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WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.36Ele está no lugar certo, na hora certa. Pedro Lima (foto abaixo), 42 anos, professor de Ciência Política da UFRJ, está morando em Paris, onde faz o pós-doutorado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais. Sua pesquisa investiga o crescimento da extrema direita. Nas últimas semanas, o pesquisador vive um momento raro na trajetória de todo cientista social. Seu objeto de estudo está no centro da História. De uma surpreendente história que começou no início de junho com a ascensão de grupos fascistas nas eleições europeias, passou pela dissolução do Parlamento pelo presidente Macron e surpreendeu o planeta com a vitória da esquerda sobre o grupo racista de Marine Le Pen no segundo turno das eleições parlamentares de 7 de julho. Um contagiante thriller político que ainda está longe do epílogo.
A pedido do Jornal da AdUFRJ, Pedro fotografou as ruas de Paris emolduradas pela política em cartazes e murais. Dividido entre a rotina familiar com a filha pequena e os últimos momentos de seu pós-doc, Pedro prestou um interessante depoimento sobre o que está testemunhando na terra da Bastilha.WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.36 1Fotos: Acervo pessoal
A seguir, o relato de Pedro com uma breve introdução sobre as forças políticas na França. “Nos últimos meses, acompanhei o dia a dia da política francesa, desde as eleições parlamentares europeias de junho até as eleições para o Parlamento francês. É uma experiência riquíssima, mas já está acabando. Em agosto, volto para as salas de aula do IFCS”.

PRINCIPAIS ATORES
As eleições parlamentares daqui são realizadas em dois turnos.
É preciso explicar essa especificidade do sistema francês: aqui, há segundo turno de eleições parlamentares, que pode ser disputado por três candidatos. O sistema é parlamentarista e as eleições parlamentares ocorrem em cada um dos 577 distritos, cada um com seus respectivos candidatos.

SOBRE AS FORÇAS POLÍTICAS
Na direita liberal, está o presidente Macron. O primeiro-ministro é Gabriel Attal, do mesmo partido de Macron, o Renascimento.
Na Esquerda, está a Frente Popular, Front Populaire. Ela se formou depois das eleições de 9 de junho. Não é um partido. É uma frente de esquerda formada por quatro partidos. Ela reúne grupos que vão desde uma esquerda mais moderada até os mais radicais. São os socialistas, os comunistas, os verdes e a França Insubmissa – liderada por Jean-Luc Mélenchon, um dos principais atores no xadrez político que mobilizou o país nas últimas semanas.
A França Insubmissa é a corrente mais radical e também a mais influente da Frente Popular. O Partido Socialista já foi muito forte e tradicional na França e governou o país, com François Hollande de 2012 a 2017. Mas, depois de 2017, os socialistas estão enfraquecidos.
Na extrema direita, com cores fascistas, está o partido Rassemblement National, liderado por Marine Le Pen, e madrinha política de um dos nomes mais novos do grupo, Jean Bardella, de 28 anos.

PRIMEIRO MOMENTO
Começamos pelo 9 de junho, o primeiro momento dessa história. Foram eleições para o Parlamento europeu. Elas não motivaram as pessoas. Acho que foi assim em todos os países. Particularmente na França, não ocorreram grandes mobilizações. Vi pouca coisa na rua. Até fiz uma foto – ela está aqui na página – de um pôster com o Mélenchon. De resto, foi tudo muito discreto na cidade nesse primeiro momento.
O resultado dessas eleições foi amplamente favorável para a extrema direita de Marine Le Penn. E é a partir desse resultado que ocorre o que chocou todo mundo e que nenhum observador, nenhum cientista político, ninguém antecipava: a decisão de Macron, logo na noite de 9 de junho, de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições em três semanas. Foi uma decisão drástica, com um intervalo de tempo mínimo. Em 9 de junho, dissolveu o Parlamento, convocou o primeiro turno da eleição para 30 de junho e o segundo turno para 7 de julho.

CONTER A EXTREMA DIREITA
A partir da decisão de Macron, na noite de 9 de junho, começa uma sensação geral, um imperativo de mobilização para conter a extrema direita. A extrema direita parecia mais forte do que nunca. Ninguém jamais supôs que a extrema direita estivesse tão forte como ela se mostrou nas eleições europeias do dia 9.
Para conter esse crescimento, a esquerda se uniu e formou a Frente Popular.

FRENTE POPULAR
WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.37Há uma tradição francesa, desde os anos 90, da formação de blocos chamados de frentes republicanas. São frentes contra o fascismo e contra a extrema direita.
Mas, no caso da Frente Popular de agora, há algo de novo. Não é uma frente republicana como as anteriores. É uma frente só da esquerda. Só de partidos de esquerda. Só de partidos desse campo e espectro político.
Ela é uma frente de esquerda formada para disputar as eleições e conquistar cadeiras no parlamento. É uma frente eleitoral, circunstancial, formada logo depois do 9 de junho, data da dissolução do parlamento.

AS INTENÇÕES DE MACRON
Com a decisão do Macron de dissolver o parlamento, começa um clima bem diferente na cidade e no país. Todos queriam entender e interpretar o gesto do Macron: O que ele estava querendo? Qual a estratégia política por trás?
O impacto imediato da decisão de Macron foi abafar a vitória da extrema direita no Parlamento Europeu. Ao dissolver o parlamento francês e convocar eleições, ele gera uma crise interna e isso reduz a visibilidade de vitória da extrema direita. Ele mudou o foco. Criou um fato político maior: o parlamento foi dissolvido e vai ter eleição daqui a 21 dias. Isso abafou a vitória da extrema direita, ao mesmo tempo em que colocou um desafio na mesa. É como se estivesse desafiando a extrema direita, falando: “agora vamos ver mesmo se vocês estão fortes mesmo? Vamos para a eleição que interessa de verdade, que são as eleições francesas”. Acho que isso foi um impacto imediato.

MACRON APOSTOU NA DIVISÂO
Acho que uma interpretação muito corrente e muito plausível é a de que Macron fez o que fez, pressupondo uma divisão da esquerda. A esquerda foi para a eleição parlamentar europeia totalmente dividida, rachada, brigada entre si. Macron apostou que essa divisão se repetiria no primeiro turno das eleições francesas e que as forças macronistas receberiam o apoio da esquerda no segundo turno.
O pressuposto dessa lógica era que a esquerda ficaria em terceiro lugar, os macronistas em segundo e a extrema direita em primeiro. Nada disso aconteceu.

MACRONISTAS ENFRAQUECIDOS
É preciso entender que naquele momento da dissolução do Parlamento, havia uma crise dentro do governo Macron. A força dos macronistas estava truncada. O primeiro-ministro, um macronista, já vinha com dificuldade de governar.

ESQUERDA UNIDA
Logo após a dissolução do Parlamento, a esquerda se reúne. Os líderes do Partido Comunista francês, dos Ecologistas, da França Insubmissa e do Partido Socialista se encontram e resolvem se unir para formar uma nova Frente Popular para disputar as eleições parlamentares com uma chapa só.
Essa decisão pega todo mundo de surpresa, inclusive Macron e o macronismo.WhatsApp Image 2024 07 15 at 13.15.37 2
Todo mundo achava que seria muito difícil construir uma unidade em tão pouco tempo.
Aliás, esse é um elemento importante também da decisão do Macron: não só ele chama eleições, como chama eleições para o período mínimo de 21 dias.
Esse é mais um elemento para reforçar a avalição de que o propósito de Macron era inviabilizar uma unidade da esquerda. São 577 cadeiras do parlamento em disputa. São, portanto, 577 distritos diferentes, com candidatos diferentes. Seria muito difícil construir uma unidade. Mas a esquerda conseguiu o que parecia impossível: se unir e apresentar candidaturas únicas nos 577 distritos.
Fazendo assim, mudou o cenário e o macronismo foi pego, digamos, no contrapé.

MOBILIZAÇÃO GANHA AS RUAS
Se, de um lado, a cúpula da esquerda conseguiu articular a unidade, do outro era necessário mobilizar a rua, coisa que até as eleições europeias de 9 de junho não havia acontecido.
E aí realmente aconteceu algo impressionante. O assunto ganhou as ruas. As paredes viraram um mar de pôsteres, de adesivos, de cartazes dos candidatos da Frente Popular.
No bairro que eu moro, 19eme, que é uma área popular de Paris, cheia de imigrantes, a esquerda é muito forte, tem uma votação muito forte. E aí foi incrível. Os bares e os cafés entraram na campanha. Todos ficaram tomados pela campanha da Frente Popular.
Foi muito interessante ver essa campanha local e o enraizamento da esquerda nessa área. Ficou visível a cultura da esquerda. Em pouquíssimo tempo, a mobilização cresceu e ocorreram muitos atos de rua, com muita panfletagem, muito trabalho de base, e uma hegemonia do grupo França Insubmissa dentro da Frente Popular.

ENTRE 30 DE JUNHO E 7 DE JULHO
O primeiro turno ocorreu em 30 de junho, e esse é um momento-chave para entender essa cronologia.
No 30 de junho, a extrema direita teve muito voto e ficou em primeiro lugar. A Frente Popular ficou em segundo e os macronistas, em terceiro.
Portanto, a eleição no primeiro turno foi uma grande derrota do campo macronista e uma grande vitória do campo da extrema direita.
Assim que soube do resultado do primeiro turno, Mélenchon anunciou que a Frente Popular iria abrir mão de candidaturas sempre que houvesse um candidato macronista bem posicionado.

MACRON AMBÍGUO
Macron e o campo macronista deram declarações ambíguas. O campo macronista tem muita resistência à França Insubmissa.
As declarações da esquerda para a formação de uma frente republicana antifascista ou anti extrema-direita foram muito fortes. Porém, os macronistas não acompanharam essa tendência.
De todo modo, o que acontece é que, em boa parte dos distritos em que ocorreu segundo turno com três candidatos, acabou havendo, sim, a formação dessa frente republicana, a partir da desistência do candidato menos cotado para ganhar.
Com isso, ocorreu uma mudança drástica entre o primeiro e o segundo turno, em apenas uma semana.

RESULTADO SURPREENDENTE
A esquerda surpreendeu, venceu e ficou em primeiro lugar. O macronismo ficou em segundo. E a extrema direita em último – ela havia vencido no primeiro turno. Ninguém imaginava esse resultado.

E AGORA? O QUE ESTÁ
ACONTECENDO NA FRANÇA?
Vou falar um pouco sobre onde nós estamos agora. No segundo turno, ocorreu uma vitória da esquerda, mas a esquerda não tem maioria absoluta no Parlamento. A grosso modo, o parlamento está dividido assim: 1/3 para a esquerda, pouco menos de 1/3 para a direita liberal macronista e um pouco menos ainda para a extrema direita. Dessa forma, é muito difícil montar um governo.
A esquerda vitoriosa no segundo turno diz que não vai fazer coalizão com a direita liberal de Macron para governar. Ela diz que tem direito de governar e que o Macron deve, portanto, fazer o que é de praxe, que é nomear o primeiro-ministro do grupo vencedor.
O problema é que a Constituição francesa dá muitas prerrogativas para o Macron. Ele pode nomear quem quiser, nada constrange o Macron a nomear quem ele quiser, de qualquer grupo político. Essa é a raiz do impasse atual. Ele não está obrigado a nomear um primeiro-ministro da Frente Popular ainda que a Frente Popular tenha ganhado as eleições.
O esperado, claro, seria o gesto de respeitar o voto popular, de respeitar a voz das urnas que deu a vitória para esse grupo.
Mas Macron está falando o seguinte: não é bem assim, a vitória foi muito apertada, vou nomear meu candidato.
Ainda não se sabe o que ele vai fazer.
Qual é o risco? O risco é você ficar numa situação de impasse em que, por exemplo, Macron usa a prerrogativa dele de nomear quem ele quiser e o Parlamento votar uma moção de desconfiança e derrubar o primeiro-ministro indicado.
Aí Macron nomeia outra pessoa. O Parlamento rejeita e o processo acontece sucessivamente. Isso gera uma enorme crise.
Para o sistema político francês voltar a ser funcional, vai depender das conversas de Macron com o parlamento e também da sua disposição de crise de respeitar o resultado das urnas.
No limite, se você tem esse impasse, perdurando no tempo, você tem até uma situação que pode levar a uma renúncia do Macron e a convocação de novas eleições presidenciais. É óbvio que isso está muito distante no horizonte. Mas enfim, nós estamos num contexto político aqui na França que ninguém imaginava que ele fosse dissolver o parlamento e ele dissolveu. Estamos vivendo situações meio inimagináveis aqui na França.

FALSA EQUIVALÊNCIA
Mélenchon certamente não se sentou com Macron para traçar a estratégia eleitoral. Pelo contrário. Macron não tem qualquer relação com a França Insubmissa. Macron odeia Mélenchon, odeia a esquerda radical e não tem nenhuma relação com Mélenchon. Em boa parte do primeiro turno, Macron usou o velho discurso das falsas equivalências, em que ele falava da França Insubmissa e da esquerda radical como se fossem um equivalente da extrema direita.
Só que não são equivalentes. A extrema direita é abertamente misógina, xenófoba, racista.
Vale lembrar que a tática de Macron de equivaler aesquerda à extrema direita foi amplamente mal sucedida nas urnas.

MACRON NÃO É CENTRO. ELE
REPRESENTA UMA DIREITA LIBERAL,
Não uso a categoria de centro para enquadrar o Macron. O campo macronista se elegeu pela primeira vez em 2017 apelando muito para esse discurso ‘não sou de direita nem de esquerda’. Esse é um discurso liberal clássico que, em geral, tende a ser da direita, da direita democrática, tolerante, mas da direita.
A partir de 2022, Macron tem adotado cada vez mais um discurso, uma linguagem, e ideias do campo da direita mesmo, e às vezes até da extrema direita em algumas questões. Então eu diria que o campo do macronismo é o campo da direita.

ACORDO TÁCITO
Logo após o primeiro turno, a esquerda e o macronismo fizeram uma espécie de acordo tácito e formaram uma Frente Republicana para barrar a extrema direita. Esse acordo já é tradicional na França e que ocorreu nas últimas duas eleições presidenciais.
Nas duas últimas eleições presidenciais, quando a Marine Le Pen, da extrema direita, esteve no segundo turno, a esquerda se uniu com a direita liberal e deu apoio expressivo ao Macron para barrar a Le Pen. O que aconteceu agora foi um pouco a reedição desse acordo.

EXTREMA DIREITA EM ASCENSÃO
No curto prazo, foi uma vitória importante da esquerda e que merece ser comemorada. Mas, se você analisa a médio prazo, há elementos preocupantes. A extrema-direita cresceu muito no parlamento francês quando comparamos com 2022. Hoje a direita tem uma quantidade de cadeiras no parlamento francês que nunca teve. E ela acabou de ganhar as eleições no parlamento europeu.
Existe uma tendência de ascensão da extrema direita. Essa tendência é inegável e ela não pode ser esquecida por causa de uma vitória circunstancial.
A recente vitória da esquerda na eleição legislativa foi muito apertada. Não podemos esquecer isso. Aliás, isso ocorre em vários países, inclusive no Brasil.
É preciso ficar claro que o resultado eleitoral circunstancial dessa eleição não anula, não invalida nem reverte automaticamente a tendência de médio e de longo prazo de ascensão da extrema direita.

LIÇÃO DA FRANÇA: FAZER ALIANÇAS PARA DERRUBAR A EXTREMA DIREITA
Ainda que existam circunstâncias muito específicas e conjunturais dessa eleição francesa, pode-se dizer que a estratégia de fazer aliança para derrubar o fascismo e a extrema direita é lição importante para o mundo.

FSR60405Professor João Ferraz apresenta projeto na audiência do CCS - Foto: Fernando SouzaRenan Fernandes

O projeto de valorização dos ativos imobiliários da UFRJ foi tema de audiência pública na quinta-feira (4), no auditório Quinhentão, no CCS. A reitoria apresentou à comunidade acadêmica a proposta de alienação conjugada das 11 unidades do Edifício Ventura Corporate Towers que pertencem à UFRJ. “O princípio é de uma transação in natura, uma troca. A UFRJ cede 16.663 m² de ativos imobiliários e recebe 71.354 m² de investimentos em infraestruturas acadêmicas e de assistência estudantil”, disse o professor João Carlos Ferraz, do Instituto de Economia, membro da comissão que assessora a reitoria na questão.
O reitor Roberto Medronho fez um apelo a favor da aprovação da permuta no Consuni. Serão necessários votos de dois terços dos conselheiros, ou 41 votos, para que a questão seja aprovada. “O Ventura não vai resolver todos os problemas da universidade, mas é o início de um processo. Esse não é um projeto de governo, mas de Estado. Passou por três reitorias com visões diferentes sobre o que é melhor para a UFRJ”, explicou.
O valor dos 11 andares do prédio e das contrapartidas previstas na licitação foi alvo de inquirição dos presentes na audiência. O técnico-administrativo Agnaldo Fernandes, superintendente do Centro de Tecnologia, levantou dúvidas quanto às cifras envolvidas na negociação. “Para fazer uma transação comercial temos que saber quanto vale o patrimônio. Precisamos dessa informação para o Consuni tomar uma decisão”, indagou.
A reitoria adotou a estratégia de não divulgar o valor dos ativos da universidade no edifício Ventura para não influenciar a licitação. Com base no histórico de receitas e despesas provenientes da administração do prédio, os cálculos preveem que a alienação vai gerar em três anos os recursos que demorariam 52 anos sem a negociação.
Uma segunda audiência acontecerá no dia 10 de julho, às 11h, no Salão Pedro Calmon, no Palácio Universitário.

DOCENTES DO IM QUESTIONAM PRIORIDADES

WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03 5Prédio do Instituto de Matemática - Foto: Arquivo AdUFRJApós a apresentação do projeto na audiência pública do CCS, alguns professores questionaram a inclusão das obras de conclusão do prédio do Instituto de Matemática (IM) no segundo bloco de contrapartidas, com a previsão de início das obras 26 meses após a assinatura do contrato.
“Nossa unidade está sendo inviabilizada. Temos pós-graduação nota sete na Capes, nossos formandos têm emprego, mas o que nos limita é a infraestrutura. Estamos perdendo pesquisadores para São Paulo, para o exterior e para empresas privadas. É uma concorrência desleal”, disse o professor Gregório Malajovich, do IM.
A professora Luciana Salgado compartilhou o mesmo receio sobre a fuga de cérebros do IM e cobrou valorização. “Nosso instituto é um dos que mais presta serviços para diferentes unidades da universidade. Desde que entrei, em 2018, a evasão de professores e pesquisadores da Matemática é surreal. Os motivos são variados, mas o principal é a falta de estrutura”, lamentou.
“Existe uma solução que é retomar essa obra. Por que não colocar à frente as obras que possam ser concluídas rapidamente?”, perguntou Gregório Malajovich. Uma estimativa de custo do Escritório Técnico da Universidade (ETU), feita em maio deste ano, orçou o investimento necessário para concluir o prédio em R$ 10,9 milhões.
O docente leu a conclusão de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), emitido em 2016, que determinou celeridade na conclusão das obras do IM. Os ministros do TCU seguiram o voto da relatora que recomendou a implementação de todas as medidas necessárias para colocar o prédio em funcionamento.WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03 11
Medronho minimizou o impacto da decisão judicial na hierarquização das contrapartidas. “Infelizmente, estamos com o TCU, a Controladoria Geral da União e o Ministério Público em várias edificações. Todo dia chega uma intimação para o reitor da ocasião. Sobre a Escola de Educação Infantil, o Colégio de Aplicação, o Hospital Escola São Francisco de Assis, o prédio da Praça da República… É um inferno na torre”, lamentou.
As dez contrapartidas previstas no projeto foram separadas em dois grupos de prioridade, conforme pontuação definida por cinco princípios do Plano Diretor da UFRJ: interesse público; número de frequentadores e área; estado de conservação; finalidade da intervenção; e segurança.
A principal crítica dos professores da Matemática foi em relação ao prédio do CCJE/CFCH estar incluído no primeiro grupo de contrapartidas que terão as obras iniciadas oito meses após o acordo firmado. A estrutura básica do edifício foi erguida ao lado da Faculdade de Letras, na Cidade Universitária, e ficou conhecida como “paliteiro”.
“Se tenho um cômodo da minha casa com uma obra inacabada, minha prioridade é concluir antes de começar outra. A obra do CCJE/CFCH é muito mais complexa e onerosa que a do IM. De forma pragmática, o ideal é finalizar o que está próximo do término”, argumentou a professora Maria José Pacífico. A docente expressou preocupação com a possibilidade de novas interrupções no futuro. “O campus do Fundão é um cemitério de prédios. Estou na UFRJ desde os anos 80 e atravessei todos os projetos que não foram terminados nas últimas décadas”, concluiu.
“Do ponto de vista técnico, tivemos que chegar em algum critério para estabelecer uma pontuação feita pelo Plano Diretor. Podemos mudar? É o coletivo quem vai decidir. Agora, se mudarmos a ordem das contrapartidas, qual será a reação das unidades que forem mudadas de posição?”, questionou Ferraz em defesa do trabalho da comissão nos últimos sete anos.
A professora Claudia Cruz, pró-reitora de Gestão e Governança, mostrou solidariedade com as demandas apresentadas pelos docentes. “Nossa necessidade é tão grande que precisaríamos de três ou quatro Venturas para atender todo mundo. Qualquer escolha que fizéssemos seria passível de questionamento. Entendemos a situação dramática de quem está em prédio sem estrutura ou quem está em prédio emprestado”, explicou.

WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03Fotos: Fernando SouzaTriste cartão de visitas da UFRJ, para quem acessa o campus do Fundão pelas linhas Vermelha e Amarela, o conjunto de módulos na esquina do Cenpes é o retrato do abandono. As imagens falam por si. O cenário é a síntese da falta de recursos e da degradação do patrimônio da universidade.
A obra, que ocupa 2,7 mil metros quadrados e se tornaria alojamento para 160 estudantes, foi iniciada em 2017, mas jamais concluída. A edificação, formada por ferro, aço, madeira e concreto, se desfaz no tempo e no espaço a olhos vistos. A barreira de proteção da obra caiu e, pouco a pouco, o revestimento externo dos módulos vai desaparecendo.
É grande a quantidade de mato no entorno da edificação e de restos de materiais de obras, como vergalhões, pregos e madeiras apodrecidas. Por dentro, é possível observar os sinais de infiltração pela água da chuva.
Antes de ser paralisada, a empreitada consumiu recursos da ordem de R$ 15 milhões. O custo total era previsto em R$ 18 milhões. O Tribunal de Contas da União interpela a universidade para que a obra seja finalizada. A finalidade, no entanto, está indefinida. “A estrutura é muito semelhante ao ‘Ninho do Urubu’ (estrutura em contêineres no CT do Flamengo onde 10 jovens morreram carbonizados em um incêndio em 2019). Não tenho coragem de colocar estudantes para dormirem naquele espaço”, revelou o reitor, professor Roberto Medronho, durante reunião com a AdUFRJ, o Sintufrj e o DCE no dia 18 de junho.
O projeto está na lista de prioridades da administração central para obter recursos do governo federal para sua conclusão. “Nós pedimos R$ 80 milhões para a segunda etapa do ‘paliteiro’, para a conclusão da residência do complexo CT-CCMN, e para finalizar os módulos”, conta o reitor. “Nossa perspectiva é usar toda a área desses módulos para assistência estudantil, mas com atividades que funcionem durante o dia, sem pernoite”, indicou Medronho. A reitoria informou que o governo federal disponibilizou R$ 10 milhões para a conclusão das instalações.WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03 2
Vizinho da estrutura inacabada, o novo prédio do Instituto de Física sofre com a degradação do entorno. “Vivemos uma situação de insegurança cotidiana com os dois alojamentos inacabados, mas principalmente com o esqueleto de tijolos, que fica no caminho entre o CCMN e o nosso prédio”, revela o diretor do IF, professor Nelson Braga. “Toda a região fica muito escura, qualquer um pode se esconder naquelas estruturas para assaltar quem passa”, conta. “Aqueles contêineres, inclusive, são uma aberração e, a cada dia, um pedaço some”, observa o docente. Ele conta que há um projeto para o cercamento completo da quadra do CCMN, que está sob análise da Procuradoria. “É uma forma de tentar proteger a comunidade acadêmica”, relata.
A insegurança não é sentida só pela comunidade acadêmica. Quem visita o campus para atividades de lazer também sente medo. “A gente fica preocupada que caia alguma coisa na gente, além do medo de assaltos”, conta Milena Barbosa. A jovem é moradora da Maré e se exercita com a prima na Cidade Universitária. “À noite, pessoas de rua vêm dormir nesses blocos e podem atacar quem passa. Por isso, prefiro vir caminhar de dia”, conta Milena.
A Prefeitura Universitária já conseguiu o orçamento necessário para voltar a cercar a área das obras. “Desde agosto do ano passado solicitamos o recurso para a recolocação dos tapumes. O dinheiro chegou agora. Vamos começar na semana que vem a trabalhar ali”, informa o prefeito Marcos Maldonado. “Mas é uma solução provisória. O definitivo seria o cercamento da região, cujo projeto já está em andamento junto ao Escritório Técnico da Universidade”.
Outra iniciativa da PU é o reforço na iluminação do entorno do prédio do Instituto de Física, especialmente o trajeto entre o CCMN e o edifício. É uma forma de aumentar a segurança de quem transita no perímetro das obras inacabadas. “Nós já fizemos os estudos preliminares. Só falta chegar uma parte do material para que a nova iluminação seja colocada”, conta Maldonado. A obra será realizada pela empresa que já cuida da manutenção da iluminação na Cidade Universitária. A expectativa é que o serviço comece a partir da próxima semana.

FSOU1912 01Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJNum raro insucesso em sua série histórica de conquistas de verbas de fomento, a UFRJ passou em branco em um dos mais aguardados e prestigiosos editais públicos de financiamento a infraestrutura de pesquisa do país, o Pró-Infra Expansão 2023, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Embora pudesse submeter até cinco subprojetos ao edital, a universidade optou por apresentar apenas um, denominado UFRJ Digital — Convergir o Físico e o Digital para Expandir a Pesquisa, Ensino e Extensão na UFRJ —, pleiteando recursos de R$ 25 milhões para revitalizar a combalida rede digital da instituição.
Na análise de mérito, o parecerista da Finep, cujo nome é mantido em sigilo, deu nota média de 3,18 ao projeto (em um máximo de 5,00) e qualificou-o como “não recomendado”. A análise (veja o parecer conclusivo na página 5) lista várias inconformidades ao edital Pró-Infra Expansão 2023. “O subprojeto não apresenta adequação aos objetivos do edital quanto ao fortalecimento de infraestrutura de pesquisa, mas sim da necessidade de atualização/modernização da inadequada e obsoleta infraestrutura de TI da instituição, carecendo de um eixo temático de pesquisa”, diz uma delas.
Em outros trechos da análise, o parecerista destaca problemas como falta de foco, dificuldades de mensuração de resultados e até prazos de execução. “A aquisição de diversos equipamentos necessita ser alinhada ao eixo temático investigativo. Os resultados são genéricos, e de difícil mensuração, dada a proposta generalista do projeto”, diz o documento. “A previsão no cronograma de execução é de 23 meses, em que pese o edital prever 36 meses. Pela complexidade da proposta, esta previsão é temerária”, acrescenta.

EDITAL DE R$ 500 MILHÕES
Lançado em dezembro de 2023, o edital Pró-Infra Expansão avaliou 159 projetos habilitados, somando 305 subprojetos, oferecendo R$ 500 milhões de recursos não reembolsáveis do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para a compra de equipamentos. Cada instituição teve a possibilidade de apresentar uma proposta com até cinco subprojetos. Os valores e o número de subprojetos dependem da quantidade de doutores de cada instituição. Até 300 doutores, R$ 5 milhões e um subprojeto. Mais de três mil doutores, até R$ 25 milhões e cinco subprojetos — caso da UFRJ.WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03 9
As análises ficaram a cargo de dez analistas da Finep e 60 consultores externos. O resultado preliminar — ainda cabem recursos — contemplou tanto universidades públicas quanto privadas.
A Universidade Federal da Paraíba emplacou quatro subprojetos, todos com notas superiores a 4,80. Dois deles receberam a nota máxima e figuram no topo da lista: o de ampliação e consolidação da infraestrutura de pesquisa em microbioma, nutrição e saúde, com recursos de R$ 4,7 milhões; e o dos Laboratórios Associados de Ciências Moleculares, que receberá R$ 4,9 milhões. Com seus quatro subprojetos aprovados, a Federal da Paraíba conseguirá R$ 19,7 milhões.
O valor é similar ao conquistado pela Universidade Federal de Minas Gerais, que também teve quatro subprojetos recomendados, no montante de R$ 19,9 milhões. Só para a aquisição de um novo microscópio com detector multimodal para pesquisas avançadas, a universidade receberá R$ 4,7 milhões.
O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, professor João Torres, defende o projeto submetido ao edital. Segundo ele, entre os três eixos previstos no Pró-Infra Expansão 2023 está o desenvolvimento de infraestrutura de pesquisa. “A nossa opção nesse edital foi fazer um projeto verdadeiramente institucional, ou seja, que tivesse impacto em toda a UFRJ, e não apenas em um grupo de pesquisa específico, ou um laboratório de determinado centro, como foi feito anteriormente. Temos clareza que a estrutura de TI da UFRJ está muito sucateada, precisamos investir pesadamente para modernizá-la, com máquinas novas e confiáveis”, argumenta o pró-reitor.
João Torres adianta que a UFRJ vai recorrer. “O árbitro da Finep fez um parecer muito negativo, basicamente dizendo que não fizemos um projeto voltado a laboratórios ou pesquisas de ponta. E, nesse aspecto, ele realmente tem razão. Nós claramente não fizemos isso, e foi nossa opção. Nós achamos que, neste momento, a infraestrutura de TI da UFRJ precisa urgentemente melhorar, e ela é algo transversal para toda a UFRJ, com impactos em todos os laboratórios. É nessa linha que vamos apresentar um recurso à Finep”, afirma o professor.
A equipe que está preparando o recurso inclui o professor Guilherme Horta Travassos, da Coppe, Felipe Rosa e Fernanda Mello, da PR-2, além do próprio João Torres, com apoio de técnicos da TIC. Superintendente geral de Pós-Gradação e Pesquisa, o professor Felipe Rosa também defendeu a opção da UFRJ.
“Decidimos fazer um projeto único e mais robusto que contemplasse essa nossa deficiência de infraestrutura da TIC. Deve ser a proposta mais institucional de todas as que foram enviadas para este edital da Finep. Acho que não fomos contemplados pela cultura de que esse edital se dedica a pesquisas de ponta, com equipamentos especializados e caros, o que não era o nosso caso”, avalia o professor Felipe Rosa.
As dificuldades estruturais da TIC são o tema de nossa matéria da página 6.

CRÍTICAS
WhatsApp Image 2024 07 08 at 15.11.03 10Quanto ao recurso, não há otimismo em se tratando da Finep. Profissionais acostumados aos processos de seleção de projetos da empresa acham improvável uma reviravolta “É muito difícil uma reavaliação, pois se trata de um problema de inadequação do projeto. O que se tentou foi remodelar a estrutura de rede da UFRJ com os recursos desse edital, mas ele é centrado em laboratórios, esse é um ponto relevante. Há também uma ideia que prolifera em muitos círculos, o que considero academicamente falho, de que basta colocar o nome da UFRJ para ter o seu projeto aprovado. Isso não é verdade”, analisa um professor com vasta experiência acadêmica e administrativa na UFRJ, que pediu para não ser identificado.
Professor titular do Instituto de Bioquímica Médica, Pedro Lagerblad recorda que muitos pesquisadores demonstraram insatisfação quando a reitoria divulgou sua opção em apresentar o projeto de recuperação da rede digital ao edital. “Houve uma reunião com coordenadores de pesquisa e pesquisadores para discutir os editais da Finep, logo que eles foram lançados, e a reitoria colocou a necessidade de modernização da infraestrutura de TI. A reitoria foi alertada de que o espírito do edital do Pró-Infra batia de frente com um pedido que contemplasse infraestrutura básica da universidade, porque o edital era voltado para estrutura de projetos de pesquisa de ponta”.
O pesquisador acredita que a intenção da reitoria é louvável, mas esbarra nas especificações do edital. “A reitoria tomou a opção de risco. Movida, e eu acho compreensível, pelo tamanho do problema e do impacto que a fragilidade de nossa estrutura de rede tem hoje, e que pode causar em função dos riscos iminentes de colapso do sistema. Eu discordei naquele momento dessa opção, mas entendo a lógica da decisão, que visava ao bem da universidade. Infelizmente, o cenário de inconformidade com o edital foi o que se configurou no resultado. O importante agora é olhar para os próximos editais, por um lado, e de outro construir outras estratégias para resolver o problema da rede de computadores da UFRJ, que se mantém como um problema agudo”.

OUTRAS UNIVERSIDADES
A Universidade Federal do ABC se junta à UFPB e à UFMG no ‘top 5’ dos projetos aprovados. Ela teve dois projetos com média 4,95: Desenvolvimento e Fortalecimento de Infraestrutura para Imageamento e Análise da Atividade Neural (R$ 3,7 milhões) e Novas e Avançadas Tecnologias de Imageamento para Materiais (R$ 4,9 milhões).
Instituições privadas também foram contempladas. A PUC-Rio, uma das mais caras do país, teve dois projetos aprovados, com um total de 9,4 milhões: Rede Multiusuário em Química Ambiental e Forense, com média de 4,67, que receberá R$ 4,5 milhões; e Carbono neutro — soluções integradas por captura direta de CO2 do ar e armazenamento geológico, com média de 4,30 e financiamento de R$ 4,9 milhões. Também privada, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, vai receber R$ 4.5 milhões para expansão e modernização dos Laboratórios Integrados de Caracterização e Processamento de Materiais. O projeto teve média de 4,30.
Entre os 106 subprojetos recomendados dentro do limite orçamentário da chamada, o que obteve mais recursos foi o do Centro Nordestino de Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear, da Universidade Federal do Ceará. A ele serão destinados R$ 11,8 milhões.
Algumas instituições não ligadas diretamente ao ensino superior também conseguiram ter projetos aprovados no Pró-Infra Expansão 2023. É o caso do Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que receberá R$ 4,5 milhões para compra de equipamentos de Quantificação e Identificação Celular; do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com R$ 4,9 milhões para modernização de seu Parque Analítico do para Conhecimento, Conservação e Restauração da Biodiversidade; e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com R$ 1,7 milhão para seu Laboratório Multiusuário de Bioinsumos para a Agropecuária. A Fiocruz conseguiu R$ 5,2 milhões para a expansão de sua rede de plataformas tecnológicas em Nanotecnologia.
As verbas do FNDCT foram recompostas pelo governo Lula, depois de um período de vacas magras na gestão Bolsonaro. No edital Pró-Infra 2021, a UFRJ teve dois projetos aprovados: o do Laboratório Avançado de Diagnóstico e Genômica de Patógenos Emergentes e Reemergentes, com média de 4,52, que obteve R$ 2,4 milhões; e a consolidação da Plataforma de Equipamentos Multiusuário do Campus Duque de Caxias como ferramenta de Integração Tecnológica em Nanobiotecnologia, com média de 3,92 e verba de R$ 2,5 milhões.

Foram definidos os nove observadores que a AdUFRJ levará ao 67º Conad do Andes, que acontece entre os dias 26 e 28 de julho, em Belo Horizonte. Confira o resultado da apuração dos 31 votos em urna de professores filiados.

Foram eleitos os nove primeiros colocados:

1 - Eleonora Ziller Camenietzki - 31 votos
2 - Veronica Damasceno - 30 votos
3 - Ricardo Medronho - 30 votos
4 - Claudia Mourthe - 29 votos
5 - Nedir do Espirito Santo - 28 votos
6 - Carlos Zarro - 28 votos
7 - Rodrigo Fonseca - 27 votos
8 - Antônio Solé - 27 votos
9 - Ana Lúcia Fernandes - 27 votos
10 - Cleusa Santos - 3 votos
11 - Caio Martins - 2 votos
12 - Fernanda Vieira - 2 votos
13 - Maria Cristina Miranda - 2 votos

A professora Mayra Goulart, presidenta da AdUFRJ, representará a seção sindical como delegada no Conad.

Foto: Ana Beatriz Magno

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