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Trabalhadores da Saúde e Educação públicas realizam ato durante cerimônia de entrega de casas populares na zona norte do Rio

 

A manhã ensolarada do domingo, dia 1º, no Rio, foi cenário de mais um protesto dos trabalhadores da Saúde e Educação contra a intransigência do governo federal em não abrir as negociações com as categorias. A presidenta Dilma Rousseff esteve no Rio de Janeiro para entregar as chaves de 564 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. As edificações estão localizadas em Manguinhos, ao lado do viaduto que liga os bairros de Benfica e Jacaré, na zona norte da cidade. O Andes-SN e a Adufrj-SSind participaram do ato.

 

Um forte esquema de segurança, com dezenas de carros da PM e do Batalhão de Choque, além de tropas do Exército, cuidou para que ninguém conseguisse se aproximar da comitiva. Marinalva Oliveira, presidenta do Sindicato Nacional, salientou o descaso com o qual o governo tem tratado os trabalhadores e os serviços públicos: “É preciso que a comunidade compreenda que nós somos os verdadeiros defensores de um serviço público de qualidade. O governo, por sua vez, retira paulatinamente recursos das áreas de Saúde e Educação e tem insistido em não nos atender. Não permitiremos mais que nos retirem direitos”.

 

Cláudio Ribeiro, presidente da Adufrj-SSind, destacou a discrepância entre o que o governo chama de habitação e o que, urbanisticamente, deve ser considerado como tal: “O governo chama edificações de habitação, mas o direito à habitação prevê também outros direitos, como acesso à saúde, educação, transporte e saneamento. Onde está o acesso garantido de vocês à universidade?”, questionou o professor à população que assistia dos prédios ao ato. O dirigente finalizou: “Estamos reunidos aqui em busca da ampliação dos direitos públicos”.

 

Pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), falou a professora Vera Nepomuceno. Ela também dialogou com a população de Manguinhos sobre as razões que levaram os trabalhadores a protestarem contra o governo naquele lugar: “Nós não queríamos estar aqui incomodando vocês neste domingo de manhã, mas precisamos estar na rua para lutar pela Educação, para exigir mais moradias populares, para exigir transporte digno, para questionar os gastos com a Copa. Será que as escolas vão melhorar com a Copa? Será que a Saúde vai melhorar? O BRT vai resolver todos os problemas de mobilidade do Rio de Janeiro? A Copa não vai mudar em nada a nossa vida”.

 

“Menos de 1% do orçamento federal é destinado à moradia, enquanto mais de 40% são entregues aos banqueiros”, afirmou Pedro Rosa, da Fasubra. Vimos exigir que este governo nos receba e atenda a nossa pauta de reivindicações”, declarou. O técnico-administrativo demonstrou o compromisso do governo federal com os interesses do empresariado: “Somente na reforma do Maracanã foi gasto R$ 1,5 bilhão. Esse valor sustentaria o hospital universitário da UFF (Antônio Pedro) por vários anos”. 


 

Assembleias em todo o país vão discutir o tema até realização do próximo Setor das Ifes. Reunião, em 7 de junho, poderá marcar a data de início da paralisação nacional das atividades por tempo indeterminado

AG da Adufrj-SSind ocorre em 4 de junho, na Praia Vermelha

Os professores das Instituições Federais de Ensino decidiram intensificar a mobilização e indicaram a deflagração de greve por tempo indeterminado para o mês de junho. A decisão foi tomada na reunião do Setor das Ifes do Andes-SN, realizada em 24 e 25 de maio, com a presença de 50 representantes de 36 Seções Sindicais e oito diretores nacionais.

A deliberação foi tomada com base na avaliação dos resultados das assembleias. Pesaram neste contexto vários dados de conjuntura, como a suspensão da reunião entre o Andes-SN e a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (dia 21), devido à dificuldade de agenda do secretário da Sesu/MEC, Paulo Speller. Outro ponto destacado durante as discussões foram os vários informes sobre a paralisação e suspensão das atividades em diversos campi por falta de infraestrutura e de condições de trabalho e ensino. 

Os docentes presentes à reunião aprovaram ainda a realização de nova rodada de assembleias gerais, entre 2 e 6 de junho, incluindo na pauta o tópico “data para deflagração da greve”. Também está convocada nova reunião do Setor das Ifes, em Brasília, dia 7 de junho, para deliberar sobre o início da paralisação nacional das atividades. A AG da Adufrj-SSind, que vai tratar do assunto, está marcada para 4 de junho, no campus da Praia Vermelha

Veja chamada da Assembleia Geral

“Foi uma reunião amplamente representativa. As informações trazidas pelos representantes das seções sindicais demonstram um evidente aumento da indignação frente ao descaso do governo com as pautas dos trabalhadores da educação federal e apontam como reação a intensificação da mobilização”, avalia Marinalva Oliveira, presidenta do Andes-SN.

De acordo com Marinalva, os depoimentos trazidos da base sinalizam claramente a disposição dos professores de lutar pela reestruturação da carreira, pela valorização salarial dos ativos e aposentados, por melhoria das condições de trabalho e em defesa da autonomia universitária, os quatro eixos centrais da pauta de reivindicações dos docentes, protocolada junto ao MEC no início do ano. 

O Setor das Ifes também avaliou como muito grave o cancelamento, por parte do MEC, da reunião com o Andes-SN agendada para 21 de maio. O compromisso, firmado há mais de um mês, daria continuidade às discussões em torno da reestruturação da carreira docente e outros temas. O processo havia sido iniciado em março deste ano, resultado da pressão da categoria pela abertura de negociações em torno da pauta dos docentes. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

 

Agenda de mobilização e luta definida pelo Setor das Ifes

De 2 a 6 de junho

Rodada de Assembleias Gerais das seções sindicais;

7 de junho

Reunião do Setor das Ifes;

12 de junho

Ato nacional “Na Copa Vai Ter Luta”, em São Paulo, a partir das 13h (Abertura da jornada de mobilizações “Na Copa Vai Ter Luta”, com grandes mobilizações populares em todas as grandes cidades do país, no período dos jogos da Copa)

Filme de Lúcia Murat sobre as marcas psicológicas da tortura nas presas políticas da ditadura estreia o cineclube (que foi batizado com o nome da diretora) organizado pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ 

Adufrj-SSind apoiou a iniciativa

Silvana SáEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

As marcas psicológicas da tortura nas mulheres que foram presas políticas, durante a ditadura civil-militar, compõem o principal ingrediente do documentário “Que bom te ver viva” (1989) da cineasta Lúcia Murat. Foi este filme que inaugurou o mais novo cineclube da UFRJ, no último dia 29.

A película mescla os depoimentos reais das mulheres com cenas de uma personagem vivida pela atriz Irene Ravache. Dentre as entrevistadas, está a ex-diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, professora Jessie Jane Vieira. Ela foi torturada e passou nove anos na prisão, onde teve sua filha. Mais do que dizer como aconteciam as torturas, o filme se dedica a tentar responder à inquietante pergunta sobre como aquelas mulheres conseguiram sobreviver ao terror nos porões do regime.

Lúcia Murat, ela mesma ex-presa política, participou do debate que ocorreu logo após a exibição da obra. Em uma justa homenagem, o cineclube foi batizado com seu nome. Com ela, foram convidadas: Ana Miranda,  também ex-presa política, integrante do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça; e Maria Leão, diretora do DCE e  estudante de Ciências Sociais da UFRJ. A professora Jessie Jane, também convidada, não pôde comparecer devido a um problema de saúde. A mediação foi feita pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ. O novo cineclube contou com o apoio do Cinerama (cineclube da Escola de Comunicação) e da Adufrj-SSind.

A cineasta contou que escreveu as falas da personagem fictícia baseada não só em suas experiências pessoais no cárcere, como também nas de amigos e conhecidos: “Queria trabalhar o terror interno. O filme tem, sim, um recorte de gênero, porque eu também sou mulher e queria falar sobre o horror que vivemos. Todas as histórias que escrevi, como por exemplo, a de ver o torturador no companheiro ou em outros homens, foram suscitadas na psicanálise, mas nem todas eram minhas histórias”.

Mesmo não estando mais sob o regime militar, Lúcia reconheceu que passou muito tempo amedrontada, especialmente após o anúncio do filme: “Já era 1989, mas a repressão ainda estava muito presente. Lembro de uma vez ter saído com minha filha de casa de madrugada porque achei que a casa estava sendo alvejada”.

Denúncia e atualidade

Para Ana Miranda, também ex-presa política, o filme de Lúcia é “extremamente corajoso e atual”. “Cada vez que vejo esse filme ele tem um significado diferente. Hoje, no contexto que vivemos ele é muito atual”. Ela reconheceu que por muitos anos houve um silenciamento sobre os casos de tortura sofridos no cárcere: “Quando a gente saiu (da prisão), vivíamos quase uma esquizofrenia, porque tinha sido tudo tão intenso e não podíamos falar sobre nada. Falar abertamente em um filme foi um ato de extrema coragem”.

Ana afirmou que mesmo passadas cinco décadas do Golpe, muita coisa ainda precisa ser descoberta e falada: “Essa discussão sobre passado é, na verdade, uma discussão do presente. Muita coisa não foi dita e vivemos toda essa repressão atual. O Estado continua sendo violento. Hoje, 25 anos depois do filme, 45 anos depois do que a gente passou e 50 anos depois do Golpe, esse filme é uma referência. Enquanto não provarmos que a ditadura atingiu muito mais pessoas do que se fala, que não foi uma coisa particular, precisaremos continuar discutindo”.

Militância e gênero

A estudante Maria Leão informou que já existem provas de que são cinco mil mortes no campo e na floresta durante a ditadura. “Há ainda o pedido de triplicar o número atual de desaparecidos”. Da área de Ciências Sociais, a estudante escolheu a Sociologia do Trabalho para pesquisar sobre os sindicalistas perseguidos pelo regime. Ela disse que sua opção se dá pela história de sua família: “Minha família começou a ser perseguida na República Velha. Meu bisavô, Pedro Mota Lima, foi preso e torturado por ser jornalista e militante de esquerda. A perseguição continuou durante toda a história e se acentuou muito no regime militar”.

Ela afirmou que, embora os homens de sua família tenham sido reconhecidos pela sociedade, a história demonstra que as protagonistas são as mulheres: “Foram elas que seguraram a barra da família quando ocorriam as prisões, as torturas. Muitas delas foram também presas e torturadas. A história é delas também. Esse filme dialoga com essa história porque debate sobre militância e gênero. Ver o estupro como arma de tortura nos mostra que nossa luta ainda permanece”.

 

14060293Foto: Silvana Sá - 29/05/2014Acessibilidade

Lígia Neves (foto), estudante da Faculdade de Letras, é deficiente auditiva e precisou de uma intérprete de Libras para participar do evento. “Observo o movimento dos surdos e percebo bastante luta sobre a inclusão em diversos aspectos, mas não vejo a luta das mulheres surdas. Existe uma vitimização da mulher surda. A história quando me olha, a medicina quando me olha, me vê como coitadinha. Eu não sou uma coitadinha. Tenho minha própria língua, faço minha faculdade. Eu sou uma lutadora”, disse a aluna.

 

14060292Foto: Silvana Sá - 29/05/2014Quem é Lúcia Murat

Lúcia Murat é cineasta brasileira. Carioca nascida em 1948, ela estudou Economia na UFRJ e pertenceu ao Diretório Acadêmico. Em 1968, foi presa no congresso da União Nacional dos Estudantes, em Ibiúna.

Com a decretação do AI-5, em dezembro de 1968, Lúcia entrou para o grupo MR-8. Foi casada com Cláudio Torres, guerrilheiro que participou do sequestro do embaixador americano, em setembro de 1969. Após o sequestro, Lucia Murat entrou para a clandestinidade. Presa em 1971, sofreu torturas no cárcere, onde ficou presa por três anos e meio.

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14060241Foto: Marco Fernandes - 08/08/2013O texto-base do Plano Nacional de Educação (PNE) governista foi aprovado no Congresso Nacional, na noite de 28 de maio — apenas alguns destaques serão votados pelos parlamentares nos próximos dias. Para repercutir o ocorrido, o Jornal da Adufrj ouviu o professor Roberto Leher, que integra o Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública representando a Seção Sindical. Ele analisa quais articulações são necessárias para enfrentar este plano e de que maneira os encontros Estadual  e Nacional de Educação (de 8 a 10 de agosto, também no Rio de Janeiro) podem colaborar nesse processo.

Como o movimento pretende articular uma resposta ao PNE em tramitação? 

O PNE está em fase final de votação. É uma causa perdida, pois o projeto tem como objetivo a erosão paulatina do conceito público até que seja naturalizada a oferta privada, mas ressignificada agora como pública, pois gratuita! O objetivo é impedir que tais medidas se efetivem. Teremos de organizar a denúncia, as resistências e as propostas alternativas, pois estamos em um contexto em que não bastará dizermos não. Precisamos de uma agenda positiva, que expresse o melhor da concepção de educação pública antimercantil. 

Qual a importância do Encontro Nacional de Educação (ENE) que ocorre em agosto? De que maneira o Encontro Estadual  ajudará a construir e organizar o ENE?

O ENE poderá cumprir uma tarefa crucial, tanto em termos táticos, como em termos estratégicos, pois objetiva criar um espaço comum de estudos, reflexões, publicações, proposições alternativas, para potencializar e elevar a qualidade das lutas em defesa da educação pública. Particularmente, vejo no Encontro uma oportunidade de criação de maior unidade às lutas que transtornam a aparente calmaria das políticas mercantilizantes em curso na educação brasileira. Atualmente, os bancos e fundos de investimentos dominam as principais corporações de ensino superior; as universidades públicas estão sob pesada influência de demandas particularistas do capital por meio da Lei de Inovação Tecnológica e de editais do Ministério da Ciência e Tecnologia que tensionam a universidade como organização de serviços, e por aí vai. Não é mais possível resistir a esses avanços apenas por meio de lutas econômico-corporativas específicas; ao contrário, somente lutas massivas, de enorme proporção, podem alterar o curso da mercantilização.

O Encontro Estadual, como etapa preparatória do ENE, cumpre papel destacado de diálogo entre sindicatos, entidades acadêmicas, movimentos sociais, movimentos estudantis etc. Sem a construção prévia de convergências, de diagnósticos compartilhados sobre os desafios da luta, dificilmente lograremos dar um salto qualitativo que confirme a emergência de um novo ponto de partida para a educação pública. 

Quais as expectativas? 

Realizaremos o Encontro Estadual em condições difíceis, início do recesso em algumas universidades, greves no setor federal – CPII, por exemplo – e de greves no estado e nos municípios. Isso vai exigir muito trabalho político e conversas com as entidades para que possamos fazer um grande e fecundo encontro estadual. A expectativa é de que seja possível aprovar um diagnóstico da ofensiva mercantil sobre a educação pública, pensar a metodologia e os objetivos do ENE e criar uma comissão organizadora para ampliar a participação dos integrantes, uma condição para o êxito do ENE.

O que demonstra a conjuntura de greves na Educação? É possível barrar o sucateamento em curso no setor público?

Sim, certamente, o quadro é de enorme sucateamento, não apenas da educação básica, mas também das universidades públicas como o Jornal da Adufrj está demonstrando em suas reportagens sobre a situação das Unidades. O país gasta pouco com Educação, menos de 5% do PIB, sendo que 4/5 dos recursos provêm dos estados e municípios, enquanto que a União, embora possua mais de 60% dos tributos, entra com recursos minguados e, em valores relativos, em comparação com os estados e municípios, decrescentes. O orçamento da União para as Federais está congelado desde 2012, em ordem de grandeza, e em valores corrigidos: R$ 25 bilhões no final de 2013. 

Apenas para exemplificar o quão reduzido é esse montante: as três universidades estaduais paulistas receberam R$ 8,3 bilhões em 2013 que, a rigor, pelo cálculo do ICMS, deveria ser de R$ 11,5 bilhões, quase a metade do orçamento geral das 60 universidades federais!

 Os reitores confiaram no MEC quando estabeleceram o contrato de gestão do Reuni. As universidades cumpriram com sua parte, ampliando muito as suas matrículas, mas os recursos adicionais não vieram. Não existiu o chamado Reuni II com verbas para assegurar a expansão realizada. O sucateamento será inevitável, se não houver reversão do congelamento dos recursos. Daí a importância de retomarmos as lutas nacionais em defesa da educação pública!

 

 

encontroENCONTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RIO É TRANSFERIDO PARA JULHO

Etapa nacional mantém calendário.


Em função da agenda de mobilizações (Congressos e greves), as entidades que compõe a organização do Encontro Estadual de Educação - como Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE) e a Seção Sindical do Andes-SN (Andes-RJ) - decidiram transferir a etapa do Rio de Janeiro para a provável data dos dias 25 e 26 de julho.

O objetivo é preservar a participação de todas as entidades essenciais na luta pela Educação pública, bem como ampliar ao máximo o alcance entre estudantes, docentes e demais profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro.

As inscrições para o encontro seguem abertas e podem ser enviadas via o link: http://migre.me/jwiNC. Da mesma forma, as contribuições para o caderno de textos do encontro ainda podem ser remetidas pelo email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Sobre o Encontro Nacional, mais informações podem ser obtidas na página nacional:https://www.facebook.com/2014ENE?fref=ts.

Técnicos-administrativos conseguem compromisso da administração da UFRJ de discutir jornada de trabalho e turno único da categoria no Consuni marcado para 5 de junho

Eles também querem que seja reiterado o apoio à paralisação

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Os técnicos-administrativos bloquearam durante o dia 29 os acessos ao prédio da reitoria da UFRJ, na ilha do Fundão. A ação conduzida pelo comando local da greve foi decidida na assembleia do Sintufrj dois dias antes.

Há pouco mais de dois meses em greve, os servidores decidiram radicalizar a luta ante a negativa do governo em abrir negociação com a categoria. O movimento reivindica, entre outros itens, a redução da jornada para 30 horas, sem redução salarial, com aplicação do turno único de seis horas (dessa forma, com servidores revezando-se nos turnos, manteriam abertos todos os setores da instituição, desde bem cedo até o fim da noite) e o posicionamento da reitoria da UFRJ reiterando o apoio à greve. 

O bloqueio começou às 7h. Em deliberação no próprio local, os organizadores do movimento decidiram impedir o acesso de qualquer um ao prédio até que a reitoria se manifestasse.

O vice-reitor Antônio Ledo e o pró-reitor de Pessoal, Roberto Gambine, apareceram para negociar. O comando local da greve conseguiu uma nota confirmando o compromisso da administração da UFRJ em discutir as pautas dos servidores no próximo Consuni, marcado para 5 de junho.

Após a publicação da nota pelo site da Universidade, já no período da tarde, o edifício foi liberado

Avaliação

Membro da Coordenação de Comunicação Sindical, Francisco Carlos dos Santos, informou que a luta dos servidores, além da jornada de 30 horas, é para impedir a entrada, na UFRJ, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e democratizar a Universidade. A preocupação gira em torno dos projetos de privatização da universidade pública. Segundo Francisco, “o Sintufrj, a Adufrj-SSind, o DCE-UFRJ e o APG são contra essa ‘nova universidade’. Nós temos uma posição bastante clara”, afirmou.

Presente ao ato, o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, observou ser importante entender por que a situação chegou a esse ponto. Para Cláudio, o gradual sucateamento da estrutura do ensino público superior e a degradação das carreiras dos docentes e técnicos evidenciam o projeto de Universidade defendido pelo governo. “A Universidade finge que está tudo normal, mas a luta dos técnicos, dos alunos e dos professores é necessária pra barrar o projeto de privatização da universidade pública”, disse Cláudio.

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