Seguindo o exemplo das reuniões de Centro, os docentes do Colégio de Aplicação e da Escola de Educação Infantil da UFRJ realizaram uma reunião conjunta no dia 10. O objetivo foi pensar e falar sobre as dificuldades da educação básica e os motivos da greve. Na EEI, o corpo docente, de 28 professores, é todo composto por substitutos e a não abertura de concursos dificulta as condições de trabalho na Escola. Já no CAp, o déficit de novos concursados é de 20 vagas e há disciplinas abertas, como sociologia, sem corpo docente para lecionar.
Cortes na Educação Pública
2014: R$ 1,7 bi
2015: R$ 10,4 bi
Total: R$ 12,1 bi
O Comando de greve estudantil do Estado do Rio realizou na tarde do dia 11 um ato em comemoração ao dia do estudante, planejado em todo o país com mobilizações nos estados. O ato teve início na Cinelândia, às 16h, e seguiu até a Lapa onde foi aconteceu uma aula pública relacionando os cortes de verbas na educação à redução da maioridade penal. Estudantes grevistas da UFF e UFRJ compareceram para falar sobre a greve. A atividade fez parte do calendário do Comando Unificado de Greve da UFRJ. A Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (Attufrj) participou da aula pública.
O Comando Local de Greve da Adufrj-SSind entregou uma carta ao secretário de Educação Básica do MEC, Manuel Fernando Palácios da Cunha e Melo, solicitando audiência emergencial do Comando Nacional de Greve do Andes-SN com o ministro Renato Janine Ribeiro. O CLG aproveitou a visita do secretário à Faculdade de Educação da UFRJ, para apresentar a carta e falar sobre a greve, no dia 11. O documento foi apoiado e subscrito pela decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), professora Lilia Pougy.
Os professores do Centro de Letras e Artes (CLA) se reuniram com o CLG na Faculdade de Letras e debateram o momento atual da greve docente, com destaque para a avaliação do impacto dos cortes na graduação e na pós-graduação e o silêncio do MEC e de seu ministro, Renato Janine Ribeiro, diante do quadro sistemático de desmonte da educação pública. Houve também reunião dos docentes do CT.
O Comando Local de Greve reuniu docentes de diferentes unidades do Centro de Ciências da Saúde (CCS) na arena de seu prédio principal na manhã do dia 10. Com o mote “Chá de conversa”, inspirado na contribuição do Curso de Gastronomia, professores e estudantes participaram do debate sobre a situação da Educação e da Saúde públicas. Os trabalhos foram abertos e encerrados com apresentação do projeto de extensão Pesquisa em Africanidade na Dança-Educação (PADE) pelo professor Alexandre Carvalho.
Gastos com o FIES
2014: R$ 13,7 bi
2015: R$ 17,7 bi
Total: R$ 31,4 bi
Na Praia Vermelha, professores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) se reuniram, na tarde do dia 10, com o Comando Local de Greve da Adufrj-SSind para debater a greve e a contraproposta formulada pelo Comando Nacional de Greve do Andes-SN.
17 Seg
- Comando Local de Greve faz reunião preparatória das atividades da semana
- Debate sobre redução da maioridade penal
Às 17h30min, no Jardim do CLA (UniRio)
Participação de Luciana Boiteux (Professora de Direito da UFRJ), Marcelo Freixo (Deputado estadual PSOL/RJ), Centro de Teatro do Oprimido
18 Ter
Greve na Praça
Educação federal e demais servidores federais em greve. Tendas com apresentações, dinâmicas de grupo e rodas de conversa sobre o serviço público.
A partir das 10h, na Cinelândia
Às 16h, Marcha ao Ministério da Fazenda
A realização é do Comando Estadual Unificado de Greve
19 Qua
Panfletagem do Comando Local de Greve no Centro
Concentração no IFCS (Largo do São Francisco), às 16h
21 Sex
Assembleia Geral
Às 14h no campus
da Praia Vermelha
Os eixos da pauta
Seções sindicais em Greve: 47
ADUFAC
Universidade Federal do Acre
ADUA
Universidade Federal do Amazonas
SINDUFAP
Universidade Federal do Amapá
ADUFRA
Universidade Federal Rural
da Amazônia
ADUFPA
Universidade Federal do Pará
SINDUNIFESSPA
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
SINDUFOPA
Universidade Federal do Oeste do Pará
ADUNIR
Universidade Federal de Rondônia
SESDUF-RR
Universidade Federal de Roraima
SESDUFT
Universidade Federal de Tocantins
SINDIFPI
Instituto Federal do Piauí
ADUFERSA
Universidade Federal Rural
do Semiárido
ADUFAL
Universidade Federal de Alagoas
ADUFS
Universidade Federal de Sergipe
ADUFPB
Universidade Federal da Paraíba
SINDUNIVASF
Universidade do Vale do São Francisco
APUB
Universidade Federal da Bahia
APUR
Universidade do Recôncavo da Bahia
ADUFOB
Universidade Federal do Oeste da Bahia
APRUMA
Universidade Federal do Maranhão
ADUFCG
Universidade Federal de Campina Grande
ADUFCG-PATOS
Universidade Federal de Campina Grande – Patos
ADUC
Universidade Federal de Campina Grande – Cajazeiras
ADUFMAT
Universidade Federal do Mato Grosso
ADUFMAT- RONDONÓPOLIS
Universidade Federal do Mato Grosso – Rondonópolis
CAMPUS GOIÁS
Universidade Federal de Goiás
ADCAJ
Universidade Federal de Goiás – Jataí
ADCAC
Universidade Federal de Goiás – Catalão
ADUFDOURADOS
Universidade Federal da Grande Dourados
ADUFMS
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
SESDIFMT
Instituto Federal do Mato Grosso
ADLESTE
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Três Lagoas
ADUFF
Universidade Federal Fluminense
ADUFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
ADOM
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus de Mucuri
ADUFLA
Universidade Federal de Lavras
SINDFAFEID ou ADUFVJM
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Diamantina
CLG – UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN na UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
CLG – UNILAB
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
ADUFOP
Universidade Federal de Ouro Preto
APESJF
Universidade Federal de Juiz de Fora
APESJF
Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais
ADUNIRIO
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
APUFPR
Universidade Federal do Paraná
ADUFPI*
Universidade Federal do Piauí
ADUFSJ*
Universidade Federal de São João Del Rei
A assembleia geral da quinta-feira, 12 de agosto, fortaleceu a estratégia de negociação por meio de uma contraproposta elaborada pelo Comando Nacional de Greve para ser apresentada nas rodadas setoriais com o governo, logo que elas aconteçam.
Essa consequência política está vinculada à decisão da maioria dos professores de manter a greve, iniciada em 23 de junho, para ampliar a pressão em Brasília, num momento crucial para o movimento, como destacou Cláudio Ribeiro, presidente da Adufrj-SSind.
Na assembleia realizada no hall do prédio da reitoria, no Fundão, 267 docentes votaram a favor da continuação da greve. Contrários à continuidade do movimento votaram 257 professores. Houve 4 abstenções (veja quadro). Uma nova assembleia foi marcada para a sexta-feira, dia 21.
Na assembleia, o Andes-SN foi representado por um dos seus diretores nacionais, Amauri Fragoso. O professor Milton Pinheiro, diretor da Regional Nordeste III, do Andes-SN, relatou as lutas nas universidades estaduais da Bahia.
Segundo Cláudio Ribeiro, a continuidade da greve se encaixa numa etapa na qual vem se ampliando a adesão de seções sindicais (veja na página 2) à greve, em ambiente cada vez mais adverso pelo estrangulamento financeiro da rede de instituições federais de ensino país afora.
O presidente da Adufrj-SSind lembrou que diversas universidades não conseguiram reiniciar o semestre atingidas pelo impacto financeiro dos cortes de verbas. “É um momento em que a pressão sobre o MEC cresce e é cada vez mais necessária”, disse.
A contraproposta
Como já foi noticiado, o Comando Nacional de Greve (CNG) elaborou um documento propondo estratégias de negociação com o governo da pauta da greve nacional dos docentes. Os eixos dessa pauta – que passou a se constituir numa contraproposta – incorporou pontos apresentados pelo Comando Local de Greve (CLG) da UFRJ.
A contraproposta formalizada pelo CNG, portanto, contém princípios discutidos e propostas aprovadas pela Assembleia Geral da Adufrj-SSind realizada no Ipub dia 31 de julho.
Essa contraproposta (veja, na íntegra, no Comunicado nº 30, do Comando Nacional de Greve) deve ser apresentada ao Ministério da Educação, assim que o ministro Renato Janine Ribeiro receber os professores federais em greve.
Dentre os princípios, estão a defesa do caráter público da universidade, com exigência de que o ministro da Educação assine compromisso de não adoção de gerenciamento mercantil de contratação nas IFE, reversão dos cortes no orçamento, garantia de gratuidade em todos os níveis e compromisso de retomada de concursos para cargos hoje extintos.
Outros pontos dizem respeito a condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentados.
Leia mais: AG mantém greve e fortalece contraproposta para negociação
Filipe Galvão. Especial para o Jornal da Adufrj
Os cerca de dois mil alunos do Ensino Médio que compareceram ao “Conhecendo a UFRJ” não sabiam exatamente o que esperar. Para a maioria, aquela era a primeira vez em uma universidade pública. Embarcar em um turbilhão, provavelmente, era a última das expectativas.
O evento – que começou em 2004 para apresentar a universidade a seus alunos em potencial – encontrou uma UFRJ em convulsão. Nas edições anteriores os estudantes seguiam um roteiro de grande evento: zanzar entre tendas, assistir a shows, usar banheiros químicos.
Desta vez, o roteiro foi de formação política. No ano da pátria educadora, os visitantes puderam ver de perto os resultados concretos da política de sucateamento da educação pública federal: precarização das universidades; professores, técnicos e estudantes em greve; denúncias de assédio e trabalho precarizado.
No evento de abertura, Cláudio Ribeiro, presidente da Adufrj-SSind, falou sobre a greve na UFRJ. Representando o Comando Local de Greve, Cláudio reforçou que a luta dos professores pelo ensino superior público, gratuito e de excelência diz respeito ao futuro dos secundaristas.
Apesar de estar com as atividades acadêmicas e administrativas suspensas, a reitoria da UFRJ entendeu que receber os alunos do Ensino Médio seria uma oportunidade para explicar o momento da universidade. E foi. Quem participou da cerimônia de abertura se disse ainda mais determinado a ingressar na federal para lutar ao lado dos trabalhadores.