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No Consuni, movimentos criticam morosidade no atendimento às reivindicações dos estudantes

DCE apresentou cartilha, em maio, sobre o tema

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A pauta prioritária, e que ocupou a maior parte do tempo da sessão do Consuni de 27 de novembro, foi assistência estudantil. O superintendente da área, Ericksson Rocha Almendra (que também falou ao CEG – veja na matéria da página 5), apresentou uma relação de ações desenvolvidas pela UFRJ ao longo de 2014, mas foi questionado por não ter citado a grave crise em que se encontra a SuperEst (parcialmente paralisada por falta de pessoal e infraestrutura física).

“Causa estranheza que, na apresentação, o professor Ericksson não tenha falado nada sobre o funcionamento da SuperEst”, disse Neuza Luzia, da bancada técnico-administrativa. “Precisamos sentar e planejar a assistência estudantil. Os estudantes estão trazendo suas propostas. Mas, antes, precisamos saber se a universidade quer uma superintendência que resolva, de fato, os problemas”, completou.

Maria Malta (representante dos Adjuntos do CCJE) criticou a apresentação do superintendente que, em sua fala, exaltou a política de bolsas distribuídas em detrimento de moradia. “A opção pela política de bolsas é uma opção pelo mercado, porque retira da universidade a responsabilidade da alimentação, do material escolar, da moradia. Retira da universidade a responsabilidade pelo planejamento em assistência estudantil. É preciso que haja planejamento, que haja acompanhamento, revisão e execução”.

Para o representante dos pós-graduandos, Gabriel Zelesco, a UFRJ está muito atrasada e aquém das necessidades dos estudantes. E comparou a universidade à Rural do Rio de Janeiro. “Embora seja muito menor, a Rural tem capacidade para 2,5 mil vagas de alojamento. Um quinto de seus estudantes tem moradia e alimentação. A UFRJ, que é muito maior, possui apenas 504 vagas”.

“Assistência estudantil não é favor”, disparou a decana do CFCH, Lilia Pougy. Ela continuou: “O alojamento é uma das expressões do conjunto de programas de assistência estudantil e não pode ser encarado como depósito. A assistência estudantil está organicamente vinculada às atividades acadêmicas de todas as unidades da UFRJ”. 


14120141No Consuni, o superintendente Ericksson Almendra (de pé, perto das janelas) apresentou as ações de apoio aos estudantes, consideradas insuficientes pelos conselheiros. Fotos: Silvana Sá - 27/11/2014

Elogios ao DCE. Críticas à reitoria

“O trabalho que vocês ofereceram foi muito bem desenvolvido. É bastante consistente, bastante sério”, disse o reitor Carlos Levi ao se referir à cartilha sobre assistência estudantil feita pelo DCE Mário Prata, com o apoio da Adufrj-SSind. Ele sugeriu incorporar a participação do diretório central no ambiente de decisão política relacionado à área.

Luiza Foltran, da bancada estudantil, reclamou do atraso da discussão no Consuni: “No dia 8 de maio, apresentamos esse documento (depois transformado em cartilha) ao Conselho Universitário. A gente fez uma leitura de tudo o que já foi feito em termos de assistência estudantil na UFRJ”. Naquela data, o Consuni aprovou a criação de uma comissão que daria seguimento ao trabalho inicial do DCE de levantamento da situação e das demandas na área de assistência estudantil. Mas, segundo os alunos, não houve continuidade do trabalho. “Essa comissão, a nosso ver, deveria ter se debruçado sobre o assunto. A comissão não andou e não foi por falta de interesse dos estudantes. A gente elaborou propostas, fomos a todas as instâncias. A reitoria não cumpriu o que foi decidido naquele dia 8 de maio”.

A estudante apontou o principal drama vivenciado pelos estudantes: a moradia. “A gente tem muitos problemas. A questão da moradia é a mais gritante. Estava prevista no Plano Diretor, para 2011, a construção de mil vagas de moradia estudantil. Estamos em 2014 e o que temos? A reforma (inacabada) das mesmas 504 vagas. Sobre o alojamento do CCMN, a última previsão que o ETU (Escritório Técnico da Universidade) nos deu é de que fique pronto entre 2016 e 2017. Mais uma vez, são estourados todos os prazos colocados no próprio Plano Diretor”.

 

Vila Residencial também foi tema do conselho

Representante do Movimento Provila, Lídia Torres foi ao Consuni exigir que a universidade preste esclarecimentos aos moradores da Vila Residencial sobre todas as etapas da regularização fundiária. Eles pediram a entrega de uma carta à comunidade que esclareça o papel da Comissão de Acompanhamento e Controle da Vila Residencial (criada por uma portaria do reitor, em setembro deste ano) e uma reunião no local para esclarecer as razões de um recadastramento, em curso. 

Josiane Rodrigues dos Santos, moradora do alojamento, apresentou uma carta com denúncias e críticas à precária situação da residência estudantil. Os moradores já haviam apresentado as denúncias ao Conselho de Ensino de Graduação, na véspera.

Diretor da Adufrj-SSind, Luciano Coutinho apontou a necessidade de a universidade discutir o orçamento: “O que tem vindo não é suficiente. A crise pela qual passa a SuperEst é reflexo da insuficiência de recursos. Outro reflexo é o alojamento. A UFRJ tem um grande débito com os estudantes. É fundamental que a gente discuta isso”.

Sessão especial do CEG acontece no alojamento e representantes dos professores e técnicos-administrativos conhecem, de perto, a face mais visível da insuficiente política de assistência estudantil da UFRJ

Reunião ocorreu dia 26 

Samantha Su. Estagiária e Redação

Não por acaso a assistência estudantil voltou a ser tema central da última reunião do Conselho de Ensino de Graduação (CEG), em 26 de novembro: a sessão, de forma especial, aconteceu no alojamento da UFRJ. 

E uma apresentação do superintendente-geral de Políticas Estudantis da UFRJ, Ericksson Rocha, logo no início do CEG, com vários dados que revelam a precarização das políticas de assistência (veja quadro), fez os conselheiros criticarem bastante as medidas administrativas atualmente adotadas. O colegiado também aprovou recomendações para serem levadas ao Conselho Universitário. 

Uma das medidas, proposta pela professora Claudia Piccinini, da Faculdade de Educação, é a contratação, via concurso público, de técnicos para equipar, de forma adequada, o Escritório Técnico da Universidade (órgão responsável pela elaboração e supervisão de planos e projetos de engenharia e arquitetura da UFRJ, além de fiscalização das obras, entre outras atribuições). Também foi indicado que o ETU dê prioridade às obras no Alojamento, em função de recentes atrasos: “Se temos de fazer a Escolha de Sofia, a escolha tem de ser esta”, pontuou Claudia.

Visão dos alunos moradores

Foi lida uma carta da Assembleia do Alojamento da UFRJ pelo representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) no CEG, Renan Carvalho. O conteúdo explicitava as condições de insalubridade da ala em funcionamento (módulo masculino), a falta de manutenção e casos de assédio moral aos servidores terceirizados, além de perseguição política ao movimento estudantil na residência. De fato, após uma visita oficial ao prédio em construção, os alunos fizeram questão de convidar os conselheiros para um “passeio” pelo degradado bloco.

Ericksson Rocha declarou que a universidade admite ter cometido erros e reconheceu a existência de condições insalubres no alojamento. Já quanto às denúncias de assédio e perseguição, Ericksson disse ter dado ordens para o cumprimento do contrato dos terceirizados aos finais de semana e era isso que estava sendo feito. 

O superintendente chegou a afirmar que a opção dos estudantes em abrigar os chamados “agregados” (colegas que foram deferidos para a assistência, mas não têm vaga garantida) seria uma espécie de privatização do alojamento, pois o método de escolha parte dos estudantes. Também disse que o aumento das bolsas teria provocado a alta dos aluguéis na Vila Residencial.

O conselho refutou as declarações do superintendente: “A UFRJ vem cometendo abandonos seletivos. Se temos funcionários sendo assediados, é resultado desse processo que coloca na linha de frente essas pessoas. O que está acontecendo aqui precisa ser resolvido, em primeiro lugar, na instância superior. A universidade tem de assumir as responsabilidades”, afirmou Sérgio Guedes, representante técnico-administrativo no CEG. 

Terceirização e assistência esgotam orçamento

A pró-reitora de Graduação, e presidenta do CEG, Angela Rocha dos Santos, por sua vez, garantiu que o reitor Carlos Levi estava em Brasília solicitando a ampliação das verbas para a UFRJ. Ainda assim, segundo ela: “A perspectiva, na melhor das hipóteses, é que continuemos como estamos. Só os serviços terceirizados e os gastos com a Assistência Estudantil esgotam o orçamento da UFRJ”

Cláudio Ribeiro (presidente da Adufrj-SSind e representante dos professores do CLA no colegiado) apontou a falta de vontade política da universidade em pressionar o governo federal: “A Superest não tem como resolver estes problemas de maneira integral. Já sabemos que os servidores e professores da Superintendência estão trabalhando de forma bastante precarizada. Ao mesmo tempo, os estudantes não são os responsáveis pela crise também. A postura da reitoria da universidade que, inclusive, foi para Brasília apoiar a candidata a presidente que segue diminuindo o repasse de verbas para cá, é um absurdo! Enquanto isso, não conseguimos dar condições de ensino a quem entra aqui e sofremos, todos, as consequências da precarização, que só aumentará ano que vem”

Mais participação estudantil

Mais duas resoluções saíram da reunião: a participação de representações discentes nas negociações com o governo, sugerida pelo DCE, e a inclusão, nas discussões do conselho, dos alunos que estão na fila de espera, mas não conseguem vaga no Alojamento.

 

UFRJ precisa do dobro do dinheiro para assistência estudantil

“Em cerca de seis anos, o número de estudantes de outros estados cresceu de 2% para 23% na UFRJ. O número de alunos cuja renda familiar per capita é inferior a um salário mínimo é de até 18% do total de ingressantes. A verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) está sendo utilizada em sua totalidade para o pagamento de bolsas. Só que a demanda da Superest é de mais que o dobro desse dinheiro”, afirmou o superintendente Ericksson em sua apresentação ao CEG do dia 26.

Ericksson divulgou o questionário organizado pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários Estudantis (Fonaprace), pela Universidade de Uberlândia e pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O objetivo seria identificar o perfil dos graduandos das federais, o que, segundo o superintendente, facilitaria a coleta de dados que comprovem a necessidade de ampliação das verbas das universidades, principalmente em relação à Assistência Estudantil. O site da pesquisa é: www.perfil.ufu.br.

 
Reforma do bloco feminino sofre atraso
Durante o CEG, o superintendente Ericksson informou que a entrega do bloco feminino da Residência Estudantil da UFRJ provavelmente será adiada para março ou abril de 2015 (a previsão anterior de conclusão da reforma era até dezembro deste ano).
O motivo seria um pedido da empresa Engenew Engenharia, responsável pelas obras: ela quer um reajuste dos termos contratuais, por supostos erros na licitação. O Escritório Técnico da Universidade (ETU) irá avaliar a solicitação.
“Eu sou uma pessoa otimista e gosto de pensar em trabalhar com (o prazo de) fevereiro ou março, mas, levando em conta a situação do ETU e a demora na avaliação, esperamos até março e abril”, observou Ericksson.
Acessibilidade
Ao CEG foi informado que, no térreo do bloco em processo de reforma, haverá dois módulos, cada um com três quartos, com acessibilidade universal, o que não existia na atual moradia. 
 

O arrocho vem aí

O léxico do arrocho está na agenda do país. Especialmente agora, quando o governo reeleito foi buscar no mercado financeiro (um executivo do Bradesco) o novo comandante da economia. Ajustes, choque fiscal, cortes nos investimentos e nos gastos correntes, aumento de impostos, meta de superávit inflexível (dinheiro que o governo arrecada e engorda a bolsa da banca e dos rentistas em geral). Tudo isso se chama arrocho para os trabalhadores em geral e, especialmente, para o funcionalismo. O mais preocupante para os servidores públicos federais é a existência, no Congresso, de uma série de projetos elaborados para enfraquecer o setor e aprofundar o desmonte do Estado. Existem quatro projetos de lei na pauta do início do ano do Legislativo de 2015. Um, o PLP 92/07, prevê a criação de fundações estatais de direito privado. Os PLPs 01/07 e 549/09 limitam o aumento do investimento com pessoal por dez anos. Não está satisfeito? Tem mais: o PLP 248/98 trata da dispensa por insuficiência de desempenho. Todos estão tramitando na Câmara. Antônio Augusto de Queiroz, que é diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), diz, em artigo recente, o óbvio: esses projetos são ameaça do próximo governo ao funcionalismo. O fato é que 2015 abre uma conjuntura de dura disputa que exigirá a unidade dos trabalhadores.

 

Contradição

Na semana anterior à reunião do CEG no alojamento, o superintendente Ericksson Rocha teria dito que não haveria condições para realizar uma sessão do colegiado no local, por conta de interdições para as obras. 

Graças aos estudantes, que cederam uma caixa de som e microfone, a reunião foi feita sem maiores problemas.


Atentado

Chegou denúncia ao Conselho Universitário de que um homem se masturbou por duas vezes em um ônibus interno, que faz circuito no Fundão.

Nos dois episódios, ele teria entrado no veículo ainda vazio e esperado lotar para se masturbar perto de alunas. 

O caso foi levado pela estudante Luiza Foltran.


Perfil suspeito??!!

Foi de Luiza também a informação de que os motoristas estariam orientados pela empresa terceirizada a pedir identificação de pessoas com “perfil suspeito”.

 “Isto abre outro debate com relação à segregação da nossa sociedade. Toda vez que se utiliza essa expressão, são sempre alvos jovens negros”, comentou a estudante. 


UFF não vota Ebserh

Não houve quórum para a realização da sessão do Conselho Universitário da UFF que ameaça pôr em pauta a adesão à Ebserh.

De qualquer maneira, no plenário, representantes da Aduff, Sintuff, Adufrj e Asunirio se postaram, vigilantes, para o que poderia acontecer, caso a sessão se realizasse.

Na posse do novo reitor, Sidney Mello, o representante da Aduff, além de deixar visível a pauta do movimento (condições de trabalho, autonomia universitária), destacou a defesa da manutenção do Hospital Universitário Antônio Pedro sob gestão da universidade.

As entidades do movimento foram convidadas no último minuto para a posse de Mello.


E na Califórnia

Na sede do império, cerca de 30 estudantes ocuparam o prédio da Universidade da Califórnia para protestar contra cortes do governo no orçamento e o aumento da taxa de mensalidade.

Os estudantes ocuparam a edificação de três andares durante 24 horas. As portas foram trancadas com correntes e a polícia quebrou uma das janelas para entrar e prender estudantes.

CAp-UFRJ junta-se à campanha por notícias dos estudantes mexicanos desaparecidos

Atividade ocorreu dia 18

14120162Renata Flores (Multidisciplinar), Celéia Machado (Artes Cênicas), Andrea Pinheiro (Artes Cênicas) e Cris Miranda (Artes Visuais) à frente do mural. Fotos: Divulgação - 18/11/2014No mesmo dia 18 de novembro em que Andes-SN e Conlutas realizaram manifestação na porta do consulado do México no Rio de Janeiro (noticiada na edição anterior do Jornal da Adufrj), um grupo de professores do Colégio de Aplicação da UFRJ vestiu-se de preto (conforme recomendação que tomou conta das redes sociais para um protesto mundial) e manifestou sua solidariedade às famílias dos estudantes mexicanos desaparecidos. Um mural foi produzido no pátio da escola, com as fotos dos 43 jovens de Ayotzinapa, com a inscrição “Os levaram Vivos, os queremos vivos!”.

A atividade foi ideia das professoras Cris Miranda (Artes Visuais), Isabel Van Der Ley Lima (Biologia), Karla Righetto (Orientação Educacional) e Renata Flores (Multidisciplinar), mas muitos outros docentes se somaram à iniciativa.

Mais de cem mil mortes

O caso dos estudantes abalou o governo do presidente Enrique Peña Nieto, que anunciou, dia 27, mudanças em sua estratégia de segurança, atualmente sob fortes críticas de diversos setores. Mas, se repetir a tática de enfrentamento (muito comum aqui no Brasil) da gestão do ex-presidente Felipe Calderón, a violência tende a piorar. Mais de 100 mil pessoas morreram desde o final de 2006, quando Calderón lançou uma campanha de ataque frontal aos cartéis de drogas.

14120161Acima, alunos do colégio observam imagens dos jovens de Ayotzinapa. Foto: Divulgação - 18/11/2014

Alunos e professores da EBA “inauguram” as fundações do prédio que não subiu

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

IMG 8652Rogéria de Ipanema falou sobre a importância histórica da EBA. Foto: Filipe Galvão - 24/11/2014Um meio-dia de gala. No gramado atrás do prédio da reitoria, garçons devidamente ornados de gravatas borboletas e bigode riscado à  Clark Gable serviam polvilhos, amendoins e refrigerante a belas damas em casacos de pele. A pompa e circunstância eram justas. Depois de cinco anos de espera, em 24 de novembro de 2014, o novo prédio da Escola de Belas Artes da UFRJ, a terceira instituição de ensino superior mais antiga do país, foi finalmente inaugurado.

Quer dizer, 6% dele. Esse foi o total construído de uma obra orçada em R$ 9.768.984,16 e que precisaria estar pronta desde 2011. O não prédio é realização da construtora Lytoranea Ltda que, pela extrema dificuldade para contato, é tão fantasmática quanto o edifício que deveria ter levantado (o único telefone ficou mudo depois de anunciado o teor da entrevista). 

Vai demorar mais

O diretor do Escritório Técnico da Universidade, Márcio Escobar, explica porque as obras demoram tanto. “Estava no escopo de trabalho da empresa o desenvolvimento do projeto executivo, mas nada foi feito. Se a gente acusasse a inexecução contratual, a construtora não poderia concluir a obra de expansão do prédio do CCS, que também estava fazendo. Mas, depois de um ano sem conseguir avançar no projeto executivo, nós não tínhamos outra opção”, diz. 

Nem só as segundas chances arrastaram a feitura do prédio. Depois da acusação de inexecução contratual, a Lytoranea entrou na Justiça e o não prédio da EBA está embargado desde então. Para acelerar a retomada das obras, tão logo o embargo termine, o ETU está desenvolvendo um Termo de Referência para que empresas especializadas façam o projeto executivo. Os termos devem ficar prontos no começo de dezembro.

Segundo Escobar, a Lytoranea recebeu cerca de R$ 800 mil referentes aos serviços de montagem do canteiro, fundações e uma pequena parcela do que entregou como projeto executivo de fundações.


Pouco caso para muita história

O imbróglio de cinco anos só foi capaz de criar um prédio imaginário. Ao edifício restou a ocupação em folhas de acetato, maquetes e aplicativos de celulares. Foi essa a premissa da festa-protesto de inauguração organizada por alunos e professores da Unidade. Além dos brindes e quitutes, o ato existiu como proposta de “visualização de realidades outras”, diz a descrição do evento. Nomeado de EBA Aumentada, o falso début foi idealizado pela professora da escola, Aline Couri. Com um programa chamado Layar, os celulares e tabletes que apontassem para a quase construção puderam enxergar o prédio, ao menos em suas telas.

A cerimônia também contou com a presença do primeiro aluno que usaria as novas instalações. Foi o título dado a Rafael que, de tão novo, ainda mal articula as palavras. Munido de pincéis, tinta guache, folhas secas e um minicavalete, Rafael fez um quadro tão abstrato quanto o não prédio da escola. O pequeno artista é filho de Carolina Rodrigues, aluna da EBA que leu um manifesto. O documento questionava se, mesmo com as novas instalações concluídas, o edifício não atacaria as características da instituição. “Será ele (o prédio) responsável pela ascensão da EBA na produção cultural do país? Ou será responsável pela decadência de sua identidade ao reduzir seus espaços à sobriedade de um edifício acadêmico genérico?”, perguntou Carolina.

Antes de cortar a faixa rosa amarrada entre duas árvores e dar, por fim, inaugurado o prédio virtual, a professora Rogéria de Ipanema lembrou a importância histórica da escola. “Estamos ansiosos para conhecer as nossas novas dependências, nossos novos lugares e locações para a produção do ensino artístico, como é feito desde 1816 quando D. João abre, com um decreto régio em 12 de agosto, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofício. Nossa escola está agora de portas e ateliês abertos para a comemoração de seu bicentenário”, discursou, brincando com a situação de a edificação não ter portas, de não ter nada.

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