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Ato no consulado do México no Rio cobrou a investigação do sumiço de 43 alunos daquele país

“Expressão da barbárie”, critica diretora da Adufrj-SSind

Samantha Su. Estagiária e Redação

Um protesto, dia 18, em frente ao consulado do México no Rio de Janeiro reivindicou a investigação do desaparecimento de 43 estudantes naquele país, na cidade de Iguala, desde o final de setembro. A iniciativa do Andes-SN, com apoio da CSP-Conlutas, tinha como objetivo entregar uma carta à consulesa-geral Maria Cristina de la Garza Sandoval — o que se confirmou em uma reunião no último dia 21 (veja quadro). 

Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do Andes-SN, diz que a solidariedade aos alunos é um dever com a luta pela Educação: “Todos os normalistas mortos estavam indo para um ato em defesa da educação. Eram jovens da zona rural mexicana e arrecadavam fundos para a escola. A criminalização dos movimentos sociais, hoje, é uma ação mundial”, afirmou. 

Julio Cesar Condaque, representante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, afirmou a necessidade de amplificar o caso: “O que aconteceu no México é um crime de Estado. Isso tem gerado uma série de manifestações e o povo mexicano está nas ruas. Somos solidários a essa luta. No estado do Rio de Janeiro, em cerca de dez anos, temos 40 mil desaparecidos. A polícia pratica um verdadeiro extermínio da juventude negra e pobre. Os órgãos internacionais não podem se calar. Queremos que o consulado mexicano pressione, mas buscamos também que o Governo Federal se posicione”.

 Para Cleusa dos Santos, 2ª vice-presidente da Adufrj-SSind, a atividade marcou uma posição não só de solidariedade, mas de repúdio à maneira como a polícia mexicana tem se comportado com as revoltas em todo o país: “Para mim, é a expressão da barbárie. Isso é fruto de um aprofundamento do capitalismo, do estado policial e do cerceamento dos direitos” 

 

Governo sem respostas

Durante o encontro do dia 21, a consulesa Maria Cristina disse que as autoridades mexicanas estão fazendo o possível para investigar o desaparecimento dos estudantes, mas não seria uma tarefa fácil.

Depois da reunião, o professor Roberto Leher, Titular da Faculdade de Educação da UFRJ e conselheiro da Adufrj-SSind, analisou: “O primeiro objetivo, que era transmitir as preocupações dos professores e associações brasileiras, bem como uma manifestação institucional sobre o caso, foi cumprido. Porém, a fala da consulesa não ajuda a ter uma compreensão mais clara dos acontecimentos. Embora já tenham ocorrido prisões e identificação do envolvimento do narcotráfico e denúncias do envolvimento de figuras públicas, como o prefeito de Iguala e sua mulher, não se tem um encaminhamento objetivo por parte do governo mexicano quanto a isso. Tampouco temos os corpos dos 43 estudantes”, lamentou.

Corte orçamentário afeta a vida na Ilha do Fundão

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

A confusão gerada pela troca de empresas (desde 3 de novembro) que prestam o serviço de transporte interno na Ilha do Fundão parece perto do fim. Os letreiros digitais indicando o itinerário (nos primeiros dias, não davam essa informação) estão finalmente funcionando e os usuários começam a se acostumar com a mudança. As evoluções, porém, são tímidas. Todos os 16 novos ônibus contam com sistema de refrigeração, pinturas intactas e funcionários que parecem melhor preparados, mas, aos olhos do público, fica por aí. De resto, mais problemas.

Rosinete Ferreira usa os ônibus internos da universidade para chegar ao terminal do fundão, de onde segue para o trabalho. Só que a Procuradoria Federal da UFRJ, a quem foi submetido um Termo de Referência para a troca imediata das empresas, exigiu que os veículos não circulassem mais pela Vila Residencial. “Se não passar mais lá, eu não sei como vai ficar”, diz Rosinete, que é moradora do local há sete anos.

O problema é que não há linha municipal que chegue à Vila. Os ônibus internos ainda fazem manobra na praça do bairro, mas a última parada é dentro do território da UFRJ, na Divisão Gráfica. Rosinete e outras centenas de moradores — entre eles, estudantes e funcionários da universidade — precisarão de pernas fortes para chegar ao ponto onde começam e terminam suas jornadas de trabalho e estudo. A Vila Residencial, de acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura Universitária, é uma ocupação e seus moradores não devem ser beneficiados. 

Sem ônibus na madrugada

Outra condição para a troca é a não circulação das linhas durante a madrugada. O que indica um movimento que a universidade parece querer tornar regra: corte orçamentário. A assessoria de imprensa reforçou que a mudança nas circulações dos ônibus contribuiria para reduzir os custos. Não os custos dos estudantes do alojamento que precisem sair ou voltar de madrugada. Nem os dos funcionários da universidade que vivem na Vila. Não os de Rosinete.

Evento ocorreu no auditório do CT

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

4136043075 1ca575b685Foto: internetO poste com a cabeça salgada de Zumbi no meio da Praça da Igreja do Carmo traiu Caetano de Melo de Castro. O governador de Pernambuco que moveu mundos e fundos até destruir o Quilombo dos Palmares montou a cena para amedrontar os negros subversivos e desmontar o mito da imortalidade de seu líder. Não deu certo. Zumbi eternizou-se, virou símbolo de resistência e o dia de sua morte, 20 de novembro, é comemorado como o Dia da Consciência Negra. 

Aproveitando a data, a Pró-reitoria de Pessoal organizou um ciclo de debates. De 10 a 18 de novembro, a comunidade universitária discutiu não só essa questão, mas também as que tratam sobre identidade e gênero. O problema racial tomou como ponto de partida o campo da psicologia. Participaram da mesa, no dia 14: Maria da Conceição Nascimento, do Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ); Luciene da Silva Lacerda, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ; e Terezinha Martins, professora da UniRio. Psicólogas e negras, todas as três.

Conceição lembrou que foi a atuação dos movimentos sociais, forçando a quebra dos mitos, o que levou a psicologia a participar da discussão de temas como racismo, homofobia, transfobia e sexismo. “Refletir a ausência do tema ‘racismo’ na psicologia é uma das questões mais fundamentais para a compreensão dos processos de exploração e dominação instalados na sociedade brasileira”, diz.

Racismo à brasileira

As ausências e silêncios são próprios do que Conceição chamou de “racismo à brasileira”. Um exemplo: a primeira resolução no Conselho Federal de Psicologia dispondo sobre a atuação do psicólogo em relação ao preconceito e discriminação racial surge em 2002, 31 anos depois do reconhecimento da profissão no país.

O silêncio e a negação são fundamentais para que o mito da democracia racial continue condicionando a exploração e segregação da população negra brasileira. “O racismo é um elemento institucional e determina a distribuição espacial e social do negro. Não se trata só de discurso. Os negros ocupam os lugares mais precários da vida social não só por herança da escravidão, mas pelo resultado de um conjunto de práticas que condicionam a segregação classista e racial”, analisa Conceição.

Marx, o polêmico

 A leitura de Terezinha é próxima, mas outra. Foi ela quem adensou o debate e condicionou o tema ao modo de funcionamento do capitalismo. A professora lê a questão a partir do marxismo, tema polemizado dentro do movimento negro pelo dissidente cubano financiado pela Fundação Ford, Carlos Moore. Moore é famoso por sua campanha de difamação da Revolução Cubana por atribuir uma suposta genética racista ao pensamento marxista. A psicóloga da UniRio discorda. Ao contrário do cubano, Terezinha diz que o método de Marx permite a leitura correta das opressões. “A sociedade capitalista se organiza em torno do eixo central da exploração e é em torno desse eixo que se constroem as opressões de gênero, de raça”, afirma. 

Em cima da dinâmica social concreta é que se constroem as concepções afetivas do outro para que as práticas segregacionistas sejam aceitas. O racismo não precede o capitalismo, ao contrário, ele é cria desse. Segundo a professora marxista, o sentimento de racismo é posterior à formulação e práticas de exploração. Terezinha ainda criticou a linha de combate que exclui a totalidade social e se pauta unicamente na psique e reformulação das consciências: “A queda do racismo não se dará através de reformulações morais, a mudança subjetiva é insuficiente”. A cabeça salgada de Zumbi concorda.

Representante da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares vai ao Fundão para encontro nacional de estudantes de Medicina, fala mil maravilhas da proposta de gestão do governo, mas ouve muitas críticas 

Debate ocorreu dia 21

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A convite da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), o coordenador de Gestão de Pessoal da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Ilson Iglésias, participou de uma sabatina com estudantes de todo país durante o feriadão, sexta-feira 21. A atividade foi realizada no Fundão. Diretor da Adufrj-SSind, Romildo Vieira e a coordenadora de Políticas em Saúde da Denem, Roberta Silva de Paola, também compuseram a mesa.

Economista formado pela UFRJ, Ilson Iglésias afirmou que os Hospitais Universitários Federais não encontraram políticas de Estado por 40 anos.  E avaliou como “muito positiva” a “experiência” da Ebserh. Segundo Iglesias, uma pesquisa contratada junto ao Hospital Sírio Libanês para avaliação de 10 dos 28 Hospitais Universitários que recém-contrataram a Ebserh mostrou que “apenas 30% dos problemas desses hospitais têm a ver com recursos. Os outros 70% passam por mudanças de práticas de organização e gestão”. Ele defendeu, também, a implantação do ponto eletrônico e a redução do tempo de atendimento e internação do paciente. Em sua visão (ou da Empresa), os HUs desperdiçam estrutura na Atenção Básica, em vez de focarem na média e alta complexidades (que é o seu objetivo maior). 

O dirigente insistiu na tese de que a Empresa manterá estrutura 100% sem cobrança à população ou privatização de qualquer ordem. E afirmou ainda que a democracia interna será preservada com indicação do superintendente pelo reitor e funcionamento de Conselho com participação da universidade “e da sociedade civil”. O assessor da empresa garantiu que o diálogo é uma marca da proposta, com discussão profunda do contrato. E livre adesão das universidades.

Empresa recebe críticas de todos os lados

O “panorama de maravilhas” foi questionado pela representação estudantil e sindical. Romildo Bomfim (Adufrj-SSind) e Roberta de Paola (Denem) identificaram o caráter privatizante da empresa pública de direito privado para a Saúde e Educação. 

“Não é uma privatização clássica, como a Vale do Rio Doce, entregue ao mercado por preço irrisório pelo FHC”, sublinhou Romildo, “mas quando indica no seu artigo 8º como fontes de recurso: prestação de serviços; aplicações financeiras e; acordos e convênios como recursos, indica, sim, abertura à privatização”. Romildo destacou que a pressão empresarial sobre os HUs não são de hoje: “Em 2003, (o ex-diretor do HUCFF) Amâncio Carvalho já assinava convênios com a Amil, tendo como contrapartida algumas  reformas pontuais em certos andares do hospital. E como o colega da Ebserh, que é economista, sabe, no mercado não existe jantar grátis”.

Romildo criticou a proposta de redução do tempo de atendimento dos estudantes a pacientes. “Os Hospitais Universitários são unidades de ensino, pesquisa e extensão. O tempo corresponde ao ethos do Hospital que não é um hospital geral. O aligeiramento dos atendimentos corresponde a uma demanda do mercado”. 

Além de frisar que não há aporte de recurso novo para as instituições que aderirem à Empresa, Romildo relatou uma recente observação do reitor da UFRJ, Carlos Levi, antes sempre favorável à Ebserh, afirmando que as notícias dos reitores que contrataram a empresa “é que os recursos não estão chegando”. 

Roberta de Paola (Denem) definiu a Ebserh como “privatização às escuras”. E, para os estudantes, o problema democrático está entre os mais graves: “Na minha universidade, a aprovação foi a portas fechadas. No Paraná, a votação foi pelo telefone. No Pará, por e-mail. Na maioria das universidades em que foi assinado contrato, não houve respeito à opinião popular. Em Campina Grande, mesmo com Conselho Universitário contra, o reitor assinou”. 

Roberta destacou ainda a ausência de conselhos de gestão. “Embora não fosse paritário, antigamente tínhamos (antes da aprovação da Ebserh) um espaço para palpitar sobre o hospital. Agora, quando podemos estar, é apenas para ouvir”. E frisou que uma estrutura “hierárquica” centralizada em Brasília não atende às especificidades de “um país grande como o nosso”.

Adufrj-SSind indica jornadas de luta ao 34º Congresso

Assembleia aponta importância de jornadas nacionais pela Educação pública para a luta dos docentes em 2015

Proposta será discutida em fevereiro

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Os professores da UFRJ consolidaram em Assembleia Geral (AG) do dia 17 sua primeira contribuição para o Caderno de Textos do 34º Congresso do Andes-SN — o encontro acontecerá imediatamente após o carnaval de 2015, entre 23 e 28 de fevereiro, em Brasília. A formulação final foi aprovada por consenso e enfatiza os impactos de uma conjuntura de agravamento de crise econômica para trabalhadores e, em especial, para o setor educacional público no país. 

Para fazer frente a esta conjuntura adversa, a indicação da Adufrj-SSind ao movimento docente nacional é pela realização de jornadas em defesa da Educação Pública, em todo o país. O que deverá ser buscado por meio do fortalecimento da unidade do campo classista. Trazer novos atores para as mobilizações desta luta foi considerado um dos principais desafios para o próximo período.

“Pela dimensão classista que a luta pela educação pública toma, sobretudo, a partir do mais recente Plano Nacional de Educação, nos marcos privatistas em que foi aprovado, a centralidade da luta deve estar na unidade dos lutadores e envolvimento do máximo de setores da classe em torno de uma agenda nacional pela Educação pública”, sintetizou Roberto Leher (da Faculdade de Educação). 

Próximo Encontro Nacional de Educação

Neste contexto, a realização de um segundo Encontro Nacional de Educação (ENE), em 2015, recebeu atenção especial da Assembleia (o primeiro ocorreu em agosto deste ano, no Rio). O “norte” para a área são os princípios já defendidos pelo Sindicato Nacional: que seja pública, gratuita, laica, de qualidade e referenciada nas lutas sociais. Outro consenso sobre o ENE é “a importância da participação conjunta de todos os segmentos da Educação, desde a fundamental à superior”, observou Maria Malta (Instituto de Economia). 

Mais do que uma data, o foco dos docentes que vão ao 34º Congresso do Andes-SN estará, também, na definição de novas bases, mais qualificadas, para o próximo Encontro. 

Avaliação da conjuntura

“A crença de que a crise econômica e seus desdobramentos socioambientais seria um fenômeno cíclico (...), que logo estaria sanado, não se confirma” indica o documento aprovado pela AG. Em seguida, avalia: “nos EUA, nos países europeus sob controle da Troika (trinca formada pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional) e nos países da América Latina que empreendem políticas ditas desenvolvimentistas, os custos sociais destas medidas são claros. Tais políticas estão ancoradas em brutal rebaixamento das condições de trabalho (maior tempo à disposição das empresas, formas de contratação mais precárias e transferências de custos do trabalho para o trabalhador), na contenção social por meio de violenta criminalização das lutas sociais e em perdas progressivas dos direitos sociais e até mesmo civis”.

Em relação ao Brasil, a análise observa que o “recente embate eleitoral” presidencial “a despeito do caráter conflitivo, girou em torno da agenda burguesa mundial dominante”, administrando a ordem por meio dos “tradicionais mecanismos de controle popular e dos mercados”. “Tanto Aécio, como Dilma”, é sublinhado, indicaram com clareza compromissos com a recomposição do chamado “tripé macroeconômico neoliberal: metas de inflação rigorosas, câmbio flutuante e ajuste fiscal”. E para as oposições de esquerda socialistas e anticapitalistas, a sinalização é de intransigência implacável com a imposição de cláusula de barreira que “criaria um monopólio dos grandes partidos da ordem, caminhando para um sistema bipartidário que sempre reitera a ordem do capital”.

O ambiente de descontentamento favorece a frutificação de “um pensamento claramente de direita”. “Tal pensamento”, diz o documento, “busca imputar ao PT uma face de esquerda com a finalidade de desqualificação das verdadeiras esquerdas”. Pois, “cria uma associação perversa da esquerda com medidas caracterizadas preconceituosamente como ‘excesso de gastos sociais e muitos privilégios ao trabalho’”. 

Anexo ao Caderno de Textos

O primeiro prazo para envio de textos que vão subsidiar o debate no Congresso do Andes-SN foi 18 de novembro. Mas contribuições enviadas ao Sindicato Nacional entre 19 de novembro e 2 de fevereiro entram no Anexo do Caderno. E serão publicadas em 9 de fevereiro.

 

Servidores articulam para 2015

Salatiel Menezes (aposentado do Instituto de Biofísica) informou à AG sobre o Seminário Nacional dos Servidores Públicos Federais (SPF), ocorrido entre 14 e 16 de novembro, em Brasília. O espaço para discutir uma atuação unificada para a Campanha Salarial de 2015 reuniu mais de 260 representantes de 68 entidades sindicais. Salatiel destacou a diferença de temperatura das análises políticas entre centrais sindicais ligadas ao governo em relação à CSP-Conlutas. “Princípios caros ao Andes-SN como a autonomia simplesmente não têm significado para centrais como a CTB e a CUT”, relatou. “É de ficar perplexo ouvir dirigentes comemorando uma grande vitória eleitoral por ter sido derrotado o candidato que iria retirar direitos dos trabalhadores. Enquanto assistimos a exatamente isso (a retirada dos direitos) nos últimos anos. Temos de pensar, pois enquanto continuarmos a ter que dormir com o inimigo, estaremos em um situação muito difícil”. Uma nova plenária para definir a agenda unitária de mobilização está prevista para o final de janeiro.

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