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WhatsApp Image 2021 06 04 at 18.54.08 4A AdUFRJ começou a coletar mais informações de todos os professores que trabalham expostos a agentes nocivos à saúde, mas não recebem os adicionais de insalubridade, periculosidade e radiação a que têm direito. O objetivo é municiar uma nova etapa das negociações com a reitoria para a concessão dos benefícios.
“Nas últimas reuniões, a reitoria pediu um detalhamento que não havia no nosso questionário eletrônico inicial, do fim do ano passado”, esclarece o professor Pedro Lagerblad, diretor da AdUFRJ. Feito o levantamento, os casos informados podem ter um encaminhamento individual ou coletivo. “No melhor cenário, podemos resolver tudo administrativamente. Ou podemos ter que resolver tudo judicialmente. Ou algo intermediário, de alguns resolvidos administrativamente e outros, via Justiça”, afirma Pedro.
O formulário eletrônico, disponível em bit.ly/direitoaoadicional, pode ser preenchido até o dia 25. O docente deve informar o nome, unidade, matrícula SIAPE, número do processo administrativo em que solicita o adicional (se houver) e se ainda trabalha submetido a algum agente prejudicial à saúde.
Para informar o número do processo, o sindicato recomenda que todos os docentes prejudicados mantenham um pedido formal no sistema da reitoria. Pode ser um recurso, quando há discordância quanto ao resultado do parecer da pró-reitoria de Pessoal, ou uma solicitação nova. “Há uma demanda reprimida. De pessoas que reclamam (por não receber o adicional), mas reclamam no corredor só”, completa o diretor.
Em paralelo à coleta de informações, a AdUFRJ encaminhou um novo ofício à reitoria. “Estamos reforçando os nossos argumentos com anexos de decisões judiciais favoráveis em casos semelhantes. E estamos incluindo uma lista de professores com dados que já conseguimos reunir”, afirma Ana Luísa Palmisciano, assessora jurídica do sindicato. “Não descartamos a ação judicial. Mas estamos vendo o que podemos resolver administrativamente ainda”, reforça.

APOSENTADORIA ESPECIAL
A concessão dos adicionais ocupacionais tem relação com outro direito dos professores que trabalham expostos a agentes nocivos à saúde: o tempo especial trabalhado nestas condições pode ser multiplicado e a pessoa pode se aposentar mais cedo
Em um segundo ofício, de forma preventiva, a AdUFRJ reivindica que este tempo especial possa ser reconhecido pela apresentação simples dos contracheques do período. A situação ainda não foi regulamentada, mas há o receio de que a administração central exija uma documentação mais detalhada e difícil de ser encontrada pelos docentes, após tantos anos.

WhatsApp Image 2021 06 04 at 18.54.07A AdUFRJ manifesta seu pesar aos amigos e familiares de Sérgio Mascarenhas de Oliveira (1928-2021), presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que faleceu no dia 31 de maio. “Sérgio, um ser humano fantástico, um educador incansável, um cidadão brasileiro íntegro e atuante politicamente, um cientista absolutamente brilhante e criativo, nos fará muita falta”, escreveu o atual presidente da SBPC, professor Ildeu Moreira de Castro. Mascarenhas graduou-se em Física pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1952) e em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1951). Foi professor titular do Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos. Também foi professor visitante em universidades internacionais de grande prestígio. Sócio ativo da SBPC desde 1962, Sérgio Mascarenhas ocupou a vice-presidência da entidade por dois mandatos, entre 1969 e 1973 e integrou seu conselho em quatro períodos (1965-1969, 1973-1977, 1977-1981, 1983-1987).

WhatsApp Image 2021 05 22 at 10.45.36Para os adultos, a folia da ciência já é tradicional e acontece todo ano em volta da mesa de bares, com pesquisadores das mais diversas áreas debatendo temas nada boêmios. É o Pint of Science, encontro mundial de divulgação científica em espaços não ortodoxos. Por conta da pandemia, o evento aconteceu de modo on line pela segunda vez em 67 cidades brasileiras e 30 países. Além das conversas com os adultos, a turma resolveu ampliar a clientela e criou, no ano passado, uma versão kids – o Pint of Milk. O evento deste ano foi dividido entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Pará. A equipe do Rio organizou o “Pint of… Perguntas!” na tarde da última segunda-feira, 17, com ativa participação de crianças com idades entre três e 12 anos, todas muito curiosas sobre os mistérios da ciência.
O cardápio temático foi o mais variado possível e reuniu cientistas para responder perguntas intrigantes dos pequenos aprendizes. Teve o professor e escritor Daniel Munduruku, do povo indígena Munduruku do Pará, a virologista Yuli Maia, doutoranda em Biologia Celular e Molecular da Fiocruz, e o astrofísico João Torres, professor do Instituto de Física da UFRJ. A apresentação e mediação foi da contadora de histórias Carol Passarinha, personagem interpretada por Carolina Gigliotti, mestre em Física pela UFRJ.
O evento foi transmitido pelo canal do Youtube Cenabio Extensão, do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ. Você pode conferir o evento na íntegra aqui: https://youtu.be/qzH9slxQlcI. A seguir, algumas das perguntas que espelham a esperança de que essas crianças criarão um mundo melhor.


Sara, 8 anos - Os remédios que os indígenas usam são os mesmos dos hospitais?
Daniel Munduruku - Na verdade, o que acontece é um pouquinho diferente e, às vezes, ao contrário. Muitos dos medicamentos das cidades são extraídos dos conhecimentos que vêm da floresta. A cidade, por conta do progresso, foi desenvolvendo formas mais rápidas de criar esses medicamentos todos, porque a população é maior e é necessário ter grande quantidade de remédios. Já nas aldeias, a nossa farmácia é a floresta. E lá nós temos os nossos médicos, que chamamos de pajés. Os pajés são grandes conhecedores da medicina indígena. Eles são os responsáveis pela cura das nossas doenças. Os remédios estão na floresta e o pajé é um grande sabedor das propriedades de cada planta. Grande parte das coisas que curam nosso corpo está na natureza em formato de plantas, de ervas, de raízes. Tudo isso é feito dentro de uma tecnologia que é própria nossa. Quando os cientistas da cidade começam a pesquisar esses remédios, eles descobrem as suas propriedades e sintetizam, transformando em comprimido, xarope, cremes de mãos, de rosto. Muitos deles são feitos com base nos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. Hoje em dia, muitos remédios que os indígenas usam vêm das farmácias, porque às vezes a doença tem mais urgência e precisa de um tratamento mais rápido.

Maria Carolina, 7 anos - Vão existir máquinas do tempo no futuro?

João Torres – Essa pergunta envolve o tempo. Hoje, nós sabemos que o tempo não é tão simples quanto as pessoas pensam. O tempo é um pouco mais complicado. Vamos supor que você tenha uma irmã gêmea. Ela é astronauta, pega uma nave espacial e sai pelo espaço. Fica cinco anos fora e quando volta, ela vê que você está diferente dela. Quem fica na Terra vai envelhecer mais e quem andou pelo espaço vai envelhecer menos. Viajar para o passado é meio complicado. Vamos imaginar que a sua irmã gêmea vá para o tempo dos dinossauros. Ela sai da máquina e a sua irmã morre lá no passado. Olha o problema: ela morreu antes de nascer. Então, isso não pode. Por isso, os cientistas exigem que exista uma coisa chamada causalidade. Quer dizer que tudo o que acontece mais na frente, no tempo, foi causado lá atrás. Se eu solto um copo, ele cai no chão e quebra, ele quebrou porque eu o soltei. Ele não pode quebrar antes de eu soltá-lo. Isso é a causalidade. Mas isso são teorias muito interessantes porque a gente quer saber se a Física permite essas coisas. Então, do ponto de vista da aplicação, de construir uma máquina, eu diria que isso não vai acontecer.

Marina, 3 anos – Quando as crianças vão ter uma vacina para o corona?
Yuli Maia – Lembra que eu falei mais cedo que a vacina é dividida em várias etapas de testes? Então, durante aquelas fases, os cientistas testam a vacina no grupo alvo, que é o grupo que vai receber aquele imunizante. A covid-19 é uma doença que tem enormes riscos para os idosos e para adultos com comorbidades. As crianças e os adolescentes são afetados, claro, mas em proporção bem menor. Então, por conta disso, inicialmente os testes clínicos não focaram na faixa etária de vocês. Eles buscaram idosos e pessoas que tinham alguma comorbidade. Mas, isso já mudou. Todas as vacinas existentes para a covid-19 estão entrando em protocolos para avaliar se a vacina é segura para vocês. Vocês ainda não podem tomar porque não se sabe se ela é segura. A vacina da Pfizer já foi aprovada nos Estados Unidos para ser aplicada em adolescentes de 12 a 15 anos, mas eles ainda estão testando em crianças de 5 a 12 anos. Aqui no Brasil ainda não há aprovação para menores de 18 anos, mas tudo indica que seja só uma questão de tempo mesmo. Com o andar da vacinação no Brasil, espera-se que vocês sejam vacinados no ano que vem. Até lá, a gente continua com distanciamento social, com uso de máscara, lavando as mãos com água e sabão e usando álcool em gel.

 

WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.31.04 1Essa pergunta tem várias respostas.

Porque, após alguns poucos atos isolados, esse é o primeiro protesto simultâneo de rua desde o início da pandemia que já causou mais de 450 mil mortes no país. Com atenção redobrada a protocolos de segurança, como o uso de máscaras adequadas e de álcool em gel e o distanciamento entre as pessoas, atos estão previstos para ao menos 85 cidades brasileiras. É um bom (re)começo.

Porque as universidades públicas brasileiras são alvos preferenciais do presidente Jair Bolsonaro. A UFRJ, a maior delas, só tem verbas para funcionamento até setembro. Produtoras de algo que os negacionistas abominam — o conhecimento —, elas tiveram seus orçamentos drasticamente cortados em 2021, e esses orçamentos devem ser recompostos, sob pena de serem ainda menores em 2022. Porque nem a UFRJ, nem qualquer outra universidade pública do país, vai fechar.

Porque o governo Bolsonaro apostou na imunidade de rebanho por meio da contaminação da população, e não da vacinação. A CPI da Pandemia, em curso no Senado, vem evidenciando que o governo fez de Manaus seu laboratório de testes, onde muitos pacientes infectados pelo coronavírus morreram por falta de oxigênio. Porque este é um governo liderado por um presidente genocida.

Porque não há vacinas para todos e muitas vidas poderiam ter sido salvas se o governo federal tivesse se empenhado em adquirir imunizantes ainda no ano passado. Ainda hoje as fábricas do Instituto Butantan e da Fiocruz se ressentem da falta de insumos básicos para a produção da Coronavac e da Oxford/AstraZeneca. Esses insumos vêm da China, a quem Bolsonaro já acusou até de fazer guerra química. WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.27.21 1

Porque muitas famílias brasileiras estão passando fome, pois atravessaram os dois primeiros meses deste ano sem qualquer ajuda do governo federal, e agora recebem auxílio emergencial insuficiente, no máximo de R$ 375. Porque o desemprego é a realidade de 14,8 milhões de brasileiros, na maior taxa já registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Porque a juventude vai à luta. Diretor da AdUFRJ, e vice-presidente da UNE de 2005 a 2007, o professor Josué Medeiros aponta a força do movimento estudantil como mola propulsora dos atos. “O movimento estudantil está presente em grandes e pequenas cidades, em universidades públicas e privadas, é fundamental nessa mobilização. Só as ruas vão nos dar a força para mudar esse quadro, e a energia dos estudantes é vital para garantir a democracia em nosso país. Vamos a partir desse ato fazer um rio de asfalto e gente”, avalia Josué, citando um verso da inspiradora canção de Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges.

Porque a negação da Ciência e os ataques à Educação partem de um governo que não tem apreço pela vida. Para a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, ir às ruas nesse momento é “quase uma imposição”. “Será uma demonstração do Brasil sério, consciente, responsável, solidário e cuidadoso com o próximo. Vamos lutar em defesa da democracia e da vida de uma forma amorosa e cuidadosa. Vamos parar essa máquina de destruição e de morte e encontrar os nossos sonhos”, defendeu Eleonora, que lembrou um verso de Carlos Drummond de Andrade que pode ser a última resposta à pergunta inicial dessa página.

Porque havemos de amanhecer.

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“Com tiranos não combinam/ Brasileiros, brasileiros corações”. Os versos do Hino 2 de julho, que marca a independência baiana, deu o tom ao ato “Educação contra a Barbárie”, organizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) na terça-feira (18). Dividida em seis blocos temáticos, a manifestação virtual foi assistida ao vivo por mais de cinco mil pessoas e, até o fechamento desta edição, obteve 62 mil acessos no canal da TV UFBA no Youtube. O orçamento da universidade foi trazido a público, mostrando as dificuldades para continuar o ano letivo de 2021, e a impossibilidade de produzir Ciência nessas condições.
“Tivemos o orçamento reduzido, cortado. Recuamos para 2010, quando tínhamos 15 mil estudantes a menos. A situação é aterradora, muito grave, e agora com um agravante ainda mais delicado. Vivemos essa situação em plena pandemia, são centenas de milhares de mortos”, afirmou o reitor da universidade, João Carlos Salles. A autonomia universitária, a assistência estudantil e a situação das universidades públicas brasileiras também foram temas do debate.
WhatsApp Image 2021 05 22 at 10.33.08Para a professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, o ato teve uma característica muito forte por ter sido conduzido pela instituição universitária, com o apoio de entidades como a APUB, o Andes e a Proifes. “O que estamos vivendo hoje com o atual governo é o ataque à universidade como instituição. Eles desmoralizam e ridicularizam a universidade pública, tentam colocar a população contra a Ciência”, opinou. A produção do ato também foi elogiada pela professora. “As danças e músicas, a arte no tapume. Estamos num momento de luto, de dor, mas também de enfrentamento a esse governo que nega a Ciência. Dentro desse cenário, a UFBA entra com um elemento fundamental de cultura e arte, que também faz parte da vida universitária”, comentou.
Artista plástico e professor da Escola de Belas Artes da UFBA, Roddolfo Carvalho protagonizou a única ação não virtual proposta pela reitoria. Na segunda-feira (17), ele e o colega de profissão, Cristiano Piton, fizeram uma intervenção artística sobre o tapume que cerca a reitoria da UFBA após o convite da diretora da Escola de Belas Artes, Nanci Novais. “Uma das coisas que discutimos foi a segurança dos artistas, porque foi uma atividade na rua. Como já tomei a vacina, me ofereci para fazer, e chamamos o professor Cristiano para construir o projeto”, contou Roddolfo.
A ideia principal da intervenção foi a da afetividade. “Vivemos tempos tenebrosos, difíceis, em que temos a banalização da morte. Esquecemos, dessa maneira, que são pessoas, cada um é o amor de alguém. Praticamente 450 mil pessoas se foram, precisamos restaurar o amor na sociedade”, explicou. “Tínhamos a oportunidade de homenagear as pessoas que estão lutando contra a covid-19. Tem um ponto de ônibus em frente à reitoria, e nada melhor do que passar uma mensagem de positividade para essas pessoas que estão na correria para conseguir o ganha-pão”, afirmou o artista. A frase escolhida foi: A UFBA homenageia quem luta pela vida contra a covid.
O ato do dia 18 priorizou os ambientes digitais na sua execução. Numa pandemia que já levou tanta gente, aglomerações vão totalmente de encontro com o que a Ciência e a razão recomendam. Para Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão e pesquisadora da cultura digital, os ambientes virtuais se tornaram vitais para o grupo que respeita as recomendações sanitárias. “Esse ativismo virtual dá a possibilidade de uma troca mais qualificada, já que não temos mais os espaços de sala de aula e troca. Temos que aprender a usar isso, pois, na relação da democracia com as redes, não podemos reduzir as experiências a nossas ações. É a virtualização da vida tanto para o melhor quanto para o pior”, opinou. Ivana acredita não haver oposição nem exclusão entre as redes e as ruas. “Esses ambientes híbridos vieram para ficar, até pela possibilidade da participação de pessoas do Brasil ou do mundo inteiro numa iniciativa”, disse. “As redes constroem novas ruas, novas formas de impactar o território e a cidade, a política, o ativismo. É claro que não substitui a rua. A gente evolui com essas experiências, até para saber se há mais interação ou menos”, completou.
Medir o engajamento é uma das maneiras de entender a participação virtual. “As pessoas que participaram do chat, as trocas que foram feitas após, a repercussão nas mídias, e os views são maneiras de medir o quanto aquele conteúdo não morreu na hora que foi feito”, explicou a pró-reitora. “A gente precisa qualificar a interação virtual, ela pode se desdobrar e não acabar ali. Não pode ser desqualificado como ativismo de sofá, porque temos níveis de envolvimento com aquela participação virtual, assim como temos na sala de aula”, afirmou.

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