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Ação policial, motivada por um pedido do comitê eleitoral de Aécio Neves, tenta apreender computadores no local. Justificativa: ali estaria a origem de um ponto para ataques virtuais ao candidato do PSDB

Adufrj-SSind repudia episódio

Por pouco, a coordenadora do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ, Mônica Grin, não teve equipamentos de trabalho confiscados de sua sala no prédio do Largo de São Francisco, no Centro do Rio, no último dia 11. A professora entrou em uma lista de suspeitos de difamarem, na internet, o candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG). 

A operação foi motivada, em primeiro lugar, por um pedido do comitê eleitoral do tucano à Justiça de São Paulo. O objetivo era investigar o endereço de computadores que alimentariam sites com ataques ao candidato. Vencida esta etapa, foi feita uma representação aos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 26 de maio e na semana seguinte, respectivamente, para continuar a investigação. Daí resultou o mandato de busca e apreensão utilizado por um promotor e uma equipe de policiais no prédio da UFRJ.

Mônica (e a universidade) teriam sido poupados pela constatação de que a docente apenas havia contratado um serviço privado de wifi, oferecido a alunos e professores do local (ou seja, qualquer um poderia ter utilizado a rede para atacar Aécio). Contudo,  pelo menos outras quatro pessoas do Rio tiveram pendrives, máquinas fotográficas, chips, HD externos retirados de suas casas e locais de trabalho e enviados para perícia.

UFRJ acionou a Procuradoria Federal

Segundo a assessoria de comunicação da reitoria da UFRJ, a professora, até quinta-feira 12, disse que preferia não dar declarações e buscaria assessoria jurídica sobre o caso: “A UFRJ acionou sua Procuradoria Federal e entrou com uma ação cautelar, para evitar a apreensão de bens da universidade. A ação questiona a competência da Justiça Estadual para apreender bens e equipamentos federais; defende o território federal e a autonomia universitária”.

 

Nota de solidariedade

A Diretoria da Adufrj-SSind, tendo tomado conhecimento de operação policial realizada no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS)/Instituto de História (IH) para apreender computadores da universidade, a pretexto de investigar suposto crime de difamação contra o candidato do PSDB à Presidência da República, vem manifestar sua solidariedade à professora Mônica Grin, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ, que teve seu nome envolvido na investigação apenas por ser a contratante pessoa física de um serviço de internet sem fio oferecido a alunos e professores daquela instituição. 

Manifestamos nosso repúdio não só à ação ilegal das autoridades policiais na universidade, o que viola a nossa autonomia, mas também à ação do candidato que atenta contra a livre circulação de ideias e posições políticas, o que é típico de regimes autoritários de triste memória, especialmente nesse ano de descomemoração dos 50 anos do Golpe Civil-Militar no Brasil.

Por fim, reiteramos a posição da Adufrj-SSind e do Andes-SN em defesa de condições dignas de trabalho na UFRJ e nossa cobrança à Reitoria para que garanta a tod@s os professor@s, técnic@s e alun@s o acesso público e gratuito à internet de alta velocidade, que constitui ferramenta essencial para o ensino, pesquisa e extensão.

Burocracia para acessar estacionamento da Praia Vermelha irrita docentes

Sem o adesivo da prefeitura, mesmo quem é professor da UFRJ não entra

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14061751Foto: Kelvin Melo - 12 e 13/06/2014Depois de duas horas no trânsito, a professora Eliana Sérvulo, 59, da Escola de Química, perdeu mais 30 minutos para chegar ao seu compromisso no campus da Praia Vermelha: o motivo do atraso extra são as regras de acesso ao estacionamento. A reunião na Fundação Universitária Jose Bonifácio (FUJB) que aguardava a docente precisou esperar, além da liberação no portão, sua caminhada desde a rua do campinho de futebol (onde lhe autorizaram parar o carro), apesar de todas as vagas em frente à Fundação estarem disponíveis. Nem o argumento da professora de sofrer de fibromialgia (dores por todo o corpo) comoveu o operador de tráfego da empresa contratada pela universidade para administrar o local. 

“Agora você vê...”, desabafou a professora, atravessando o campus, com dificuldade. Eliana recorda ter participado, por “diversas vezes”, de atividades na Praia Vermelha, sem ter sido interceptada. O adesivo de autorização para estacionar no Centro de Tecnologia da própria UFRJ não foi suficiente para identificar a docente. Perguntada se não sabia que o acesso havia sido restrito aos servidores, afirmou que nunca ouvira falar da mudança de procedimento. 

Eliana reconhece o mérito da organização do espaço, mas questiona o método: “Realmente, temos esse problema no Brasil; o autoritarismo faz com que poucas cabeças pensantes tomem decisões completamente arbitrárias. E depois, ficamos sem margem para adequações. A não ser que imaginem que a gente vem estacionar aqui para ir ao shopping (Rio Sul, nas proximidades)”, brincou.

Sem adesivo, não entra

Joana Vargas, professora do NEPP-DH concorda. Apesar de estar entre os docentes cadastrados, até hoje não recebeu o adesivo (e foi barrada na entrada). Para ela, a iniciativa de organização foi positiva; entretanto, tornou-se excessivamente burocrática. “Não vou poder entrar. Eles querem que eu ligue para minha Unidade para que telefonem para a prefeitura e liberem a minha entrada”. Joana conta que deixou de ir ao trabalho de carro há muito porque, antes, não encontrava lugar para estacionar. “Venho sempre de ônibus e, eventualmente, de táxi”, afirmou. Extraordinariamente, resolveu “aproveitar” uma reunião para levar materiais. “No fim das contas, perdi o dia. A reunião já era”, lamentou, apontando para as caixas na parte de trás do carro. 

 

Administração endurece rotina

O estacionamento da Praia Vermelha vive mudanças de regras desde a redução de vagas, segundo a subprefeitura do campus, de mais de 350 para 230. De acordo com o subprefeito Enio Kaippert, a restrição foi imposta pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela universidade e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com mediação do Ministério Público, em 2010, para ajudar na preservação do Palácio Universitário, que é tombado — ficou proibido estacionar em boa parte do seu entorno.

A decisão de restringir o acesso do estacionamento aos servidores lotados na Praia Vermelha, segundo o subprefeito, tem origem no Conselho Superior de Coordenação Executiva, formado basicamente pela administração central e pelos decanos. Enio informa que, na Praia Vermelha, a proibição que os alunos utilizem o local até 18h foi aplicado a partir do recadastramento feito entre setembro de 2013 e abril de 2014. Desde então, apenas os cerca de 1,2 mil servidores (docentes e técnicos-administrativos) com adesivo distribuído pela subprefeitura podem entrar no estacionamento. O uso é por ordem de chegada até a lotação. 

Pessoas convidadas para eventos só entram mediante prévio aviso à subprefeitura. O nome entra em uma lista diária da portaria. “Cabe à Unidade informar a visita para o acesso”, explicou Enio. Comunidade externa que queira acompanhar qualquer atividade, um debate, por exemplo, não tem vez. Professores de outras Unidades da UFRJ, idem. A única “flexibilização” é para estudantes com dificuldades de mobilidade (temporária ou permanente) ou gestantes com gravidez de risco. Esses podem estacionar próximo ao anexo do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, junto às vagas reservadas para autoridades, diretores de Unidades e decanias.

De acordo com o subprefeito, os piores momentos do estacionamento são “quaisquer horas nas terças e quintas-feiras”, quando o Instituto de Psiquiatria (IPUB) e o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) recebem pacientes de outras instituições de saúde. Nesses casos, os veículos estão autorizados a deixar ou levar os enfermos, mas não para estacionar: “Tendo apenas o motorista, estão autorizados a parar. E apenas em caso de não haver como deixar o paciente sozinho em nenhuma circunstância, usam-se as vagas das unidades”. As ambulâncias também recebem a orientação de permanecer com o motorista ao volante. 

Segundo Enio, dificilmente o campus fica com vaga ociosa. “Estamos em férias e em greve (dos técnicos) e o estacionamento está cheio. Ultimamente, com as aulas de pós-graduação, até aos sábados estamos sem vagas”, relata. 

Política do governo incentiva uso de carro

Para Enio, o problema do estacionamento corresponde à convergência da redução de vagas com uma política geral (do governo federal) de incentivo ao automóvel. Em sua visão, o campus não sofre problema de mobilidade ou de falta de oferta de transporte público: “Todos os estudos comprovam que a Zona Sul é a mais bem servida de ônibus e ainda tem integração de metrô pela Urca”, afirmou. “O que se reclama é da dificuldade de vagas privadas. O único estacionamento disponível é o do shopping, com alto custo”, disse, destacando que as públicas, no entorno da universidade, foram em grande parte apropriadas pelos condomínios vizinhos, como na Rua Lauro Muller.

Quanto às reclamações de falta de informação, a subprefeitura argumenta que a divulgação do recadastramento foi reforçada quatro vezes. 

 

Servidores em greve e estudantes marcam presença em ato antes da abertura dos jogos no Brasil

PM age com violência ao final do protesto

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Cerca de três mil pessoas participaram do ato “Nossa Copa é na rua”, realizado antes da abertura do torneio da Fifa, dia 12, na Avenida Rio Branco.  Na caminhada Candelária-Lapa, destacaram-se servidores da Educação, Saúde e Cultura, além dos estudantes. Trabalhadores do IBGE e Justiça também engrossaram a atividade, a primeira de uma série que acompanhará as datas de jogos do Brasil.

 “É uma atividade que congrega trabalhadores, movimentos sociais e o movimento estudantil em defesa da Educação, Saúde e Transporte públicos de qualidade e da moradia digna”, afirmou Sônia Lúcio (Regional Rio do Andes-SN). “Ela reúne um conjunto de reivindicações daqueles que vivem do seu trabalho e que têm sido confrontados com uma política que prioriza a utilização do fundo público a serviço do capital. E, ao mesmo tempo, este protesto se solidariza à luta pela livre organização e manifestação, em especial aos metroviários (de São Paulo), por sua bela luta”.

“A luta vai continuar na Copa e depois”, destacou Luis Acosta (conselheiro da Adufrj-SSind e integrante da direção eleita da Regional do Andes-SN no Rio). “Esta não é uma atividade contra a Copa. Mas a favor de que problemas sociais estejam também na agenda. O Andes-SN tem uma pauta salarial e por condições de trabalho e quer negociação real com o governo”, disse. 

 “Hoje estão em greve os técnico-administrativos das universidades e toda educação federal básica; além das redes municipal e estadual (básica de Educação)”, destacou o Luiz Sérgio Ribeiro, da coordenação geral do Sindscope e da direção nacional do Sinasefe e executiva da CSP-Conlutas. O dirigente fez um balanço positivo da mobilização: “Esta é uma atividade vitoriosa. Conseguimos reunir uma série de categorias em luta para dialogar com a população sobre a situação da Cultura, Educação e principalmente Saúde frente aos gastos milionários com a Copa no primeiro dia jogo do Brasil”, avaliou, destacando a dificuldade das categorias para que o governo federal negocie. “Esperamos abrir um canal”, avaliou.

Além dos excessivos gastos de recursos públicos, e da falta de investimentos nos serviços que atendem à população mais pobre, o ato questionou o “legado” das remoções e de mazelas como a exploração do turismo sexual. O carro de som apostou nas paródias de marchinhas de carnaval carioca para transmitir o recado: “Olha essa Copa pra quem é?/Não é pra mulher, não é pra mulher!/Não tem dinheiro pra saúde,/Não tem dinheiro pra educação./Não tem para o transporte./Pra Fifa, tem mais de um bilhão! Corta o dinheiro deles/Corta o dinheiro deles!”.

Truculência policial

 O ato, que caminhava em meia pista, tomou toda a Avenida Rio Branco, depois que um motorista de ônibus abandonou o veiculo, bloqueando o tráfego no sentido oposto. A Polícia Militar deixou a repressão violenta para a dispersão da atividade. Na Lapa, bairro boêmio e de apelo turístico, manifestantes foram agredidos violentamente com cacetes, bombas e spray de pimenta. O professor Pedro Guilherme, da rede básica, agredido e preso sem acusação, só foi liberado depois do término do jogo oficial. Outros professores com camiseta vermelha do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) foram espancados.

 
 
Em nota, diretoria da Adufrj-SSind defende direito de greve e manifestações
“A Diretoria da Adufrj-SSind se solidariza com todos os trabalhadores que tiveram seus direitos de manifestação cassados recentemente no Brasil. Os professores e metroviários que foram demitidos ou presos por fazerem greve ou por estarem presentes nas manifestações de rua evidenciam a inadmissível criminalização dos movimentos sociais que se aprofunda a partir dessas e demais ações arbitrárias. A prisão política, a intimidação, o assédio e a negação ao direito de greve não podem ser naturalizados e as manifestações em favor da conquista e ampliações de direitos sociais devem ser reconhecidas como pilares de construção de uma sociedade radicalmente democrática. Todo apoio à luta dos trabalhadores brasileiros!”

O impulso macartista na Capes deveria cheirar a naftalina de conservadores passadistas. Mas não é bem assim. O trânsito fácil com o qual o preconceito ideológico vem ganhando abrigo em setores da sociedade brasileira é de assustar. No caso da Capes, como se sabe, parecerista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior negou um projeto de pesquisa que utilizava o materialismo histórico-dialético como método. O Andes-SN repudiou, em nota, a censura. O texto ressalta que as liberdades de pensamento e expressão são fundamentais para a Academia e para a democracia. A contribuição mais concreta ao debate do assunto foi dada por Osvaldo Coggiola, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do Sindicato Nacional. Ele defendeu que, tanto os professores pesquisadores quanto os responsáveis pelos pareceres, tenham seus nomes divulgados publicamente, como ocorre em bancas de concursos. Isso significa, segundo ele, que os pareceristas devem responder publicamente por seus atos, como o da recente rejeição, que ele considera como “uma trapalhada primitiva e sem critérios”.

 

Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade da UFRJ, que completou um ano, vai abrir vagas para colaboradores voluntários, técnicos, alunos de graduação e de pós.

A expectativa é que a reitoria conceda bolsas para esse trabalho.  

Há necessidade, ainda, de apoio financeiro para digitalização de documentos e atas, providências que estão paralisadas por falta de verbas.

Os interessados podem obter mais informações pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


Quase no prelo

O professor Luiz Pinguelli Rosa tem um livro de memórias prontinho no seu computador.

Aguarda um momento mais adequado para publicá-lo.

Deu no New York Times

O conteúdo da seção Multimídia da página na internet do New York Times tem sido feito com imagens da Copa do Mundo no Brasil.

Isto apesar do desinteresse da população da nação imperialista pelo “soccer”.

 

140617112Internet
‘Não dá para fazer a Copa sem negros e pobres nos estádios’

Gilberto Gil


O ônibus sumiu

A empresa dos ônibus que circulam internamente ao Fundão entrou no clima de Copa e sumiu com a frota na sexta-feira, 13.

O tempo médio de espera nos pontos foi de 30 minutos.

E aí, prefeitura?


Mudos

No dia do fechamento desta edição (16/6), as centrais telefônicas do campus Fundão da UFRJ estavam parcialmente inoperantes, provavelmente devido ao rompimento de um cabo da Embratel. O dano teria sido provocado pelas obras da Transcarioca. 

Não havia previsão de retorno do serviço.


Bandejão

O horário de atendimento nos bandejões será mudado nos dias de jogos do Brasil e nos dias de jogos que acontecerão no Rio de Janeiro.

O Restaurante Central funcionará de 11h às 14h para o almoço e de 18h30 às 20h30. 

O Restaurante  do CT funcionará apenas para almoço das 10h30 à 12h45.

Para os jogos de julho, a escala ainda vai ser definida.


Museu Nacional fecha 

Atendendo a decreto da prefeitura do Rio, o Museu Nacional ficará fechado ao público nos dias 18, 22, 25 e 28/6 e 4 e 13/7 de 2014, devido aos jogos que serão realizados no estádio do Maracanã. 

Nos dias de jogos do Brasil, o expediente o expediente será até às 13h. Para os visitantes, o acesso às exposições nesses dias será de 10h às 12h.

Após muito debate, Consuni preserva caráter público e gratuito das atividades para a progressão

Discussão da carreira continuará nas próximas sessões 

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A regulamentação da carreira interna à UFRJ avançou em um ponto fundamental: a defesa da universidade pública e gratuita. O Conselho Universitário de 12 de junho aprovou que todas as funções de ensino, pesquisa e extensão que compõem o fazer acadêmico dos professores devem preservar o “caráter público e gratuito” para que sejam consideradas nas progressões e promoções. A expressão passou a fazer parte do caput do Art. 12 da Resolução que estabelece normas e critérios para o desenvolvimento na carreira docente na UFRJ. 

A emenda sobre a inclusão da expressão “atividades de caráter público e gratuito” foi encaminhada pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e gerou enorme discussão quando foi defendida para a pesquisa – para atividades de graduação, a emenda já havia sido aprovada sem polêmicas. Conselheiros se dividiram entre a defesa e a negação da emenda. A conselheira Maria Malta (Adjuntos do CCJE) explicou que esta inclusão preservaria as atividades fundamentais da carreira: “Esta é a percepção de que todas as atividades a serem consideradas para progressão na carreira de uma universidade pública e gratuita devem ser também públicas e gratuitas. Isto não impossibilita que colegas realizem outras atividades, mas não são essenciais da carreira”.

O conselheiro Milton Lopes Filho (Titulares do CCMN) foi um dos que se colocaram contrários à emenda para a pesquisa: “Acrescentar o público e o gratuito cerceia a enorme variedade das formas de atuação de um pesquisador. Não vejo como limitar a atuação da pesquisa e nem sei o que isso pode significar daqui a 15 ou 20 anos”.

Roberto Leher (Titulares do CFCH) alertou os conselheiros para o valor do tema: “Este debate é da maior importância para o futuro da universidade pública. Entidades particularistas podem gerar problemas éticos de enorme envergadura para a pesquisa. O que retira o caráter público é a intenção de compras de serviços. Quando uma empresa compra um serviço, a autonomia da pesquisa está comprometida. É possível uma pesquisa crítica sobre os transgênicos, se ela for financiada pela Monsanto? Por suposto que não. Vamos manter o caráter público de nossa universidade e de nossas pesquisas? Ou vamos acatar demandas particularistas?”.

Mauro Dória (Titulares do CCMN) criticou a emenda da CPPD e defendeu a manutenção do texto original: “Acredito que esta proposta é muito ruim porque ela vem colocar um ponto de interrogação no que discutimos. Essa discussão está seguindo um viés complicado, porque este documento, como está, foi feito baseado em pontos de convergência”.

A ouvidora Cristina Riche chamou a atenção para a coerência das decisões do Consuni: “Não podemos defender público e gratuito para o ensino e não defender público e gratuito para a pesquisa. O texto precisa ser coerente. Já foi aprovada a emenda para o ensino”.

Eleonora Ziller (Adjuntos do CLA) fez proposição de acrescentar a expressão no caput do artigo, em vez de repeti-la em cada um dos grupos de atividade. A proposta foi bem aceita pelos conselheiros e uma votação foi realizada para aprovar a nova redação.

Elitismo no colegiado?

Diversos conselheiros reclamaram publicamente das dificuldades de ter sido mantida uma sessão do Conselho Universitário em dia de ponto facultativo e, portanto, de esvaziamento do campus do Fundão. As bancadas de técnico-administrativos e discentes mantiveram-se vazias até perto do meio-dia (a sessão começou às 10h) pelos problemas de locomoção na cidade. “Dois estudantes ainda não conseguiram chegar porque moram na Baixada Fluminense. Nós somos estudantes, não temos carro”, criticou a conselheira Maria Leão.

 

Consuni aprova moção em defesa da liberdade acadêmica

A professora Maria Malta, que na sessão do dia 5 de junho havia apresentado uma proposta de moção ao colegiado em defesa da liberdade acadêmica – citando o parecer da Capes que negou um projeto de pesquisa por se basear no Materialismo Histórico Dialético de Karl Marx (assunto noticiado na edição anterior do Jornal da Adufrj) –, reapresentou o texto para debate e aprovação no Consuni. “O que esta moção defende é a ampla liberdade acadêmica de pensamento. A essência do parecer é negar um projeto de pesquisa por diferença ideológica quanto ao método. A ideia é afirmar a pluralidade de pensamento”. A moção foi assinada por 25 conselheiros.

Mas houve quem não quisesse correr o risco de criticar um parecer do órgão de fomento, como o conselheiro Afrânio Kritski (Titulares do CCS): “Não gostaria de votar essa moção, acho que o Conselho não deve se manifestar sobre isso, até porque não sabemos se o recurso (apresentado à Capes para que revisse o parecer) já chegou ao conhecimento do órgão. Essa é uma decisão açodada que eu não gostaria de tomar contra o maior órgão de fomento da pós-graduação do Brasil”.

O pró-reitor de Extensão, Pablo Benetti, defendeu a aprovação da moção e criticou duramente o parecer da Capes: “Esse parecer está relacionado a uma perseguição de pensamento e atenta contra a liberdade científica. Acredito que, aprovando essa moção, nós ajudaríamos a Capes a não mais basear um parecer em questões ideológicas”.

Walter Suemitsu, decano do CT, também defendeu a moção alegando que o marxismo é reconhecido como método científico e que “não se pode confundir ciência com ideologia”.

O Consuni aprovou a moção quanto ao mérito, mas o texto final será reescrito por uma comissão, designada pelo reitor.

Direitos Humanos

Outra moção aprovada, apresentada pela ouvidora Cristina Riche foi pela defesa dos direitos humanos, desrespeitados nos preparativos para o Mundial de futebol e as Olimpíadas.

 

Cadernos Adufrj no Consuni

Coube à 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind, Luciana Boiteux, apresentar a recém-lançada revista Cadernos Adufrj ao Consuni: “Este é um novo espaço de diálogo da Seção Sindical com a comunidade acadêmica e a sociedade”.

Cadernos é um veículo trimestral de distribuição gratuita na universidade — a publicação foi enviada para todos os sindicalizados, via Correios — e tem por objetivo aprofundar temas de maior fôlego. Cada edição terá um assunto central e contará com artigos de professores. Além disso, será composta de seções diversificadas com textos sobre filmes, livros e tudo o que permeia o universo da categoria. 

Regulamentação da carreira

A dirigente falou, ainda, da expectativa da Adufrj-SSind com relação à regulamentação da carreira docente: “A discussão da carreira não é corporativista. Ela perpassa pela discussão do papel do professor na universidade, do seu papel de educador e pela construção da universidade que queremos: pública, gratuita, de qualidade, aberta, autônoma”. 

Comissão da Verdade

Componente da Comissão da Memória e Verdade da UFRJ, a professora também pediu mais apoio institucional da universidade: “Faço esse apelo à reitoria para que os resultados sejam expressivos nessa reflexão dos 50 anos do golpe”.

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