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“O PET virou uma arena de lutas ‘universitárias’”

Luiz Eduardo, professor de Bromatologia em Saúde na UFRJ, é Presidente da SBrET (Sociedade Brasileira de Educação Tutorial)

O Programa de Educação Tutorial passou por uma série de mudanças em sua estrutura, inclusive acoplando o antigo programa “Conexão de Saberes”. Como está o quadro hoje?

O PET se transformou numa arena de lutas “universitárias”. Para identificar os conflitos e as facções, para visualizar as razões, paixões e interesses, temos de construir uma narrativa para a sociogênese do Programa. Criado pelo Cláudio Moura Castro, quando presidiu a Capes, três décadas atrás, o PET contemplava a elite do “mérito”, os alunos com potencialidades excepcionais, que deveriam ter um “treinamento especial”, para serem os futuros líderes brasileiros, presidentes do Ipea, da Capes, do CNPq, do BNDES. Ou diplomatas de carreira, dirigentes da Receita, do Banco Central. E Moura Castro dizia que, para essa formação, o Professor-Tutor não era importante, porque bastava o dinheiro de uma bolsa para que esses alunos, em grupos de até doze, construíssem com autonomia esse aprendizado superior. 

Mas esses ajustes não são originados por avaliações do desenho e do impacto do Programa?

Doze orientados para um só professor é um exagero. E mais valeriam seis bolsas de R$ 800 que 12 bolsas de R$ 400. Selecionar Tutores sem projeto autoral, sem currículo consoante, sem edital nacional, isso vem destruindo o Programa. Mas nunca, em 30 anos, o desenho foi avaliado ou reajustado. É tudo voluntarismo e passionalidades. E esse paradigma, de que o PET deve ser a cara, a alma e as vontades de quem comanda o Programa, vem se instaurando e, à medida que a cara do dirigente vai mudando, muda também a cara do PET. Quando nasceu, o PET era o Programa Especial de Treinamento e praticava Educação Tutorial. Agora se chama Programa de Educação Tutorial, mas pratica apenas treinamentos especiais.

Como definiria o PET hoje?

Bem, para o Lucas Ramalho, ex-Coordenador do PET na SESu/MEC — e que agora está na assessoria do Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto — o objetivo do PET é ensinar professor jovem, inexperiente, a dar aula.  Para uma larga fração dos jovens professores, recém-ingressos, formados e conformados no furado paradigma “publiqueirista”, o PET parece ser visto como um pacote de bolsas que podem cobiçar, lograr obter e então desfrutar enquanto perfazem a trajetória para um pós-doc no exterior. Depois, “good-bye educação tutorial”, e não se fala mais nisso. Aliás, também nunca ninguém ouviu um Ministro do MEC falar de Educação Tutorial. Então… que Programa é esse e como é visto pelo MEC?

Mas o que deveria ser então o PET?

Para a SBrET, Educação Tutorial deve ser capilarizada, universalizada nas IFES, claro que sem bolsa, mas levada para a sala de aula, propiciando oportunidades compulsórias de Pesquisa e Extensão para todos os alunos de Graduação, com o PET sendo um espaço e uma oportunidade  preciosa para ensaiar inovações metodológicas para Ensino de Graduação. 

Qual seria o perfil desejável para um Tutor do PET?

No PET de raiz, nos anos 80, um Tutor deveria ter alguma “senioridade”, e experiência vivida e madura no exercício da profissão, habilitações para formar graduados de excelência, e não fazer do PET um vestibulinho para a Pós-Grad. O Pibic sim visaria formar para pesquisa e ensino. Já o PET visaria formar excelentes médicos, advogados, arquitetos, engenheiros etc. Graduados de excelência. E aí é que temos uma das mais ferozes arenas petianas de lutas e tiranias.

Como assim?

Primeiro, no âmbito do PET, não cabe essa ideia de tripé “Ensino-Pesquisa-Extensão”.  Absurdo observarmos, talvez, um Grupo PET de Educação Física ou de Enfermagem, ensinando inglês em favelas. Precisamos respeitar, pelo menos dentro do PET, o conceito de indissociabilidade. A Pesquisa, a Extensão e o Ensino devem estar integrados, numa mesma temática, dialogando entre si, e não como três sacis, cada uma das três pernas para um lado. Não são três pernas. É uma perna só. Estamos falando de indissociabilidade!

E o que faz a SBrET, que o senhor preside, quanto a tudo isso?

A Sociedade Brasileira de Educação Tutorial se propõe, como entidade “científica” e, dentre seus objetivos, naturalmente, destaca-se o de cooperar com o poder público em prol da Educação e, em especial, da afirmação da metodologia Tutorial, com Pesquisa e Extensão como atividades indispensáveis de todos os alunos de Graduação. Temos organizado Cursos e Congressos, promovido debates, produzido relatórios, e a própria SESu nos havia convidado para organizar um Seminário dentro do prédio do MEC, antes de outra vez mudar os dirigentes. Vamos tentar retomar essa negociação. 

Luiz Eduardo, professor de Bromatologia em Saúde na UFRJ, é Presidente da SBrET (Sociedade Brasileira de Educação Tutorial)

O Programa de Educação Tutorial passou por uma série de mudanças em sua estrutura, inclusive acoplando o antigo programa “Conexão de Saberes”. Como está o quadro hoje?

Luiseduardomioloprofessor Luiz Eduardo. Foto: arquivoO PET se transformou numa arena de lutas “universitárias”. Para identificar os conflitos e as facções, para visualizar as razões, paixões e interesses, temos de construir uma narrativa para a sociogênese do Programa. Criado pelo Cláudio Moura Castro, quando presidiu a Capes, três décadas atrás, o PET contemplava a elite do “mérito”, os alunos com potencialidades excepcionais, que deveriam ter um “treinamento especial”, para serem os futuros líderes brasileiros, presidentes do Ipea, da Capes, do CNPq, do BNDES. Ou diplomatas de carreira, dirigentes da Receita, do Banco Central. E Moura Castro dizia que, para essa formação, o Professor-Tutor não era importante, porque bastava o dinheiro de uma bolsa para que esses alunos, em grupos de até doze, construíssem com autonomia esse aprendizado superior. 

Mas esses ajustes não são originados por avaliações do desenho e do impacto do Programa?

Doze orientados para um só professor é um exagero. E mais valeriam seis bolsas de R$ 800 que 12 bolsas de R$ 400. Selecionar Tutores sem projeto autoral, sem currículo consoante, sem edital nacional, isso vem destruindo o Programa. Mas nunca, em 30 anos, o desenho foi avaliado ou reajustado. É tudo voluntarismo e passionalidades. E esse paradigma, de que o PET deve ser a cara, a alma e as vontades de quem comanda o Programa, vem se instaurando e, à medida que a cara do dirigente vai mudando, muda também a cara do PET. Quando nasceu, o PET era o Programa Especial de Treinamento e praticava Educação Tutorial. Agora se chama Programa de Educação Tutorial, mas pratica apenas treinamentos especiais.

Como definiria o PET hoje?

Bem, para o Lucas Ramalho, ex-Coordenador do PET na SESu/MEC — e que agora está na assessoria do Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto — o objetivo do PET é ensinar professor jovem, inexperiente, a dar aula.  Para uma larga fração dos jovens professores, recém-ingressos, formados e conformados no furado paradigma “publiqueirista”, o PET parece ser visto como um pacote de bolsas que podem cobiçar, lograr obter e então desfrutar enquanto perfazem a trajetória para um pós-doc no exterior. Depois, “good-bye educação tutorial”, e não se fala mais nisso. Aliás, também nunca ninguém ouviu um Ministro do MEC falar de Educação Tutorial. Então… que Programa é esse e como é visto pelo MEC?

Mas o que deveria ser então o PET?

Para a SBrET, Educação Tutorial deve ser capilarizada, universalizada nas IFES, claro que sem bolsa, mas levada para a sala de aula, propiciando oportunidades compulsórias de Pesquisa e Extensão para todos os alunos de Graduação, com o PET sendo um espaço e uma oportunidade  preciosa para ensaiar inovações metodológicas para Ensino de Graduação. 

Qual seria o perfil desejável para um Tutor do PET?

No PET de raiz, nos anos 80, um Tutor deveria ter alguma “senioridade”, e experiência vivida e madura no exercício da profissão, habilitações para formar graduados de excelência, e não fazer do PET um vestibulinho para a Pós-Grad. O Pibic sim visaria formar para pesquisa e ensino. Já o PET visaria formar excelentes médicos, advogados, arquitetos, engenheiros etc. Graduados de excelência. E aí é que temos uma das mais ferozes arenas petianas de lutas e tiranias.

Como assim?

Primeiro, no âmbito do PET, não cabe essa ideia de tripé “Ensino-Pesquisa-Extensão”.  Absurdo observarmos, talvez, um Grupo PET de Educação Física ou de Enfermagem, ensinando inglês em favelas. Precisamos respeitar, pelo menos dentro do PET, o conceito de indissociabilidade. A Pesquisa, a Extensão e o Ensino devem estar integrados, numa mesma temática, dialogando entre si, e não como três sacis, cada uma das três pernas para um lado. Não são três pernas. É uma perna só. Estamos falando de indissociabilidade!

E o que faz a SBrET, que o senhor preside, quanto a tudo isso?

A Sociedade Brasileira de Educação Tutorial se propõe, como entidade “científica” e, dentre seus objetivos, naturalmente, destaca-se o de cooperar com o poder público em prol da Educação e, em especial, da afirmação da metodologia Tutorial, com Pesquisa e Extensão como atividades indispensáveis de todos os alunos de Graduação. Temos organizado Cursos e Congressos, promovido debates, produzido relatórios, e a própria SESu nos havia convidado para organizar um Seminário dentro do prédio do MEC, antes de outra vez mudar os dirigentes. Vamos tentar retomar essa negociação. 

Atualizado: há 2 horas atrás

Alguns dos registros da festa dos 35 anos da Adufrj-SSind, no Clube dos Marimbás, em Copacabana, na noite de 7 de novembro.

Veja mais fotos da festa


Adufrj-SSind visita o HUCFF

Em visita ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), diretores da Seção sindical veem uma emergência nova, mas subutilizada. Setor precisa de mais 70 profissionais para operar 24 horas por dia

Melhorias estão sendo feitas sem a presença da Ebserh

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Diretores da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, Luciano Coutinho e Romildo Bomfim visitaram a emergência do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e áreas hoje vazias – algumas nunca acabadas — do prédio. O trajeto, na manhã de 14 de novembro, foi guiado pelo próprio diretor do HU, professor Eduardo Côrtes, e pelo chefe da Divisão de Engenharia da Unidade, Jairo Villas Boas. 

Quanto à emergência, a reportagem deste jornal e os diretores se depararam com 20 leitos (e uma área para isolamento respiratório) completamente vazios, macas novas e sem utilização. Apenas a sala de medicação possuía pacientes. De acordo com informações do diretor, a emergência funciona apenas durante o dia, com número reduzido de trabalhadores, para pacientes internados. À noite, não há profissionais. “É uma área em que hoje não há treinamento de estudantes”, reclamou Côrtes. Segundo ele, o setor de emergência necessitaria de 70 trabalhadores a mais do que possui hoje, entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes administrativos e assistentes sociais, para funcionar 24 horas.

“Se hoje eu tivesse gente suficiente, eu abriria a emergência, ela está pronta”, afirmou Eduardo Côrtes. Vale lembrar que a reforma do setor ocorreu sem a necessidade da instalação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Se um profissional de um centro de pesquisas infarta, precisará de pelo menos uma hora e meia para conseguir chegar a um hospital fora do Fundão. Essa é a realidade atual”, exemplificou. Atualmente, são feitos 600 atendimentos por mês na emergência, apenas de pacientes internos do hospital.

 

Veja mais fotos da visita da diretoria da Adufrj-SSind  ao Hospital Universitário

 

Cenário desolador

O sexto andar do HU é o mais precário de todos: está inteiramente inacabado. As alas A, B, C e D não foram finalizadas, continuam no esqueleto. O local virou depósito de materiais obsoletos. Lá estão equipamentos há pelo menos 30 anos. É preciso cuidado para circular pela área, pois o risco de pisar em falso e cair entre fossos é grande. O sétimo andar possui apenas duas das quatro alas em funcionamento; somente A e B. No oitavo andar, as alas A, B e D estão desativadas. Apenas a C funciona. 

A ala D, do nono andar, foi reformada na gestão do professor Amâncio Paulino de Carvalho, mas encontra-se completamente destruída. Ela termina com a parede até hoje aberta por conta da implosão da Ala Sul do HUCFF (ocorrida em dezembro de 2010). Lá, a reportágem observa o servidor Antônio José de Carvalho, há 26 anos lotado no HUCFF, aproveitando peças de antigos equipamentos: “Tenho que catar material aqui porque a gente não tem com o que trabalhar. Não chega equipamento novo, a gente tem que garimpar”, desabafou.


Ebserh afastada, projetos em andamento

Além dos R$ 9,4 milhões pagos, com recursos próprios, em 11 meses de gestão – dívida herdada do ex-diretor do HU, professor José Marcus Eulálio – o professor Eduardo Côrtes também sinaliza para projetos em fase de licitação e andamento: recuperação de enfermarias desativadas no décimo andar – a previsão é de entrega dessa área em dezembro; projeto para a adequação às normas do sistema de gás do hospital; reformas dos telhados; obras de estrutura do prédio, com complementação da parede de concreto que corta todo o prédio; projeto de colocação de uma parede de concreto para reequilibrar a estrutura do hospital (contraventamento), no local onde foi realizado o “corte” para a implosão da “perna seca”. Ao todo, são 12 licitações prontas. Somente para a construção dessa parede é estimado um gasto de R$ 2 milhões. “Esta obra é muito importante, porque o prédio pode balançar com ventos com mais de 120 km/h”, explicou o diretor.

Entre os dias 17 e 18 de novembro, será realizado o seminário “Soberania Alimentar — Diálogos entre o campo e a cidade”, no Auditório da Escola de Serviço Social (campus da Praia Vermelha). O evento, que começa às 13h no primeiro dia, vai proporcionar debate sobre a produção e consumo de alimentos, estabelecendo elo fundamental entre soberania alimentar e soberania dos povos. 

Mais informações podem ser conseguidas pelos e-mails: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


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