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Volta às aulas só no dia 16

Novo adiamento tem como entendimento a impossibilidade de a UFRJ receber os alunos, enquanto os trabalhadores da limpeza continuam sem salários. Previsão é que os pagamentos sejam feitos até 12 de março

Mas situação ainda não está resolvida

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A reitoria da UFRJ, após consultar decanos, diretores e conselheiros do Consuni, além de ouvir o relato de várias trabalhadoras terceirizadas (que estão com seus salários atrasados), decidiu adiar, novamente, o início das aulas deste primeiro semestre: agora, de 9 para 16 de março. A decisão abrange todos os níveis de ensino da universidade: Escola de Educação Infantil, Colégio de Aplicação, graduação e pós-graduação.

A reunião do último dia 6, que bateu o martelo sobre a suspensão, foi convocada em caráter de urgência pela administração central da universidade. Na véspera (5), os trabalhadores haviam ocupado o Conselho Universitário em busca de solução para a falta de seus pagamentos. 

Além da mudança no calendário, outras ações deverão ser providenciadas pela reitoria. Elas incluem: o pagamento integral referente ao mês de janeiro à empresa de serviços gerais Qualitécnica, a garantia de que os profissionais não terão os dias que não puderam comparecer aos postos de trabalho, justamente pela falta de dinheiro, descontados em folha; e o compromisso de que não serão transferidos de unidades como forma de represália aos atos políticos. 

De acordo com a pró-reitora de Gestão e Governança, Araceli Cristina Ferreira, a empresa informou que possui dinheiro em caixa para realizar o pagamento de todos os vales-transporte e vales-alimentação até terça-feira (10). Ainda segundo Araceli, neste dia 9, a UFRJ depositará na conta da empresa o valor total do serviço prestado referente ao mês de janeiro. Na quinta-feira (12), os recursos deverão chegar aos trabalhadores. Ao Jornal da Adufrj, porém, a pró-reitora reconheceu que ainda não há previsão de pagamento referente ao mês de fevereiro. O reitor Carlos Levi não participou nem do Consuni nem da plenária do dia 6, pois estaria em Brasília (DF), fazendo gestões junto ao governo para resolver a crise da UFRJ.

Dramas pessoais

A maior parte dos presentes entendeu que não é possível a universidade retomar seu calendário acadêmico enquanto trabalhadores vivem situação análoga à escravidão. Diversas profissionais da limpeza (que a reportagem não identificou, para preservá-las de eventuais represálias) relataram passar por situações de assédio moral para realizarem suas atividades mesmo sem remuneração. Os vales-transporte e vales-alimentação estão atrasados desde janeiro. Quem faltou teve seus dias descontados em folha, no pagamento parcial realizado pela empresa em janeiro, referente ao mês de dezembro. “Mesmo quem veio trabalhar teve igualmente descontados os nove dias. Isto é uma injustiça”, disse Waldinéa Nascimento da Hora, representante dos trabalhadores.

Ela informou que duas de suas colegas enfartaram nos últimos dias: uma na quinta-feira (5) à noite e uma na sexta-feira (6) pela manhã. “As duas foram despejadas de suas casas. Uma delas tem quatro filhos. As duas correm risco de morrer. Estão internadas. Isso não toca o coração de ninguém? Há pressão de todos os lados: da empresa e dos encarregados para que voltemos ao trabalho, dos senhorios, dos filhos com fome, que pedem pão e não temos o que oferecer. Chega de negociação! Eu não posso concordar com a indecisão da universidade. Muito se falou, mas precisamos do compromisso de vocês. Não podemos permitir que voltem às aulas, se os salários não forem pagos”. 

Manifesto da Adufrj-SSind 

Presidente da Seção Sindical, Cláudio Ribeiro leu manifesto da Adufrj-SSind contra as precárias condições de trabalho a que são submetidos os trabalhadores terceirizados. A nota, compartilhada nos perfis da Seção Sindical nas redes sociais desde o próprio dia 6, reforça o apoio integral aos funcionários e responsabiliza o governo federal pelos cortes na Educação. “Esta condição impõe cortes aos mais precarizados, tendo os trabalhadores de serviços essenciais ficado sem receber salário por três meses, o que impede uma instituição educadora de funcionar, dentre outros fatores, por ser incompatível com um ambiente no qual impera a injustiça social”.

No texto, a diretoria critica também a terceirização no serviço público: “Quando serviços prestados à universidade são terceirizados, é a essência do trabalho que é atingida. Quando trabalhadores são pressionados a assinar contratos terceirizados, é a sua própria essência que está ameaçada pela precarização. A educação pública, como um todo, torna-se precária no exato momento em que são impostas tais condições a quaisquer trabalhadores que lhe servem”.

 

Seção Sindical cobra transparência da reitoria

2015030932Cláudio Ribeiro, da Adufrj-SSind, leu manifesto de apoio aos terceirizados. Foto: Marco Fernandes - 06/03/2015No mesmo dia da plenária, a Adufrj-SSind cobrou, formalmente, por ofício, respostas à reitoria sobre a crescente terceirização da UFRJ, além dos problemas que afetam os estudantes:

“Sobre as empresas que realizam serviço terceirizado para a UFRJ:

- Quais são as empresas terceirizadas, classificadas por tipo de serviço (segurança, limpeza, etc), contratadas pela UFRJ? Qual o valor de contrato com cada empresa e por ano?

- Qual o valor repassado pela UFRJ a cada uma destas empresas em 2014 e 2015?

- Quantos funcionários são contratados e qual o salário de cada função?

Em relação ao repasse de verbas que o MEC repassa à UFRJ:

- Qual o déficit orçamentário da UFRJ acumulado no ano passado em relação ao repasse do governo federal? E qual o déficit deste ano? - Quais foram as atitudes tomadas pela administração central da UFRJ em relação a este corte de verbas?

Em relação ao PNAES:

- Qual foi o repasse da verba do PNAES para a UFRJ em 2014 e quanto foi repassado até o momento em 2015?

- Quantas bolsas BAP foram pagas em 2014?”

Mais algumas caras novas

Adufrj-SSind participa de recepção organizada pela administração central e alerta para desafios de 2015

Vinte dos recém-chegados reforçam o CCS

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Muitos rostos jovens marcaram a primeira leva de docentes empossados na UFRJ em 2015. O grupo de 50 pessoas foi recepcionado pela pró-reitoria de Pessoal (PR-4), entre os dias 23 e 24, no CCMN. 

Maior Centro da universidade, o CCS vai receber boa parte deles (20, sendo 11 só para a Faculdade de Medicina). Dos seis do Centro de Artes e Letras, quatro se destinam à Escola de Belas Artes. Enquanto no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), um terço, três dos nove concursados, atende ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS).

Convidada a falar aos recém-chegados, a diretoria da Adufrj-SSind destacou a situação difícil pela qual passa a universidade pública brasileira, em função dos cortes no já reduzido orçamento do Ministério da Educação (MEC). Luciana Boiteux (1ª vice-presidente da Seção Sindical) citou a recente crise para pagamento das empresas terceirizadas que prestam serviços de manutenção na universidade: entre outros reflexos, a situação causou o adiamento do início do semestre letivo do Colégio de Aplicação (o adiamento geral foi comunicado pela reitoria no dia seguinte a esta atividade). 

Luciana observou que, apesar da luta travada pelo Sindicato Nacional, na greve de 2012, os novos professores ingressam em uma carreira desestruturada por ação do governo federal. Outra perda recente para categoria está na redução drástica de direitos previdenciários, com a instituição da Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp), limitando o recebimento dos proventos ao teto do Regime Geral de Previdência Social.

Condições de trabalho

A precariedade das novas estruturas, criadas a partir do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), ou nas antigas, foi sublinhada por Boiteux. Três dos cinquenta empossados atuarão no campus Macaé. Aos colegas do Norte Fluminense, a dirigente fez uma saudação especial: “Queremos estar cada vez mais presentes em Macaé!”.

Novas filiações

No encontro com os mais novos quadros da UFRJ, Luciana e Romildo Bomfim (2º secretário) distribuíram materiais informativos sobre a Seção Sindical e reforçaram a importância da organização dos trabalhadores da Educação e filiação à entidade. A mensagem surtiu efeito: 17 dos 50 docentes preencheram e entregaram fichas de sindicalização no próprio evento ou até o dia seguinte.

 

Sonho de ser professora

2015030262Yara Furtado. Foto: Marco Fernandes - 23/02/2015Yara Furtado, 55, a mais nova aquisição da Faculdade de Medicina, já conhece bem a carreira e a rotina docente. Com quatro anos de experiência na UniRio, Yara demonstra animação: “Ser professora sempre foi um sonho”, justifica. Ela completou sua formação na UFRJ e, por isso, relata estar à vontade com o futuro local de trabalho. 

Miriam Wernek, 36, ingressa no Instituto de Biofísica, depois de atuar como pesquisadora associada do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O concurso foi o terceiro da vida, sendo o segundo para docente. Seu processo seletivo ocorreu em agosto de 2014. Miriam afirma estar familiarizada com as dificuldades da universidade, pois se graduou e se pós-graduou na casa. E mostra-se otimista: “Agora há até banheiros”, brincou. Em sua visão, os institutos hoje estão “mais atentos à necessidade de manutenção dos prédios”. “Mas é claro que o ideal seria a instituição manter uma estrutura digna, incluindo os banheiros”, completou.  

O 2015030263Flávio Carvalhaes. Foto: Marco Fernandes - 23/02/2015mineiro Flávio Carvalhaes, 30, reforça o quadro docente do Departamento de Sociologia (IFCS). O concurso foi seu quarto processo seletivo, mas o primeiro para a UFRJ. Na bagagem, traz uma experiência na FGV e entusiasmo com a migração para um “departamento bem avaliado”. Sua expectativa é desenvolver uma carreira interessante, “começando na graduação, mas o quanto antes na pós-graduação também”. As dificuldades em relação ao local de trabalho, “um prédio antigo, mas muito bonito”, ainda não o preocupam. A ideia de trabalhar no Centro do Rio agrada ao jovem docente. O mesmo não diz em relação às mudanças previdenciárias que afirma acompanhar com mais apreensão.


Plenária de Decanos e Diretores, em conjunto com representantes do Consuni, nesta sexta (6), discute a possibilidade, diante do problema dos trabalhadores terceirizados

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A sessão do Conselho Universitário deste dia 5 de março, que tinha como pauta única o processo de escolha da próxima reitoria, foi suspensa temporariamente para que os conselheiros pudessem discutir o problema dos trabalhadores terceirizados. Três encaminhamentos serão avaliados nesta sexta-feira, dia 6, às 14h, em reunião do Fórum de Decanos e Diretores junto do Conselho Universitário, convocados extraordinariamente para tratar da questão.

Serão debatidos e votados na reunião de amanhã: suspensão do calendário acadêmico do primeiro semestre de 2015 (cujo início está previsto para este dia 9 de março) até que sejam regularizados os salários dos trabalhadores terceirizados; o não retorno destes trabalhadores às atividades até que tenham recebido seus atrasados; formação de comissão com representantes da PR-3 (Planejamento e Finanças), PR-4 (Pessoal), PR-6 (Governança) e Ouvidoria da UFRJ para negociação de cada um dos contratos com firmas terceirizadas a fim de garantir direitos aos trabalhadores.

OcupaConsuni

Os encaminhamentos foram conseguidos depois que os trabalhadores terceirizados realizaram protesto contra a falta de salários durante a sessão do conselho. Os atrasos nos repasses do Ministério da Educação às universidades têm gerado diversos problemas de falta de pagamento a prestadores de serviço da UFRJ. O caso mais grave é o dos trabalhadores da limpeza, que estão sem receber seus salários, vale-transporte, vale-alimentação e ainda estariam sendo assediados a retornarem às suas funções na universidade.
“Nossas panelas estão vazias. Nossas crianças estão com fome. Precisamos de uma resposta definitiva. Se não trabalhamos é porque não temos nem mesmo dinheiro para pagar as passagens. O desconto na folha de ponto é uma injustiça. Queremos a resolução de todas essas questões”, reivindicou a trabalhadora Waldinéa Nascimento da Hora, representante dos terceirizados.
Araceli Cristina Ferreira, pró-reitora de Gestão e Governança (PR-6), confirmou que a UFRJ não pagou o mês de janeiro à empresa Qualitécnica, contratada para os serviços gerais. Os trabalhadores, além de não receberem os pagamentos, ainda tiveram descontos por falta lançados na sua folha de janeiro, quando foi realizado pagamento parcial da empresa para os trabalhadores. A planilha de faltas foi enviada por diretores de unidades da UFRJ à empresa. Ainda segundo a pró-reitora, o corte de verbas da Educação fez com que todas as contas de janeiro da UFRJ permanecessem em aberto.

Assembleia Comunitária
Uma assembleia comunitária, organizada pela Adufrj-SSind, com participação do DCE Mário Prata, Sintufrj e trabalhadores terceirizados, foi realizada no hall da reitoria antes do Consuni. Nas falas, apoio aos trabalhadores e aos estudantes que tiveram cortadas suas bolsas de Acesso e Permanência.

Maré protesta contra violência policial

Dezenas de moradores da Maré realizaram um protesto (foto) na noite de segunda-feira (23) contra a violência policial nas comunidades da região. Eles chegaram a interditar a Linha Amarela, no sentido do campus Fundão da UFRJ. Faixas e cartazes cobraram o fim dos autos de resistência e criticaram a atuação das forças de segurança públicas. “Os terroristas vestem fardas”, dizia uma delas.

No Congresso do Andes-SN, em Brasília, a professora Vera Salim (da Coppe) fez um relato emocionado sobre a situação que ocorre há anos, bem ao lado do campus da ilha do Fundão, da UFRJ: “É muito duro trabalhar ao lado da Maré, sabendo que lá os jovens, da idade ou mais novos que meus alunos, estão sendo exterminados pela política de segurança pública que forja a paz. Isso é problema do movimento docente, sim. É uma questão de classe”, afirmou.

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Pesar

O Consuni do último dia 26 aprovou moção de pesar à família do professor Geraldo Cidade, que faleceu em 19 de fevereiro. Geraldo ingressou na UFRJ em 1993 e no período de 2008 a 2014 liderou o processo de institucionalização do polo da universidade em Xerém.

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Greve faz governo recuar no Paraná

Hermes Leão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, destacou, na página eletrônica da entidade, a força do movimento: “O governo teve que recuar de sua decisão de destruir as carreiras dos educadores, quando foi obrigado, pela manifestação da categoria, a retirar os projetos de lei que nos retiravam direitos”, afirma. O mais recente ato dos educadores, no dia 25, reuniu 50 mil pessoas em uma marcha pelas ruas de Curitiba.
 
O Comando de Greve definiu que a Assembleia Estadual será na próxima quarta-feira, dia 4 de março, em Curitiba. Até lá, a greve geral continua e somente na assembleia serão definidas as próximas ações da paralisação.

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2015030272Além de visitarem o Congresso do Andes-SN, trabalhadores do Comperj também reforçaram ato dos servidores públicos federais do dia 25 de fevereiro. Foto: Silvana Sá

Solidariedade entre professores e operários

Durante uma das plenárias do Congresso do Andes-SN, em Brasília, trabalhadores e trabalhadoras do Comperj apareceram para fazer uma saudação ao movimento docente e agradecer o apoio do Sindicato Nacional e, especialmente das seções sindicais do Rio de Janeiro, à sua luta. Após ouvirem, em coro: “Obrigado, professor!”, os docentes responderam emocionados: “Somos todos trabalhadores”. 

Os operários, na capital federal, reuniram-se com representantes do Ministério do Trabalho, do Ministério da Justiça, além de parlamentares, em busca de soluções para o impasse. Além de não receberem há meses (a empreiteira responsável desapareceu), eles não conseguem buscar emprego em outros lugares. A direção da Petrobras, que é a contratante da obra do Comperj, tem ignorado os pleitos dos trabalhadores.

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Ciência Móvel
Em 2015, a Casa da Ciência da UFRJ, em Botafogo, completa 20 anos e inicia as comemorações apresentando o projeto Ciência Móvel – Vida e Saúde para Todos — Arte e Ciência sobre Rodas, do Museu da Vida/Fiocruz. Será de 3 a 29 de março. De terça a sexta, de 9h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h. Fecha às segundas.
 
A exposição é um espaço repleto de experimentos interativos para descobrir e explorar fenômenos da ciência. O visitante poderá observar, por exemplo, uma mini-usina hidrelétrica.

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