facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Fim do PIBID na UFRJ


Decisão ocorreu após Capes lançar portaria para reestruturar programa

Silvana Sá
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da UFRJ encerra as atividades em 30 de junho. Isto porque a Capes editou a Portaria 46/2016 que prevê uma reestruturação no programa. Todos os projetos devem se adequar às novas regras para disputarem o novo edital. Caso contrário, são descredenciados no final de junho. Os coordenadores do programa na UFRJ decidiram não submeter os projetos da universidade. A decisão foi levada à reitoria, que acatou a medida.

De acordo com a avaliação desses coordenadores, a nova portaria descaracteriza a função principal do PIBID, já que as atividades passam a ser de reforço escolar e não de formação e elaboração de novas ferramentas para o ensino-aprendizagem. Outra observação feita pelo coordenador institucional do programa na UFRJ, professor Joaquim Fernando Mendes da Silva, é que os bolsistas passariam a ter uma relação de prestação de serviço e não de formação.

“O projeto novo é desarticulado da formação e descaracteriza também a participação do professor nas escolas. Para a formação dos nossos licenciandos, chegamos à conclusão de que o melhor seria não participar deste novo formato”, informou Joaquim Silva.

Segundo explicou, a reestruturação da Capes prevê que os atuais supervisores do programa (professores de escolas públicas) sejam desligados e que novos sejam indicados pelas secretarias de educação. “Eles devem supervisionar grupos de bolsistas de três ou quatro escolas, mas não precisam necessariamente ter matrícula nelas”, disse.

Projeto de extensão

O docente avalia os impactos do fim do PIBID na universidade. “Cerca de 250 bolsas serão extintas para os alunos das licenciaturas. Outro grande impacto é a interrupção das ações nas escolas. Com relação a isso, nossa proposta é criar outro projeto na UFRJ, de extensão, com as características originais do PIBID, envolvendo a formação docente”. Segundo o coordenador, este novo projeto está sendo pensado pelos atuais coordenadores do PIBID e será apresentado para as pró-reitorias de Graduação e de Extensão. A iniciativa, porém, ainda não tem data para acontecer.

Esperança é a última que morre

 

Articulações em nível nacional reivindicam que a Capes anule a Portaria 46/2016. Diversos grupos e entidades estão solicitando ao Ministério Público Federal que interfira junto à Capes para a revisão da portaria. “Há inúmeras denúncias. O que esperamos é que a agência de fomento reveja sua posição e que não tenhamos que acabar com nossos projetos”, disse Silva.

Comissão combate violência e preconceito nos campi

Texto e fotos: Elisa Monteiro
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

“Não é que o racismo não acontecesse, mas, com as cotas, se potencializam os casos de violência”, avaliou Luciene Lacerda, psicóloga do Departamento de Bioética do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, durante o evento que lançou, neste dia 31, uma comissão interna de combate às opressões e à violência na UFRJ.

Medicina, Engenharia e Direito são cursos tradicionais. Correspondem também aos locais dos depoimentos mais fortes de violências sofridas por estudantes. “Aqui não é o seu lugar”, disse uma veterana da FND para Gabriela Barreto em seus primeiros dias no curso, em 2014. Em 2015, a estudante passou a compor o Coletivo Negro Claudia Silva Ferreira.  Seu depoimento, no encontro promovido pela reitoria, apontou a violência simbólica da quase completa ausência de docentes negros na faculdade.

Em separado, a jovem conta do exercício de conscientização trabalhado entre alunos: “Nós fazemos uma brincadeira de observar quantos negros sobem e descem a escada da FND. Nós nos identificamos com a pessoa da limpeza, o cara que guarda carros”. Mentalmente, Gabriela soma quatro nomes de docentes negros, apenas uma mulher. Do seu campo de preferência, Direito Penal, não recorda de um autor negro ou autora. “Eu tenho que estudar Direito Romano e quase nada sobre a sociedade brasileira”, critica.

Para a jovem, a falta de informação dificulta direitos elementares como o acesso a um órgão da universidade, como a Ouvidoria-Geral. Segundo ela, na FND, são comuns as denúncias de opressão e violência serem abafadas ou se reverterem em perseguições: “Quando você vai à coordenação, pedem que você prove. E o professor te reprova na disciplina. Aconteceu comigo”.

IMG 9076bGabriela Barreto, Cissa Soares e Paula Rodrigues relataram casos de violência em unidades tradicionais da UFRJ

“A Medicina é o curso das piadas do cospe ou engole, de que mulher para ter vaga em ambulatório ou fazer exame tem que jogar charme”,  depõe Cissa Soares, estudante do curso e participante do Coletivo Mulheres (e Trans)de Março. Um conservadorismo que se reflete na grade curricular é criticado: “A saúde trans(dos transexuais) não é questão. A grade se recusa a tratar dos hermafroditas por serem considerados raros. Bioética é opcional”. Segundo a jovem, que participa também da Comissão de Direitos Humanos aprovada na Congregação da Medicina, o assédio no curso, além da conotação sexual, desqualifica profissionalmente as mulheres. Como se não bastasse, o trote possui histórico de violência.

Violência em festas

Recorrentes denúncias de abusos e assédio durante a festa estudantil da Engenharia Naval provocaram a formação do Coletivo de Mulheres “ComCiência”, em novembro de 2015. De acordo com Paula Rodrigues, uma de suas integrantes, o último evento teria chegado a socos e chutes em uma estudante. “O Centro Acadêmico montou uma tenda com oito mulheres e uma segurança para circular no evento, coibindo situações do tipo”. Ironicamente, uma das ocorrências apartadas pelas mulheres foi a de um segurança atacando um casal de lésbicas. O caso foi parar na delegacia.

A estudante compartilhou as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam no curso. “Você ouve que mulher está roubando vagas dos homens, que tudo de errado no país é por ter uma mulher na presidência, que você tem um rosto bonito demais para estar na sala de aula com homens”.  De cabeça, Paula se lembra de apenas duas professoras mulheres.  Paula avalia que o pouco peso da representação estudantil (15%) na eleição para dirigentes universitários contribui para bloquear mudanças de mentalidade: “São sempre as mesmas pessoas sendo eleitas”.

Campanha “Não se cale”

O evento realizado no auditório do CCMN (Roxinho) faz parte da campanha “Não se Cale”, lançada no início do mês de maio. E contou com a participação do reitor Roberto Leher: “A universidade é o espaço do conhecimento e deve difundir valores libertários”.  Leher repudiou “qualquer manifestação de ódio e intolerância”, argumentando que “o não reconhecimento da alteridade impede uma universidade pulsante”. Questionado sobre a proposta de divisão da Comissão por subgrupos temáticos: raça, gênero, trabalho, política estudantil e LGBTT, o dirigente afirmou que a agenda “corresponde a movimentos sociais já com expressão de demandas na universidade”. Participaram da mesa ainda Cristina Riche (Ouvidoria) e Elidio Borges (Superintendência Geral de Políticas Estudantis).

Descubra e divirta-se na Casa da Ciência

Exposição faz crianças aprenderem conceitos da física de modo criativo

Samantha Su
Estagiária e Redação
Fotos: Divulgação/Casa da Ciência 

Como levantar um peso maior que o do próprio corpo? Como criar hologramas através dos espelhos? Ou fazer girar de modo mais veloz? As respostas para estas perguntas podem ser conferidas através de experimentos criativos na Casa da Ciência da UFRJ até o dia 18 de dezembro desse ano.

A exposição “Descubra e Divirta-se” tem por objetivo estimular o conhecimento científico de forma aplicável no cotidiano. Professora do Colégio Santo Amaro, Denise Marques compareceu ao local com seus alunos e elogiou a iniciativa: “Para eles, é ótimo interagir, porque estimula. Levamos em museus e eles não podem tocar nas coisas. Aqui, eles utilizam os objetos”. Ela completou: “Acho que é o tipo de passeio que vira um projeto de extensão da escola. Traz um enriquecimento sobre o que dizemos em sala de aula para o dia a dia”, disse.

Loopping 2

Segundo a assessoria da Casa da Ciência, a maior parte das visitações é de escolas. E a proposta é estimular isso ainda mais: quando acabar a greve da educação estadual, a UFRJ vai enviar convites da exposição aos colégios públicos.

A mostra conta com 24 auxiliadores, responsáveis por explicar os mecanismos de cada invenção. Eles foram escolhidos através de um processo seletivo e são bolsistas de Engenharia, Física e Pedagogia da UFRJ. “Aqui funciona também como um estágio de docência. O mais legal é que são pessoas de áreas diferentes, com olhares diferentes sobre a ciência. Os estudantes que vieram da Pedagogia têm uma didática diferente. As da Física e da Engenharia contribuem com outro olhar”, explicou Daniele Fialho, que atua no setor educativo da Casa.

Algumas das invenções expostas são: o Descanso de Faquir, cadeira de pregos que não causa dor a quem nela senta; e o Supermuque de Arquimedes, que, diz a lenda, possibilitou a um rei, sozinho, puxar um navio. Projeções em espelhos, eletromagnetismo, velocidade, estática, mecânica e movimento são conceitos aplicados em outros experimentos.

Pêndulo Caótico 1

Para Lucas Tadeu, aluno do 6º ano do Colégio Santo Amaro, a experiência mais interessante foi a do jogo de sombras “A gente está acostumado que as sombras nos sigam. Lá dentro, elas ficam paradas”, afirmou.

Visite

A exposição é gratuita e funciona de terça a sexta, de 9h às 20h, e de 10h às 20h nos finais de semana e feriados. A Casa da Ciência fica na Rua Lauro Müller, 3, em Botafogo.

 tire a mao capa Facebook


Professores preparam protestos contra medidas do governo interino

O governo interino de Michel Temer ameaça conquistas históricas dos defensores da universidade pública e gratuita. Dois dos principais ataques – o fim do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a desvinculação das verbas da educação ­ já mobilizam a comunidade acadêmica da UFRJ. Desde a semana passada, a Adufrj prepara uma série de eventos em toda a cidade e convoca os colegas para dizer um sonoro não à sensação de que estão metendo a mão em nossos direitos.  

Na tarde da próxima quinta-feira, dia 2, haverá um ato no Palácio Capanema, no Centro do Rio, contra a proposta governamental de desvincular recursos do orçamento da Educação. O protesto é organizado pela Adufrj e pelo Fórum de Ciência e Cultura da universidade.

Com o lema “Tire a mão da Educação! E da Saúde, da Ciência e da Cultura!”, o evento está marcado para começar às 14h no prédio que já conquistou a fama de centro de resistência contra a extinção do Ministério da Cultura, mais uma das medidas inaugurais do governo interino. Com a participação de docentes de diversas áreas, o ato terá uma aula pública sobre a importância da vinculação constitucional mínima para a Educação.

A Carta Magna determina que o governo federal destine à educação, no mínimo, 18% da receita líquida dos impostos, já descontado o percentual transferido a Estados e municípios. Esse cálculo não inclui outras receitas do governo que não os impostos, como as contribuições sociais. Em 2015, por exemplo, o governo gastou 22,96%.

Como exemplo da importância dos investimentos na área, também será mostrado o trabalho da universidade no combate ao vírus zika — assunto noticiado no primeiro número do novo Jornal da Adufrj. Professores da Faculdade Nacional de Direito, por sua vez, vão lançar um olhar constitucionalista sobre o tema da vinculação orçamentária. Apresentações artísticas completam a programação.

Ciência na Praça

No sábado (4), a Adufrj, a Frente da UFRJ contra a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) organizam um outro evento contra o governo interino. O “Ciência na Praça” acontecerá no Largo do Machado, de 10h às 14h. Nesta atividade, o foco será a luta contra a extinção do MCTI – que sofreu, no governo Temer, a fusão com o Ministério das Comunicações. Haverá oficinas e atividades lúdicas para crianças.

protestos por toda parte

Tire a mão da Educação Quinta-feira, 2 de junho

14h, Palácio Gustavo Capanema, Centro

Confira detalhes do evento em: https://www.facebook.com/events/711828178919864/  

Ciência na Praça

Sábado, 4 de junho 

10h às 14h, Largo do Machado, Zona Sul

Confira detalhes do evento em: https://www.facebook.com/events/271867849826134/ 

Primeiro encontro de um ciclo de debates promovido pela mobilização de professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, em colaboração com o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) da UFF, do IFCS e do CBAE.



Topo