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O olhar crítico sobre o torneio da Fifa e sobre os Jogos Olímpicos de 2016 é o tema central desta edição de lançamento da revista Cadernos Adufrj.

A crescente ampliação do Estado policial e os efeitos disso na vida política de quem se insurge são temas abordados nos artigos.

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Mas continua a tarefa do movimento docente de construir as condições de mobilização necessária para enfrentar desafios como o PNE, assinala carta da diretoria e do Conselho de Representantes da Seção Sindical

Recesso acadêmico em breve foi outro fator mencionado

Elisa MonteiroEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Os docentes presentes à assembleia da Adufrj-SSind (34 sindicalizados e 21 não sindicalizados) do dia 4, no Instituto de Psicologia, avaliaram que ainda não é o momento para adesão a uma greve indicada pelo Setor das Federais do Andes-SN: “Motivos não faltam, mas a avaliação local é que não há condições, neste momento, para realizar uma greve na UFRJ”, disse Cristina Miranda, sobre reunião de Unidade realizada no Colégio de Aplicação. 

Entre as argumentações pela não paralisação, destacaram-se as relacionadas ao calendário: “Estamos finalizando o semestre. Não faz sentido greve exatamente no período de recesso”, argumentou Luis Acosta (Serviço Social) sobre a UFRJ. A deflagração da greve obteve apenas um voto favorável.

Para subsidiar o debate anterior à votação, a diretoria da Adufrj-SSind apresentou uma contribuição em conjunto com o Conselho de Representantes (CR) da entidade. A formulação aponta para a mudança de clima político em 2014 em relação às Jornadas de Junho de 2013: “Período em que as pautas foram muito mais difusas. As atuais manifestações combinam reivindicações em prol da ampliação de direitos com reivindicações trabalhistas e salariais, colocando em destaque o protagonismo dos sindicatos, de oposições sindicais e, também, de movimentos sociais que buscam garantir direitos sociais básicos”, diz um trecho.

O texto destaca que a tarefa do movimento docente é construir as condições de mobilização necessária para enfrentar os desafios imediatos apontados nacionalmente pelos professores: “A retomada da carreira nos moldes da proposta do Andes-SN, a reposição isonômica e paritária das perdas salariais, a melhoria da infraestrutura das IFES e o combate ao nefasto PNE”. A íntegra do documento pode ser lida em www.adufrj.org.br.

Poucas intervenções destoaram da avaliação. Nelson Braga (Física) disse que o país vive em um momento de grande valorização da Educação e do serviço público. Em sua visão, o governo oferece uma “maravilhosa oportunidade” para criação de “um sistema de mérito bem feito” que tornará a universidade “uma pirâmide de qualidade, de mérito”. Já Milton da Costa Lopes Filho (Matemática) acompanhou a linha de Afrânio Lineu Kritski  (Medicina) de que as dificuldades da UFRJ se referem a problemas de gestão.

O argumento foi contestado pelo presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro: “A gestão não explica o problema de saúde que tantos professores estão tendo. Ela não explica o número de substitutos que enchem a universidade, precarizando o trabalho de todos, nem as dificuldades que os professores enfrentam hoje para seguir sua formação”. “Não por acaso, vemos as mesmas dificuldades nas demais universidades e em todas as unidades”, frisou Cláudio. “O problema de gestão existe sim, mas ela por si só não resolve”. Cláudio destacou ainda que a política do Plano Nacional de Educação, que autoriza o repasse de recursos para a iniciativa privada no setor, explicita uma política educacional de fato “minimalista”.

 

AG repudia censura da Capes

Projeto foi vetado por opção pelo materialismo dialético

A Assembleia Geral da Adufrj-SSind aprovou, dia 4, uma moção de repúdio ao cerceamento ideológico na avaliação de projetos de pesquisa pelas agências públicas de fomento. O motivo para a denúncia foi um parecer do Edital do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) 071/2013 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que vetou projeto de pesquisa na área de Serviço Social de três universidades públicas (UnB, Uerj e UFRN): a justificativa é que teria sido utilizado, como referência teórica e metodológica, o materialismo dialético. E que, segundo trecho do parecer, “considerando a metodologia a ser empregada — cujos requisitos científicos não têm unanimidade — a proposta pode ser considerada pouco relevante”.

 No texto da AG, os professores da UFRJ se manifestam “contra qualquer tipo de patrulhamento ideológico que negue “cientificidade” ao método crítico-dialético, o que não pode nortear a atuação de uma agência de fomento, por comprometer os princípios da pluralidade e liberdade acadêmica”.

O posicionamento em defesa da liberdade acadêmica, no entanto, não obteve unanimidade. Maria Paula Araújo (IFCS), por exemplo, defendeu o argumento de que seria necessária leitura do parecer, bem como do projeto, para questionamento do mérito da questão. Já Leda dos Reis Castilho (Coppe) defendeu que não se devia “se meter no parecer de outros professores”. Ambas votaram com um pequeno grupo contra a manifestação pública da assembleia contra a censura da Capes.

Pesquisadores enviam carta a presidente da Capes

Professores das três Escolas de Serviço Social envolvidas elaboraram carta que contou com adesões de grupos, núcleos e revistas acadêmicas de todo o país contra o parecer. O documento, direcionado à presidência do Capes, questiona a restrição: “A decisão teórico-metodológica na atividade de pesquisa é conquista democrática fundamental da vida social e acadêmica no Brasil contemporâneo”. 

A denúncia sublinha que “cerca de 90% dos projetos aprovados no Edital Procad 071/2013 são das ciências exatas e biomédicas, o que parece uma clara e injustificável discriminação institucional”. Questiona ainda a pertinência do anonimato dos pareceristas e cobra a realização de bancas públicas.

 
Salário baixo assusta
Um dos vários motivos para mobilizar os docentes, o salário baixo da categoria foi ilustrado pela declaração do professor Afrânio Kritski, da Medicina: ele fez um jogo de adivinhação sobre quanto ele, um professor Titular, 40 horas, com mais de 30 anos de carreira, recebia. “São R$ 4,5 mil líquidos!”, disparou, ao final.

Calendário promete muitas lutas até 2016

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

No último dia 23, a cerimônia de posse da nova diretoria da Seção Sindical dos Docentes da UFF (Aduff), entidade coirmã da Adufrj-SSind, acumulou energia para um biênio que promete muitas lutas. A gestão, que será presidida pela professora Renata Vereza, do curso de História, debuta justo na Copa do Mundo da FIFA e segue até as Olimpíadas, em 2016. O calendário é intenso e fértil.

Apesar do anúncio de chuva e do mau trânsito, os professores compareceram à sede do sindicato, na Rua Lara Vilela, em Niterói. Também prestigiaram o evento representantes de outros sindicatos, movimentos sociais, organizações estudantis e vereadores de Niterói. A noite foi de comunhão e consonância nos discursos.

Balanço da gestão 2012-14

Antes de dar posse à nova gestão da Aduff, a então presidenta Eblin Farage, da Escola de Serviço Social, considerou positivo o balanço dos últimos dois anos de luta. Em uma universidade onde metade de seus professores tem menos de cinco anos de serviço, a Aduff precisou colher material e dialogar bastante para discernir os novos traços de uma categoria um pouco amorfa. Para isso, foram propostas ações e grupos de trabalhos. Destacaram-se nesse trabalho o Sindicato Itinerante (que atendia aos campi do interior do estado), a campanha de sindicalização e os GTs de Seguridade Social, de Etnia, de História do Movimento Docente e de Política Educacional.

Solidariedade na luta

Convidado da mesa de transição, o coordenador geral do Sintuff, Pedro Rosa, reafirmou a solidariedade entre as categorias. “Esse é o trilhar permanente: estarmos juntos”. Fizeram coro à união entre militâncias os vereadores Paulo Eduardo e Henrique Vieira (ambos do PSOL-Niterói). 

Entre flores e abraços, Renata Vereza assumiu o cargo e convidou a todos para fortalecer a luta docente na UFF. Vereza leu uma carta-manifesto, espécie de programa da chapa, elaborada coletivamente, o que marca simbolicamente a gestão empossada. “Somente de forma colegiada e coletiva é possível um avanço, não só no sindicato, mas no mundo em si”, afirmou a nova presidenta da Aduff. 

14060272Após a cerimônia, os convidados desfrutaram um coquetel. Foto: Imprensa Aduff

14060281Pró-reitor Carlos Rangel (PR-3) chamou primeira reunião para discutir o orçamento da instituição no dia 20 de maio. Foto: Silvana Sá - 20/05/2014

Diretrizes para os gastos de 2015 já começaram a ser discutidos: próxima reunião ocorre em 10 de junho

Professor cobra atenção para o Complexo Hospitalar

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ, Carlos Rangel, convocou uma reunião da comunidade acadêmica para elaborar a Proposta Orçamentária de 2015. O encontro, 20 de maio, na sala dos colegiados superiores, teve por objetivo discutir diretrizes e indicadores para a matriz orçamentária da universidade.

Apesar da intenção de discutir o orçamento participativo, o máximo que se conseguiu foi definir alguns encaminhamentos que serão retomados em uma próxima reunião, agendada para 10 de junho, às 10h, no mesmo local.

Uma comissão, formada por três professores e dois estudantes se encarregará de “enxugar” os itens da matriz orçamentária que será montada a partir das demandas das Unidades. Haverá ainda reuniões de grupos de trabalho de Políticas de Assistência Estudantil e dos HUs para levantar as prioridades dessas áreas para o ano que vem.

Empecilhos 

Nelson Souza e Silva, professor Emérito da UFRJ, cobrou o posicionamento firme da universidade na defesa de seu Complexo Hospitalar: “Há oito anos a UFRJ perde dinheiro de financiamento dos hospitais porque solicita os recursos de forma isolada. Colocar o Complexo para funcionar é lutar por mais recursos no orçamento”.

Houve, ainda, críticas sobre a excessiva burocracia que muitas vezes impede a execução do orçamento pelos Centros e Unidades, ocasionando a devolução de recursos para a União. A Lei de Licitações, n° 8.666/93, foi citada por Rangel como o principal empecilho: “A lei é ultrapassada”, declarou.

Também houve a sugestão para que as atividades de compras e almoxarifado pudessem ser centralizadas nas decanias para economizar recursos e dinamizar as execuções do orçamento: “Vejam, essa é uma ideia, mas também não sei qual a realidade de cada Unidade e Centro da UFRJ”, disse o pró-reitor.

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