facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

NOVOcartaz 17 de abril

O Congresso nas trevas

O professor Ricardo Antunes, da Unicamp, um dos mais importantes pensadores brasileiros sobre o mundo do trabalho, diz que o projeto de expansão da terceirização, aprovado na quarta-feira 8, representa “uma tragédia” para a classe trabalhadora.  A votação da Câmara, avalia, se encaixa neste ambiente de “retração da esquerda” e ofensiva da direita. O professor de Ciência Política da FGV-SP, Francisco Fonseca, afirma que o país vive um momento perigoso, com a ascensão de personagens como Eduardo Cunha e manifestações da direita nas ruas, eventos fortemente amplificados pela mídia.  

Há duas décadas, dormia no baú da Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que diminui a maioridade penal de 18 para 16 anos. Ressurgiu com força e acaba de ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça. Observadores das inflexões do parlamento brasileiro dizem que o Congresso Nacional, contaminado de conservadorismo, encontra na conjuntura a correlação de forças para se aproximar das teses mais atrasadas, a serviço do grande capital e, em alguns casos, do fundamentalismo religioso. 

Cândido Grzybowski, diretor do Ibase, vai ao ponto: “Nosso Congresso não representa a sociedade, mas interesses corporativos e religiosos”, diz. O professor Francisco Fonseca concorda. Ele adverte que “algo muito grave” está acontecendo e que a sociedade não se deu conta. “Esse projeto de terceirização representa o fim da CLT. Somando a temas como da maioridade e outros, tudo isso aponta para uma direção: o domínio do capital sobre o trabalho e o domínio de teses conservadoras, religiosas inclusive, do ponto de vista comportamental, no Congresso”.

A próxima ofensiva do conservadorismo no Congresso Nacional é a reforma política. Os porta-vozes mais influentes do parlamento ecoam os interesses da grande burguesia e já avisam que não aceitarão a ideia de acabar com o financiamento das campanhas por empresas. Mesmo diante dos escândalos de corrupção que têm origem precisamente no sequestro da política pelo poder econômico.

De acordo com o Diap, o congresso eleito em 2014 é o mais conservador desde 1964. Aumentou o número de deputados militares, religiosos, ruralistas e outros vinculados claramente a interesses das corporações empresariais. Parlamentares associados à agenda progressista caíram pela metade. Pautas relacionadas ao direito ao aborto, criminalização da homofobia e a questões raciais tendem a ser marginalizadas. Tendência, aliás, afirmada pelo presidente da Câmara, membro da Assembleia de Deus, que disse que só por cima do seu cadáver a legislação que criminaliza o aborto seria modificada.

Antes de chegar à presidência da Câmara, Eduardo Cunha foi recebido por Roberto Irineu Marinho, chefão do grupo Globo. Deu garantias de que também nem por cima do seu cadáver colocaria na pauta qualquer projeto relacionado com a regulação da mídia. (fontes: site Esquerda Diário, Diap e Repórter Brasil).

Je suis (un peu) Eduardo

Ato contra a política de extermínio do Estado, em 8 de abril, expõe contradições da sociedade carioca

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

O volume de pessoas que se reuniam às 17h ao redor do chafariz do Largo do Machado na última quarta-feira, dia 8, era tímido. A aglomeração foi em memória e luto por Eduardo de Jesus, 10 anos, executado com um tiro de fuzil na nuca durante operação policial no Complexo do Alemão em 2 de abril.

Depois de uma hora de concentração, o ato organizado pela Frente Independente Popular (FIP) que exigia o fim da guerra aos pobres e a retirada imediata das Unidades de Polícia Pacificadora foi inflado de súbito. Em menos de 10 minutos, o aparelho de guerra estadual e federal deslocado para acompanhar o protesto cercou a praça como uma alcateia de hienas. A ação conjunta entre Bope, Grupo Tático Móvel, policiais à paisana, Força Nacional seguiu a cartilha de desfile de forças e intimidação.

Os organizadores contabilizaram um total de 800 manifestantes. As forças de repressão pareciam contar com a mesma quantidade de pessoas. O inchaço atiçou os presentes e o ato seguiu pela Rua das Laranjeiras em direção ao Palácio da Guanabara.

Apesar da barbárie diante do extermínio dos mais pobres — fato evidenciado pelas recentes declarações do governador Pezão, que prometeu atropelar a Justiça para endurecer a política de apartheid — alguns se solidarizavam com os agentes do Estado. “Vocês ganham muito mal e ainda assim nos defendem”, disse uma passante. “Desce o cacete nesses vagabundos”, bradou um grupo de senhoras que acompanhava a movimentação em frente ao prédio em que vivem.

Enquanto os 800 assumiam a dor dos oprimidos com frases como “Je suis Eduardo”, parte da população da zona sul parecia escolher o lado dos opressores. O vírus conservador, mais perigoso que o Ebola, parece se espalhar como o chumbo nas favelas. 

Assembleia

Dia 17/04, 16h, no auditório da ESS

Campus da Praia Vermelha

Pauta
1 - Informes;
2 - Negociação da pauta salarial dos Servidores Públicos Federais com o Ministério do Planejamento;
3 - Delegação para o 7º Conad Extraordinário do Andes-SN;
4 - Assuntos Gerais.

Topo