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Rede Nacional de Pesquisa: pressão de comunidade científica surte efeito

Conselho de Administração do órgão descarta interrupção de serviço de internet


Tatiana Lima
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O governo ainda não liberou os R$ 126 milhões necessários à manutenção mínima da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Mas, a possibilidade de interrupção do fornecimento da rede de alta velocidade fornecida para 739 campi do interior do país, incluindo os três polos do campus de Macaé e o polo de Xerém, está descartada, segundo o Conselho de Administração do órgão. A garantia veio após audiências realizadas com a secretaria-executiva dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

“Avanços no estabelecimento de um acordo de liberação de recursos de fomento 2016 (MEC) e de restos a pagar 2015 (MCTIC), entre agosto e dezembro deste ano, o que permitirá normalizar o funcionamento da RNP. Esses compromissos afastou a possibilidade de descomissionamento de serviços de conectividade para qualquer dos 739 campi no interior em 2016”, afirma em nota a RNP.

Em julho, a instituição alertou sobre o risco de apagão da rede de conexão. Mais de quatro milhões de alunos e professores seriam prejudicados. A situação levou o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) a enviaram carta ao ministro Gilberto Kassab, cobrando uma solução sobre o problema da liberação da verba. 

O Conselho de Administração da Rede Nacional de Pesquisa também decidiu que seguirá com o pedido de recomposição dos recursos previstos para 2017 no valor de R$250 milhões. Em 2015 e 2016, houve um corte de 51% da verba. A medida objetiva preservar as operações essenciais da infraestrutura nacional e internacional do sistema de fornecimento de internet, serviços básicos de colaboração à distância, e conectividade aos campi do interior, com alta qualidade de conexão.

Para o ano de 2016, o valor aprovado pela Lei Orçamentária Anual (LOA) para o MCTIC com destino à RNP é de R$ 36.670.182,00, mas o ministério também deve parte dos recursos orçamentários de 2015. A RNP também receberá recursos dos ministérios da Educação no valor de R$98 milhões, referente ao orçamento de 2016 da pasta.

 

Estudantes reclamam de cobrança no Caronaê  

Sistema é responsável por mais de 1.650 viagens, com 428 motoristas cadastrados


Tatiana Lima
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 Vencedor do concurso "Soluções Sustentáveis Fundo Verde” da UFRJ, o projeto "Transporte Solidário: Caronaê", facilitou a vida de mais de 8 mil pessoas no campus da Fundão, mas já começa a sofrer mutações. Usuários denunciam que parte dos motoristas está cobrando pela “carona”. Os valores variam entre R$3 a R$6 (Niterói, Zona Oeste e Baixada Fluminense) e a cobrança divide opiniões com duas perguntas: “É justo cobrar por uma carona?” “Com o pagamento, é ainda carona?”

 Carlos Henrique Ferreira, estudante do 8º período do curso Defesa e Gestão Estratégica Internacional, diz que o opagamento foge totalmente ao princípio de carona. “A cobrança é incoerente. Está fora totalmente da proposta do aplicativo que era transformar a UFRJ em uma comunidade. No sentido de um estudante pode contar com o outro. Até porque se você já tem normalmente o custo para chegar até o Fundão não tem lógica. O gasto já era previsto. Se você quer cobrar o seu aplicativo não é o Caronaê, é o Uber”, afirma.

 Já Amanda Varela, de 26 anos, mestranda de engenharia Metalúrgica, discorda. “A questão da cobrança, quando é feita de comum acordo entre as duas partes, não vejo problema. Ir de carona é mais confortável e rápido. Só acho que não pode ser um valor abusivo. Não é serviço de táxi”. E pondera: “O conceito do aplicativo é de carona, mas a gente sabe como é vida de estudante. Compreendo as pessoas cobrarem”.

Em 15 de agosto, do total de 37 caronas oferecidas dentro do sistema do Caronaê (ida ou volta), 13 motoristas deixavam implícita a exigência de pagamento pela carona no campo “Recado do Mostorista” do aplicativo. “Ajuda de 6$. Se eu não passar em algum lugar próximo, me chame pra conversarmos. Talvez, possa passar para maior conforto”, avisava um dos motoristas que oferece carona no trajeto Niteroí-Fundão.


Outro motorista, que oferece carona também para Niterói, chegou a publicar uma tabela de “preço da carona”. Até três pessoas, o valor cobrado é R$6. Mais de quatro passageiros a taxa passa para R$5. Em outros 14 anúncios de caronas, não havia qualquer pedido de pagamento ou contribuição.

Os dois lados de uma carona

Na rede social do Caronaê, no Facebook, a cobrança já foi alvo de críticas. “Tem motoristas que pedem ajuda de gasolina maior do que o valor da passagem” reclamou uma estudante. “Se já é caminho, não está gastando nada além”, afirma outro. “Errado! O motorista gasta mais gasolina devido a quantidade maior de peso no veículo, gastando mais pneus”, pondera outro usuário.

Mas há quem não cobre um preço fixo. Deixando a contribuição livre e a critério do passageiro e mantendo a relação de carona. “Aceito o que seu coração mandar. Just in case” ou “a galera dá uma força no combustível, uma taxa de contribuição, quem puder”. Ou ainda: “Não fumo, não cobro taxas, mas aceito doações (inclui comida). Gosto de pessoas que conversam”.


Cobrança não é ilega
l (correção feita em 14/09/16)


Michel Balassiano, um dos criadores do aplicativo, garante que o "serviço" não pode ser cobrado pelo caronista, pois “ele pega a carona, não oferece”. Motivo que faz o Caronaê não prevê uma política de preços para as caronas, deixando o pagamento ou não a critério dos envolvidos no deslocamento. Não há ilegalidade na cobrança.


“Para os usuários que entram em contato conosco, esclarecemos que não é legalmente permitida a cobrança para a carona. Porém, não há ilegalidade no caronista voluntariamente contribuir. Da nossa parte, toda a utilização do sistema é gratuita. Entendemos que a cobrança desvirtua a ideia da carona, mas também que há custos envolvidos na manutenção de um veículo. A decisão é de cada usuário”, ressalta Balassiano.

 De acordo com levantamento feito pelo Caronaê, à ocupação média dos carros que chegam ou saem do Fundão é de 1,7 passageiros por carro (contra 1,3 considerando a média da cidade). Ainda assim, uma em cada duas das pessoas que buscam carona não conseguem encontrar acesso à universidade. Além disso, 16% dos que oferecem carona não localizam alguém para compartilhar seu trajeto, sobrando ainda quase três vagas por carro.

 Expansão

 O sistema de caronas da UFRJ, o Caronaê, expandiu a parceria com a Prefeitura Universitária. Desde julho, passou está integrando a Divisão de Transportes. Três bolsistas da UFRJ serão contratados para auxiliar na programação e melhorias do sistema.

 O Caronaê segue restrito à comunidade acadêmica ativa da UFRJ: estudantes, professores e técnico-administrativos que tenham registro ativo na Intranet da universidade. Ex-alunos ou prestadores de serviços, por exemplo, não podem usar o sistema de caronas. O critério foi mantido por questões de segurança, de acordo com Balassiano.

A Redação da ADUFRJ procurou a Prefeitura Universitária para verificar a posição quanto à cobrança pelas caronas de parte dos motoristas do sistema Caronaê, mas não conseguimos contato.

 

 

Time da UFRJ nos jogos 

Docentes da Escola de Educação Física atuam em frentes diversas na Rio 2016

 

Elisa Monteiro
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Um time de professores da Escola de Educação Física da UFRJ, uma das mais tradicionais do país, está envolvido nos Jogos Olímpicos do Rio. Nossos docentes usam suas especialidades comentando competições, julgando o nado sincronizado e dando orientação às equipes de judô.

Na frente midiática, Ubyratan Bello, professor e treinador, comenta as partidas de basquete para os canais SporTV. No mesmo canal, a professora Andréa João, que também é presidente da Federação Estadual de Ginástica, acompanha no ar as apresentações de ginástica artística.

A Rio 2016 é a sexta Olimpíada que Ubyratan Bello acompanha.  Até esta quinta-feira, o professor já havia comentado cinco jogos de basquete, dois de equipes brasileiras (masculina e feminina).  Na modalidade, Ubyratan compartilha a opinião quase unânime, que o favoritismo é dos EUA. Sobre as expectativas em relação às possibilidades brasileiras, ele brinca que “ainda sobram dois lugares no pódio”. 

Andréa João participa pela quinta vez como comentarista.  Ela elogia a atuação brasileira na ginástica artística, e ressalta pontos positivos no conjunto das competições. A Rio 2016 está cumprindo um papel fundamental para mudar a cultura de esporte no Brasil, ela acredita.  

Andréa aproveita para informar que, na Escola de Educação Física, há um projeto de extensão voltado para a ginástica artística, aberto à comunidade.

Segundo ela, o projeto ganhará novo fôlego com a reequipagem com aparelhos de primeira geração adquiridos pelo Ministério dos Esportes que serão cedidos ao uso no Centro de Treinamento da UFRJ.

A professora Sonia Hercowitz representa a América Latina no Comitê Técnico do Nado Sincronizado como árbitra geral da modalidade e acompanhará todas as competições que têm início neste domingo, dia 14. É a sua quarta participação no apoio especializado a Olimpíadas.

Sonia Hercowitz relata que faz visitas diárias ao Centro Aquático Maria Lenk. Na modalidade, Sonia aponta o favoritismo da Rússia, Ucrânia, China e Japão. “Fica muito difícil para a gente”. 

Outro professor da UFRJ, Ney Wilson atua como gestor técnico de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô.

Educação protesta no Boulevard Olímpico

Manifestação reúne professores e estudantes na Praça Mauá movimentada pela atmosfera dos Jogos

 

Elisa Monteiro
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O Boulevard Olímpico na Praça Mauá teve uma movimentação diferente no fim de tarde desta quinta-feira, 11, com o ato de professores e estudantes contra o golpe sobre a Educação pública e gratuita. Um dos itens do pacote de austeridade do governo interino de Michel Temer. 

Sob forte vigilância policial, cerca de 60 pessoas denunciaram os impactos da PEC 241 que congela gastos sociais por 20 anos. Com faixas e panfletos feitos especialmente para o período dos Jogos, eles dialogaram com a população sobre prioridades de investimentos públicos.

Os adesivos, da campanha "Rio 2036", que denunciam as consequências da aprovação do congelamento dos investimentos públicos por 20 anos fizeram sucesso. Etiquetas em português e inglês foram fixadas junto às propagandas oficiais das Olimpíadas.

Apesar da estrutura mais enxuta sem carro de som, Carolina Silva, professora da Unirio, elogiou esforço. “É fundamental mostrar à sociedade nossa indignação em relação à forma como educação está sendo tratada no país, principalmente no Rio de Janeiro”. Carolina criticou a forma como, em sua visão, “a cidade foi utilizada politicamente, ignorando a população”. “Demos nosso recado”, avaliou.

Unidade

A data de 11 de agosto como dia Nacional de Defesa da Educação Pública foi definida no II Encontro Nacional de Educação. “Aqui no Rio resolvemos aproveitar a movimentação em função das Olimpíadas”, explicou a professora Juliana Fiúza (da Uerj), 1ª vice-presidente do Andes-RJ. 

Dentre as entidades da Educação do Rio, estiveram as associações docentes da Uerj, UFF, Unirio, a Federal Rural, dos docentes do Ensino Superior a Distancia, além da UFRJ. O sindicato dos servidores do Colégio Pedro II também compareceu. O movimento estudantil universitário e dos secundaristas participaram do corpo a corpo junto às pessoas que assistiam as modalidades pelo telão localizado no Centro da cidade.

Ocupa MinC discute destino do ex-Canecão

O “Fora Temer” foi o ponto de unidade em meio às diversas abordagens apresentadas no debate

Tatiana Lima
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O ex-Canecão abriu as portas para debater os próximos passos do movimento Ocupa MinC-RJ dentro do prédio da UFRJ. Mais de 100 pessoas, entre docentes e estudantes, compareceram à reunião na noite de quarta-feira 10, com o objetivo de pensar propostas de conexão do movimento com a agenda da universidade. 

A reunião serviu, ainda, para a discussão sobre os caminhos para fortalecer a gestão pública dentro de espaços públicos. Apesar da diversidade de abordagens, a palavra de ordem “Fora Temer”, origem do Ocupa Minc, foi o que unificou os diferentes setores que se apresentaram ao debate.

A leitura feita pela presidente da Adufrj, Tatiana Roque, é que o momento de precarização da universidade deve ser levado em consideração. “O Canecão significa muito para a UFRJ. Estamos em um momento em que a percepção da sociedade sobre a UFRJ é fundamental para defesa da universidade pública”. 

A sede do ex-Canecão está ocupada desde 1º de agosto. O prédio está sem uso desde que foi reincorporado à universidade, em 2010.

Apoios à ocupação

 “A Escola de Educação Física e Desporto da UFRJ apoia integralmente essa ocupação”, disse a professora Lígia Tourinho. Os professores propuseram uma moção de apoio à ocupação e uma grande atividade no dia 29, no retorno das aulas, dentro do prédio. Também há a ideia de organizar um debate com o Boaventura dos Santos. 

Tanto docentes quanto estudantes destacaram que a ocupação deve refletir uma nova compreensão sobre a gestão pública e também sobre a democracia. “É importante cada vez mais à ocupação vocalizar o debate da universidade pública, mas ela tem que se relacionar com o fora. O que está sendo debatido aqui é uma coisa para além da UFRJ. É a discussão da democracia”, disse Ivana Bentes. 

Mas, a tarefa democrática não será simples. “Aqui ainda não é um território público, mas um território que pertence ao Estado figurado pela instituição da UFRJ. Um território público é o que nós queremos que ele se torne. E para se tornar público será preciso enfrentar uma série de disputas”, lembrou Fernando Santoro, professor de Filosofia e diretor da Adufrj.

Segurança no prédio

A posição da reitoria sobre a permanência do Ocupa MinC no ex-Canecão também foi alvo de crítica e preocupação. Para parte dos docentes presentes, engenheiros da UFRJ podem ajudar com a produção de um laudo técnico que refute o argumento da administração central sobre os problemas estruturais do prédio. Porém, Ivana Bentes destacou que foi justamente a ideia técnica de proteção ao patrimônio público que expulsou o movimento de dentro do Palácio Capanema. 

Marilene Gonçalves, que trabalhou no Canecão como garçonete por dois anos antes do fechamento da casa de show, em fala emocionada, pediu resistência. “Aqui sempre foi lugar de exploração de trabalhadores e da arte. Vocês podem transformar em um espaço real de cultura. Não percam a chance”.  

Luta 

A conjuntura nacional pede medidas urgentes e mais luta nas ruas contra a retirada de direitos. A tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 241 demonstra a velocidade do ataque à universidade pública. Daí, a necessidade de apoiar iniciativas como a da Adufrj, que lançou durante a reunião a Campanha Rio2036. De forma irônica, a ação quer debater a proposta de congelamento dos gastos públicos por 20 anos proposto na PEC 241. Na ocasião, foram distribuídos adesivos da campanha.

 

 

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