforma era até dezembro deste ano).
O motivo seria um pedido da empresa Engenew Engenharia, responsável pelas obras: ela quer um reajuste dos termos contratuais, por supostos erros na licitação. O Escritório Técnico da Universidade (ETU) irá avaliar a solicitação.
“Eu sou uma pessoa otimista e gosto de pensar em trabalhar com (o prazo de) fevereiro ou março, mas, levando em conta a situação do ETU e a demora na avaliação, esperamos até março e abril”, observou Ericksson.
Acessibilidade
Ao CEG foi informado que, no térreo do bloco em processo de reforma, haverá dois módulos, cada um com três quartos, com acessibilidade universal, o que não existia na atual moradia. 
 

No Consuni, movimentos criticam morosidade no atendimento às reivindicações dos estudantes

DCE apresentou cartilha, em maio, sobre o tema

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A pauta prioritária, e que ocupou a maior parte do tempo da sessão do Consuni de 27 de novembro, foi assistência estudantil. O superintendente da área, Ericksson Rocha Almendra (que também falou ao CEG – veja na matéria da página 5), apresentou uma relação de ações desenvolvidas pela UFRJ ao longo de 2014, mas foi questionado por não ter citado a grave crise em que se encontra a SuperEst (parcialmente paralisada por falta de pessoal e infraestrutura física).

“Causa estranheza que, na apresentação, o professor Ericksson não tenha falado nada sobre o funcionamento da SuperEst”, disse Neuza Luzia, da bancada técnico-administrativa. “Precisamos sentar e planejar a assistência estudantil. Os estudantes estão trazendo suas propostas. Mas, antes, precisamos saber se a universidade quer uma superintendência que resolva, de fato, os problemas”, completou.

Maria Malta (representante dos Adjuntos do CCJE) criticou a apresentação do superintendente que, em sua fala, exaltou a política de bolsas distribuídas em detrimento de moradia. “A opção pela política de bolsas é uma opção pelo mercado, porque retira da universidade a responsabilidade da alimentação, do material escolar, da moradia. Retira da universidade a responsabilidade pelo planejamento em assistência estudantil. É preciso que haja planejamento, que haja acompanhamento, revisão e execução”.

Para o representante dos pós-graduandos, Gabriel Zelesco, a UFRJ está muito atrasada e aquém das necessidades dos estudantes. E comparou a universidade à Rural do Rio de Janeiro. “Embora seja muito menor, a Rural tem capacidade para 2,5 mil vagas de alojamento. Um quinto de seus estudantes tem moradia e alimentação. A UFRJ, que é muito maior, possui apenas 504 vagas”.

“Assistência estudantil não é favor”, disparou a decana do CFCH, Lilia Pougy. Ela continuou: “O alojamento é uma das expressões do conjunto de programas de assistência estudantil e não pode ser encarado como depósito. A assistência estudantil está organicamente vinculada às atividades acadêmicas de todas as unidades da UFRJ”. 


14120141No Consuni, o superintendente Ericksson Almendra (de pé, perto das janelas) apresentou as ações de apoio aos estudantes, consideradas insuficientes pelos conselheiros. Fotos: Silvana Sá - 27/11/2014

Elogios ao DCE. Críticas à reitoria

“O trabalho que vocês ofereceram foi muito bem desenvolvido. É bastante consistente, bastante sério”, disse o reitor Carlos Levi ao se referir à cartilha sobre assistência estudantil feita pelo DCE Mário Prata, com o apoio da Adufrj-SSind. Ele sugeriu incorporar a participação do diretório central no ambiente de decisão política relacionado à área.

Luiza Foltran, da bancada estudantil, reclamou do atraso da discussão no Consuni: “No dia 8 de maio, apresentamos esse documento (depois transformado em cartilha) ao Conselho Universitário. A gente fez uma leitura de tudo o que já foi feito em termos de assistência estudantil na UFRJ”. Naquela data, o Consuni aprovou a criação de uma comissão que daria seguimento ao trabalho inicial do DCE de levantamento da situação e das demandas na área de assistência estudantil. Mas, segundo os alunos, não houve continuidade do trabalho. “Essa comissão, a nosso ver, deveria ter se debruçado sobre o assunto. A comissão não andou e não foi por falta de interesse dos estudantes. A gente elaborou propostas, fomos a todas as instâncias. A reitoria não cumpriu o que foi decidido naquele dia 8 de maio”.

A estudante apontou o principal drama vivenciado pelos estudantes: a moradia. “A gente tem muitos problemas. A questão da moradia é a mais gritante. Estava prevista no Plano Diretor, para 2011, a construção de mil vagas de moradia estudantil. Estamos em 2014 e o que temos? A reforma (inacabada) das mesmas 504 vagas. Sobre o alojamento do CCMN, a última previsão que o ETU (Escritório Técnico da Universidade) nos deu é de que fique pronto entre 2016 e 2017. Mais uma vez, são estourados todos os prazos colocados no próprio Plano Diretor”.

 

Vila Residencial também foi tema do conselho

Representante do Movimento Provila, Lídia Torres foi ao Consuni exigir que a universidade preste esclarecimentos aos moradores da Vila Residencial sobre todas as etapas da regularização fundiária. Eles pediram a entrega de uma carta à comunidade que esclareça o papel da Comissão de Acompanhamento e Controle da Vila Residencial (criada por uma portaria do reitor, em setembro deste ano) e uma reunião no local para esclarecer as razões de um recadastramento, em curso. 

Josiane Rodrigues dos Santos, moradora do alojamento, apresentou uma carta com denúncias e críticas à precária situação da residência estudantil. Os moradores já haviam apresentado as denúncias ao Conselho de Ensino de Graduação, na véspera.

Diretor da Adufrj-SSind, Luciano Coutinho apontou a necessidade de a universidade discutir o orçamento: “O que tem vindo não é suficiente. A crise pela qual passa a SuperEst é reflexo da insuficiência de recursos. Outro reflexo é o alojamento. A UFRJ tem um grande débito com os estudantes. É fundamental que a gente discuta isso”.

CAp-UFRJ junta-se à campanha por notícias dos estudantes mexicanos desaparecidos

Atividade ocorreu dia 18

14120162Renata Flores (Multidisciplinar), Celéia Machado (Artes Cênicas), Andrea Pinheiro (Artes Cênicas) e Cris Miranda (Artes Visuais) à frente do mural. Fotos: Divulgação - 18/11/2014No mesmo dia 18 de novembro em que Andes-SN e Conlutas realizaram manifestação na porta do consulado do México no Rio de Janeiro (noticiada na edição anterior do Jornal da Adufrj), um grupo de professores do Colégio de Aplicação da UFRJ vestiu-se de preto (conforme recomendação que tomou conta das redes sociais para um protesto mundial) e manifestou sua solidariedade às famílias dos estudantes mexicanos desaparecidos. Um mural foi produzido no pátio da escola, com as fotos dos 43 jovens de Ayotzinapa, com a inscrição “Os levaram Vivos, os queremos vivos!”.

A atividade foi ideia das professoras Cris Miranda (Artes Visuais), Isabel Van Der Ley Lima (Biologia), Karla Righetto (Orientação Educacional) e Renata Flores (Multidisciplinar), mas muitos outros docentes se somaram à iniciativa.

Mais de cem mil mortes

O caso dos estudantes abalou o governo do presidente Enrique Peña Nieto, que anunciou, dia 27, mudanças em sua estratégia de segurança, atualmente sob fortes críticas de diversos setores. Mas, se repetir a tática de enfrentamento (muito comum aqui no Brasil) da gestão do ex-presidente Felipe Calderón, a violência tende a piorar. Mais de 100 mil pessoas morreram desde o final de 2006, quando Calderón lançou uma campanha de ataque frontal aos cartéis de drogas.

14120161Acima, alunos do colégio observam imagens dos jovens de Ayotzinapa. Foto: Divulgação - 18/11/2014

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