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Professor denuncia maus tratos de segurança com clientes na entrada da agência do Banco do Brasil no CCS

Gerente, por sua vez, desconhece falha de conduta

Elisa Monteiro*. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

X., aluna da UFRJ (cujo nome está sendo preservado para evitar represálias), passou na agência do Banco do Brasil no Centro de Ciências da Saúde (CCS) para reabrir uma conta. Acabou vivenciando uma experiência inesperada de constrangimento e abuso por parte de um segurança: “Quando apitou na primeira vez, ele disse ao outro: — Segura que tem coisa aí! Já na quinta vez, perguntei como acontecia aquilo se só tinha folhas comigo e ele ironizou: - Se forem metálicas... Acabei chorando, queria correr dali”. 

X. acabou preferindo deixar a bolsa no automóvel para entrar na agência apenas com a carteira em mãos. “Na volta do carro, vi uma senhora com duas bolsas enormes que, apesar do apito da porta, teve a entrada liberada na hora. Eu fiquei vinte minutos tentando. Fiquei pensando por que aquilo aconteceu exatamente comigo”, contou.

A cena indignou o professor Luis Alfredo Vidal de Carvalho, da Faculdade de Medicina, que aguardava na fila de entrada junto a outros clientes. “Uma senhora brincou que, daquele jeito, a coitada da garota acabaria tendo que se despir para conseguir passar. De imediato, o segurança retrucou que aquilo era até uma boa ideia. Nessa hora, resolvi intervir”, observou. O professor relatou que questionou o procedimento e obteve, como resposta, mais deboche. Ao avisar que passaria a registrar com celular a conduta do segurança e que chamaria a polícia, por exemplo, ouviu um “de que ângulo meu rosto fica melhor?”, seguido de: “Pode chamar, não vai dar em nada mesmo”.

Queixa foi registrada no 17º BPM

A estudante e o professor se dirigiram à gerência, mas afirmaram não ter recebido a devida atenção.  Depois, ambos registraram queixa por “constrangimento ilegal” e “abuso de poder” no 17° BPM, na Ilha do Governador. E mais: resolveram mobilizar a comunidade em torno do tema. Segundo Luis Alfredo, uma carta sobre o ocorrido foi entregue à Ouvidoria da UFRJ e à reitoria. 

Com a circulação da informação nas redes da instituição, o professor e a estudante receberam onze depoimentos sobre situações semelhantes na mesma agência. Detalhe: dez deles de mulheres; sendo nove alunas e uma professora. “Inicialmente, apresentamos queixa por abuso e constrangimento, mas suspeitamos agora de assédio”, explicou Luis: “Temos Banco do Brasil na Letras, no CT e no CCMN. Por que só há reclamações em relação ao CCS?”. 

“E vários relatos dizem que, depois de uma abordagem humilhante e agressiva, na qual as mulheres chegavam a chorar, o segurança vinha fazer uma aproximação física com uma conversinha mole”.  

Luis Alfredo afirmou frequentar a agência há anos e já ter testemunhado diversas situações de procedimentos que lhe pareceram inadequados, especialmente com estudantes. “Eles sempre são abordados em função das mochilas”. 

Banco diz que vai averiguar reclamação 

Em resposta à universidade (documento ao qual a reportagem teve acesso), o Banco do Brasil comunicou por e-mail que, “na qualidade de instituição financeira”, seria regido por “normatismos e determinações, principalmente do Departamento de Polícia Federal”, sendo a porta detectora de metal um dos itens de segurança mínimos obrigatórios. Gerente geral do Banco, Edson Vanderlei Ody argumentou que “os clientes são orientados a depositar seus objetos (massas metálicas) na caixa, para que possam passar pela porta detectora de metais, procedimento este que foi seguido pelo referido cliente, bem como pela estudante por ele citada e, após não haver mais travamentos automáticos da porta pela ausência de massas metálicas, ambos adentraram a agência conforme pode ser confirmado pelo relato do próprio cliente”. 

Por fim, o gerente afirmou desconhecer “alguma falha de conduta neste procedimento”, mas se comprometeu a verificar a reclamação formalizada presencialmente pelo professor Luis Alfredo. “Estamos verificando administrativamente tal questionamento e nos colocamos à disposição para maiores e quaisquer esclarecimentos”. 

*colaborou Filipe Galvão

 

Canal de denúncias

O professor Luis Alfredo disponibilizou um canal para recolher novas denúncias. Vítimas de constrangimento e abuso por parte de funcionários dessa agência podem relatar os casos ao e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Funcionários da Qualitécnica ainda não receberam reposição dos dias descontados indevidamente. Valores de auxílio ao transporte e à alimentação de fevereiro foram depositados parcialmente ou estão atrasados 

“A gente sequer conhece nossos patrões”, reclama terceirizada

Samantha Su. Estagiária e Redação

Os terceirizados continuam pagando pela crise. A Qualitécnica, empresa que presta serviços de limpeza à UFRJ, ainda não cumpriu o acordo — firmado no Conselho Universitário de 5 de março — para repor os dez dias descontados na folha dos funcionários (sem salários, eles não podiam se deslocar para os postos de trabalho).

Também na mesma reunião, ficou acertado que não haveria punições aos funcionários que participaram das manifestações pelos pagamentos. E também este item não estaria sendo seguido pela empresa, que efetuou transferências não solicitadas pelos empregados, para outros setores.

Para piorar o quadro, segundo Terezinha da Costa, funcionária da limpeza, os trabalhadores têm sido orientados a não preencher os horários da folha de ponto, apenas assinarem. “Eu não entendo como a UFRJ pode estar ciente da forma como estamos trabalhando e continua renovando esses contratos. Hoje dói mais porque eu tenho conhecimento dos meus direitos e não consigo cobrá-los. A gente sequer conhece nossos patrões. Quem fala com eles é o reitor e a pró-reitora (de Governança)”, contou. Hoje, o vale-alimentação está atrasado e o auxílio-transporte, no valor de R$ 122, tem sido depositado parcialmente: “Alguns receberam R$ 90, outros R$ 85, nenhum integral”, completou.

Solidariedade

Na tentativa de melhorar as condições de vida, a solução é a solidariedade: os trabalhadores recolhem doações de alimento e fraldas descartáveis no bloco E do Centro de Tecnologia, no Fundão: “Eu tenho como me manter, mas muita gente foi despejada, está passando dificuldade. Sempre tivemos problemas com atrasos, mas eram mais pontuais. Hoje virou uma bola de neve. Nessa Páscoa muita gente não vai ter sequer caixinha de bombom, porque ovo de chocolate para nós já é luxo”, explicou Terezinha.

Os atrasos sucessivos nos pagamentos geraram dívidas acumuladas para os servidores. E já repercutem na saúde deles: “Já tem gente tomando remédio. Os danos que eles nos fizeram não serão solucionados apenas com a regularização dos repasses. A gente é pobre e vive de fé e cartão de crédito. É muito triste. Se antes eu tinha receio de falar, hoje não tenho mais, porque se eles chegaram ao ponto de deixar de pagar a nossa alimentação e o nosso transporte para vir trabalhar, eu não sei mais o que pode acontecer,” desabafou.

 

CAPA RPV 23 2 lombada 20mm3“Marxismo no século XXI” é o tema da última edição da Revista Praia Vermelha, publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRJ. Um debate que reuniu os professores Mauro Iasi e Luiz Edmundo Motta, dois dos articulistas selecionados para escrever sobre o tema, no auditório da ESS na noite de terça-feira, 31 de março, marcou o lançamento da edição. A entrevista com Michael Lowy é um dos destaques.

DSC0210Rogério Lustosa (à esq.), Mauro Iasi e Luiz Edmundo Motta compuseram a mesa do debate. Foto: Marco Fernandes - 31/03/2015

Setor ainda não foi transferido para novas instalações

Samantha Su. Estagiária e Redação

Em outubro do ano passado, funcionários da Superintendência Geral de Políticas Estudantis (Superest) realizaram uma paralisação de algumas semanas para chamar atenção para seus problemas: falta de pessoal e de infraestrutura física, entre outros, para atender milhares de estudantes. Com uma promessa de melhoria das condições de trabalho e de contratação de novos servidores, feita pelo reitor Carlos Levi, retomaram as atividades no fim do ano passado. Porém, a realidade é que pouco mudou de lá para cá.

A transferência do órgão, que hoje funciona em uma saleta no prédio da reitoria, para contêineres mais espaçosos ao lado da sede do Sintufrj deveria ter acontecido até fevereiro. Os módulos já foram posicionados, mas, sem rede de informática, a mudança foi prorrogada para o final de abril. Enquanto isso, por exemplo, o atendimento psicológico a alunos ocorre nos jardins da administração central, sem privacidade ou estrutura para as sessões. 

Além disso, a Divisão de Saúde da Superest (Disae), que trabalha com quase 1,5 mil alunos, possui apenas quatro profissionais atuantes: “Abriu um novo concurso e entrou uma assistente social para a Superest, mas ainda assim falta pessoal. Sem condições de trabalho, este ano já perdemos (SuperEst) oito funcionários”, contou a diretora da Disae, Marilurde Donato.

Em março de 2015, o Superintendente Geral de Políticas Estudantis, Ericksson Almendra, deixou o cargo. Foi substituído pelo professor Helio Mattos, da Faculdade de Farmácia.  

 

Cartazes agressivos

Na quarta semana de março, cartazes espalhados pela universidade — e, em especial, na entrada da própria SuperEst — criticaram uma suposta negligência do órgão quanto à Residência Estudantil. A superintendência foi chamada de “omissa” e “criminosa”. 

Segundo a professora Donato, os alunos da residência são os mais prejudicados e vivem em condições de insalubridade e precariedade, mas o trabalho da SuperEst não pode ser qualificado desta maneira: “A minha relação com eles é boa e nós, enquanto profissionais, nos esforçamos o máximo possível. Não me sinto representada pelos adjetivos, como omissa e criminosa, dos cartazes. A nossa capacidade de trabalho é insuficiente para a quantidade de alunos que chegam aqui,” afirmou Marilurde.

Reza a lenda que a vida já foi possível na Baía de Guanabara. Tão possível que já foi morada de um ilustre primo dos golfinhos: o boto. O animal, hoje uma espécie de monstro do Lago Ness de tão raro no local, é o mote das esculturas em fibra de vidro que ocupam a Ilha do Fundão desde o último dia 28.

A exposição Memórias do Boto, parceria entre Escola de Belas Artes e o Parque Tecnológico, faz parte do calendário oficial de comemoração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Quarenta e cinco imagens do simpático bichinho servem como suporte para contar a história do Rio de Janeiro e seus habitantes. A exposição vai até 30 de maio. Um livro com o registro da feitura das esculturas será lançado no aniversário de 199 anos da EBA, no próximo dia 12 de junho. (Filipe Galvão)

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