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A inflação e o salário, por Diego Novaes 

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Durante todo o processo eleitoral, além de acompanhamento dos debates institucionais, o Jornal da Adufrj vai propor algumas questões aos candidatos. Nesta semana, em função do curto tempo entre a inscrição das chapas e o fechamento desta edição, foi solicitado um breve texto para responder à seguinte pergunta: “Por que o(a) senhor(a) quer ser reitor(a) da UFRJ?”.

 

2015032311Foto: Marco Fernandes - 29/05/2013

Chapa 10 
Juntos pela UFRJ: Unidade na Diversidade

Aceitei apresentar a minha candidatura ao cargo de Reitora da UFRJ porque tenho um trabalho anterior reconhecido pela comunidade da UFRJ, perfil conciliador, diálogo com os mais diversos grupos da nossa universidade, experiência administrativa e a credibilidade da comunidade para o cumprimento dos compromissos que hoje estou assumindo. Por este perfil, considero ser capaz de unir a comunidade da UFRJ em torno de um projeto que além da consolidação de conquistas já obtidas (excelência acadêmica, expansão, interiorização, democratização do acesso, inclusão social...) se volte para outras grandes questões, dentre as quais se destaca a reafirmação da autonomia. Entendo que reafirmar a autonomia é se contrapor a um processo externo que teima em nos asfixiar e nos entregar às leis do mercado, da avaliação economicista de custo x benefício, da lógica produtivista e da precarização das relações de trabalho.

Para isso, com e por meio da ativa participação da Universidade, deveremos nos posicionar firmemente e mediar os processos de formulação e implementação de programas, de políticas e de ações que visem à consolidação da Universidade pública, gratuita, laica, autônoma, democrática, transparente e comprometida com a implementação de políticas de ensino, de pesquisa e de extensão voltadas para a formação de recursos humanos altamente qualificados, para a geração de conhecimento, para a devolução desse conhecimento para a sociedade que nos mantém, mas também para a formação cidadã e para a construção de um futuro socialmente mais justo para o nosso país.

Ângela Rocha dos Santos

 

 

2015032352Foto: Divulgação

Chapa 20
UFRJ Autônoma, Crítica e Democrática

Poucas atividades laborais podem ser tão empolgantes quanto estudar, pesquisar, dialogar com os jovens e discutir a prática da autonomia universitária. Desde que ingressei na UFRJ, em 1988, compreendi que não podia me eximir de participar da construção da UFRJ como instituição pública. Defendi a universidade e os órgãos de fomento ameaçados de desmonte pelo governo Collor e a dignidade e a autonomia da UFRJ quando da nomeação arbitrária de um reitor não eleito. Dediquei-me à reconstrução do programa de pós-graduação em Educação destruído no período do reitor ilegítimo. A maior parte de minha produção acadêmica foi dedicada a pensar a universidade. Em virtude da crise que sobre ela se abate, realizei debates com docentes, técnico-administrativos e estudantes nos quais diagnosticamos problemas de infraestrutura, organizacionais e de subfinanciamento muito profundos aos quais se somam um insulamento interno que enfraqueceu o debate institucional, a concepção de público e a função da universidade pública no capitalismo dependente. 

Concluímos que a UFRJ anseia por uma reforma que recoloque no centro do debate a formação integral dos estudantes, a ciência livre de influências particularistas, a cultura e o compromisso da instituição com os grandes problemas nacionais. A partir desses debates elaboramos um Manifesto cujo coletivo consensuou que meu nome seria o que melhor expressa o movimento por uma mudança virtuosa da UFRJ.  Comprometido com um Programa que contém polissêmicas vozes,  estou aberto ao debate para fortalecer a presença acadêmica e institucional da UFRJ no porvir da nação.

Roberto Leher

 

2015032353Foto: Marco Fernandes - 02/05/2013

Chapa 30
Somos Todos UFRJ

A decisão de me candidatar ao cargo de Reitora da UFRJ está pautada na perspectiva de liderar um amplo processo de resgate acadêmico-administrativo da maior Universidade Federal do Brasil, imprescindível no atual contexto da instituição. Temos compromisso com a educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada; com a defesa intransigente da Autonomia Universitária e o respeito às decisões colegiadas. Propomos uma gestão baseada no respeito ao diverso e no diálogo permanente. O Programa de Reestruturação das Universidades permitiu que IFES do Brasil inteiro construíssem, na última década, centenas de salas de aula e laboratórios para abrigar com qualidade seus cursos; criassem residências e restaurantes universitários, além da expansão substancial do seu número de alunos. Neste mesmo período, a UFRJ recebeu vultoso aporte de recursos, assim como inúmeras vagas docentes e de técnico-administrativos, para suprir os novos cursos e dar um salto de qualidade nos já existentes. Apesar disso, a aplicação de tais recursos não produziu os resultados esperados, particularmente em relação à infraestrutura necessária ao crescimento com qualidade. Diante deste quadro, nossa candidatura significa a verdadeira mudança de rumos para o resgate da autoestima institucional. Nossa trajetória de dedicação exclusiva à UFRJ, ocupando cargos administrativos de destaque, nos qualifica para assumir o cargo de dirigente máximo e lutar para fazer prevalecer os anseios da comunidade. 

Denise Pires de Carvalho

2015032331Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil - 02/01/2015

1º de janeiro de 2015
Toma posse no cargo, no lugar de Henrique Paim

2015032332Foto: Silvana Sá - 30/01/2015

30 de janeiro
Em visita à UFRJ, diz que não há contingenciamento do orçamento do MEC. Defende cursos lato sensu pagos nas universidades públicas

11 de fevereiro
Em reunião com a Xuxa, diz que ela “tem produzido excelentes materiais para o ensino infantil”.

2015032334Foto: Renata Maffezoli/Andes-SN - 10/03/2015

10 de março
Não comparece à reunião com os dirigentes do Andes-SN

2015032365Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 18/03/2015

18 de março
Vai à Câmara e discute com parlamentares. Depois, vai ao Palácio do Planalto e pede demissão. No dia seguinte, sua exoneração é publicada no Diário Oficial.

Ato pelo bandejão da Praia Vermelha mobilizou estudantes da UFRJ e da UniRio no último dia 18

Antes, reitor teria feito nova promessa

Samantha Su. Estagiária e Redação

Prometido pela reitoria para estar em funcionamento no dia 2 de março (data original de início do primeiro período letivo para a maioria dos cursos de graduação), o Restaurante Universitário do campus Praia Vermelha (PV) ainda é apenas um tapume cercando montes de entulho. Nem mesmo o adiamento do começo das aulas para 16 de março, por conta da crise da terceirização, fez a obra sair do papel.

Insatisfeitos com esta situação, os estudantes da Praia Vermelha e colegas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) uniram-se para realizar um protesto no último dia 18. Eles não se limitaram aos muros da UFRJ e fizeram uma breve passeata pelo entorno do campus. Em certo momento, chegaram a fechar as pistas da avenida Venceslau Brás, na zona sul da cidade, para mostrar que vai ter muita luta até o atendimento da reivindicação.

Nova promessa

Pouco antes do ato, informaram os alunos, a reitoria da UFRJ convocou a Comissão de Assistência Estudantil do Consuni para dizer que o projeto de licitação do bandejão-contêiner (conforme noticiado pelo Jornal da Adufrj, em outubro do ano passado) estaria na Procuradoria da universidade, sob análise. Depois, seria aberto um pregão eletrônico para contratação da empresa. A previsão é que esta etapa aconteça em 10 de abril.

Segundo Pedro Paiva, diretor do DCE e aluno daquele campus, a administração da universidade chegou a afirmar, durante a reunião com a comissão, que há uma dificuldade em conseguir uma empresa para realizar o projeto. Motivo? O “mercado superaquecido de contêineres”, em função das Olimpíadas Rio 2016.  Ainda assim, para a reitoria da UFRJ, não haveria nenhuma alternativa aos módulos. 

Custo de R$ 3 milhões

A reportagem do Jornal da Adufrj entrou em contato com a assessoria de imprensa do reitor, que confirmou o trâmite do processo na Procuradoria Federal da UFRJ. A previsão é que um parecer saia nesta semana (de 23 a 27 de março). Por e-mail, a assessoria acrescentou: “A Prefeitura Universitária encerrou em fevereiro a etapa de demolição de uma construção antiga, no campus, onde será instalado o restaurante. Atualmente, estamos na fase de retirada de entulho, que prevemos terminar dentro de três semanas. O orçamento da UFRJ para 2015 prevê investimento de R$ 3 milhões para a aquisição dos módulos pré-fabricados, para a instalação do serviço no campus”.

Falta de opções

Enquanto esperam pelo RU, as opções mais populares de almoço/janta para os alunos da PV custam por volta de R$ 10. A recente abertura de um bandejão na vizinha UniRio, com preço ao público externo de R$ 8, pode servir de válvula de escape. E virar um problema: “É possível que muita gente passe a frequentar o restaurante universitário da UniRio, mas acredito que eles não tenham condições de arcar com essa demanda”, acrescenta Paiva.

Na UniRio, preço alto

Os alunos da UniRio no ato pelo bandejão da Praia Vermelha, da UFRJ, além da solidariedade, também apresentaram uma pauta específica: no dia 2 de março, após pressão do movimento estudantil, foi inaugurado o restaurante universitário daquela instituição. O problema é que as refeições, para o corpo discente, custam o preço mais caro do estado, a R$ 3,80 (na UFRJ, o valor é de R$ 2; na UFF, apenas R$ 0,70). Eles se mobilizam pela gratuidade.

 

MEMÓRIA

Em setembro do ano passado, o reitor Carlos Levi assinou um documento entregue pelo DCE (foto), em outro ato pela construção do restaurante, comprometendo-se com a inauguração da obra até o início do período 2015/1.

Em aula pública, o professor Mauro Iasi, da Escola de Serviço Social, observa que existe uma crise política, mas sem sinal de mudança na estrutura. O que está havendo é uma movimentação à direita

Atividade ocorreu dia 19, na Praia Vermelha

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

“Nossa conjuntura mostra que existe uma crise política, mas com o fortalecimento do Estado burguês. Não é uma crise do Estado”, declarou o professor Mauro Iasi (Escola de Serviço Social) na aula pública “Crise, Conjuntura e Universidade”. A palestra, seguida de debate, ocorreu dia 19, em uma tenda montada no campus da Praia Vermelha da UFRJ. 

Mauro fez uma análise dos passos do governo federal. Em 2002, o PT escolheu se associar a setores representantes do capital para criar um “governo de coalizão”. Ao mesmo tempo, a eleição permitiu o controle de setores importantes da classe trabalhadora, como centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais. “Enquanto mantinha em alta a taxa de retorno e lucro das empresas, o governo fazia programas de transferência de renda com estímulo ao crédito, garantia de emprego etc. Em nenhum momento, se entendia que haveria mudanças estruturais no país, mas eram distribuídas migalhas para manutenção dos privilégios das grandes elites. Para que isso desse certo, era preciso cooptar e ‘apassivar’ setores da classe trabalhadora”.

A virada de mesa

Para Mauro Iasi, o que fez o país passar desse momento de acomodação dos interesses para o de uma crise política foi o fato de a “governabilidade” sustentada pelo PT com trocas de favores e benefícios ter se esgotado após as eleições de 2014. “O PT sai enfraquecido das últimas eleições. Então, o PMDB quer rever os termos do acordo firmado. Trata-se de uma nova correlação de forças. O presidencialismo de coalizão já não tem mais fôlego”. A “chantagem” feita pelo partido, quando da recente queda do ministro Cid Gomes, seria, na verdade, uma grande encenação: “O PMDB quer enfraquecer o governo para melhor negociar, mas depende desse mesmo governo para realizar sua política. Ele jamais sairia do governo”.

Embora tenha sido muito difundida nos últimos dias a ideia de impeachment, Mauro Iasi garante que não é isso que os setores da alta burguesia querem. “Não existe uma carência para o capital privado. O que se quer é negociar a postura do governo diante de momentos de baixa da economia. É paradoxal: ‘corte seus gastos e aumente meus subsídios’. Eles não querem bagunçar o tabuleiro a ponto de correrem risco de atrapalhar seus negócios”. 

Dilma e seu ato falho

O governo, alerta Mauro Iasi, após os atos do dia 13 de março (pró-PT) e do dia 15 (anti-PT) não dialogou com os que foram à rua para defendê-lo. “A resposta foi a disposição em dialogar com o dia 15. Dilma diz não às pautas reivindicadas dos setores que fizeram sua defesa. O seu grande ato falho foi dizer que discorda das críticas feitas ao ajuste econômico. Esta foi uma demanda da sexta-feira, não do domingo”.

 

Nas universidades...

As medidas de contingenciamento chegam à universidade num período anterior. “Quando era necessário que ela fosse capaz de se expandir com recursos menores e que pudesse criar mecanismos de se autofinanciar, especialmente por meios de parcerias público-privadas. Começamos a ouvir termos do mercado, como eficiência, produtividade, competitividade, eficácia, administração por projetos”, destacou Mauro Iasi, na aula pública.

O Reuni (programa de reestruturação das universidades federais) é implementado nas instituições com essa lógica: a da expansão com recursos reduzidos. “A crise desse modelo explodiu em 2012. Em 2014, a crise do contingenciamento chega ao seu ápice. O orçamento foi aprovado nesta semana e, sim, indica cortes para as universidades. Nosso papel é, mais do que nunca, lutar em defesa da universidade pública”.

A aula pública foi organizada pela Escola de Serviço Social. O professor Cézar Maranhão, diretor adjunto de Graduação da Unidade, fez a mediação. Participaram do debate: Cláudio Ribeiro (presidente da Adufrj-SSind e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), Clara Buoro e Rafael Dias (pelo DCE Mário Prata) e Romildo Bomfim (diretor da Adufrj-SSind e professor da Faculdade de Medicina).

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