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Novo outdoor da Adufrj-SSind é contra a terceirização

O mais novo outdoor da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) entra na campanha contra o Projeto de Lei nº 4.330/04, que amplia a terceirização no país. Instalado ao lado da ex-casa de espetáculos Canecão, na zona sul carioca, o painel também exige a revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, que restringem direitos trabalhistas e previdenciários.

Previsão de fim da obra passou de dezembro de 2014 para abril deste ano e, agora, para o segundo semestre

Problema da superlotação aumenta

Samantha Su. Estagiária e Redação

IMG 8952Em quartos projetados para apenas uma pessoa, a realidade é outra: há relatos de alguns com seis alunos. Foto: Samantha Su - 09/04/2015O bloco feminino da residência estudantil está em reforma desde março do ano passado e a conclusão da obra estava prevista para dezembro de 2014. Em reunião do Conselho de Ensino e Graduação (CEG) de novembro último, o ex-superintendente de políticas estudantis Ericksson Rocha comunicou o adiamento para março ou abril de 2015, no que chamava de “perspectiva pessimista”.   Agora, mais uma vez, as obras do bloco feminino serão atrasadas: “O Escritório Técnico (ETU), responsável pela fiscalização da obra, tem uma previsão de entrega para o segundo semestre deste ano”, afirma o novo superintendente, Helio de Mattos. A justificativa seria a falta de equipamentos para o sistema elétrico do bloco. 

Enquanto isso, a situação dos alunos não oficiais que ocupam hoje o alojamento está sendo negociada na transição para o novo bloco. A Comissão de Acompanhamento da Residência Estudantil, criada pelo Conselho Universitário e presidida pelo reitor da universidade, discute a questão. 

Até o momento, o paliativo encontrado foi um cadastramento no edital de concessão de bolsa-auxílio moradia da Divisão de Assistência Estudantil (DAE) para atestar as condições socioeconômicas e a matrícula ativa de todos os residentes não oficiais da casa. A partir do cumprimento dos pré-requisitos, ainda que não autorizados formalmente pelo funil estreito do processo, todos os ocupantes seriam transferidos para o prédio reformado. A única condição é que os estudantes não oficiais dividiriam quartos entre si. Vale lembrar: os estudantes que receberam bolsa-aluguel emergencial no valor de R$ 1,2 mil, no último ano, vão retornar ao imóvel. 

Em quartos projetados para uma pessoa, dois agregados irão dividir o espaço. Para os alunos, caso o número de residentes não oficiais exceda a divisão de duas pessoas por quarto, a Assembleia do Alojamento poderia pedir a colaboração dos estudantes oficiais para abrigar mais colegas, como já é feito atualmente no módulo masculino. 

Seis alunos onde deveria morar apenas um

O bloco masculino hoje funciona com superlotação devido à disparidade entre a quantidade de ingressantes cotistas e/ou de outras regiões e o número de bolsas-auxílio e vagas na moradia. Há relatos de quartos, projetados para apenas uma pessoa, com seis alojados. As ocupações são comunicadas em assembleia estudantil da residência, toda terça-feira, e cadastradas na administração da casa. Os estudantes se voluntariam a dividir o espaço, onde mal cabe uma cama de solteiro e um armário, com quem chega sem condições de permanência na universidade.

“Não é do nosso interesse que qualquer um venha à residência. A gente sabe que é de direito do estudante da UFRJ com matrícula ativa e condições socioeconômicas específicas. O problema é que são muitos estudantes nessas condições”, conta Maria Angélica, estudante de Serviço social, residente no local.   

Perfil dos estudantes agregados

Diversos relatos de ocupantes atentam para a deficiência da universidade em dar condições mínimas para que alunos de outros estados e com baixa renda possam concluir a graduação na UFRJ. Parte dos considerados “agregados” (não oficializados pela DAE) recebia a Bolsa Auxílio Permanência (BAP), direito concedido durante um ano a todo ingressante cotista no valor de R$ 550. Porém, após esse ano, sem conseguir disputar edital para moradia ou bolsa-auxílio em ampla concorrência, acabavam desabrigados. 

“Eu morava em uma república na Vila Residencial. Pouquíssimos lugares lá são razoáveis, quase todos lotados e os donos das casas costumavam acordar um valor único para o aluguel. Eu pagava R$ 350 reais e só recebia a BAP de R$ 550, tinha R$ 200 para sobreviver. Acabou o ano e eu não tinha para onde ir, vim parar aqui no alojamento com um colchão inflável de solteiro para dividir por duas pessoas. Hoje eu durmo em um sofá num quarto dividido entre três”, conta Hércules da Silva, oriundo de Minas Gerais e estudante de Química Industrial na UFRJ.


Veja a situação no alojamento

 

Alunos denunciam infestação de ratos no local

Não bastassem os habituais problemas do alojamento, os alunos agora denunciam a infestação de ratos. E não é no entorno das instalações (o que já seria grave). Os roedores estão entrando nos quartos.

De acordo com o Superintendente Geral de Políticas Estudantis, Helio de Mattos, “há mais de dez anos” é feita a desratização no local, duas vezes ao mês, pela Prefeitura Universitária. Ele alega, porém, que as obras de reforma do bloco feminino podem ter contribuído para uma maior incidência da praga, nos últimos meses — os montes de entulho favoreceriam a proliferação dos animais. Para Helio, “o ideal teria sido a saída de todos os moradores ao mesmo tempo para a reforma dos dois blocos”.

Ainda assim, quem reside lá afirma que nem todos os quartos foram visitados para a desratização durante o mês de março: “Vieram ao meu módulo colocar veneno mês passado, mas, nos quartos de outras pessoas que apresentaram problemas com ratos, nada foi feito. A administração nos diz que é feita a desratização, mas o problema não é solucionado e não há outra resposta”, explicou Maria Angélica, estudante de Serviço Social. 

Os estudantes alegam que os ratos sempre foram um problema. Mas que ganhou em intensidade a ponto de os animais chegarem aos quartos dos alojados. Em um dos módulos, após a entrada de quatro deles, os alunos resolveram arcar com os gastos de ratoeiras e telas para cobrir fissuras. O prédio, com diversos buracos em sua estrutura por conta da falta de reparos, conta ainda com um vão na área de serviço de todos os módulos. Essa abertura, além de grande parte do teto dos banheiros, sem forro, são locais por onde os ratos estariam entrando, segundo os moradores. 

A coleta seletiva no exterior da residência é feita pela Comlurb diariamente, porém o lugar indicado para que sejam despejados os detritos fica no interior do prédio. E, de acordo com os alunos, vive cheio. Por sua vez, a direção da residência promove campanha de conscientização sobre o tratamento adequado do lixo individual.

2º turno: os planos de Leher e Denise Não haverá continuidade de gestão

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Roberto Leher (Chapa 20) e Denise de Carvalho (Chapa 30) disputarão o segundo turno da consulta universitária para a reitoria 2015-2019. Os candidatos terão mais alguns dias de campanha antes que a comunidade universitária volte às urnas em 4, 5 e 6 de maio. Na UFRJ, a votação, além de separada por segmentos, é contabilizada de maneira ponderada, em que cada um dos grupos representa 1/3 no somatório final da eleição. Quanto menor o universo, mais força tem a categoria. Assim, o voto docente tem mais peso que os dos técnico-administrativos que, por sua vez, tem prevalência sobre o voto estudantil. Por isso, embora tenha sido a mais votada em números absolutos, a Chapa 20 foi para o segundo turno em segundo lugar na disputa.

A Chapa 30 ficou em primeiro lugar na consulta. Totalizou 5.398 votos, com 1.321 de professores, 1.667 de técnicos-administrativos e 2.410 de estudantes. A Chapa 20, encabeçada por Leher, obteve um total de 8.885 votos, dos quais 713 votos de professores, 1.576 de técnicos-administrativos e 6.596 de estudantes. Angela Rocha recebeu 3.219 votos no total, sendo 931 votos de docentes, 1.048 do segmento técnico-administrativo e 1.240 de estudantes. Em termos já ponderados, a Chapa 10 obteve 12,319% dos votos; a Chapa 20, 15,843% dos votos; e a Chapa 30, 18,560%.

Os números apontam que é preciso um esforço ainda maior para envolver a comunidade universitária no processo. De um universo de 4.078 docentes aptos a votar, compareceram às urnas 3.082. Entre os técnicos, pouco mais da metade compareceu: 4.502 de um total de 8.865. O percentual estudantil é ainda menor: de 53.766 aptos, apenas 10.445 participaram da consulta. Os números incluem votos brancos, nulos e votos em trânsito. 

Luciano Coutinho, presidente da Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CPPS), informou que houve um crescimento da participação dos estudantes na consulta: agora foram 19,427% em relação ao total, em comparação com 17% da consulta passada, em 2011, que elegeu Carlos Levi. Em contrapartida, diminuiu a presença de professores e técnicos. Os docentes compareceram em 75,576% e os técnico-administrativos tiveram percentual de participação de 50,637%. Para chegar aos números, a CPPS tem como critérios a consulta paritária, onde os votos de cada um dos segmentos têm o peso de 1/3 e o comparecimento às urnas em relação ao universo total de votantes em cada segmento.

Para o segundo turno, a CPPS pretende realizar mais treinamentos com os mesários: “Para o segundo turno, haverá novos treinamentos. Além disso, pedimos que a comunidade acadêmica se apresente para compor as mesas de votação”, destacou o professor.


Consulta para a reitoria da UFRJ continua nos dias 4, 5 e 6 de maio. Colégio Eleitoral forma as listas tríplices em 8 de maio. Resultado será enviado ao MEC

 

O que pensam os candidatos

Encerrada a apuração, a reportagem do Jornal da Adufrj entrou em contato com as candidaturas que continuam na disputa para saber como irão organizar a campanha de segundo turno e o que pretendem fazer para conseguir os votos atribuídos à chapa 10. Confira as respostas:

Qual a sua estratégia para o segundo turno?

DSC0096Foto: Marco Fernandes - 07/04/2015Chapa 20: A Chapa 20 foi legitimada por mais de 8 mil votos. Seguiremos buscando compreender os problemas da UFRJ, dialogando sobre as melhores alternativas, trabalhando uma agenda academicamente referenciada. Não reduzimos os enormes problemas da UFRJ a meras falhas de gestão, passíveis de serem resolvidas por “choques de gestão”. Estamos propondo mudanças relevantes na administração (melhor articulação entre planejamento e execução financeira, fortalecimento do setor de licitações, assessoria jurídica autônoma) e criação de uma divisão de infraestrutura para valorizar a prefeitura e o Escritório Técnico. Mas os problemas possuem raízes mais profundas, como a insuficiência das verbas para a assistência estudantil, o crescimento exponencial das terceirizações que corroeram os recursos de custeio e a redução dos recursos de investimentos. O dirigente não deve assumir o lugar de mero gestor, mas de reitor investido de autoridade por sua comunidade e que deve dialogar com os órgãos do Estado para repactuar os recursos disponíveis para as IFES. 

DSC0098Foto: Marco Fernandes - 07/04/2015Chapa 30: A equipe da Chapa 30 – SOMOSTODOSUFRJ agradece a todos que compareceram às urnas e contribuíram para a nossa vitória neste 1º turno. Cada voto que recebemos nos trouxe ainda mais convicção de que estamos trilhando o caminho certo. Reafirmaremos que o nosso Programa para a UFRJ é o mais aceito pela comunidade. A nossa principal estratégia para o segundo turno será a de reforçar as nossas propostas de resgate acadêmico-administrativo, buscando maior interlocução com os eleitores que compartilham conosco dos mesmos ideais de luta pelo ensino público de qualidade. Traremos mais membros da Comunidade Acadêmica para participarem da consulta neste 2º turno. Nesta conjuntura de crise, é preciso que a Reitoria eleita tenha grande legitimidade diante da comunidade acadêmica e da sociedade como um todo.

 
A que argumentos irá recorrer para atrair os votos dados à chapa que ficou fora da disputa?

Chapa 20: Todos os que acompanharam os debates conhecem nossa posição em relação a Chapa 10. Em nenhum momento concebemos a mesma como uma força antagônica ao projeto de universidade que defendemos. A situação é distinta em relação a outra chapa que está concorrendo conosco no segundo turno. As divergências com a Chapa 10 estavam concentradas no modo como podemos melhorar a organização acadêmica e administrativa da UFRJ, ampliando a participação da comunidade, por meio de um congresso universitário  e do processo estatuinte. A perspectiva de que a UFRJ deve ser uma instituição democrática, comprometida com os problemas dos povos e protagônica na melhoria das formas de ingresso, possibilitando a ampliação de estudantes provenientes dos setores mais explorados, por meio de políticas de afirmativas e de novas formas de articulação das universidades com a educação básica nos unifica. As convergências estão sendo construídas por meio do diálogo que se dá no âmbito de um mesmo campo acadêmico.

Chapa 30: A equipe da chapa 30 atuou como forte apoiadora dos projetos de democratização do acesso, reestruturação da universidade e fortalecimento do ensino público que aconteceram na última década. Fomos partícipes deste sonho de universidade mais inclusiva e socialmente referenciada. Lutamos contra as forças conservadoras que elevaram a voz contra as ações afirmativas, o Reuni e os novos cursos e campi. A Universidade precisa avançar e esses ideais progressistas são compartilhados entre a chapa 30 e a chapa que ficou fora da disputa. Divergíamos no modelo de administração subserviente da UFRJ e pretendemos resgatar o seu protagonismo nacional. Temos no 2º turno uma disputa entre dois modelos de universidade muito diferentes. O modelo que defendemos se baseia na formação do cidadão crítico e competente.

 
 
Chapa 10 vai se pronunciar sobre segundo turno nesta segunda, 27
A professora Angela Rocha foi procurada pela reportagem para fazer uma avaliação sobre o processo eleitoral e comentar se sua chapa, que ficou fora da disputa do segundo turno, apoiará alguma das candidaturas. Ela informou que nesta segunda-feira, 27, haverá uma reunião da Chapa 10 (encabeçada por ela) e, logo após, será feito um pronunciamento oficial.
 
 
UrnaNo meio da tarde, já eram conhecidas as chapas que iriam para o segundo turno, graças à agilidade de apuração com as urnas eletrônicas. Mas a conferência das cédulas em papel atrasou os resultados finais até o fim da noite de 17 de abril. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015

Por que segundo turno?
Para que a consulta tivesse sido encerrada no primeiro turno, era necessário que uma das chapas obtivesse mais votos que o somatório da segunda e terceira colocadas, acrescidos os votos brancos e nulos. 
A semana do dia 27 de abril está reservada para a campanha eleitoral do segundo turno.

Debates do segundo turno
Nesta segunda-feira, dia 27, acontecerá o primeiro debate do segundo turno. Será realizado na Praia Vermelha, no Auditório Manoel Maurício de Albuquerque, ao meio-dia. Inicialmente o debate estava programado para acontecer no Salão Pedro Calmon, mas a Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CCPS) foi informada de que o salão está interditado. Por isso, o debate foi transferido para o auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.

O segundo debate ocorre no dia 28, também ao meio-dia, no auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde, campus Fundão.

Um terceiro ainda pode ser agendado. 

Galeano2 2Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 11/04/2014


Eduardo Galeano

1940 - 2015

"De nuestros miedos

nacen nuestros corajes

y en nuestras dudas

viven nuestras certezas.

Los sueños anuncian

otra realidad posible

y los delirios otra razón.

En los extravios

nos esperan hallazgos,

porque es preciso perderse

para volver a encontrarse."



Certa vez, ainda em 2011, um repórter da extinta revista Versus, da UFRJ, entrou em contato via e-mail com Eduardo Galeano. Pedia uma entrevista para marcar os 40 anos do lançamento do livro “As veias abertas da América Latina”, obra seminal do escritor uruguaio. O assunto caía como uma luva para a publicação – de olhos voltados para os conflitos e esperanças do continente latino-americano. No entanto, Galeano rechaçou a proposta com um certo mau humor. Disse que já tinha falado tudo sobre o livro, e que não daria a entrevista. 

O fato é que, já há alguns anos, Eduardo Galeano vinha expondo suas restrições sobre dar entrevistas relacionadas à sua obra mais conhecida. De certa forma, a atitude do escritor chegou a ser festejada pela direita intelectual mais obscura, que viu nisso uma espécie de rejeição ao que tinha escrito em 1971. 

Mas a história é outra. Na semana passada, um dia depois da morte do escritor, na segunda-feira 13 de abril, o jornalista e escritor Eric Nepomuceno dava uma explicação para a resistência de Galeano em falar sobre sua obra-prima. “(...) acontece com todo autor que acaba conhecido por uma obra só. Gabo (Gabriel Garcia Marquez) tinha isso com ‘Cem anos de solidão’. É como se você tivesse cinco filhos e as pessoas só falassem de um”, compara.

Além de tradutor das obras do escritor uruguaio, Eric era amigo de Galeano há mais de 40 anos.  Ele considera “Veias” obra essencial,  fundadora de uma visão de mundo. Mas lembra que o livro foi escrito no calor das trincheiras na década de 1970, quando Galeano tinha 31 anos.  Do ponto de vista literário, Eric considera a trilogia “Memórias do fogo” e ‘O Livro dos Abraços” como superiores. “Galeano vai ouvindo de tudo. O que de melhor ouviu ele transforma em livros como este, onde lembra como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida” diz o tradutor de o “O Livro dos Abraços”.

“Futebol ao Sol e à Sombra”, “Dias e Noites de Amor e de Guerra” (prêmio Casa das Américas de 1978) e “Os filhos dos dias”, entre outros, compõem a vasta obra do escritor.


Consulta para a reitoria da UFRJ continua nos dias 4, 5 e 6 de maio. Colégio Eleitoral forma as listas tríplices em 8 de maio. Resultado será enviado ao MEC

Não haverá continuidade de gestão

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Roberto Leher (Chapa 20) e Denise de Carvalho (Chapa 30) disputarão o segundo turno da consulta universitária para a reitoria 2015-2019. Os candidatos terão mais alguns dias de campanha antes que a comunidade universitária volte às urnas em 4, 5 e 6 de maio. Na UFRJ, a votação, além de separada por segmentos, é contabilizada de maneira ponderada, em que cada um dos segmentos representa 1/3 no somatório final da eleição. Quanto menor o universo, mais força tem a categoria. Assim, o voto docente tem mais peso que os dos técnico-administrativos que, por sua vez, tem prevalência sobre o voto estudantil. Por isso, embora tenha sido a mais votada em números absolutos, a Chapa 20 foi para o segundo turno em segundo lugar na disputa.

A Chapa 30 ficou em primeiro lugar na consulta. Totalizou 5.398 votos, com 1.321 de professores, 1.667 de técnicos-administrativos e 2.410 de estudantes. A Chapa 20, encabeçada por Leher, obteve um total de 8.885 votos, dos quais, 713 votos de professores, 1.576 de técnicos-administrativos e 6.596 de estudantes. Angela Rocha recebeu 3.219 votos no total, sendo 931 votos de docentes, 1.048 do segmento técnico-administrativo e 1.240 de estudantes. Em termos já ponderados, a Chapa 10 obteve 12,319% dos votos; a Chapa 20, 15,843% dos votos; e a Chapa 30, 18,560%.

Veja a tebela de votação

Os números apontam que é preciso um esforço ainda maior para envolver a comunidade universitária no processo. De um universo de 4.078 docentes aptos a votar, compareceram às urnas 3.082. Entre os técnicos, pouco mais da metade compareceu: 4.489 de um total de 8.865. O percentual estudantil é ainda menor: de 53.766 aptos, apenas 10.445 participaram da consulta. Os números incluem votos brancos, nulos e votos em trânsito. 

Luciano Coutinho, presidente da Comissão de Coordenação do Processo Sucessório (CPPS), informou que houve um crescimento da participação dos estudantes na consulta: agora foram 19,427% em relação ao total, em comparação com 17% da consulta passada, em 2011, que elegeu Carlos Levi. Em contrapartida, diminuiu a presença de professores e técnicos. Os docentes compareceram em 75,576% e os técnico-administrativos tiveram percentual de participação de 50,637%. Para chegar aos números, a CPPS tem como critérios a consulta paritária, onde os votos de cada um dos segmentos têm o peso de 1/3 e o comparecimento às urnas em relação ao universo total de votantes em cada segmento.

Para o segundo turno, a CPPS pretende realizar mais treinamentos com os mesários: “Para o segundo turno, haverá novos treinamentos. Além disso, pedimos que a comunidade acadêmica se apresente para compor as mesas de votação”, destacou o professor.

 

Por que segundo turno?

Para que a consulta tivesse sido encerrada no primeiro turno, era necessário que uma das chapas obtivesse mais votos que o somatório da segunda e terceira colocadas, acrescidos os votos brancos e nulos. 

A semana do dia 27 de abril está reservada para a campanha eleitoral do segundo turno. Dois debates já estão programados: dia 27 de abril, na Praia Vermelha, ao meio-dia; e dia 28 de abril, no Quinhentão, campus Fundão, também ao meio-dia. Um terceiro ainda pode ser agendado. 

 

 

O que pensam os candidatos

LeherRoberto Leher. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015Os candidatos conversaram rapidamente com a reportagem do Jornal da Adufrj sobre suas impressões a respeito da campanha, o resultado e as estratégias para o segundo turno. Denise de Carvalho, da Chapa 30, afirmou que o resultado das urnas mostra “que as propostas de efetiva mudança da chapa para a UFRJ estão sendo bem aceitas pela comunidade universitária”: “Estamos muito felizes com o resultado que nos coloca em primeiro lugar na disputa pelo segundo turno. Tivemos muitos votos das diferentes categorias, o que legitima nossa candidatura, nossa trajetória”.

Denise também aproveitou o momento para agradecer à equipe que “vem trabalhando há algum tempo” para a candidatura. Ela afirmou que, nas próximas semanas, a chapa fará diversas reuniões em diferentes unidades para ampliar a base de apoio para o segundo turno. “Já temos uma série de reuniões marcadas e já hoje ligaremos para os amigos para que mantenham seu apoio na nossa chapa, para que estejam conosco e continuem nos ajudando”.

Roberto Leher afirmou que este processo eleitoral ficará para a história da universidade pelo engajamento dos segmentos universitários na discussão da UFRJ que se quer para os próximos quatro anos. “Muitos professores, técnico-administrativos e estudantes entenderam que era preciso apoiar um projeto que fortalecesse a democracia interna na UFRJ, que avaliasse e discutisse de forma sistemática a função social da universidade e, particularmente, se dispuseram a refletir de forma muito viva sobre a autonomia universitária. Ou seja: para que a universidade possa exercer suas funções, ela precisa ser, de fato, autônoma. Este foi o tom do debate”.DeniseDenise Carvalho. Foto: Marco Fernandes - 17/04/2015

Ele agradeceu o engajamento dos segmentos e se disse otimista: “Percebemos que a universidade problematiza suas questões e deseja uma mudança real, não uma mudança tecnocrática, da lógica gerencial”. Para o segundo turno, o professor afirmou que buscará o diálogo com todos os setores da universidade e o apoio de eleitores da Chapa 10. “O que nos aproxima, e isso é uma trajetória de anos, é a compreensão da necessidade de uma universidade pública, que não seja atrelada a interesses mercantis e particularistas”. Disse, ainda, que não abre mão da militância universitária. “Fizemos uma campanha muitíssimo modesta, que veio da solidariedade de colegas, de estudantes. Não utilizamos militância paga, não contratamos entregadores de panfletos. Toda a campanha foi de militância universitária”. 

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a candidata Angela Rocha até o fechamento desta edição.

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