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Filme de Lúcia Murat sobre as marcas psicológicas da tortura nas presas políticas da ditadura estreia o cineclube (que foi batizado com o nome da diretora) organizado pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ 

Adufrj-SSind apoiou a iniciativa

Silvana SáEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

As marcas psicológicas da tortura nas mulheres que foram presas políticas, durante a ditadura civil-militar, compõem o principal ingrediente do documentário “Que bom te ver viva” (1989) da cineasta Lúcia Murat. Foi este filme que inaugurou o mais novo cineclube da UFRJ, no último dia 29.

A película mescla os depoimentos reais das mulheres com cenas de uma personagem vivida pela atriz Irene Ravache. Dentre as entrevistadas, está a ex-diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, professora Jessie Jane Vieira. Ela foi torturada e passou nove anos na prisão, onde teve sua filha. Mais do que dizer como aconteciam as torturas, o filme se dedica a tentar responder à inquietante pergunta sobre como aquelas mulheres conseguiram sobreviver ao terror nos porões do regime.

Lúcia Murat, ela mesma ex-presa política, participou do debate que ocorreu logo após a exibição da obra. Em uma justa homenagem, o cineclube foi batizado com seu nome. Com ela, foram convidadas: Ana Miranda,  também ex-presa política, integrante do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça; e Maria Leão, diretora do DCE e  estudante de Ciências Sociais da UFRJ. A professora Jessie Jane, também convidada, não pôde comparecer devido a um problema de saúde. A mediação foi feita pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ. O novo cineclube contou com o apoio do Cinerama (cineclube da Escola de Comunicação) e da Adufrj-SSind.

A cineasta contou que escreveu as falas da personagem fictícia baseada não só em suas experiências pessoais no cárcere, como também nas de amigos e conhecidos: “Queria trabalhar o terror interno. O filme tem, sim, um recorte de gênero, porque eu também sou mulher e queria falar sobre o horror que vivemos. Todas as histórias que escrevi, como por exemplo, a de ver o torturador no companheiro ou em outros homens, foram suscitadas na psicanálise, mas nem todas eram minhas histórias”.

Mesmo não estando mais sob o regime militar, Lúcia reconheceu que passou muito tempo amedrontada, especialmente após o anúncio do filme: “Já era 1989, mas a repressão ainda estava muito presente. Lembro de uma vez ter saído com minha filha de casa de madrugada porque achei que a casa estava sendo alvejada”.

Denúncia e atualidade

Para Ana Miranda, também ex-presa política, o filme de Lúcia é “extremamente corajoso e atual”. “Cada vez que vejo esse filme ele tem um significado diferente. Hoje, no contexto que vivemos ele é muito atual”. Ela reconheceu que por muitos anos houve um silenciamento sobre os casos de tortura sofridos no cárcere: “Quando a gente saiu (da prisão), vivíamos quase uma esquizofrenia, porque tinha sido tudo tão intenso e não podíamos falar sobre nada. Falar abertamente em um filme foi um ato de extrema coragem”.

Ana afirmou que mesmo passadas cinco décadas do Golpe, muita coisa ainda precisa ser descoberta e falada: “Essa discussão sobre passado é, na verdade, uma discussão do presente. Muita coisa não foi dita e vivemos toda essa repressão atual. O Estado continua sendo violento. Hoje, 25 anos depois do filme, 45 anos depois do que a gente passou e 50 anos depois do Golpe, esse filme é uma referência. Enquanto não provarmos que a ditadura atingiu muito mais pessoas do que se fala, que não foi uma coisa particular, precisaremos continuar discutindo”.

Militância e gênero

A estudante Maria Leão informou que já existem provas de que são cinco mil mortes no campo e na floresta durante a ditadura. “Há ainda o pedido de triplicar o número atual de desaparecidos”. Da área de Ciências Sociais, a estudante escolheu a Sociologia do Trabalho para pesquisar sobre os sindicalistas perseguidos pelo regime. Ela disse que sua opção se dá pela história de sua família: “Minha família começou a ser perseguida na República Velha. Meu bisavô, Pedro Mota Lima, foi preso e torturado por ser jornalista e militante de esquerda. A perseguição continuou durante toda a história e se acentuou muito no regime militar”.

Ela afirmou que, embora os homens de sua família tenham sido reconhecidos pela sociedade, a história demonstra que as protagonistas são as mulheres: “Foram elas que seguraram a barra da família quando ocorriam as prisões, as torturas. Muitas delas foram também presas e torturadas. A história é delas também. Esse filme dialoga com essa história porque debate sobre militância e gênero. Ver o estupro como arma de tortura nos mostra que nossa luta ainda permanece”.

 

14060293Foto: Silvana Sá - 29/05/2014Acessibilidade

Lígia Neves (foto), estudante da Faculdade de Letras, é deficiente auditiva e precisou de uma intérprete de Libras para participar do evento. “Observo o movimento dos surdos e percebo bastante luta sobre a inclusão em diversos aspectos, mas não vejo a luta das mulheres surdas. Existe uma vitimização da mulher surda. A história quando me olha, a medicina quando me olha, me vê como coitadinha. Eu não sou uma coitadinha. Tenho minha própria língua, faço minha faculdade. Eu sou uma lutadora”, disse a aluna.

 

14060292Foto: Silvana Sá - 29/05/2014Quem é Lúcia Murat

Lúcia Murat é cineasta brasileira. Carioca nascida em 1948, ela estudou Economia na UFRJ e pertenceu ao Diretório Acadêmico. Em 1968, foi presa no congresso da União Nacional dos Estudantes, em Ibiúna.

Com a decretação do AI-5, em dezembro de 1968, Lúcia entrou para o grupo MR-8. Foi casada com Cláudio Torres, guerrilheiro que participou do sequestro do embaixador americano, em setembro de 1969. Após o sequestro, Lucia Murat entrou para a clandestinidade. Presa em 1971, sofreu torturas no cárcere, onde ficou presa por três anos e meio.

Técnicos-administrativos conseguem compromisso da administração da UFRJ de discutir jornada de trabalho e turno único da categoria no Consuni marcado para 5 de junho

Eles também querem que seja reiterado o apoio à paralisação

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Os técnicos-administrativos bloquearam durante o dia 29 os acessos ao prédio da reitoria da UFRJ, na ilha do Fundão. A ação conduzida pelo comando local da greve foi decidida na assembleia do Sintufrj dois dias antes.

Há pouco mais de dois meses em greve, os servidores decidiram radicalizar a luta ante a negativa do governo em abrir negociação com a categoria. O movimento reivindica, entre outros itens, a redução da jornada para 30 horas, sem redução salarial, com aplicação do turno único de seis horas (dessa forma, com servidores revezando-se nos turnos, manteriam abertos todos os setores da instituição, desde bem cedo até o fim da noite) e o posicionamento da reitoria da UFRJ reiterando o apoio à greve. 

O bloqueio começou às 7h. Em deliberação no próprio local, os organizadores do movimento decidiram impedir o acesso de qualquer um ao prédio até que a reitoria se manifestasse.

O vice-reitor Antônio Ledo e o pró-reitor de Pessoal, Roberto Gambine, apareceram para negociar. O comando local da greve conseguiu uma nota confirmando o compromisso da administração da UFRJ em discutir as pautas dos servidores no próximo Consuni, marcado para 5 de junho.

Após a publicação da nota pelo site da Universidade, já no período da tarde, o edifício foi liberado

Avaliação

Membro da Coordenação de Comunicação Sindical, Francisco Carlos dos Santos, informou que a luta dos servidores, além da jornada de 30 horas, é para impedir a entrada, na UFRJ, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e democratizar a Universidade. A preocupação gira em torno dos projetos de privatização da universidade pública. Segundo Francisco, “o Sintufrj, a Adufrj-SSind, o DCE-UFRJ e o APG são contra essa ‘nova universidade’. Nós temos uma posição bastante clara”, afirmou.

Presente ao ato, o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, observou ser importante entender por que a situação chegou a esse ponto. Para Cláudio, o gradual sucateamento da estrutura do ensino público superior e a degradação das carreiras dos docentes e técnicos evidenciam o projeto de Universidade defendido pelo governo. “A Universidade finge que está tudo normal, mas a luta dos técnicos, dos alunos e dos professores é necessária pra barrar o projeto de privatização da universidade pública”, disse Cláudio.

Os levantes de junho de 2013 quebraram o refluxo das grandes mobilizações e, agora, os protestos começam a retornar às ruas.

Mas o alcance do vigor das manifestações e o seu desdobramento político ainda não estão claros. 

Estamos diante de um novo período de ascensão do movimento de massas no Brasil? 

Essa onda de greves e protestos nas ruas, agudizando o conflito capital versus trabalho será suficiente para recolocar os trabalhadores organizados no centro da tensão política no país?

Se ainda não é possível descortinar com precisão o que virá por aí, alguns pontos alvissareiros para a perspectiva popular já podem ser observados.

A Copa do Mundo está logo ali e as manifestações críticas ao torneio se multiplicam. Para o dia 12 de junho está sendo organizado um ato nacional.

Diferentemente do que se propaga, há uma ligação evidente entre as lutas específicas e a indignação mais geral.

Apesar da bruta repressão do Estado, cresce a disposição para condenar o caos instalado em setores como Educação, Saúde e Transporte. Como destaca texto no site do Andes-SN.

Na área da Educação, as greves se multiplicam, como no Rio de Janeiro: são milhares de professores e profissionais do setor brigando contra o descaso do governo estadual e do município do Rio.

Professores, funcionários e alunos da USP, da Unicamp e da Unesp estão em greve. 

No setor de transportes, rodoviários do Rio, São Paulo, Salvador e São Luís do Maranhão se mobilizam contra a superexploração dos patrões do setor (com a conivência de governos) e têm cruzado os braços.

Em São Paulo, os metroviários têm greve marcada para quinta-feira 5, se não houver acordo com o governo estadual.

O professor da Universidade Federal da Bahia, Carlos Zacarias, chama atenção para o fato de algumas dessas lutas serem tocadas atropelando a direção pelega de sindicatos de rodoviários. Assim como aconteceu com a greve dos garis do Rio, em março deste ano.

Marcelo Badaró, do Departamento da História da UFF, considera a possibilidade do nascimento de “um novo ciclo” de mobilizações que tragam de volta os trabalhadores à cena política.

 

140602112Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 27/05/2014














Repressão

Em Brasília, a polícia reprimiu violentamente (foto) a manifestação realizada na última terça-feira (27) contra as injustiças promovidas em nome da Copa do Mundo, a violência policial, pela demarcação das terras indígenas e pelo direito à moradia. O protesto foi organizado pelo Comitê Popular da Copa do Distrito Federal, MTST, representantes de movimentos sociais e sindicais, e contou com a participação de indígenas de mais de 100 etnias. 

 

Curtas

A higiene (ou falta de) no preparo das refeições do bandejão tem assustado os comensais do bandejão do CT

A professora Maria Fernanda Quintela foi reeleita para a decania do CCS com mais de 70% dos votos.

Há mais de um mês, o ar-condicionado do auditório do CPM (Central de Produção Multimídia) está quebrado. Qualquer atividade tem quer ser realizada com as portas abertas.

Reitor da UniRio recebeu o Comando Local de Greve dos Técnicos-Administrativos. Se disse a favor da reabertura de  negociações com  o governo.

Sob patrocínio oficial, o Proifes age no Maranhão e tenta golpear a Apruma.

 

Aspas

“O que tinha pra ser roubado já foi”
Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira, diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL) e neta de João Havelange.

Representantes de dezenas de categorias do serviço público de todo o país participaram de atividade, na Câmara dos Deputados, para exigir o fim da contribuição previdenciária dos aposentados do funcionalismo

Diversos parlamentares demonstraram apoio à iniciativa

Extinguir a contribuição previdenciária dos servidores públicos aposentados. Com esta finalidade, servidores públicos de todo o país lotaram o Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados em defesa da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 555/2006, no dia 29. O ato foi uma clara demonstração de como o movimento tem se consolidado e fortalecido a partir da integração de diversas categorias do serviço público, que representaram vários estados brasileiros. 

Dezenas de parlamentares expressaram apoio à PEC 555 e se comprometeram a articular a votação da pauta na próxima semana, antes do início da Copa do Mundo e do recesso parlamentar. Em todas as falas, foi ressaltada a importância de manter a mobilização como forma de pressionar a votação imediata da PEC. Os deputados afirmaram ainda que é preciso corrigir a injustiça com os servidores públicos com a Emenda Constitucional (EC) nº 41 — que instituiu a cobrança previdenciária dos aposentados — e que a PEC 555 é um dos instrumentos para isto.

Os parlamentares também parabenizaram a força do movimento, expressada pela presença massiva de servidores públicos e diversas entidades no auditório, que exigiram, por meio de centenas de cartazes e faixas, a votação da PEC, “agora e já!”, e cobraram mais atuação dos deputados em relação à pauta. 

O Andes-SN foi uma das entidades que integraram o ato, organizado pelo Movimento dos Servidores Aposentados e Pensionistas (Instituto Mosap), Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Sindicato nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

“Este é um momento importante para nós, de coroamento de um trabalho que envolveu a realização de várias audiências públicas nos estados. Vinte e quatro parlamentares se pronunciaram neste ato demonstrando apoio à aprovação da PEC”, ressaltou o presidente do Instituto Mosap, Edison Guilherme Haubert.

Haubert também analisou a presença de parlamentares da base do governo no ato, que se manifestaram favoráveis à PEC 555. Ele reforçou: “Não podemos sair daqui hoje só com o nosso movimento. Temos que continuar até a semana que vem, uma semana ‘D’ para nós. Vamos nos manter unidos, nos dirigir a todos os líderes e parlamentares. O discurso aqui é muito bom, mas precisamos do voto deles no plenário”. A PEC 555 tramita desde 2006 no Congresso Nacional, e segue bloqueada na casa pelos principais parlamentares da bancada governista.

O presidente do Mosap convocou todas as entidades a manter a mobilização e dar continuidade aos atos. “Devemos permanecer aqui até a próxima quarta-feira, nas galerias, porque precisamos continuar pressionando. Se isto não acontecer, a PEC não será votada. Há forte resistência do Palácio do Planalto ainda em relação à PEC. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, precisa colocar nossa pauta em votação, mostrando que esta é uma casa independente, que não precisa de chancela do Palácio do Planalto”, acrescentou. 

Em discursos emocionados, os presidentes do Sindifisco e da Anfip, Claudio Damasceno e Margarida Araújo, respectivamente, ressaltaram o poder de mobilização que o ato alcançou, além dos compromissos firmados pelos parlamentares presentes. “O deputado Vicente Cândido (PT-SP), um dos líderes da base governista, nos garantiu que o momento é propício para a nossa PEC entrar em votação na semana que vem”, exemplificou Margarida. A dirigente aproveitou o momento e fez a leitura dos deputados de São Paulo que não assinaram o requerimento a favor da votação da PEC. 

“Nós faremos acontecer a aprovação da PEC 555”, afirmou Damasceno. A presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge, reforçou: “Este ato é para deixar claro que não vamos arredar o pé desta casa até a aprovação da PEC 555”.

PEC 555/2006

Há 11 anos, os servidores públicos aposentados sofrem, mensalmente, com a continuação dos descontos a título de contribuição previdenciária, mesmo tendo contribuído para esse fim toda a vida profissional.

“Só com o fim definitivo deste equívoco haverá a devolução da equidade para aqueles que tanto fizeram pela construção e pelo aperfeiçoamento do Estado brasileiro. Não são os aposentados a causa de nenhum desequilíbrio nas contas da Previdência Social, mas sim uma série de desmandos históricos”, afirmam as entidades organizadoras do ato, que acrescentam: “A sociedade brasileira e os servidores públicos exigem a reparação dessa injustiça”. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)


 

UFRJFelicidadeFelicidade por Mauricio A.C Aghina: 1º lugar (Vida no Campus)

 

140602123Serpente Mecânica por Ricardo Alves Ferreira: 1º lugar (Ciência e Tecnologia).

 

140602124Entre Tempos por Frederico Augusto Ribeiro d’Arêde: 3º lugar (Voto Popular).

 

1 Construção-na-Ilha-do-FundãoConstrução na Ilha do Fundão por Tchello d’Barros: 1º lugar (Natureza e Arquitetura)

 

140602126Amanhecer no Fundão por Milton César Martins Maurente: 2º lugar (Natureza e Construção)

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