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WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.31.04 1Essa pergunta tem várias respostas.

Porque, após alguns poucos atos isolados, esse é o primeiro protesto simultâneo de rua desde o início da pandemia que já causou mais de 450 mil mortes no país. Com atenção redobrada a protocolos de segurança, como o uso de máscaras adequadas e de álcool em gel e o distanciamento entre as pessoas, atos estão previstos para ao menos 85 cidades brasileiras. É um bom (re)começo.

Porque as universidades públicas brasileiras são alvos preferenciais do presidente Jair Bolsonaro. A UFRJ, a maior delas, só tem verbas para funcionamento até setembro. Produtoras de algo que os negacionistas abominam — o conhecimento —, elas tiveram seus orçamentos drasticamente cortados em 2021, e esses orçamentos devem ser recompostos, sob pena de serem ainda menores em 2022. Porque nem a UFRJ, nem qualquer outra universidade pública do país, vai fechar.

Porque o governo Bolsonaro apostou na imunidade de rebanho por meio da contaminação da população, e não da vacinação. A CPI da Pandemia, em curso no Senado, vem evidenciando que o governo fez de Manaus seu laboratório de testes, onde muitos pacientes infectados pelo coronavírus morreram por falta de oxigênio. Porque este é um governo liderado por um presidente genocida.

Porque não há vacinas para todos e muitas vidas poderiam ter sido salvas se o governo federal tivesse se empenhado em adquirir imunizantes ainda no ano passado. Ainda hoje as fábricas do Instituto Butantan e da Fiocruz se ressentem da falta de insumos básicos para a produção da Coronavac e da Oxford/AstraZeneca. Esses insumos vêm da China, a quem Bolsonaro já acusou até de fazer guerra química. WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.27.21 1

Porque muitas famílias brasileiras estão passando fome, pois atravessaram os dois primeiros meses deste ano sem qualquer ajuda do governo federal, e agora recebem auxílio emergencial insuficiente, no máximo de R$ 375. Porque o desemprego é a realidade de 14,8 milhões de brasileiros, na maior taxa já registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Porque a juventude vai à luta. Diretor da AdUFRJ, e vice-presidente da UNE de 2005 a 2007, o professor Josué Medeiros aponta a força do movimento estudantil como mola propulsora dos atos. “O movimento estudantil está presente em grandes e pequenas cidades, em universidades públicas e privadas, é fundamental nessa mobilização. Só as ruas vão nos dar a força para mudar esse quadro, e a energia dos estudantes é vital para garantir a democracia em nosso país. Vamos a partir desse ato fazer um rio de asfalto e gente”, avalia Josué, citando um verso da inspiradora canção de Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges.

Porque a negação da Ciência e os ataques à Educação partem de um governo que não tem apreço pela vida. Para a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, ir às ruas nesse momento é “quase uma imposição”. “Será uma demonstração do Brasil sério, consciente, responsável, solidário e cuidadoso com o próximo. Vamos lutar em defesa da democracia e da vida de uma forma amorosa e cuidadosa. Vamos parar essa máquina de destruição e de morte e encontrar os nossos sonhos”, defendeu Eleonora, que lembrou um verso de Carlos Drummond de Andrade que pode ser a última resposta à pergunta inicial dessa página.

Porque havemos de amanhecer.

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