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Prestação de contas da gestão 2013-2015 também foi aprovada

Elisa Monteiro
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Os docentes da UFRJ tiveram sua primeira assembleia do ano, dia 11, no auditório da Escola de Serviço Social, campus da Praia Vermelha. No encontro, foi aprovada a prestação de contas da gestão anterior 2013-2015 e eleitos os representantes para o 35º Congresso do Andes-SN.

Os gastos dos dois últimos anos da entidade foram apresentados por Antonio Solé Cava (2º secretário). As contas, previamente aprovadas pelo Conselho de Representantes, foram ratificadas pela AG sem votos contrários. “A avaliação da diretoria é que não há nada que impeça a aprovação das contas da gestão anterior. Está tudo detalhado. Quem tiver interesse encontra toda a informação no site”, destacou Tatiana Roque. “Nossa única preocupação é que haja mais transparência. A partir de agora, (os gastos) serão publicados para que a discussão seja conjunta”.

 Em relação ao caixa da entidade, o 2º secretário afirmou que não houve variação significativa entre o início e o fim da gestão. “Cerca de R$ 800 mil, o equivalente a dois meses de contribuições dos associados. Arrecadamos mais de R$ 4 milhões por ano. Do que é arrecadado junto aos sindicalizados, 25% vão para o Andes e 2% para a Conlutas”.

Sobre o tema, Cláudio Ribeiro (ex-presidente na gestão 2013-2015) justificou o percentual de repasse mais elevado em relação a outras seções sindicais: “Na verdade, a Adufrj é apenas uma seção sindical do Andes. A filiação dos associados é ao Sindicato Nacional. É ele que faz o repasse para as seções. A deliberação congressual do sindicato é de contribuição de 1%. Como na Adufrj decidimos reduzir para 0,8% o desconto, compensamos isso enviando 25% no lugar dos 20% previstos”. A obrigatoriedade da “compensação”, contudo, ficou no ar.

Economia doméstica

O 2º secretário da Adufrj enfatizou os gastos com Comunicação, o “segundo maior, de aproximadamente R$ 2 milhões”, entre outubro de 2013 e outubro de 2015. Como exemplo, fez referência ao jornal impresso da entidade — que foi substituído, como veículo de informação, pela atual diretoria, por um boletim eletrônico (para recebê-lo, professores sindicalizados ou não devem enviar uma solicitação com o nome completo e o endereço eletrônico de sua preferência para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) — que representava investimento de cerca de R$ 400 mil/anuais, “incluindo envelopamento e envio pelo correio”.

A despesa com “Pessoal”, em torno de R$ 1,8 milhão (nos dois anos de mandato) também foi ressaltada. Segundo o dirigente, subtraído o repasse sindical, o valor corresponderia a 37% do orçamento. O cálculo não inclui a equipe jurídica. A greve de 2015, também citada pelo 2º secretário, teria consumido 15% dos gastos naquele ano um valor próximo a R$ 425 mil, enquanto as doações de solidariedade a movimentos sociais representaram 4%.

Congresso terá delegação plural

A participação dos docentes da UFRJ no o 35º Congresso do Andes-SN terá mais pluralidade. Para eleição dos delegados, a AG bateu duas chapas concorrentes. João Torres (Instituto de Física) defendeu o método: “É importante para a legitimidade da delegação que a pluralidade de pensamento da Adufrj esteja representada”.

Liv Sovik (ECO) e Tatiana Rappoport compuseram uma das chapas e, com 16 votos, tornaram-se delegadas.  A outra chapa, que apresentou 13 nomes e recebeu 34 votos, teve direito a indicar 11 delegados. Os professores Licius Bossolan e Martha Werneck (ambos da EBA) irão ao evento como suplentes e observadores (com direito a voz, não a voto). Assim, completaram a representação, como delegados: Cláudio Ribeiro (FAU); Cleusa Santos (ESS); Cristina Miranda (CAp); Elaine Martins Moreira (ESS); Eunice Bomfim (FAU); Gustavo Repetti (ESS); Liv Sovik (ECO); Mariana Trotta (FND); Regina Pugliese (CAp); Salatiel Menezes (Instituto de Biofísica); Sara Granemann (ESS); Tatiana Rappoport (Instituto de Física); e Vicente Gil (DGEI). Seguindo as regras do Congresso, a diretoria da Adufrj ainda anunciou o nome de Gustavo Camargo como seu delegado, que não precisava ser eleito em assembleia.

Entre consensos e polêmicas

A Assembleia Geral ratificou os consensos alcançados no Conselho de Representantes. Entre eles, a proposta de texto de resolução sobre movimento docente, conjuntura e centralidade da luta (Texto Resolução-1), isto é, o foco pretendido para a ação sindical que indica a defesa do caráter público, gratuito e de qualidade da educação, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores. A proposta indica a unidade junto aos demais movimentos que apontam a mesma direção.

Como forma de luta, ficou indicada a TR-8 que fala na necessidade de retomar uma agenda comum que aglutine movimentos sociais e amplie o arco de forças em prol da educação pública a partir da construção de um II Encontro Nacional de Educação.

Em relação à pauta conjunta entre docentes e demais servidores públicos federais (SPF), a grande maioria dos itens (22 dos 25) foi aprovada por unanimidade. Com manifestações divergentes, passaram os pontos que dizem respeito ao fim da terceirização, à revogação das leis que criaram a Ebserh e as Organizações Sociais e o PL 2.723/15, que autoriza o “home office” (trabalho em casa) na administração pública.

Sobre a terceirização na administração pública, Maria Tereza Leopardi (Instituto de Economia) disse ser favorável em alguns casos, “assegurados todos os direitos, sem precarização”. “Será que todas as funções exercidas na universidade devem realmente ser feitas por servidores?”, questionou. “Acho que é uma coisa discutível. O pró-reitor Roberto Gambine (PR-3), por exemplo, diz ser possível a terceirização de algumas funções sim”.

Prevaleceu, contudo, a leitura expressa por Luitgarde Cavalcante Barros (IFCS): “Não existe um item da terceirização (na administração pública) que sirva à população”, defendeu. “Qual nação forte sobreviveu na mão de mercenários administrando dinheiro público na Educação e Saúde?”, questionou. “Apenas o que se viu é malversação do dinheiro público, crime e desperdício”, completou.

Qual produtivismo?

Outro ponto quente da discussão foi o debate sobre o sentido do produtivismo para os docentes. O pomo da discórdia apareceu no debate sobre o texto de resolução que indica combater a utilização de critérios produtivistas, exemplificando com a plataforma de publicações, o Qualis, da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Na visão de Sara Granemann, a Capes expressa “uma forma de avaliação chapada” e quantitativa, que acaba privilegiando alguns campos de saberes em detrimento de outros. Solé discordou: “A Qualis da Capes muito contribuiu para o desenvolvimento da pós-graduação”. Já para Fernando Santoro (2º vice-presidente), o cerne do problema está na transferência de uma avaliação que deveria ser “de programas e revistas” para indivíduos, “que acabam competindo entre os pares”.

Tatiana Roque afirmou que o problema não se restringe ao Brasil. “Há um movimento internacional de crítica à aplicação de critérios de avaliação que deveriam ser aplicados às instituições em cima das pessoas”.  A crítica à Capes, contudo, venceu a votação. “Esse argumento de que é uma avaliação institucional não me convence. A instituição é feita de gente de carne e osso”, disse Graça Reis (do CAp).

Debate aberto

Os temas do Caderno de Textos não vencidos pela AG serão debatidos pela comitiva que vai ao 35º Congresso. A reunião aberta será realizada na quinta-feira, 21, 15h, no Fundão. O encontro nacional do movimento docente está marcado entre 25 e 30 de janeiro, na cidade de Curitiba, Paraná.

 

Prestação de contas da gestão 2013-2015 também foi aprovada

Elisa Monteiro
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Os docentes da UFRJ tiveram sua primeira assembleia do ano, dia 11, no auditório da Escola de Serviço Social, campus da Praia Vermelha. No encontro, foi aprovada a prestação de contas da gestão anterior 2013-2015 e eleitos os representantes para o 35º Congresso do Andes-SN.

Os gastos dos dois últimos anos da entidade foram apresentados por Antonio Solé Cava (2º secretário). As contas, previamente aprovadas pelo Conselho de Representantes, foram ratificadas pela AG sem votos contrários. “A avaliação da diretoria é que não há nada que impeça a aprovação das contas da gestão anterior. Está tudo detalhado. Quem tiver interesse encontra toda a informação no site”, destacou Tatiana Roque. “Nossa única preocupação é que haja mais transparência. A partir de agora, (os gastos) serão publicados para que a discussão seja conjunta”.

 Em relação ao caixa da entidade, o 2º secretário afirmou que não houve variação significativa entre o início e o fim da gestão. “Cerca de R$ 800 mil, o equivalente a dois meses de contribuições dos associados. Arrecadamos mais de R$ 4 milhões por ano. Do que é arrecadado junto aos sindicalizados, 25% vão para o Andes e 2% para a Conlutas”.

Sobre o tema, Cláudio Ribeiro (ex-presidente na gestão 2013-2015) justificou o percentual de repasse mais elevado em relação a outras seções sindicais: “Na verdade, a Adufrj é apenas uma seção sindical do Andes. A filiação dos associados é ao Sindicato Nacional. É ele que faz o repasse para as seções. A deliberação congressual do sindicato é de contribuição de 1%. Como na Adufrj decidimos reduzir para 0,8% o desconto, compensamos isso enviando 25% no lugar dos 20% previstos”. A obrigatoriedade da “compensação”, contudo, ficou no ar.

Economia doméstica

O 2º secretário da Adufrj enfatizou os gastos com Comunicação, o “segundo maior, de aproximadamente R$ 2 milhões”, entre outubro de 2013 e outubro de 2015. Como exemplo, fez referência ao jornal impresso da entidade — que foi substituído, como veículo de informação, pela atual diretoria, por um boletim eletrônico (para recebê-lo, professores sindicalizados ou não devem enviar uma solicitação com o nome completo e o endereço eletrônico de sua preferência para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) — que representava investimento de cerca de R$ 400 mil/anuais, “incluindo envelopamento e envio pelo correio”.

A despesa com “Pessoal”, em torno de R$ 1,8 milhão (nos dois anos de mandato) também foi ressaltada. Segundo o dirigente, subtraído o repasse sindical, o valor corresponderia a 37% do orçamento. O cálculo não inclui a equipe jurídica. A greve de 2015, também citada pelo 2º secretário, teria consumido 15% dos gastos naquele ano um valor próximo a R$ 425 mil, enquanto as doações de solidariedade a movimentos sociais representaram 4%.

Congresso terá delegação plural

A participação dos docentes da UFRJ no o 35º Congresso do Andes-SN terá mais pluralidade. Para eleição dos delegados, a AG bateu duas chapas concorrentes. João Torres (Instituto de Física) defendeu o método: “É importante para a legitimidade da delegação que a pluralidade de pensamento da Adufrj esteja representada”.

Liv Sovik (ECO) e Tatiana Rappoport compuseram uma das chapas e, com 16 votos, tornaram-se delegadas.  A outra chapa, que apresentou 13 nomes e recebeu 34 votos, teve direito a indicar 11 delegados. Os professores Licius Bossolan e Martha Werneck (ambos da EBA) irão ao evento como suplentes e observadores (com direito a voz, não a voto). Assim, completaram a representação, como delegados: Cláudio Ribeiro (FAU); Cleusa Santos (ESS); Cristina Miranda (CAp); Elaine Martins Moreira (ESS); Eunice Bomfim (FAU); Gustavo Repetti (ESS); Liv Sovik (ECO); Mariana Trotta (FND); Regina Pugliese (CAp); Salatiel Menezes (Instituto de Biofísica); Sara Granemann (ESS); Tatiana Rappoport (Instituto de Física); e Vicente Gil (DGEI). Seguindo as regras do Congresso, a diretoria da Adufrj ainda anunciou o nome de Gustavo Camargo como seu delegado, que não precisava ser eleito em assembleia.

Entre consensos e polêmicas

A Assembleia Geral ratificou os consensos alcançados no Conselho de Representantes. Entre eles, a proposta de texto de resolução sobre movimento docente, conjuntura e centralidade da luta (Texto Resolução-1), isto é, o foco pretendido para a ação sindical que indica a defesa do caráter público, gratuito e de qualidade da educação, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores. A proposta indica a unidade junto aos demais movimentos que apontam a mesma direção.

Como forma de luta, ficou indicada a TR-8 que fala na necessidade de retomar uma agenda comum que aglutine movimentos sociais e amplie o arco de forças em prol da educação pública a partir da construção de um II Encontro Nacional de Educação.

Em relação à pauta conjunta entre docentes e demais servidores públicos federais (SPF), a grande maioria dos itens (22 dos 25) foi aprovada por unanimidade. Com manifestações divergentes, passaram os pontos que dizem respeito ao fim da terceirização, à revogação das leis que criaram a Ebserh e as Organizações Sociais e o PL 2.723/15, que autoriza o “home office” (trabalho em casa) na administração pública.

Sobre a terceirização na administração pública, Maria Tereza Leopardi (Instituto de Economia) disse ser favorável em alguns casos, “assegurados todos os direitos, sem precarização”. “Será que todas as funções exercidas na universidade devem realmente ser feitas por servidores?”, questionou. “Acho que é uma coisa discutível. O pró-reitor Roberto Gambine (PR-3), por exemplo, diz ser possível a terceirização de algumas funções sim”.

Prevaleceu, contudo, a leitura expressa por Luitgarde Cavalcante Barros (IFCS): “Não existe um item da terceirização (na administração pública) que sirva à população”, defendeu. “Qual nação forte sobreviveu na mão de mercenários administrando dinheiro público na Educação e Saúde?”, questionou. “Apenas o que se viu é malversação do dinheiro público, crime e desperdício”, completou.

Qual produtivismo?

Outro ponto quente da discussão foi o debate sobre o sentido do produtivismo para os docentes. O pomo da discórdia apareceu no debate sobre o texto de resolução que indica combater a utilização de critérios produtivistas, exemplificando com a plataforma de publicações, o Qualis, da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Na visão de Sara Granemann, a Capes expressa “uma forma de avaliação chapada” e quantitativa, que acaba privilegiando alguns campos de saberes em detrimento de outros. Solé discordou: “A Qualis da Capes muito contribuiu para o desenvolvimento da pós-graduação”. Já para Fernando Santoro (2º vice-presidente), o cerne do problema está na transferência de uma avaliação que deveria ser “de programas e revistas” para indivíduos, “que acabam competindo entre os pares”.

Tatiana Roque afirmou que o problema não se restringe ao Brasil. “Há um movimento internacional de crítica à aplicação de critérios de avaliação que deveriam ser aplicados às instituições em cima das pessoas”.  A crítica à Capes, contudo, venceu a votação. “Esse argumento de que é uma avaliação institucional não me convence. A instituição é feita de gente de carne e osso”, disse Graça Reis (do CAp).

Debate aberto

Os temas do Caderno de Textos não vencidos pela AG serão debatidos pela comitiva que vai ao 35º Congresso. A reunião aberta será realizada na quinta-feira, 21, 15h, no Fundão. O encontro nacional do movimento docente está marcado entre 25 e 30 de janeiro, na cidade de Curitiba, Paraná.

 

Consuni aprova proposta de orçamento para 2016

Texto: Elisa Monteiro
Foto: Renan Silva/Sintufrj 

A reitoria da UFRJ aprovou na sessão do Conselho Universitário deste dia 22 sua proposta de orçamento com previsão de déficit para 2016. A administração indica que deverá gastar R$ 507,4 milhões para 2016, embora o limite orçamentário estipulado esteja na casa dos R$ 453,7 milhões. Isto é, uma diferença de aproximadamente R$ 53 milhões.

Os cortes e os contingenciamentos realizados pelo governo federal nos últimos meses, conforme sinalizado pela administração central na audiência pública sobre orçamento, realizada dia 9 no auditório do CCMN, também foram incorporados à conta. Com um passivo de R$ 128,6 milhões estimado em 2015, o “rombo” total até o fim do próximo ano ficaria em R$ 182,3 milhões.

Estratégia divide opiniões

A extrapolação do limite orçamentário recebeu parecer favorável da Comissão de Desenvolvimento do Consuni, mas recebeu críticas de diversos conselheiros. Milton Lopes, presidente da Comissão de Legislação e Normas, manifestou-se pelo Instituto de Matemática, contrário à proposta: “Todo orçamento trabalha com recursos finitos. E discutir orçamento significa lidar com a saia justa de definir o que será cortado ou não. Não fazer o corte nós mesmos é abrir mão da decisão final”. João Carlos Basílio (Titulares do CT) e Thereza Cristina Paiva (Associados do CCMN) falaram no mesmo sentido.

O reitor, Roberto Leher, afirmou que “o orçamento deficitário independe da vontade da administração”. Segundo o dirigente, a alternativa para acertar as contas sem incluir o déficit acumulado seria “fechar a universidade inteira até setembro de 2016”. “Não podemos simplesmente deixar de prestar o serviço à nação”, argumentou.

Sete professores abstiveram-se e dois foram contrários à proposta, entregando as declarações de voto, por escrito, à mesa. Por críticas distintas dos docentes — por exemplo, à manutenção da política de terceirização —, a bancada estudantil dos graduandos também se absteve.

Mais transparência e participação

O parecer favorável à proposta da Comissão de Desenvolvimento destacou a necessidade de mais atenção à aplicação do orçamento participativo, sugerindo a criação de uma comissão específica com engajamento das decanias e das pró-reitorias de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) e Gestão e Governança (PR-6).

A falta de tempo e espaço para participação no debate sobre orçamento também foi apontada por alguns representantes. Sobre a metodologia, Bruno Souza de Paula (Adjunto CCCMN) avaliou que a comparação de percentuais de gastos (2015-2016) prejudicou parte da análise sobre gastos. “Quando a gente vai olhar os valores absolutos, percebe que houve aumento porque o orçamento aumentou”, ressaltou.

Enquanto Flávio Alves Martins (Associados do CCJE) enfatizou que, apesar da melhora no compartilhamento de informações sobre o orçamento, “as diferenciações históricas entre Centros e Unidades (na repartição dos recursos) foram mantidas mais uma vez”. O docente propôs um calendário de discussão sobre o tema para 2016.

Ericksson Almendra (representante dos ex-alunos) solicitou informações sobre repasses das fundações e cobrou, para o próximo ano, a retomada de discussões de âmbito interno, como os subsídios nos bandejões — para ele, apenas os alunos com renda familiar per capita abaixo de 1,5 salário mínimo deveriam ser beneficiados — e a construção de uma alternativa substancial para o problema de custos com energia. O esforço da administração para tornar o processo orçamentário mais democrático, contudo, também recebeu reconhecimento. “É muito positivo que possamos ter clareza do tamanho do buraco que estamos lidando”, ressaltou.

Alguns conselheiros citaram, ainda, a preocupação com os grandes gastos do HU.

Os decanos do Centro de Tecnologia (CT) e do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Fernando Ribeiro e Lilia Pougy, reforçaram a transparência dos números. A decana frisou que, “há pelo menos seis meses”, a reitoria promove diálogo junto às unidades na busca de uma solução para a situação econômica da universidade.

Adufrj: financiamento sim, gestão também!

Tatiana Roque, presidente da Adufrj, destacou na sessão que a luta contra os cortes “não é contraditória à perspectiva de dirimir dúvidas sobre onde enxugar os gastos”. “Temos responsabilidades com o dinheiro público”, afirmou.

A dirigente citou, ainda, a mobilização contra a PEC 18/2015, apresentada pelo deputado estadual Edson Albertassi (PMDB), que representa um corte de 50% nos recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj): “Foi a pressão da comunidade universitária que fez a votação sair da pauta”. “Isso mostra o potencial da resistência contra o subfinanciamento da educação e da ciência e tecnologia”, completou.

 

 



NOTAS DO CONSUNI

Em defesa do Portal de periódicos da Capes

O Consuni aprovou moção em defesa da manutenção do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Proposta pelo CCS e apresentada por Alberto Schneider, ressalta a importância da plataforma para o acesso público a partir das mais diferentes localidades de produção científica que fomenta, de forma eficiente, a pós-graduação e a inovação brasileira. O portal permite “a racionalização de recursos antes desperdiçados individualmente” e é “prioritário e indispensável”, acrescenta o texto.

Em relação ao tema, o reitor foi comunicado pelo Ministério da Educação apenas que o preço de algumas editoras está sendo visto como muito caro.  

Pela mudança na Matriz Andifes

A necessidade de mudar o dispositivo para calcular a distribuição de recursos entre as universidades federais na chamada “Matriz Andifes” voltou à cena. O reitor retomou as críticas aos critérios que “prejudicam as instituições com maior capacidade de pesquisa”. Leher afirmou que a UFRJ está entre as instituições “subavaliadas” em função do maior peso de pontuação “com foco no aluno de graduação”.

Outra distorção seria causada pela “penalização” dos cursos de graduação de alto custo: “É o caso da Geologia e demais, com muito trabalho de campo. Mas também da Música, que não comporta em aulas de violino, por exemplo, um grande número de alunos por turma”. Foi lembrada ainda a especificidade dos prédios históricos, cujo tombamento implica maior custo nas obras.

Ciência sem Fronteiras: mudanças à vista

De acordo com o reitor Leher, o Ministério da Educação informou à Andifes que está em curso uma revisão no programa Ciência sem Fronteiras em função dos custos. “Há o problema cambial, pois as universidades brasileiras arcam com 70%, 75% ou até 80%. Mas também há taxas de algumas instituições consideradas abusivas". Também deverá ser dado um peso maior aos alunos de pós-graduação, no programa.

BRICS

Está aberto o edital para programas de pesquisa que tenham convergência com a Universidade dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) promete uma comunicação especial sobre o tema para breve.

Agenda em 2016

A reitoria informou que pretende manter uma agenda de debates no próximo ano. Os temas elencados, por ora, são: terceirização, hospitais universitários e assistência estudantil.

UFRJ vai ao MPT-RJ contra empresa terceirizada


Licitação para substituir Venturelli, na parte de limpeza, ocorre neste dia 7


 

A UFRJ irá acionar o Ministério Público do Trabalho contra a empresa Venturelli — que presta serviços de limpeza, portaria e almoxarifado para diversas unidades acadêmicas (leia mais sobre este caso em: http://goo.gl/4JEM7g). A reitoria tomou conhecimento de que a firma está anunciando a demissão de funcionários que desempenham essas funções na universidade sem substituição dos postos, o que configuraria abandono de contrato. O informe foi divulgado dia 5, no site da universidade.
 

 Confira abaixo o restante da nota da administração da UFRJ: 


“Em relação aos serviços de limpeza para o CT, CCS, Prefeitura Universitária e Zona Industrial da Cidade Universitária (Gráfica, Almoxarifado Central e Garagem), informamos que a licitação para contratação de nova empresa será realizada no dia 7 de janeiro, conforme planejamento feito no ano passado pela Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6). Esse edital visa à substituição do contrato emergencial em vigor com a Venturelli, cujo prazo de expiração estava marcado para o dia 18 deste mês. O prazo estimado para início das atividades da nova vencedora do contrato costuma ser de dez dias após a licitação.”

“Para assegurar a limpeza e higienização das instalações afetadas, a reitoria planeja o remanejamento de postos de trabalho para garantir a cobertura provisória dos serviços, principalmente das áreas críticas, como as ligadas à saúde.”

“Em função da penalização pelo não cumprimento de contrato, a reitoria irá substituir a Venturelli por outra empresa, classificada no último edital para execução de serviços de portaria e almoxarifado, nas unidades acadêmicas e administrativas. O prazo previsto para os trâmites de contratação é de uma semana. Assim, a previsão é de que já na próxima segunda-feira, 11 de janeiro, esses serviços estejam normalizados.”

“Desde o ano passado, a reitoria tem acionado o MPT com o objetivo de solucionar os recorrentes atrasos no pagamento de salários e o descumprimento de direitos trabalhistas dos funcionários da Venturelli. Ao todo, a administração central da UFRJ compareceu a cinco reuniões no Ministério, buscando garantir os direitos dos trabalhadores terceirizados na universidade e a execução integral dos serviços contratados.”

“A interrupção unilateral dos sete contratos entre a empresa e a UFRJ está sujeita a penalizações, e as questões serão novamente levadas ao MPT.”

“Agradecemos a compreensão das unidades e da comunidade universitária diante dos impasses surgidos com o rompimento dos contratos e esperamos solucioná-los o mais breve possível.”

“Reitoria da UFRJ
Cidade Universitária, 5 de janeiro de 2016”

 

 

Editora da UFRJ comemora um ano da nova livraria

Aniversário ocorreu no último dia 15. Diretoria do órgão de divulgação da produção universitária também planeja lançar primeiro e-book ao fim do primeiro semestre de 2016

Texto e foto: Elisa Monteiro
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A Editora da UFRJ alcançou uma marca importante este mês: sua livraria localizada ao lado da Casa da Ciência completou um ano no dia 15 de dezembro. A trajetória deste órgão da universidade, porém, é bem mais antiga.

Fundada em 1986, a Editora não publica ficção. É regra de seu conselho editorial. Só há espaço para títulos de teoria e crítica. Além de veicular a produção brasileira nos campos da pesquisa pura e aplicada considerados mais relevantes em cada momento, também traduz títulos estrangeiros importantes nas diversas áreas do conhecimento.

Você, professor da UFRJ, quer apoio para publicar seu livro? Todo ano, a Editora da universidade abre edital para seleção de obras. Não há um número fixo de títulos que serão impressos ou reimpressos, por temporada. Tudo depende das verbas anuais e da licitação para contratação de serviços de  impressão e acabamento, ou seja, da gráfica.


De acordo com Fernanda Ribeiro, diretora adjunta, cerca de 70% do catálogo atual é composto por títulos das Humanas. No conselho editorial, a proporção de integrantes desta área é ainda maior. “É claro que a composição do conselho tem reflexo sobre os livros publicados. Mas as Humanas escrevem mais também. A grande maioria de originais que recebemos vem delas”, observa.

Em 2015, o prazo para envio de originais ficou aberto de março a outubro. O resultado leva, em média, quatro meses para sair. Fernanda justifica que o trabalho de avaliação é voluntário, daí o prazo também ser flexível. Ao final do processo anterior, 40 títulos foram publicados, entre novos e reimpressões.

Diversificar as publicações

De acordo com ela, há um esforço para conseguir uma maior diversificação tanto dos títulos, quanto da composição de conselho. Segundo Fernanda, um novo regimento já foi aprovado no Fórum de Ciência e Cultura e aguarda a aprovação final pelo Conselho Universitário. A nova composição traria mais equilíbrio entre os Centros.

Curiosamente, o livro campeão de vendas é das Ciências Exatas. Uma apostila de aulas das professoras Diomara Pinto e Maria Cândida Morgado ganhou acabamento digno do conteúdo desenvolvido pelas docentes, em 1997. De lá para cá, já foram vendidos mais de 25 mil exemplares. O livro Cálculo diferencial e integral de funções de várias variáveis chegou ao público, inicialmente, graças à iniciativa da editora de divulgar a obra em encontros acadêmicos de Matemática.

Poucos pontos de venda
Julio Dias, diretor comercial, por sua vez, conta um pouco do difícil trabalho para escoar os títulos da própria instituição e de universidades coirmãs. A Editora inaugurou seu primeiro ponto de vendas no Palácio Universitário, ainda na década de 1980. Apenas em 1997, uma pequena sala no CCMN passou a abrigar um segundo espaço de comércio da editora — e, mesmo assim, já foi fechado, após a inauguração da loja nova, perto da Casa da Ciência. Julio relata que um local dentro do IFCS, no Centro, é um desejo antigo ainda não realizado. Atualmente, alguns títulos são vendidos ainda no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), antiga Casa dos Estudantes.

Formas limitadas de pagamento

Para a equipe da editora, as vendas da editora só não alcançam um público maior pela limitação nas formas de pagamento. “Tudo tem que ser por GRU (Guia de Recolhimento da União)”, queixa-se Julio: “Cansei de ver gente separar uma pilha de livros e deixar tudo porque não pode usar cartão (bancário)”. Não fosse isso, na avaliação do servidor, as vendas teriam experimentado um acréscimo maior do que o aumento de 10% (aproximadamente 500 livros) alcançado no último ano, com a exposição da nova loja.

O sistema de depósito direto na conta única do Tesouro é norma até para compras pelo site. “A pessoa imprime o boleto, paga e confirma. Daí, mandamos pelo correio”, descreve Julio. O frete é embutido no preço. Por isso, na loja, há sempre desconto na compra, independentemente de ser estudante ou servidor da universidade.

Primeiro e-book em breve

O primeiro e-book da UFRJ será da área biomédica, com lançamento previsto para o final do primeiro semestre de 2016. O manual de atendimento organizado por Ana Maria Bolognes, Ortodontia Preventiva e Interceptativa na Ação Básica de Saúde Bucal, é o projeto-piloto e terá distribuição gratuita. A produção é 100% feita por profissionais da Editora. A equipe, conta Fernanda, recebeu treinamento para esse fim, recentemente: “A ideia é que em qualquer lugar do país os profissionais de saúde possam fazer uso da obra”.


Futuro campo de estágio

Um dos desejos da Editora é estreitar ainda mais os laços junto à Escola de Comunicação Social (ECO), e tornar o espaço também um campo de estágio para os alunos do curso de Produção Editorial. Hoje, a participação de bolsistas tanto da ECO quanto da Letras é considerada diminuta pela diretora.

 


Vontade de tornar o trabalho conhecido

Na visão da diretora, o retorno financeiro não é o foco dos autores que publicam com a editora. “A maioria que publica não está preocupada com dinheiro. Eles querem fazer o livro circular, tornar o trabalho conhecido”. Um exemplo é Formação de cidades no Brasil colonial, de Paulo Santos. Os direitos autorais foram doados à editora em troca do compromisso de reimpressão.

Até a remuneração, por exemplo, é feita em livros, o equivalente a 10% da edição. As tiragens variam de mil a três mil reproduções. Todo estreante sai com a cota mínima, podendo aumentá-la de acordo com a receptividade do público. O desapego aos direitos autorais somado à produção caseira é a chave para o baixo custo dos livros nas prateleiras. “Do copidesque às capas, tudo é feito aqui”, sublinha Ribeiro. O custo final de cada exemplar sai, em média, entre R$ 20 e R$ 25.

As traduções — serviço que é terceirizado — correspondem a aproximadamente 30% do catálogo e “implicam sempre um custo mais alto para editora”, conta Fernanda. Mesmo com as revisões técnicas das traduções sendo realizadas por professores das áreas especializadas, também de forma voluntária.

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