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Professores criticam conexão à internet no Fundão

Tatiana Lima
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A comunidade acadêmica não aguenta mais conviver com a instabilidade da conexão de internet da UFRJ no campus do Fundão. A reclamação é antiga, mas o setor de infraestrutura da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (InfraTIC) afirma que os problemas são pontuais. Os professores contestam: “A rede cai demais. A pesquisa que faço é parada diversas vezes por falta de rede, pois trabalho com um experimento em cooperação com laboratórios na Suíça”, afirma Bruno Souza, do Instituto de Física.

Murilo Rangel, também do Instituto de Física, diz que “não tem como não criticar” a conexão ofertada pela universidade. Segundo Rangel, a queda ou a lentidão afetam a participação de professores em compromissos internacionais. “Trabalhamos em diálogo com pesquisadores dos Estados Unidos e França também por videoconferência. Há reuniões das quais, sem internet no horário marcado, você simplesmente não participa”, ressalta. Ele completa: “Há 20 anos, não se precisava tanto deste suporte, mas agora é necessário. Sem estrutura de informática não há pesquisa”.

Já Rodrigo Volcan, do Instituto de Química, avalia que a conexão “não é totalmente estável”, mas, se comparada a anos anteriores, melhorou. Porém, com um histórico de perda de dados no e-mail institucional, o professor prefere direcionar as mensagens de trabalho para a conta pessoal. “Dependemos de dados para a pesquisa, mas não há segurança, se o e-mail de um professor de fora chegou ou não. Ou, ainda, se o seu e-mail chegou ao remetente. Já perdi dados por duas vezes”.

Falta de suporte
A falta de suporte local para os equipamentos também é criticada por professores da UFRJ. Murilo Rangel afirma que já utilizou verba da pesquisa para esta manutenção. “É o instituto que precisa se organizar. Não há suporte garantido pela UFRJ. Se o servidor local dá problema, tem que chamar um técnico terceirizado”, ressalta. No Instituto de Química, segundo Rodrigo Volcan, o suporte também cabe à unidade.

Silvio Leite, diretor da InfraTIC, explica que apenas algumas unidades da UFRJ “têm apoio direto em relação às suas redes internas”. Apesar disso, o setor pode auxiliar em caso de problemas nas unidades. É necessário entrar em contato com o Centro de Operações de Redes pelo telefone 3938-1935. “Não temos como ajudar se essas informações não chegam até nós. Estamos fazendo um trabalho de aproximação com todos os administradores de redes para que vários pequenos incidentes sejam resolvidos mais rapidamente”, diz.

Recentemente, a universidade fez investimento na manutenção dos geradores do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE): “Onde estão localizados todos os equipamentos que interligam o nosso campus com o mundo. Como as quedas de energia elétrica têm sido uma constante, ao menos agora temos a garantia de que todo o tráfego que passa por lá não será interrompido por este motivo”, informa Silvio.

Sem wifi

 Outra reclamação dos docentes é a falta de acesso ao “Eduroam”, via UFRJ. O EducationRoaming é um sistema desenvolvido para a comunidade internacional de educação e pesquisa. De forma simples e segura, estudantes, pesquisadores e professores podem ter acesso sem fio à internet. Só que a melhor universidade do Brasil, segundo ranking da Folha de S. Paulo, não está cadastrada nesta rede. Até o fechamento desta matéria, a assessoria da reitoria não respondeu sobre esta possibilidade de conexão à internet.


Maior e melhor: UFRJ em 1º lugar no ranking da Folha

Elisa Monteiro
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O trabalho de várias gerações rendeu frutos. Pode ser resumida assim a avaliação que alguns professores fizeram do primeiro lugar da UFRJ no ranking universitário organizado, anualmente, pelo jornal Folha de S. Paulo. Agora, além de maior universidade federal do país, a comunidade acadêmica pode dizer que trabalha ou estuda na melhor instituição de todo o sistema de ensino superior. Os resultados foram divulgados no último dia 19.

O diretor da Coppe, Edson Watanabe, por exemplo, brincou que o reconhecimento poderia ser atribuído “a cinquenta anos de construção”, em referência ao próprio tempo de vida do instituto de pesquisa e pós-graduação em engenharia. A Dedicação Exclusiva dos docentes à universidade e a política interna de avaliação da Unidade, praticada na última década, também foram citadas.

Em relação às pesquisas ligadas ao petróleo, destacadas pelo ranking da Folha, o diretor deu crédito ao Parque Tecnológico da UFRJ pela boa pontuação. Na visão do professor, a atuação com o “mundo externo (à universidade)” ajuda a criar um envolvimento maior dos estudantes com o conhecimento.

Para Ângela Rocha (Instituto de Matemática), ex-pró-reitora de Graduação, o principal diferencial da UFRJ em relação às demais universidades está na integração entre o ensino e pesquisa. “E, mais recentemente, com a extensão”, enfatiza. Segundo ela, “é isso que faz da UFRJ uma verdadeira universidade, e não um escolão de terceiro grau”.

Outro fator citado pela docente é a atração nacional de bons estudantes a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): “Setenta e cinco por cento dos alunos da graduação da UFRJ estão entre os 2% de melhor desempenho no exame”.

A pontuação

Pela primeira vez, a UFRJ alcançou o alto do pódio no ranking criado pela Folha. Com 97,46 pontos, a instituição fluminense superou a USP (97,03). Mas a universidade paulista zera o indicador referente ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) — não há obrigatoriedade de as estaduais participarem desta avaliação do MEC.

O reitor Roberto Leher comemorou o resultado e destacou a tradição da universidade em diversas áreas do conhecimento: “Estamos fortemente vinculados a redes internacionais de pesquisa. Grandes físicos brasileiros passaram pela UFRJ, temos conhecimento acumulado em letras e literaturas”, afirmou, em nota pública.

Fila virtual

Sistema de agendamento pela internet busca acabar com longo tempo de espera na entrada do restaurante do CT. Usuárias avaliam a mudança

Texto e fotos: Isadora Vilardo

Desde quinta (8), estudantes e servidores precisam fazer um agendamento virtual para acessar o restaurante universitário do Centro de Tecnologia. O sistema — viabilizado pela decania do CT — é aberto todos os dias no site https://ru.ct.ufrj.br, às 7h, para o almoço; e ao meio-dia, para o jantar. Quem marca mais cedo consegue mais opções de horário.

Nutricionista do Sistema de Alimentação da UFRJ, Renata Machado explica a mudança. “O problema da alta demanda ainda existe. Não foi para isso que o sistema foi pensado,” diz. “Agora o aluno só não precisa esperar lá. Pode ir fazer suas coisas, ir à biblioteca, e voltar quando for sua vez”. A medida dividiu as opiniões, em sua fase inicial de operação.

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A estudante Laura Coutinho, da Engenharia Naval e Oceânica, acredita que, caso a marcação funcione, será um avanço. “Na última sexta-feira, foi muito tranquilo. Mas, desta vez (segunda), precisei remarcar, pois precisava falar com um professor, e só consegui horário durante minha aula”, conta. “Tive que sair da sala para vir comer.”

Cobertor curto

Entre as preocupações com a adaptação ao novo sistema, a principal era uma possível migração de público para o restaurante da Faculdade de Letras, próximo ao CT. Hipótese confirmada quando, no segundo dia, o serviço da Letras foi interrompido por uma hora, por falta de refeição. “Houve um ligeiro aumento na demanda do restaurante da Letras, e, por isso, precisamos pedir a reposição do restaurante central naquele momento”, justifica Renata.

Para a estudante Ana Paula Oliveira, da Faculdade de Letras, a dificuldade é recorrente. “Já almoço aqui há quatro anos e a fila sempre foi um problema”, diz. “Algumas vezes, desisto de comer porque preciso ir para a aula e a espera é demorada”. Para ela, a solução passa por aumentar a capacidade dos restaurantes. “Não adianta ter agendamento. Isso não vai fazer ter comida para todo mundo”, afirma.

“Existem alguns problemas como pessoas que ainda não se adaptaram ao novo sistema e alguns cadastros que não estão completos”, explica Renata. O sistema utiliza o banco de dados da própria universidade. “Por enquanto, a orientação é de que a pessoa seja liberada para comer, caso ocorra qualquer problema (com o agendamento)”.

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Estudantes também questionaram a marcação pela internet, à qual nem todos têm acesso no período estabelecido. Para minimizar esse problema, o CT liberou pontos de rede sem fio nas proximidades do restaurante e instalou um totem no Bloco A, para a marcação presencial.

ATUALIZAÇÃO: Até o fechamento da matéria, o sistema de agendamento virtual impedia a formação de grandes filas físicas no restaurante. Hoje (16), no horário de pico (12h), no entanto, muitas pessoas aguardavam a vez de almoçar. Os usuários diziam estar no horário marcado.

Funcionários do Sistema de Nutrição presentes à entrada do restaurante justificaram o problema com a falta de lugares nas mesas do refeitório, uma vez que as pessoas demoravam muito a sair. Contudo, a reportagem verificou que havia lugares vagos no restaurante e que a fila formada devia-se à velocidade do atendimento.









Mobilize-se pela universidade pública

Preocupada com os recentes ataques à universidade pública e com a edição da PEC-241, a Adufrj-SSind convida os professores e as professoras para a plenária comunitária com estudantes, servidores técnico-administrativos, terceirizados e docentes na próxima quinta-feira, 22, às 15h, na sala 106 do IFCS/UFRJ. Um dos objetivos do encontro é traçar estratégias para impedir a aprovação da proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos até 2036 e que coloca em risco importantes conquistas da educação brasileira. 


Contamos com sua presença. 

ADUFRJ, SINTUFRJ, DCE, APG e ATTUFRJ

 

 


Resposta ineficaz ao baixo desempenho do ensino médio

Ministro da Educação quer reformular currículo. Professores questionam medida e falta de infraestrutura

Lílian Durães
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O ensino médio não alcançou em 2015 as metas estabelecidas pelo governo, de acordo com a última aferição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para melhorar o desempenho dos estudantes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, quer uma reformulação no currículo. Além da instituição da jornada integral. Professores, no entanto, não têm acordo com a proposta.

Mendonça Filho cobra urgência na tramitação do Projeto de Lei 6.840/2013, que prevê alterações nas diretrizes e bases da educação nacional, sobre a organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Além disso, institui as chamadas “opções formativas”, grupo de disciplinas com ênfase em uma área de interesse escolhida pelo aluno, no último ano do Ensino Médio. Concluída esta etapa, mesmo já formado, o estudante também poderia voltar à escola e fazer mais um ano letivo, optando por outra área.

Professores questionam PL

Na opinião da professora da Faculdade de Educação da UFRJ, Vânia Motta, “a bandeira da educação integral é de longa data, mas (este projeto) não tem perspectiva de formação humana”. Ela completa: “No contexto da mercantilização, vão enxugar os currículos e eliminar disciplinas menos importantes para o mercado. Ocorrerá um corte de disciplinas fundamentais para a formação humana”.

Vânia crê que o verdadeiro problema é outro. Ela cita um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, que analisou 194.932 escolas brasileiras, com base no Censo Escolar de 2011. Os resultados indicaram que apenas 0,6% das escolas tinham infraestrutura próxima do adequado para o ensino — dispor de biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva e laboratório de ciências. Também foi apontado que só 44% das escolas possuíam água encanada, sanitário, energia elétrica e esgoto, condições classificadas como elementares.

Lígia Karam, também da Faculdade de Educação da UFRJ, reforça a necessidade de melhora da infraestrutura. “É preciso investir nas condições de trabalho do professor, dando o aporte e autonomia necessários para desenvolver um trabalho dentro do contexto socioeconômico dos alunos”, declarou.

Atualmente, o PL 6.840/2013 aguarda votação na Câmara dos Deputados. Se for aprovado, será encaminhado ao Senado.

E a PEC 241?

Ao mesmo tempo em que especialistas apontam que o grande problema na qualidade do ensino básico no Brasil está na infraestrutura abaixo do adequado, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 241/16, a proposta de emenda constitucional que impõe um limite para os gastos públicos.

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